DOS ESTUDOS DE USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO AOS ESTUDOS EM PRÁTICAS
INFORMACIONAIS E CULTURA: uma trajetória de pesquisa
FROM INFORMATION USER STUDIES TO INFORMATION PRACTICES AND CULTURE
STUDIES: a research trajectory
Carlos Alberto Ávila Araújo¹
¹ Doutor em Ciência da Informação pela UFMG.
Professor da Escola de Ciência da Informação da
UFMG.
E-mail: carlosaraujoufmg@gmail.com
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Recebido em: 26/04/2019.
Revisado em: 02/05/2019.
Aceito em: 09/05/2019.
Como citar este artigo:
ARAÚJO, Carlos A. Á. Dos estudos de usuários da
informação aos estudos em práticas
informacionais e cultura: uma trajetória de
pesquisa. Informação em Pauta, Fortaleza, v. 4,
n. especial, p. 121-136, maio 2019. DOI:
https://doi.org/10.32810/2525-
3468.ip.v4iEspecial.2019.41209.121-135
RESUMO
O objetivo deste artigo é apresentar a trajetória
intelectual da professora Adriana Bogliolo Sirihal
Duarte, tendo como eixo sua atuação na área de
estudos de usuários da informação até a
consolidação do grupo de pesquisa EPIC, Estudos
em Práticas Informacionais e Cultura, do
Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da Universidade Federal de Minas
Gerais (PPGCI/UFMG). Essa trajetória é
apresentada em três momentos: a configuração
da disciplina usuários da informação na UFMG; a
ampliação das problemáticas e questões, entre os
anos de 2008 e 2014; e o trabalho junto ao grupo
de pesquisa EPIC. No artigo são ressaltadas as
parcerias e atuações conjuntas da professora,
bem como os avanços teóricos, metodológicos e
empíricos dos diferentes membros do EPIC.
Palavras-chave: Adriana Bogliolo Sirihal Duarte.
Estudos em Práticas Informacionais e Cultura.
Estudos de usuários da informação.
ABSTRACT
The objective of this article is to present the
intellectual trajectory of Adriana Bogliolo Sirihal
Duarte, having as its axis her work in the area of
information users studies until the consolidation
of the research group EPIC, Information Practices
and Culture Studies, linked to the Post-
Graduation Programm in Information Science of
the Federal University of Minas Gerais
(PPGCI/UFMG). This trajectory is presented in
three moments: the configuration of the
discipline information users in the UFMG; the
expansion of issues between 2008 and 2014; and
her work with the EPIC research group. In the
article the partnerships of Adriana Bogliolo are
highlighted, as well as the theoretical,
methodological and empirical advances of the
different researchers of the EPIC group.
Keywords: Adriana Bogliolo Sirihal Duarte.
Information practices and culture studies.
Information users studies.
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v. 4
n. especial
maio 2019
ISSN 2525-3468
DOI: https://doi.org/10.32810/2525-3468.ip.v4iEspecial.2019.41209.121-135
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1 INTRODUÇÃO
A história da ciência é fascinante. Ela representa o desejo humano de conhecer
coisas distintas (o mundo, a natureza, o universo, os animais, e também a nós mesmos),
de maneiras distintas (utilizando métodos de observação, dedução, indução,
experimentos) e, ainda, se relacionando com aspectos diversos como valores morais,
elementos culturais, forças políticas, tabus religiosos. Ao longo de muitos séculos, mas
sobretudo nos três últimos, o conhecimento humano cresceu imensamente em
quantidade e qualidade, alterando profundamente nossa condição no mundo.
Mas a história da ciência, uma história de teorias, modelos, instrumentos,
hipóteses, é sobretudo uma história de seres humanos. São pessoas que produziram e
fizeram avançar a ciência. Pessoas que viveram em determinadas épocas, sujeitas a
determinados modos de compreensão, categorias de pensamento, estruturas de
premiação, valorização e marginalização. Assim, por exemplo, Galileu Galilei foi acusado
e enfrentou um julgamento pela inquisição por suas teorias heliocêntricas. Charles
Darwin escondeu por anos a sua teoria da evolução por medo das possíveis punições
religiosas e sociais. Karl Marx chegou a ser expulso da França por conta de suas ideias.
Sigmund Freud foi profundamente hostilizado pelos seus contemporâneos. Poderíamos
prosseguir indefinidamente com essa lista. Tão fascinante quanto a história da ciência é a
história dos seus protagonistas, dos cientistas - dos desafios que enfrentaram, das forças
contra as quais tiveram que lutar, dos seus questionamentos e autocríticas que resultaram
em mudanças em suas próprias teorias. Compreender a ciência é compreender não
apenas seus produtos (o conhecimento científico propriamente dito) como, também, seus
produtores (a vida dos pesquisadores).
Essa pequena introdução tem por objetivo demarcar o sentido deste texto. Este
artigo foi produzido imediatamente após o falecimento da professora Adriana Bogliolo
Sirihal Duarte, da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas
Gerais (ECI/UFMG), ocorrido no dia 03 de dezembro de 2018. A intenção é apresentar
alguns aspectos de sua vida intelectual, de seu percurso como pesquisadora. Ao mesmo
tempo, este artigo se insere no âmbito da II Jornada em Práticas Informacionais, um
evento do grupo de pesquisa EPIC, Estudos em Práticas Informacionais e Cultura,
registrado no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e
ligado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal
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de Minas Gerais (PPGCI/UFMG), do qual a professora Adriana era líder, junto comigo. A
existência desse grupo e a consolidação de sua temática de pesquisa - práticas
informacionais - representam de maneira muito significativa a trajetória de pesquisa dela
ao longo de 13 anos. Não foi o único campo de pesquisa ao qual ela se dedicou, mas foi,
com certeza, o principal. Por esse motivo houve a opção de, neste artigo, apresentar a
trajetória da professora Adriana a partir da evolução das preocupações com o estudo das
práticas informacionais.
Neste sentido, cabe aqui uma pequena observação. Considerando que o
desenvolvimento da disciplina Usuários da Informação, na ECI/UFMG, e do grupo EPIC,
no âmbito do PPGCI/UFMG, foi um trabalho conjunto entre Adriana e eu, será
absolutamente impossível tratar, neste texto, apenas dela. Nossas carreiras e trajetórias
se entrelaçaram em vários momentos. Fomos verdadeiramente parceiros de ensino e
pesquisa, além de amigos. Por esse motivo, este artigo também terá um certo tom pessoal,
subjetivo. Tudo isso faz parte do processo da produção científica, inclusive as questões
pessoais e sentimentais o que torna ainda mais fascinante a descrição e o estudo da
atividade científica. É a partir deste enquadramento que se propõe, a seguir, um mergulho
em como se desenvolveu, na ECI e no PPGCI/UFMG, o pensamento que levou dos estudos
de usuários da informação à perspectiva das práticas informacionais e suas interrelações
com a cultura.
2 O COMEÇO DE TUDO: ESTUDOS DE USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
É sempre difícil demarcar quando é o “início” de uma história. Trata-se de uma
decisão arbitrária, uma escolha. Em nosso caso, contudo, um marco que claramente
pode significar um ponto de partida. Em 2005, a ECI/UFMG abriu um concurso para uma
vaga de professor adjunto da área de Usuários da Informação. Havia vários candidatos,
entre eles, Adriana e eu. Após a realização das provas, fomos ambos aprovados. A
ECI/UFMG ganhou mais uma vaga e foi decidido que seríamos os dois contratados. Em
2006, éramos, nós dois, professores desta área na escola, para ministrar a disciplina junto
ao curso de biblioteconomia (para as turmas do matutino, do vespertino e do noturno) e
o recém-criado sistemas de informação no Instituto de Ciências Exatas.
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O primeiro desafio que se colocava então era o de decidir como deveria ser o
programa dessa disciplina quais conteúdos, quais textos, quais unidades programáticas,
quais atividades e todos didáticos. Não nos conhecíamos até acontecer o concurso mas,
uma vez contratados como professores, imediatamente começamos uma relação amistosa
e decidimos que iríamos ministrar a mesma disciplina, isto é, que iríamos montar um
programa comum a ser usado por ambos.
Consultamos os programas da disciplina que haviam sido ministrados até então,
na escola, e também programas ministrados em outras universidades. Numa avaliação
geral, nos pareceu que a disciplina tinha um perfil bastante instrumental, como uma
espécie de apoio para a gestão de bibliotecas e unidades/sistemas de informação. A maior
parte dos conteúdos de praticamente todos os programas era relacionado a métodos
quantitativos de coleta e tratamento de dados sobre perfil de usuários e
diagnóstico/avaliação de bibliotecas e sistemas de informação, mapeando usos,
frequências, indicadores de satisfação, itens de necessidade. Nossa primeira avaliação era
de que a área tinha potencial para ser muito mais do que isso, sem prejuízo destes
conteúdos. Percebemos a ausência de uma fundamentação teórica e conceitual para esses
estudos. De uma forma geral, havia apenas uma definição instrumental de conceitos como
requisito, demanda, necessidade e uso; uma apresentação também instrumental de
métodos de coleta de dados e algumas noções de estatística para o tratamento descritivo
dos dados; e a articulação com algumas noções de planejamento de bibliotecas, para o
aproveitamento dos dados levantados.
Colocamo-nos o desafio de construir um outro tipo de programa para a disciplina.
Para tanto, iniciamos uma busca na literatura da área. De maneira imediata, o que mais
chamou nossa atenção foi a existência de uma relevante e extensa produção científica
naquilo que era chamado “abordagem cognitiva” ou “abordagem alternativa” de estudos
de usuários, principalmente os trabalhos em teoria sense-making de Brenda Dervin, o
modelo information seeking process de Carol Kuhlthau, os modelos de comportamento
informacional de Tom Wilson e o modelo integrativo de Chun Wei Choo. conhecíamos
algumas dessas teorias e autores, mas nos espantou o fato de que suas contribuições até
então estávamos em 2006 eram pouco ou nada incorporadas nos programas de
disciplinas de Usuários da Informação no Brasil. A primeira decisão que tomamos foi a de
incorporar essa abordagem com praticamente o mesmo grau de importância da
abordagem quantitativa instrumental até então em vigor. A disciplina teria, então, dois
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momentos distintos: introdução, apresentação e exemplificação da primeira abordagem,
a “tradicional”; e o mesmo conteúdo para a abordagem “alternativa”.
Ainda nos parecia pouco. Sentíamos falta de uma fundamentação conceitual para
cada uma das abordagens, que demonstrasse de onde vinham os conceitos, os métodos de
estudo, os objetivos de cada uma. Foi a partir dessa preocupação que nos dedicamos a um
questionamento e um aprofundamento teórico em cada uma das abordagens. No caso da
abordagem dita tradicional, o movimento foi o de buscar compreender o positivismo e o
funcionalismo, as duas matrizes teóricas dessa abordagem. Mergulhamos nos
fundamentos das ciências humanas e sociais para apontar os elementos centrais dessas
matrizes, bem como as suas apropriações por parte dos estudos de usuários da
informação. O positivismo, como se sabe, representa a transposição, para as ciências
humanas e sociais, do mesmo modo de raciocínio das ciências naturais (exatas e
biológicas). Isso significa a concepção de que a realidade possui um fundamento nela
mesma, isto é, que pode ser objetivamente compreendida pelo método científico; a
pressuposição de que a realidade é composta por regularidades, que podem ser expressas
em leis; e que os aspectos da realidade relevantes são aqueles que podem ser observados
e quantificados. Já o funcionalismo, que é uma vertente ou aplicação dos princípios
positivistas, baseia-se numa concepção organísmica da realidade humana, isto é,
compreendo as ações, instituições e atores humanos como parte de uma estrutura maior
exercendo determinadas funções ou tarefas para a manutenção do equilíbrio dessa
estrutura (ou, eventualmente, desempenhando determinadas disfunções).
No caso da abordagem dita alternativa, buscamos nos trabalhos dos autores mais
destacados os seus fundamentos, e encontramos elementos relacionados ao
construtivismo, ao interacionismo simbólico, à fenomenologia e à etnometodologia. São
todas abordagens das ciências humanas e sociais que se construíram em oposição ao
positivismo, calcadas nas ideias de que a causalidade dos fenômenos humanos e sociais é
distinta dos fenômenos naturais (o ser humano é um sujeito consciente das suas ações,
possui intencionalidade, atribui significado ao que faz) e que o caráter situacional e
contextual dos fenômenos é decisivo (os fenômenos são profundamente imbricados nas
realidades econômicas, culturais, politicas nos quais se inserem). Decidimos, portanto,
que a disciplina deveria incluir e contemplar aspectos relacionados tanto ao positivismo
e ao funcionalismo quanto às perspectivas compreensivas e fenomenológicas, buscando
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ver as contribuições delas para o desenho do campo de estudos de usuários da
informação.
Outra questão que nos parecia fundamental é que a disciplina não deveria ser
apenas teórica, mas envolver também um trabalho de efetiva pesquisa por parte dos
alunos. Nos programas que havíamos analisado, havia sempre a previsão de um trabalho
de campo a ser realizado pelos alunos. Como nosso programa estava dividido em duas
partes, concluímos que deveria haver dois trabalhos de campo, ou um trabalho de campo
em dois momentos: um com uma pesquisa seguindo os moldes da abordagem tradicional,
outro a partir dos parâmetros da abordagem cognitiva. Isso implicava a compreensão de
duas maneiras de aproximação da realidade: uma basicamente quantitativa, buscando
dados sociodemográficos dos usuários, indicadores de uso, de frequência, de satisfação; e
outro buscando significados, interpretações, impressões, por parte dos sujeitos.
Uma vez concluída essa primeira tarefa, resolvemos ministrar em conjunto a
disciplina no segundo semestre de 2006: ela assistindo às minhas aulas, eu assistindo às
aulas delas. Fazíamos a seguir uma sessão de críticas e comentários, íamos incorporando
um do outro sugestões, exemplos, métodos, e fomos com isso consolidando a maneira
como a disciplina seria ministrada daí em diante e também sua importância dentro dos
cursos de biblioteconomia e sistemas de informação, e dentro da área de ciência da
informação. Nos preocupamos também em mostrar para a comunidade científica o nosso
trabalho. Resolvemos apresentar um pouco de nossas inquietações com a área em
congressos científicos (ARAÚJO, 2007; ARAÚJO, 2008; ARAÚJO; JILOCHKIN; SIRIHAL
DUARTE, 2008; SIRIHAL DUARTE, 2011) e, depois, resolvemos apresentar a maneira
como se deu esse processo de construção da disciplina (ARAÚJO, 2009; ARAÚJO, 2010b;
SIRIHAL DUARTE, 2012; ARAÚJO; SIRIHAL DUARTE, 2014; ARAÚJO, 2014b).
3 A AMPLIAÇÃO DAS QUESTÕES: DE 2008 A 2014
Nos anos seguintes, novos desafios foram se apresentando. As primeiras
apresentações em congressos e publicações em periódicos provocaram interlocuções
interessantes com outros pesquisadores brasileiros. Percebemos que havia uma grande
produção científica relevante sobre o assunto, embora não sob a designação de “usuários
da informação” estudos em mediação da informação, competência informacional,
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informação e cultura, informação e sociedade, entre outros. Particularmente no âmbito
do grupo de trabalho 3 (GT 3 Mediação, circulação e apropriação da informação) da
ANCIB, a Associação Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, pesquisadores
vinham apresentando resultados de pesquisas com temas e contribuições fundamentais
para se entender os usuários da informação, ainda que não usassem essa expressão. Era
preciso conhecer essa produção, estabelecer diálogos com ela e incorporar suas
contribuições, como foi feito, por exemplo, em SIRIHAL DUARTE (2009) e ARAÚJO (2012).
Um outro desafio se deu quando a ECI/UFMG criou, em 2008, o curso de graduação
em arquivologia e, em 2009, o curso de graduação em museologia. Usuários da informação
era uma disciplina presente nos dois cursos, e era preciso adaptar o programa da
disciplina para incorporar questões, aspectos e demandas destas áreas de conhecimento.
Começamos, então, a ler, discutir e estudar questões relativas a estudos de usuários de
arquivos e estudos de público de museus, de forma a ampliar o escopo conceitual e teórico
da disciplina de Usuários da Informação (ARAÚJO, 2013; 2014a)
Além disso, começamos algumas interlocuções internacionais, o que nos conduziu
a uma série de questionamentos e descobrimentos. A primeira dessas interlocuções se
deu com Martha Sabelli, pesquisadora da Universidad de la Republica, Uruguai. Mas foi
2014 o ano decisivo. Neste ano, resolvemos enviar um trabalho para o ISIC: The
information behaviour conference, o evento mais importante do mundo na área de
usuários da informação, que iria acontecer em Leeds, Inglaterra. Escrevemos junto o
artigo e o enviamos. O trabalho foi aprovado (ARAÚJO; SIRIHAL DUARTE, 2014) e
viajamos para a Inglaterra para participar do evento. Foi uma experiência decisiva.
Conhecemos pesquisadores da Europa, da América, da Ásia e da África. Assistimos a
apresentações muito distintas, com referenciais teóricos e objetos empíricos muito
diferentes. Nos identificamos com alguns, claramente não nos agradaram outros. Mas a
experiência foi importante para nos situarmos em relação à produção científica mundial.
Naturalmente, conhecíamos muito dessa produção pelas leituras, mas estar em
interação face a face com os pesquisadores, e acompanhar tanto as apresentações quanto
os debates, foi fundamental. Na volta da Inglaterra, ainda passamos pela Espanha, para
alguns dias de reunião com Aurora González Teruel, pesquisadora da área vinculada à
Universitat de Valencia. Assim como o contato com Martha Sabelli, este outro momento
de diálogo foi decisivo para pensarmos sobre nossa proposta própria para a área, sua
inserção no campo como um todo e sua especificidade.
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Por fim, cabe destacar a ampliação do quadro conceitual que experimentamos ao
longo destes anos, com a incorporação de uma terceira maneira de se estudar os usuários,
situada num quadro teórico distinto das abordagens “tradicional” e “alternativa”. O
modelo cognitivo, com sua lógica mecânica baseada na ideia de estímulo/resposta, sua
apreensão dos sujeitos unicamente a partir de suas cognições e isolados de sua vivência
social, não pareciam responder adequadamente às demandas de nossas pesquisas, nem
mesmo combinar com nossos referenciais calcados no construcionismo e na
fenomenologia.
Essa ampliação se deu com o tensionamento da categoria “usuário da informação”
por meio de duas categorias, “sujeito” e informação”. Na perspectiva dos sujeitos,
aprofundamos as leituras e estudos nas ciências sociais e humanas em torno do
entendimento das três grandes correntes de estudo que as compõem: a
positivista/funcionalista, a crítica/marxista e a compreensiva/fenomenológica. Do ponto
de vista da informação, avançamos nos fundamentos da ciência da informação, a partir do
estudo das três grandes perspectivas de estudo que compõem a área: a fisicista, a
cognitivista e a pragmaticista ou sociocultural. Esse foi, aliás, o trabalho que apresentamos
em Leeds e sobre o qual buscamos o escrutínio da comunidade internacional. Tratava-se
de perceber que o estudo do sujeito informacional perpassava dois quadros de referência
distintos (três modelos de estudo dos sujeitos; três modelos de estudo da informação)
resultando num quadro complexo de possibilidades de estudo e pesquisa.
Durante esse processo, foi ficando portanto cada vez mais clara nossa insatisfação
com o modelo cognitivo ou “alternativo” de estudos de usuários, em termos de seu poder
explicativo. Vínhamos, intuitivamente, apontando alguns caminhos alternativos de
estudo, que fomos desenvolvendo ao longo dos anos uma perspectiva fenomenológica
(GANDRA; SIRIHAL DUARTE, 2012), interacionista (ARAÚJO, 2010a), vinculada ao
paradigma social da ciência da informação (ARAÚJO, 2010b; ROCHA; SIRIHAL DUARTE,
2013; MOREIRA; SIRIHAL DUARTE, 2016), ao pensamento crítico (PINTO; ARAÚJO,
2012), à cognição distribuída (ROCHA; PAULA; SIRIHAL DUARTE, 2016) e à abordagem
clínica da informação (ANTUNES; PAULA; SIRIHAL DUARTE, 2016).
E foi nesse momento, nos debates internacionais, nas leituras sobre o assunto, nos
congressos, nas pesquisas, que descobrimos a abordagem das “práticas informacionais”.
Conhecemos alguns autores, alguns textos, e percebemos que estava aí a possibilidade de
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avançarmos em nossas preocupações e fazer confluir nossas possibilidades de
constituição de um campo de pesquisa que atendia nossos interesses.
4 A CONSOLIDAÇÃO DE UMA PROPOSTA: A CRIAÇÃO DO EPIC
Como resultado de todos esses processos, resolvemos, Adriana e eu, criar um
grupo de pesquisa no final de 2014. Na verdade, desde 2007 tínhamos grupos de
estudos com nossos orientandos de mestrado e doutorado do PPGCI/UFMG. Esses grupos
funcionavam de maneira informal, às vezes com uma agenda de encontros mais intensa,
algumas vezes menos, dependendo da quantidade de mestrandos ou doutorandos
envolvidos com a temática. Nesse período, orientamos dissertações e teses com
realidades empíricas muito variadas, tais como profissionais do sexo (SILVA, 2008),
ouvintes assíduos de rádio (PESSOA, 2010), professores da rede municipal (PINTO, 2012),
bibliotecários no trabalho de indexação (ALONSO, 2012), bibliotecários realizando
estudos de usuários (SEPÚLVEDA, 2012), pessoas da terceira idade (GANDRA, 2012),
deficientes visuais (ROCHA, J., 2013), bibliotecários na atividade de indexação (ARAÚJO,
E., 2013), diferentes profissionais da informação (ROCHA, E., 2013) e usuários de um
sistema de informação de extensão universitária (TERTO, 2013). Tais pesquisas
buscavam avançar numa perspectiva além das abordagens tradicional e cognitiva, mas
não havia ainda uma proposta única, um referencial comum, senão fragmentos de
aproximações.
A ideia de trabalhar com práticas informacionais nos situava no âmbito de um
movimento internacional que se construiu no campo de estudos de usuários da
informação - representado por, entre outros, pesquisadores da Finlândia como Reijo
Savolainen, Sanna Talja e Kimmo Tuominem; da Suécia, como Annemarie Lloyd; e do
Canadá, como Pam McKenzie). Ao mesmo tempo, nossas pesquisas empíricas e reflexões
epistemológicas nos apontavam para uma certa originalidade no campo, mobilizando
determinadas categorias e formas de compreensão específicas que nos aproximavam,
principalmente, do conceito de cultura e de uma abordagem mais antropológica. Em
função disso, e como forma de amarrar todas essas questões (nossos diálogos no GT 3 da
Ancib, com os parceiros internacionais, com nossas próprias percepções conceituais e as
pesquisas que orientávamos) surgiu a ideia de criar o grupo, associando as duas ideias,
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práticas informacionais e cultura. Logo no início, juntou-se ao grupo o professor Cláudio
Paixão Anastácio de Paula, que vinha realizando diversas parcerias conosco, e a
professora Eliane Cristina de Freitas Rocha, recém-empossada como professora na ECI e
que havia feito o doutorado sob orientação da Adriana. A ideia de “grupo” nos animava
imensamente: a possibilidade de trabalhar em conjunto, compartilhar ideias e leituras,
construir conjuntamente nossa perspectiva, aproveitando as singularidades e
competências de cada um. Também nesse momento foi definida a marca do grupo,
apresentada abaixo:
Figura 1 Logomarca do EPIC.
A partir de 2015 o grupo passou efetivamente a existir, e nos unimos em torno da
consolidação e clarificação de uma perspectiva que deveria ser nossa, original, e que
poderia ser uma referência para as novas pesquisas a serem realizadas dali em diante.
Isso de fato aconteceu, e desde então um conjunto de novas pesquisas foi realizado,
também com realidades empíricas muito diversas tais como nativos digitais (ANTUNES,
2015), docentes e discentes em relação de orientação (SÁ, 2015), formação dos
arquivistas (VAZ, 2015), mães de crianças alérgicas (BARROS, 2016), clientes de serviços
de estética (VASCONCELOS, 2016), visitantes de museu (GANDRA, 2017), detentas
grávidas (BARBOSA, 2017), usuários de redes sociais interagindo a partir de
acontecimentos políticos (BERTI, 2018), nativos digitais na biblioteca escolar (PAIVA,
2018), pesquisadores de um instituto de pesquisa (ROCHA, 2018), blogueiros literários
(SÁ, 2018) e bibliotecários de serviços de referência (LIMA, 2018).
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A existência do grupo de pesquisa também foi importante no sentido da nossa
internacionalização. Passaram a fazer parte formalmente do grupo as professoras Martha
Sabelli (Uruguai) e Aurora González Teruel (Espanha), e um primeiro trabalho em
conjunto foi apresentado no XI Encontro de Diretores e X Encontro de Docentes de Escolas
de Biblioteconomia e Ciência da Informação do Mercosul (SIRIHAL DUARTE; SABELLI;
GONZÁLEZ TERUEL; ROCHA; ARAÚJO, 2016). Pouco depois ingressaram no grupo Silvia
Albornoz, da Universidad Nacional de La Plata, Argentina, e Edilma Naranjo, da
Universidad de Antioquia, Colômbia.
Enquanto grupo, e engajados num processo efetivo de colaboração e construção
coletiva, sintonizamos nossa proposta de pesquisa com as perspectivas contemporâneas
da ciência da informação e com as discussões teóricas em práticas informacionais, a partir
do conceito de intersubjetividade, buscando um equilíbrio entre as dimensões coletivas e
individuais dos fenômenos informacionais, contemplando também as questões
emocionais e afetivas envolvidas nos processos, as dinâmicas de significação e produção
de sentidos, a importância do enraizamento das práticas nos contextos nos quais tomam
existência e o caráter ativo dos sujeitos. Nos apropriamos de diferentes conceitos, como
conhecimento, imaginação, sociabilidade, identidade e práxis, e as reconstruímos como
rede conceitual em torno das ideias de práticas informacionais e cultura.
O EPIC atingiu seu ponto mais alto de consolidação em 2018, quando realizou em
março a I Jornada em Práticas Informacionais. Foram convidados palestrantes de distintas
áreas para tratar de temas como praxiologia, construcionismo social, interacionismo
simbólico, representações sociais e etnografia. Também foram ministradas palestras das
pesquisadoras estrangeiras do grupo sobre seus temas de pesquisa. Os debates foram
ricos e sinalizaram a maturidade das nossas questões. Em 2018 também o grupo acolheu
dois pesquisadores em realização de estágio de pós-doutorado.
Nos últimos anos, algumas publicações de membros do grupo demonstraram essa
maturidade da nossa proposta de pesquisa (ARAÚJO, 2016; ROCHA; GANDRA; ROCHA,
2017; ARAÚJO, 2017; BERTI; ARAÚJO, 2017; SIRIHAL DUARTE; ARAÚJO; PAULA, 2017;
ROCHA, SIRIHAL DUARTE; PAULA, 2017; ROCHA; GANDRA, 2018; ARAÚJO; SIRIHAL
DUARTE; DUMONT, 2019). Hoje, o EPIC é um grupo consolidado, com a participação de
dez pesquisadores doutores, membros de outros quatro países, parcerias com
professores de várias universidades brasileiras, e ao qual se vinculam diversos alunos de
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iniciação científica, mestrado e doutorado, além de profissionais bibliotecários,
arquivistas e museólogos atuantes em diferentes instituições.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta deste artigo foi discutir o percurso intelectual e profissional de Adriana
Bogliolo, a partir de sua atuação no campo dos estudos de usuários da informação, até a
chegada à perspectiva das práticas informacionais. Contudo, a vida de um pesquisador
nunca é centrada em apenas uma temática, um aspecto. Adriana, ao longo de sua carreira,
ministrou aulas, pesquisou e publicou sobre diversos outros temas, nos quais tem
contribuições significativas: inclusão digital, leitura e formação do leitor, biblioteca
escolar, livro eletrônico, extensão universitária. Cada um deles renderia um outro artigo.
Não caberia desenvolver nada sobre tais tópicos, nos limites deste texto.
Ao mesmo tempo, ao falar da trajetória dela rumo às práticas informacionais, é
impossível falar apenas dela. É preciso mencionar seus parceiros, seus orientandos, seus
alunos, seus interlocutores. Ninguém faz ciência só, assim como não vivemos sós. Vivemos
imersos em redes de relações, de influências, de aprendizados, de parcerias. E, na verdade,
essa é talvez a principal contribuição da professora Adriana. Para além de toda a sua
produção com textos, apresentações, aulas e debates, Adriana foi uma amiga e
companheira, parceira, atenciosa, generosa e muito comprometida. E é com essa imagem,
parte significativa do que ela foi, que gostaria de terminar esse texto.
REFERÊNCIAS
ALONSO, L. F. C. A. Manifestações externas
na indexação: uma construção social da
realidade. 2012. Dissertação (Mestrado em
Ciência da Informação) Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
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