Análises de 13C e 18O em sedimentos ricos em foraminíferos da margem continental do Nordeste brasileiro, entre os estados do Ceará e Pernambuco
Palabras clave:
Isótopos de carbono e oxigênio, Foraminíferos, Margem continental, Temperatura da água do marResumen
Análises de d13C e d18O de oito amostras de sedimentos carbonáticos ricos em foraminíferos da margem continental do Nordeste brasileiro, entre Ceará e Pernambuco, foram feitas para investigar uma possível estratificação isotópica de C e O no oceano e mudanças na temperatura da água do mar com a
profundidade. Os resultados mostram que existe uma dependência entre a composição isotópica dos sedimentos e a profundidade. Existe uma tendência de aumento dos valores de d13C de 1,5‰PDB a 3,4‰PDB, entre 10 m e 31 m, e um aumento dos valores de d18O de -0,9‰PDB a -0,6‰PDB, entre profundidades de 10 a 980 m na margem do estado do Ceará, onde predominam as espécies bentônicas (Miliolidae, Miliolina coilling, Anphistegina e Lamarckina); e a partir dos 65 m, as espécies planctônicas (Globigerina praebuloides e Orbulina universa). As temperaturas calculadas para a água do mar nesta área diminuem de 21° para 19°C, com o aumento da profundidade. Na margem continental dos estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco, há um aumento de d13C (1,7‰PDB a 2,5‰PDB) entre as profundidades de 13 e 610 m; e uma diminuição para 1,6‰PDB até os 1145 m. Por outro lado, observou-se um aumento dos valores de d18O (-1,3‰PDB a -0,7‰PDB), chegando até -0,4‰PDB aos 1145 m, onde predominam as espécies planctônicas Globigerina praebuloides, Orbulina universa e, em menor proporção, as espécies bentônicas Lamarckina, Robulus, Anphistegina. As temperaturas nesta área variam de 22° a 18°C, com o aumento da profundidade. Pode-se concluir que, em termos gerais, com o aumento da profundidade, e da razão P/B (porcentagem de planctônicos sobre bentônicos), há um
aumento dos valores de d18O e uma diminuição nos valores de d13C, além de uma diminuição na temperatura da água do mar.