Miastenia gravis canina: Um diagnóstico diferencial para doenças infecciosas de origem neurológica. Relato de Caso

Autores

  • Kamylla Gadêlha Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil
  • Ilanna Oliveira Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil.
  • Luã Macêdo Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil.
  • Muriel Pimentel Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil.
  • Eraldo Calado Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil.
  • Mirela Costa Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Jaboticabal, SP, Brasil
  • Kilder Filgueira Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil.

Palavras-chave:

doença sináptica, moléstias infecto-contagiosas, distinção, cão

Resumo

A Miastenia gravis (MG) é uma desordem neuromuscular causada por uma redução no número de receptores nicotínicos funcionais de acetilcolina na membrana pós-sináptica. Algumas doenças neurológicas infecciosas podem mimetizar o quadro. O trabalho objetivou descrever um caso de MG na espécie canina, explicitando a conduta no diagnóstico e terapia, além de realizar o discernimento para as principais doenças infecciosas, de repercussão neurológica, que possam apresentar sintomatologia similar. Um canino, macho, com oito meses de idade, sem raça definida, possuía histórico de ataxia e alterações de vocalização. Ao exame físico, o paciente apresentava ataxia, paresia e atrofia muscular dos membros, com tetraparesia flácida. O animal estava consciente, com movimento de cauda presente. Foram executados testes sorológicos para detecção de toxoplasmose e neosporose e ambos exibiram-se negativos. Em virtude da exclusão de possíveis diagnósticos infecciosos presuntivos, estabeleceu-se a suspeita clínica de MG adquirida. Realizou-se infusão endovenosa de 20 μg.kg-1 de anticolinesterásico (metilsulfato de neostigmina). Após quatro minutos, houve melhora clínica e o cão retornou a deambulação, confirmando-se assim o diagnóstico terapêutico e definitivo de MG adquirida. Em seguida, o tratamento ambulatorial preconizado equivaleu à administração do brometo de piridostigmina, na dose de 2 mg.kg-1, via oral, a cada oito horas, até novas recomendações. Torna-se fundamental considerar a MG dentro os diagnósticos diferenciais das neuropatias infecciosas caninas. Uma vez estabelecido um correto diagnóstico e instituindo-se um protocolo de tratamento, haverá um reflexo positivo sobre o prognóstico.

 

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Publicado

2015-10-15

Edição

Seção

Relato de Caso