Ocorrências Manganesíferas da Região de Júlio Borges, Sul do Estado do Piauí: Contexto Tectônico, Rochas Encaixantes e Mineralogia do Minério

Resumo

Na região de Júlio Borges, no sul do estado do Piauí, há um grande número de ocorrências manganesíferas associadas às rochas do Complexo Cristalândia do Piauí de idade arqueana/paleoproterozoica e àquelas do Orógeno Rio Preto, estruturado no Neoproterozoico. O objetivo deste trabalho corresponde ao mapeamento geológico em escala 1:25.000, com o propósito de estabelecer a configuração do quadro geológico e tectônico das rochas encaixantes, bem como a identificação das principais ocorrências manganesíferas na região em foco. As unidades mapeadas expressam que as rochas ortognáissicas e supracrustais associadas do Complexo Cristalândia do Piauí encontram-se nas extremidades longitudinais da área, margeando a faixa delgada de rochas metassedimentares psamíticas do Grupo Rio Preto, além de coberturas sedimentares cenozoicas recobrindo praticamente todas as unidades geológicas anteriores. As ocorrências manganesíferas ocorrem tanto na forma de gonditos, com granada (tipo espessartita) associada ao Grupo Rio Preto, rodonita próximo à interface do Complexo Cristalândia do Piauí com o referido grupo, e concreções coluvionares sobrejacentes ao embasamento na forma de concentrações oxidadas de pirolusita predominantemente. O minério de manganês é formado por fases oxidadas de pirolusita e criptomelano, porém os silicatos de manganês, tais como rodonita e granada também são predominantes, e encontram-se (seccionados por veios de quartzo. Quanto à gênese, estas ocorrências parecem ter sido resultantes de processos hidrotermais com enriquecimento supergênico posterior aos eventos de metamorfismo neoproterozoico que afetaram a região.