A APOSTA NA ARTE NA PRODUÇÃO COLETIVA DE VIDA COMO PRÁTICA DE ENFRENTAMENTO AOS REGIMES MORTIFICANTES

Resumo

Apostando na arte para além de uma ferramenta estética, o “Artes Insurgentes: coletivizando resistências” atua com base em um enfrentamento diante das estruturas mortificantes da vida, produzindo, a partir de alianças, modos outros que fazem frente às políticas despotencializadoras que atravessam a existência. Logo, acreditando numa prática em defesa da vida por meio dos agenciamentos coletivos, em que as micropolíticas articulam-se frente às hegemonias da vida, o projeto se fundamenta. A proposta do seguinte trabalho tem como fim expor capturas mapeadas de uma das intervenções que o projeto construiu esse ano, rearranjadas através da colagem, objetivando, a partir dessa metodologia, deformar o visual, produzindo uma estética que transpassa o dizível. Metodologicamente, a seguinte produção conta com fotografias produzidas pelos membros do projeto Artes Insurgentes no contexto do IV Festival das Juventudes, usando da colagem com capturas desse momento, que vêm de iniciativa do coletivo Jovens Agentes de Paz e aposta em metodologias artísticas múltiplas na produção e discussão de luta por direitos com jovens do Grande Bom Jardim, Fortaleza, frente às práticas de precarização da vida que atravessam esse território, construindo uma estética insurgente e potencializadora. A exposição demonstra, portanto, a potência da arte como dispositivo de enunciação de linguagem para além do verbal, partindo de um lugar que é ao mesmo tempo único e múltiplo e carrega consigo um valor ético, crítico e socialmente contextualizado, fomentando arranjos que sobressaem-se e conectam-se nessa tessitura experiencial. Dessa forma, a proposição de constituir modos de resistência coletiva através das alianças afetivas com o campo, destaca-se nas colagens expostas, promovendo uma reflexão acerca das implicações estéticas da arte na produção de modos de subjetivação frente às práticas redutoras de vida.