EXPERIMENTOS SOBRE A CHANCE DE ESCAPE DE LAGOSTAS DO GÊNERO Panulirus, CAPTURADAS POR CANGALHA

Autores

  • Marcelo Augusto Bezerra Universidade Federal do Ceará
  • Manuel Antonio de Andrade Furtado-Neto Universidade Federal do Ceará
  • Antonio Adauto Fonteles-Filho Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.32360/acmar.v46i2.898

Palavras-chave:

Lagostas. Panulirus spp. Armadilha. Experimento de seletividade. Legislação pesqueira.

Resumo

A pesquisa é um importante instrumento de avaliação para uso na gestão dos recursos pesqueiros. Relatos orais obtidos pelo(s) autor(es) acerca de reclamações continuadas e generalizadas dos envolvidos na cadeia produtiva, desde pescadores aos exportadores, sobre a fixação do tamanho da malha das armadilhas destinada à pesca de lagosta e a falta de acesso ao parecer técnico, justificaram o presente trabalho. Os dados dos exemplares que serviram como fundamentos para este trabalho foram coletados em um ponto de entrega (barracão) na praia de Redonda, município de Icapuí, estado do Ceará, nos meses de julho e agosto de 2010. Os locais de desembarque foram as praias de Ponta Grossa, Redonda e Peroba. Do total de 208 lagostas examinadas, 60 eram da espécie Panulirus laevicauda, sendo 30 fêmeas e 30 machos, e 148 da espécie Panulirus argus, sendo 64 fêmeas e 84 machos. As pescarias foram realizadas por embarcações artesanais do tipo bote-a-vela que operaram com 30 a 60 cangalhas (covo retangular com duas aberturas) por embar- cação. As informações coletadas foram: i) número de indivíduos por espécie e sexo; ii) comprimento do cefalotórax-CC, em cm (distância entre a margem anterior do cefalotórax, no entalhe formado entre os espinhos rostrais, até sua extremidade posterior); iii) número da grade e o correspondente valor da malha distendida da cangalha, em cm. Os tamanhos médios da grade foram: com 5,3 ± 0,88 cm (CV fêmea); 5,12 cm ± 0,95 cm (CV macho); 6,63 ± 1,62 cm (V fêmea); e 7,18 ± 1,93 cm (V macho). Para o mesmo tamanho de malha da tela em ambas as espécies, os machos apresentaram comprimentos do cefalotórax maior que as fêmeas. A menor malha utilizada (4,1 cm) foi igual para as duas espécies, mas os valores máximos diferiram: 6,4 cm para ambos os sexos da lagosta P. laevicauda, e 9,1 cm e 12,5 para fêmeas e machos da lagosta P. argus. Quanto maior o tamanho da malha, menor a variação entre as espécies, mas no caso das fêmeas, houve uma inversão a partir de 6,0 cm de tela, em que a espécie cabo-verde passou a ser maior. As fêmeas têm variação maior que os machos até o tamanho da tela de 5 cm, a partir do qual ocorre uma inversão. No tamanho da tela de 4,5 cm, o comprimento médio do cefalotórax da lagosta vermelha para ambos os sexos seria 7,7 cm, sendo 7,6 cm para fêmeas e 7,8 cm para machos, e muito próximos do valor de 7,5 cm determinado pela legislação.

Biografia do Autor

Marcelo Augusto Bezerra, Universidade Federal do Ceará

Professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Pesca,
Universidade Federal do Ceará.

Manuel Antonio de Andrade Furtado-Neto, Universidade Federal do Ceará

Professor Associado do Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará e Secretário Adjunto da Secretaria Estadual de
Pesca e Aquicultura do Governo do Estado do Ceará.

Antonio Adauto Fonteles-Filho, Universidade Federal do Ceará

Pesquisador do Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará.

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Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Artigos originais