FAUNA NEGLIGENCIADA EM UMA RESERVA DA CAATINGA E SEU ENTORNO: IMPACTOS DO USO DO SOLO NA DIVERSIDADE DOS GRUPOS FUNCIONAIS
Resumo
O Brasil possui cerca de 10% de toda a diversidade da fauna edáfica mundial, estimada em 900 mil espécies. Esses organismos desempenham importantes funções no ecossistema (ex. bioturbadores), os quais estão sendo ameaçados pela antropização. Apesar disso, os invertebrados do solo ainda são negligenciados em estudos de Biologia da Conservacão, os quais priorizam a diversidade acima do solo. O objetivo do trabalho foi compreender como mudanças no uso do solo afetam a diversidade dos grupos funcionais da fauna edáfica. Foi realizado na Estação Ecológica de Aiuaba e seu entorno, um mosaico de manchas de Caatinga em diferentes idades de regeneração e de uso agrícola. Foram estabelecidas 28 unidades amostrais abrangendo fisionomias da caatinga preservada (no interior da reserva), conservada (floresta madura no entorno), secundária e agricultura. Em cada uma, amostras de solo e serapilheira foram coletadas em 5 parcelas de 1m2, dispostos em um transecto-w. A fauna foi extraída manualmente e utilizando-se funis de Tullgren. Os organismos foram triados em lupa *400, identificados a nível de ordem.e categorizados em 4 grupos funcionais: Geófago/Bioturbador, Detritívoro/Decompositor, Fitófago e Predador. Ao todo, foram registrados 2047 indivíduos distribuídos em 26 ordens. Os geófagos foram representados por 5 ordens em todas as fisionomias. Os detritívoros, 13 ordens na agricultura, 19 na conservada e preservada e 21 na secundária. Os fitófagos, 12 ordens na agricultura, 18 na conservada e preservada e 19 na secundária. Já os predadores, 12 ordens na agricultura, 13 na conservada e secundária e 11 na preservadas. Resultados parciais indicam uma maior representatividade de ordens em fisionomias com vegetação da Caatinga, entretanto maior exploração dos dados e análises são necessárias. Conhecer os impactos da antropização nos grupos funcionais da fauna edáfica auxiliará o manejo adequado do solo, conservação da biodiversidade e manutenção dos serviços ecossistêmicos.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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