ADOÇÃO DE SALA DE AULA INVERTIDA NO ENSINO REMOTO DE ENGENHARIA DE SOFTWARE NO CAMPUS DE CRATEÚS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Autores

  • Alexandre de Sousa Feitosa
  • Allysson Allex de Paula Araújo

Resumo

A Engenharia de Software (ES) se posiciona como uma disciplina sociotécnica que visa apoiar e qualificar o processo de desenvolvimento de software. Há, dessa forma, uma salutar relevância quanto à absorção do conhecimento discutido em tal disciplina. Dito isso, torna-se imprescindível a busca constante por abordagens didáticas que favoreçam o aprendizado e, consequentemente, capacite os estudantes para o percurso profissional. Esse desafio se mostra ainda mais flagrante em termos pedagógicos tendo em vista a adaptação frente às dinâmicas do ensino remoto decorrentes da pandemia da COVID-19. Há, nesse cenário, uma discussão recorrente sobre a manutenção do engajamento dos discentes rumo a um ambiente que fortaleça a aprendizagem através de metodologias ativas, como por exemplo, a Sala de Aula Invertida (SAI). Diante dessa motivação, este trabalho objetiva investigar a percepção dos discentes quanto à adoção de SAI no aprendizado remoto de ES, no contexto do Campus de Crateús da Universidade Federal do Ceará (UFC). Em suma, o uso de SAI se deu de forma complementar a cada tópico da ementa ministrado ao longo do semestre. Assim, após 2 ou 3 aulas dialogadas sobre um determinado tópico, o docente recomendava antecipadamente aos alunos o consumo de um material (vídeo, podcast, artigo científico ou capítulo de livro que complemente o conteúdo ministrado previamente) para ser discutido coletivamente no encontro subsequente. Tal momento ocorria de forma remota e síncrona, via Google Meet, de modo que os alunos manifestavam-se via chat ou voz. Caracterizada como descritiva e quantitativa, esta pesquisa explorou a disciplina de ES ministrada no Campus de Crateús da UFC como estudo de caso. Para coleta de dados junto aos discentes, usufruiu-se de um questionário com perguntas de múltipla escolha (escala de Likert de 5 pontos) baseado em quatro partes: 1) auto-avaliação, 2) motivação, 3) experiência e 4) conhecimento. Com uma amostra de 15 alunos (78,94% dos matriculados), verificou-se que, antes de cursar ES, nenhum aluno havia experimentado a SAI. Quanto à compreensão sobre o que é SAI, nenhum aluno alegou ter conhecimento suficiente. Ao serem questionados sobre a contribuição da SAI no aprendizado durante o ensino remoto, 93% manifestaram concordar totalmente ou parcialmente. Sobre a experiência, quanto à captura da atenção, 80% concorda totalmente ou parcialmente. Ao analisar a motivação, quanto ao sentimento de progresso com o conteúdo discutido durante a SAI, 86,7% concordaram totalmente ou parcialmente. Finalmente, 93,3% dos discentes concordaram totalmente ou parcialmente que a SAI contribuiu para compreender melhor o tema proposto. Diante dos resultados apresentados, este trabalho contribui para reforçar a relevância e impacto oriundo da adoção de SAI como método ativo de aprendizagem para estimular o engajamento e aprendizado dos discentes no contexto do ensino remoto de ES.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

Encontro de Iniciação à Docência