Intoxicação espontânea por sapos da espécie Rhinella jimi (Stevaux, 2002) em cães

Autores

  • Ivana Cristina Gadelha Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN.
  • Marília Melo Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG.
  • Benito Soto-Blanco Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG.

Palavras-chave:

bufodienolídeos, Bufo jimi, sapo, anfíbio, zootoxina

Resumo

Os sapos do gênero Rhinella possuem glândulas granulosas que produzem um veneno de elevada toxicidade. Ao entrar em contato com a mucosa oral ou do trato digestório do predador, é rapidamente absorvido, causando intoxicação. Os sinais clínicos podem variar de apenas hipersalivação a colapso cardíaco fatal. A maioria dos estudos toxicológicos com sapos foi realizada com R. marina (Bufo marinus), faltando estudos com outras espécies. Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos espontâneos de intoxicação por sapos da espécie Rhinella jimi (Stevaux, 2002) em cães. Foram avaliados os sinais clínicos e protocolos terapêuticos empregados pelos médicos veterinários entrevistados. Doze veterinários relataram 43 casos da intoxicação em cães, havendo também o relato da ocorrência em galinhas e pombos. Dos 43 casos de intoxicação, houve uma maior incidência em animais de pequeno porte (74,4% pesavam até 20 kg) e jovens (58,1%). Os sinais clínicos mais frequentes foram salivação (100%), vômitos (74,4%), irritação oral (60,5%), anorexia (58,1%) e diarreia (48,8%). Verificou-se que a terapêutica empregada não foi a mais adequada na maioria dos casos. Foi relatado que quatro cães que sobreviveram à intoxicação passaram a evitar os sapos, denotando um condicionamento aversivo a estes anfíbios. Como o tratamento dos casos poderia ter sido mais eficaz, é importante a divulgação de melhores protocolos terapêuticos para os clínicos veterinários.

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Publicado

2015-05-14

Edição

Seção

Artigos