OS IMPACTOS DOS PRECONCEITOS E ESTIGMAS NOS SABERES DOCENTES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Resumo
A Educação Superior vem se modificando a partir das políticas de expansão e interiorização, trazendo novos desafios aos saberes e formação docente, confrontando sua herança colonial e elitista. Nesse contexto, objetiva-se compreender como os preconceitos e os estigmas impactam os saberes docentes na formação em Direitos Humanos da Educação Superior. A pesquisa foi realizada no Instituto Federal da Paraíba- Campus Sousa, adotando uma abordagem de pesquisa mista, envolvendo 60 docentes, 211 estudantes e cinco gestores, usando o software SPSS 21.0 para análise estatística e a hermenêutica crítica para análise qualitativa. Os resultados indicam que os(as) estudantes têm mais acesso ao conteúdo de Diretos Humanos em seu currículo do que os docentes tiveram em sua graduação ou pós-graduação, demandando da docência a aproximação da temática, para a qual não foram preparados. A pesquisa e a extensão desenvolvidas têm pouca relação com o conteúdo de Direitos Humanos, tendo maior expressividade, os mecanismos de gestão como conselhos, comissões, núcleos e ouvidoria. Contudo, tem dificuldades na institucionalização, quando os docentes têm menor conhecimento de onde denunciar e muitos não problematizam os preconceitos em sala de aula. A vivência de discriminação atinge com maior intensidade os estudantes, tendo como motivo mais recorrente o nível econômico e a imagem corporal, com destaque para os casos de assédio, com narrativas sobre a dificuldade em denunciar ou punir. A cor/raça como motivo de discriminação foi pouco referida como motivo, apesar do grande número de pardos entre docentes e estudantes, dado que sugere a invisibilidade do impacto do racismo. As conclusões indicam a necessidade de maior investimento institucional na visibilidade dos enfrentamentos de casos de denúncias de violações de direitos humanos e desenvolvimento de uma formação docente continuada que problematize as situações de privilégio, promova um letramento racial e de gênero.Publicado
2022-01-01
Edição
Seção
XV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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