Textura e Quimismo dos Megacristais de Feldspato Potássico do Plúton Granítico Barcelona, Domínio São José do Campestre, Província Borborema, NE do Brasil

Autores

  • Dalton da Silva Pinheiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Frederico Castro Jobim Vilalva Departamento de Geologia/Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Resumo

O Plúton Granítico Barcelona (PGB) localizado na porção nordeste da Província Borborema, a oeste do Domínio São José do Campestre, caracteriza-se pela presença de três fácies petrográficas distintas, com amplo domínio de granitos porfiríticos com assinatura química cálcio-alcalina de alto K. Os granitos porfiríticos são marcados pela presença de megacristais de K-feldspato micropertítico com uma variedade de inclusões minerais marcando um zonamento concêntrico. O trabalho apresenta uma caracterização textural e química dos megacristais de K-feldspato dos graníticos porfiríticos, além da descrição petrográfica detalhada de suas principais inclusões. Os resultados apontam para um prolongado intervalo de cristalização e arrefecimento magmático relativamente lento, o que exclui a formação dos megacristais por processos subsolidus. O zonamento dos megacristais é marcado pela variação nas quantidades de inclusões dos núcleos para as bordas cristalinas, bem como pela variação nos teores de sódio e bário, refletindo a cristalização concomitante de plagioclásio, quartzo e outras fases que influenciam a partição destes elementos.

Referências

Angelim, L. A. A., Nesi, J. R., Torres, H. H. R., Medeiros, V. C., San¬tos, C. A., Veiga Júnior, J. P., Mendes, V. A. 2006. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte. Re¬cife: CPRM. 119p.

Bowen, N. L. 1928. The evolution of the igneous rocks. London: Princeton Press. 332p.

Cavalcante, R., Galindo, A. C., Silva, F. C. A., Souza, R. F. 2014. Química mineral e condições de cristalização do Plúton Granítico Barcelona, extre¬mo nordeste da Província Borborema, Nordeste do Brasil. Pesquisas em Geociências, 41 (3): 257-272.

Cavalcante, R. 2015. Petrologia e geologia estrutural do Plutão Granítico Barcelona, Província Borborema, NE do Brasil. PPGG/UFRN, Natal, Dissertação de Mestrado, 145p.

Clemens, J. D., Wall, V. J. 1981. Origin and crystallization of some peraluminous (S-type) granitic magmas. Canadian Mineralogist 9: 111-131.

Cox, R. A., Dempster, T. J., Bell, B. R., Rogers, G. 1996. Crystallization of the Shap Granite; evidence from zoned K-feldspar megacrysts. J. Geol. Soc. London 153(4): 625-635.

Deer, W. A., Howie, R. A., Zussman, J. 2013. An introduction to the rock-forming minerals. London, Mineralogical Society, 498p.

Fenn, P. M. 1977. The nucleation and growth of alkali feldspars from hydrous melts. Canadian Mineralogist 15: 135–161.

Galindo, A. C. 1988. Origem dos megacristais de K-feldspato do granito de Monte das Gameleiras, Rio Grande do Norte/Paraíba, Brasil. Revista Brasileira de Geociências 18: 417–423.

Hibbard, M. J. 1965. Origin of some alkali-feldspar phenocrysts and their bearing on petrogenesis. Am. J. Sci., 263: 245-261.

Johnson, B. R., Glazner, A. F., Coleman, D. S. 2006. Significance of K-feldspar megacryst size and distribution the Tuolumne Intrusive Suite, California. Geological Society of America, Abstracts with Programs 38: 93.

Johnson, B. R., Glazner, A. F. 2010. Formation of K-feldspar megacrysts in granodioritic plutons by thermal cycling and late-stage textural coarsening. Contributions to Mineralogy and Petrology 159: 599–619.

Long, P. E., Luth, W. C. 1986. Origin of K-feldspar megacrysts in granitic rocks; implications of a partitioning model for barium. Am. Mineral 71(3–4):367–375.

Medeiros, V. C. 2004. Evolução Geodinâmica e Condiciona¬mento Estrutural dos Terrenos Piancó-Alto Brígida e Alto Pajeú, Domínio da Zona Transversal, NE do Brasil. Natal. Tese de doutorado, Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 200p.

Medeiros, V. C. 2013. Geologia da Província Mineral Seridó. I SEMINÁRIO DAS PROVÍNCIAS METALOGENÉTICAS BRASILEIRAS: A Província de W-Au Seridó. Serviço Geológico do Brasil, CPRM, Currais Novos-RN. CD. Pag. 2-35.

Moore, J. G., Sisson, T. W. 2008. Igneous phenocrystic origin of K-feldspar megacrysts in granitic rocks from the Sierra Nevada batholith. California. Geological Society of America. Geosphere. 4: 2; p. 387–400.

Nascimento, M. A. L., Souza, Z. S., Galindo, A. C. 2002. Textura granofírica nas rochas do granito do Cabo de Santo Agostinho, província magmática do cabo, bacia de Pernambuco (nordeste do Brasil): implicações geodinâmicas. Revista de Geologia, 15: 101-107.

Nascimento, M. A. L., Medeiros, V. C., Galindo, A. C. 2008. Mag¬matismo Ediacarano a Cambriano no Domínio Rio Gran¬de do Norte, Província Borborema, NE do Brasil. Estudos Geológicos, 18(1): 4-29.

Nascimento, M. A. L., Galindo, A. C., Medeiros, V. C. 2014. Ediacaran to Cambrian magmatic suites in the Rio Grande do Norte domain, extreme Northeastern Borborema Province (NE of Brazil): Current knowledge. Journal of South American Earth Sciences, 1-19.

Nascimento, M. A. L., Galindo, A. C., Medeiros, V. C. 2015. Ediacaran to Cambrian magmatic suites in the Rio Grande do Norte domain, extreme Northeastern Borborema Province (NE of Brazil): Current knowledge. Journal of South American Earth Sciences, 58: 281-299.

Paterson, S. R., Vernon, R. H., Zák, J. 2005. Mechanical instabilities and accumulations of K-feldspar megacrysts in granitic magma, Tuolumne Batholith, California, USA. In: Köhn,D. (Ed.), General Contributions 2005. Journal of the Virtual Explorer, Electronic Edition 18, Paper 11441-8142.

Piwinskii, A. J. 1968. Experimental studies of igneous rock series, central Sierra Nevada Batholith, California. Journal of Geology 76: 548–570.

Piwinskii, A. J., Wyllie P. J. 1968. Experimental studies of igneous rock series; a zoned pluton in the Wallowa Batholith, Oregon. Journal of Geology 76(2): 205–234.

Porto Jr., R. 2002. Inclusões em megacristais de microclina em granitos, Complexo Granítico Pedra Branca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Revista Universidade Rural: Série Ciências Exatas e da Terra, Rio de Janeiro, 21: 37-47.

Seaman, S. J. 2000. Crystal clusters, feldspar glomerocrysts, and magma envelopes in the Atascosa Lookout lava flow, southern Arizona, USA: recorders of magmatic events. Journal of Petrology, v. 41, 693-716.

Souza, Z. S. 1985. Os megacristais de K-feldspato do granito Dente de Cavalo de Acari (RN). Boletim do DG-CCE/UFRN 9: 38–53. 1985.

Streckeisen, A. L. 1976. To each plutonic rock its proper name. Earth Science Reviews, 12: 1- 33.

Swanson, S. E. 1977. Relation of nucleation and crystal-growth rate to the development of granitic textures. American Mineralogist 62: 966–978.

Vance, J. A. 1969. On synneusis. Contributions to Mineralogy and Petrology. 24: 7-29.

Vernon, R. H. 1986. K-feldspar megacrysts in granites; phenocrysts, not porphyroblasts. Earth Science Reviews 23: 1–63.

Vernon, R. H. 2004. A practical guide to rock microstructure. Cambridge, Cambridge University Press.

Vernon, R. H., Paterson, S. R. 2008. How late are K-feldspar megacrysts in granites? Lithos 104: 327–336.

Vernon, R. H., Collins, W. J. 2011. Structural criteria for identifying granitic cumulates. J. Geol. 119: 127-142.

Voorhees, P. W. 1992. Ostwald ripening of two-phase mixtures. Annual Review of Materials Science, 22, 197-215.

Winkler H. G. F., Schultes H. 1982. On the problem of alkali feldspar phenocrysts in granitic rocks. Neues Jahrbuch fuer Mineralogie. 12:558–564.

Whitney, J. A. 1975. The effects of pressure, temperature, and XH2O on phase assemblages in four synthetic rock compositions. Journal of Geology 83: 1–31.

Downloads

Publicado

2019-03-21

Edição

Seção

Artigos