Estudo preliminar na indução reprodutiva da curimatã comum Curimatã comum (Prochilodus cearaensis steindachner, 1911)
Autores
Raimundo da Costa
Universidade Estadual do Ceará
Ronaldo Sales
Universidade Federal do Ceará
Rodrigo Maggioni
Universidade Federal do Ceará
Dea Vidal
Universidade Estadual do Ceará
José Farias
Universidade Estadual do Ceará
Palavras-chave:
prochiloduscearaensis, indução da desova, regressão ovariana, peixes migradores
Resumo
As espécies de peixes migradores caracterizam-se por deslocamento ao longo dos rios nos períodos chuvosos para realizar sua reprodução, de forma sazonalizada. As fêmeas de curimatã comum (Prochiloduscearaensis), uma dessas espécies reofílicas, apresentam um sincronismo perfeito entre suas condições fisiológicas e as do ambiente, o que possibilita o desenvolvimento ovariano e a maturação final dos óvulos. Nesse momento, elas se tornam preparadas para realizar a ovulação e a desova. Contudo, em água parada, o mecanismo de reprodução só é desencadeado através da indução artificial com o emprego de extratos hipofisários e hormônios específicos. Induziu-se a ovulação em cinco fêmeas com extrato hipofisário, utilizando uma hipófise por quilo de peso em duas doses sucessivas: a primeira tendo 10% da concentração total e a segunda os 90% restantes doze horas após, observou-se a desova em duas fêmeas. Após a indução da ovulação, três fêmeas não desovaram e, ao serem sacrificadas, apresentavam ovários em fase de regressão, uma disfunção reprodutiva observada durante a exploração em cativeiro. O conhecimento e o entendimento das causas responsáveis dessas falhas observadas na reprodução são essenciais para uma exploração intensiva rentável da curimatã comum, cuja espécie apresenta um grande potencial econômico regional e, ao ser cultivada adequadamente, pode proporcionar proteína de alto valor biológico e nutricional ao consumidor.