Zacarias; Pereira; Batista| O Fim do Consumismo
Inf. Pauta, Fortaleza, CE, v. 2, número especial, out. 2017
Como em vários casos não sabemos nada sobre as outras pessoas com estamos
prestes a interagir, formamos um conceito sobre os mesmos, baseados em suas
postagens e sobre sua vida virtual. Segundo Sennett (2012, p.19) “a sociedade moderna
está ‘desabilitando’ as pessoas da prática da cooperação”, pois isso fazendo uma análise
da reputação dos outros usuários, já que essas interações virtuais podem serem
transcendidas para contatos presenciais; que por sua vez poderá tornar-se uma relação
de amizade, pois a mudança de práticas consolidadas é de modo gradativo, e ainda é
necessário que uma parte maior dos internautas sintam que o coletivo é viver por si
mesmo, mas objetivando o longo prazo e os benefícios agregados.
Estas relações podem servir como base para proporcionar a realização de
projetos diversos entre grupos com objetivos comuns. Como acontece em comunidades
de atletismo, várias pessoas com os mesmos objetivos, compartilhando experiências,
conhecimento ou até mesmo materiais, tornando estes fatos uma das principais
conquistas da internet; a colaboração. “Para vincular-se, é preciso que cada um perca a si
mesmo, que lhe falte o absoluto domínio da subjetividade e da identidade em função da
abertura para o outro” (SODRÉ, 2007). De acordo com Lévy:
Quanto melhor os grupos humanos conseguem se constituir em coletivos
inteligentes, em sujeitos cognitivos, abertos, capazes de iniciativa, de
imaginação e de reação rápidas, melhor asseguram seu sucesso no ambiente
altamente competitivo que é o nosso (LÉVY, 2007, p. 19).
Hoje vivemos em uma bolha social, onde queremos adicionar cada vez mais
pessoas para nossa bolha, mas não pode ser qualquer pessoa, na internet sentimos que
precisamos de pessoas capazes de realizar melhorias em nosso grupo. Nesse sentido,
vemos que a cooperação mutua é de grande valia para todos os participantes, cada um
ajudando de uma forma, seja com um objeto, recursos financeiros, ou até mesmo com
seu intelecto, pois o primordial é a experiência. Nesse sentido Pierre Lévy afirma:
É uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada,
coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das
competências. Acrescentemos à nossa definição este complemento
indispensável: a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento
e o enriquecimento mútuos das pessoas (LÉVY, 2007, p. 28-29).
Possuímos conhecimentos particulares e cada vez mais a internet vez