MORTALIDADE INFANTIL NO NORDESTE BRASILEIRO: 2000 A 2014

Autores

  • Ahellen Saarah Rodrigues Lima
  • Manuela de Mendonça Figueiredo Coelho
  • Cristiana Ferreira da Silva
  • Luciana Catunda Gomes de Menezes

DOI:

https://doi.org/10.32356/exta.v2.n18.31109

Palavras-chave:

Mortalidade Infantil. Serviço de Saúde Materno-Infantil. Epidemiologia.

Resumo

O estudo analisou a mortalidade infantil na região Nordeste do Brasil no período de 2000 a 2014. Trata-se de um estudo documental, descritivo e de abordagem quantitativa das taxas de mortalidade infantil. Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Mortalidade e Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Através das informações foram calculadas as taxas anuais de mortalidade infantil, de seus componentes (precoce, tardio e pós-neonatal) e a proporção das mortes por grupos de causas evitáveis. No período de 2000 a 2014 foram notificados 255.823 óbitos em menores de um ano no Nordeste, dos quais 168.653 (65,9%) neonatais, 86.745 (33,9%) pós-neonatais e 425 (0,2%) óbitos com faixa etária ignorada. Houve uma redução da mortalidade no período estudado em todos os componentes, entretanto o componente neonatal precoce deteve o maior número de mortes, correspondendo a 79,9% dos óbitos neonatais. A taxa de mortalidade no Nordeste apresenta queda de 45,3% passando de 26,5 por mil nascidos vivos, em 2000, para 14,5 mortes por mil nascidos vivos em 2014. O coeficiente de mortalidade proporcional por grupo de evitabilidade apresentou valores elevados entre as causas evitáveis registrando 70,1% dos óbitos, especialmente por adequada atenção à mulher na gestação, parto e ao recém-nascido (RN). As causas mal-definidas e demais causas (não claramente evitáveis) representaram 10,3% e 19,7%, respectivamente, no período estudado. O Nordeste registrou grandes avanços na redução da mortalidade infantil nos últimos anos, tais mudanças podem estar associadas à intensificação de políticas públicas, programas e ações voltadas à atenção materno-infantil.

Biografia do Autor

Ahellen Saarah Rodrigues Lima

Enfermeira. Especialista em enfermagem pediátrica e neonatal pela Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO). Especialista em Enfermagem Obstétrica pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). 

Manuela de Mendonça Figueiredo Coelho

Enfermeira. Doutora em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela UECE. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará.

Cristiana Ferreira da Silva

Enfermeira. Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal. Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará. Docente Titular do Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO).

Luciana Catunda Gomes de Menezes

Enfermeira. Doutora em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Mestre em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela UECE. Docente Titular do Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO).

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Publicado

2020-05-04