EVOLUÇÃO MORFOLÓGICA DA REGIÃO SANTA BÁRBARA – JACUNDÁ – ESTADO DE RONDÔNIA – BRASIL

Autores

  • Emílio Benjamin Vitulich

Resumo

A unidade morfo-estrutural denominada Planalto Rebaixado da Amazônia (Projeto Radam-Brasil, 1981) sofreu uma intensa degradação durante o Terciário, originando um nível de erosão denominado, nesse estudo, Paleosuperfície pré-Solimões. Um nível relítico superior (Peneplano
relítico), estaria representado pela Serra de Curica, a nordeste de Jacundá-RO, fora da área do estudo. São três os eventos de maior importância que se sucedem e marcam a evolução morfológica da
região: Eventos pré-Solimões e Solimões, correspondentes ao período terciário e Evento pós-Solimões, correspondente ao período quaternário. Para alguns autores a Formação Solimões seria do intervalo Superior Pleistoceno Inferior (Projeto Radam-Brasil, 1978). O evento pré-Solimões (pré-Plioceno Superior) é caracterizado por um extenso período de estabilidade, desenvolvendo-se sob clima sub-úmido, variando para super-úmido no seu estágio final. A intemperização profunda em um relevo bem mais pronunciado e com o nível do mar bem mais baixo provocou o aprofundamento dos vales do sistema fluvial por erosão remontante e, finalmente, com a mudança do clima, produziu o alagamento dos mesmos. O relevo seguiu sendo degradado pela
ação de fluxos rápidos e a morfologia evoluiu rapidamente. Os vales profundos e largos preencheramse rapidamente e aprofundou-se em diversas etapas, formando-se diversos níveis de cascalhos. A ação
colúvio-aluvionar foi intensa. O evento Solimões (pré-Pleistoceno) iniciou-se com um período de morfogênese como consequência do clima híper-úmido. O nível do mar era pouco mais alto do que o atual, com ascensão gradual. Depositou-se a Formação Solimões com materiais provenientes da região e da Cordilheira dos Andes. O evento terminou com clima menos severo, estabilização das paisagens e domínio das
ações pedogenéticas. O evento pós-Solimões (Pleistoceno-Holoceno) caracterizou-se pela sucessão de diversos ciclos pluviais e interpluviais em relação a outros tantos ciclos glaciais e interglaciais, cuja duração e
intensidade foram decrescentes. Os ciclos pluviais iniciaram-se com ação morfogenética com erosão intensa, evoluindo gradativamente a um estágio de pedogênese com estabilização do clima e a evolução dos solos e da floresta. Os ciclos interpluviais caracterizam-se por uma mudança do clima, passando de úmido a sub-úmido e um retrocesso gradual da vegetação passando de floresta tropical a savana. O nível de base regional descia gradativamente com conseqüente ação da erosão retrocedente, aprofundamento dos vales e formação de um novo nível de cascalho. A conseqüência final das diversas etapas deste evento foi a degradação da Formação Solimões em diferentes graus, dependendo
do nível de base local.

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