Investigação da Viabilidade Técnica do Aproveitamento dos Rejeitos das Indústrias de Cal do Município de Forquilha-CE, Com Foco na Reparação de Dano Ambiental

Autores

  • Antônia de Castro Côrtes Pessoa
  • Francisco Pessoa Machado
  • Cláudio Ângelo da Silva Neto
  • José Antonio Beltrão Sabadia

Resumo

As investigações objeto deste trabalho foram direcionadas visando o aproveitamento dos rejeitos oriundos das indústrias de cal hidratada do município de Forquilha, no estado do Ceará. Esses resíduos, com o avanço da produção, formam acúmulos ao redor dos fornos de calcinação do calcário. Estes fornos são do tipo rudimentar, denominados de caieira. Os acúmulos de rejeitos constituem-se em fonte de degradação do meio ambiente. Com as rajadas de vento as partículas mais finas formam nuvem de poeira, afetando a qualidade do ar e a vegetação do entorno das unidades produtivas; no período chuvoso, as enxurradas lixiviam as partículas, que vão poluir e assorear os mananciais hídricos. No intuito de promover a retirada desses entulhos e a consequente mitigação de dano ambiental, foram realizados ensaios geotécnicos de laboratório em oito amostras de aproximadamente 18 kg, sendo uma do solo argiloso (0% de rejeito) e sete compostas com este mesmo solo, com mistura do rejeito, nas dosagens, em volume, de 20%, 30, 40, 50, 60, 70 e 80%. Esses ensaios determinaram, dentre outros parâmetros, a granulometria de cada amostra, bem como os seus índices de Suporte Califórnia (CBR), de plasticidade (IP) e de grupo (IG). O resultado dos ensaios revelou que o efeito na estabilização do solo proporcionada pela incorporação do rejeito às amostras foi expressivo. Assim, por exemplo, a amostra nº 1, formada apenas do solo argiloso, apresentou um CBR de 4%, enquanto a de nº 3, com 30% do resíduo, este índice passou para 24%. Ou seja, um solo argiloso com características físicas de baixa consistência adquiriu significativa estabilização, bastando-se adicionar 30% do rejeito na composição do material terroso; enquanto o IP caiu de 19% para 12% e a expansão foi de 4,09% para 1,57%. Isto significa já ser este um material terroso de qualidade satisfatória para construção de rodovia.

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Publicado

2019-03-21

Edição

Seção

Artigos