ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA PUBLICADA NA REVISTA
INFORMAÇÃO & SOCIEDADE NO PERÍODO DE 2011 A 2017
BIBLIOMETRIC ANALYSIS ON SCIENTIFIC PRODUCTION PUBLISHED BY THE INFORMAÇÃO &
SOCIEDADE JOURNAL FROM 2011 TO 2017
Ana Cláudia Carvalho de Miranda¹
Bruno Duarte Freire²
Nadia Aurora Vanti Vitullo³
¹ Mestra em Administração pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Graduada em Biblioteconomia pela Universidade
Federal do Ceará (UFC).
E-mail: anaclaudia.biblio@gmail.com
² Graduado em Biblioteconomia pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN). Técnico em Logística pela UNINASSAU.
E-mail: freireduarte@yahoo.com
³ Pós-Doutora pela Universidad Carlos III de
Madrid. Doutora em Comunicação e Informação
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS).
E-mail: nadia.ufrn@gmail.com
ACESSO ABERTO
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Internacional.
Conflito de interesses: A autora declara que
não há conflito de interesses.
Financiamento: Não há.
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neste artigo.
Recebido em: 29/07/2019.
Aceito em: 13/09/2019.
Revisado em: 15/11/2019.
Como citar este artigo:
MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho de; FREIRE,
Bruno Duarte; VITULLO, Nadia Aurora Vanti.
Análise bibliométrica da produção científica
publicada na revista Informação & Sociedade no
período de 2011 a 2017. Informação em Pauta,
Fortaleza, v. 4, n. 2, p. 101-120, jul./dez. 2019.
DOI: 10.32810/2525-
3468.ip.v4i2.2019.41709.101-120.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo traçar o perfil
dos autores e caracterizar os artigos publicados
na Revista Informação e Sociedade: Estudos,
entre 2011 a 2017, atualizando estudos
anteriores realizados. Para tanto, realizou-se
uma pesquisa documental no acervo on-line da
revista, por meio do levantamento da produção
acadêmica publicada, neste recorte temporal e,
posteriormente, fez-se uma análise bibliométrica.
Entre os principais resultados encontrados,
destaca-se que a maioria dos artigos são
publicados em coautoria, exigindo-se que pelo
menos um dos autores tenha a titulação de
doutor. Além disso, verificou-se um crescimento
exponencial na quantidade de artigos publicados
em 2017, com ênfase para os relatos de pesquisa.
Sobre as 7.626 referências encontradas,
verificou-se o seguinte resultado: a tipologia mais
identificada é o livro; o periódico mais citado foi
a revista Ciência da Informação; e o idioma mais
frequente nos artigos é o português. com
relação a periódicos internacionais, cumpre
informar que os seis mais citados possuem
estrato A1 no Qualis. Conclui-se, portanto, que o
presente estudo permitiu uma análise mais
detalhada da produção científica publicada ao
longo dos anos investigados, ratificando outros
estudos que apontam que a revista I&S
representa um instrumento importante de
divulgação do conhecimento para a Ciência da
Informação e áreas afins, em razão do excelente
nível dos artigos publicados.
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v. 4
n. 2
jul./dez. 2019
ISSN 2525-3468
DOI: https://doi.org/10.32810/2525-3468.ip.v4i2.2019.41709.101-120
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Miranda; Freire; Vitullo | Análise bibliométrica da produção científica da Revista I&S
Inf. Pauta, Fortaleza, CE, v. 4, n. 2, jul./dez. 2019 | ISSN 2525-3468
Palavras-chave: Análise bibliométrica. Análise
de referências. Produção científica. Informação &
Sociedade: Estudos.
ABSTRACT
This work aims to profile of authors and point out
characteristics of articles published in the
scholarly journal Informação & Sociedade:
Estudos between 2011 to 2017. Thus, a
bibliographic research was realized considering
the journal´s online collection. A survey was done
regarding the published academic production in
the time frame followed by a bibliometric
analysis. Amongst the main results, it was seen
that the great majority of articles are published in
co-authoring pattern, requiring at least one of the
authors to have a PhD. In addition to this, there
was an exponential growth in the number of
articles published in 2017, with emphasis on
research reports. Of the 7,626 references, the
most common were books, the most cited
periodical was the Ciência da Informação; and
Portugues was the most common language.
Regarding international journals, it should be
noted that the six most cited have A1 strata.
Therefore, it is possible to conclude that the
present study allowed a more detailed analysis of
the scholarly production published during the
cited time frame as well as to confirm previous
studies, that the journal represents an important
knowledge dissemination tool for Information
Science and related areas due to the excellent
level of published articles.
Keywords: Bibliometric analysis. Bibliographical
analysis. Scholarly production. Informação &
Sociedade: studies.
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas do século XV logo após a revolução industrial , ocorreu o
avanço da imprensa de tipos móveis de Gutenberg, ocasionado a difusão da informação
que, por sua vez, colaborou com o aumento da produção e da circulação do conhecimento.
Em razão disso, deu-se início à transformação na história da transmissão de saberes
(TOMÁS, 2005). Assim, o desenvolvimento da ciência ocorreu de forma concomitante a
invenção da imprensa, pois havia troca de documentos (cartas, monografias e livros),
preferencialmente, em latim, língua utilizada na Europa de então pelas pessoas cultas.
As primeiras revistas científicas surgiram no início do século XVII, na Europa, com
a criação das sociedades e academias científicas, as quais tinham como objetivo reunir
especialistas para comentar e discutir temas de interesse acadêmico ou social.
Atualmente, vivemos na Era da Informação e do Conhecimento, a qual é marcada
pelo fluxo constante na produtividade de novos conhecimentos acadêmicos como
elemento decisivo no processo global de desenvolvimento, gerando um ambiente
favorável para os avanços científicos e tecnológicos, considerando a informação como
fator relevante da publicação científica, mais especificamente os periódicos.
Nesse sentido, Miranda, Carvalho e Ramos (2016, p. 578) enfatizam que ‘‘a
comunicação científica é uma das etapas do processo da produção do conhecimento’’
devido à importância de divulgação do conhecimento científico. A esse respeito, Targino
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(2007) considera que a comunicação científica é imprescindível para que a produção
científica se expanda, ultrapassando mais rapidamente as fronteiras da comunidade de
usuários, de forma a evitar que tal produção se torne algo de proveito nulo ou restrito.
No Brasil, a produção científica cresce expressivamente em todos os campos do
conhecimento. De acordo com o relatório do último censo realizado pelo Diretório dos
Grupos de Pesquisa do CNPq realizado em 2016 , existem 199.566 pesquisadores
cadastrados no país, distribuídos em 37.640 grupos de pesquisa e atuando em 530
instituições.
Digiampietri et al. (2012) reconhecem o crescimento exponencial da produção
científica no Brasil nas últimas décadas, pois tal fato estimula o interesse em compreender
o desenvolvimento contínuo dessa produção no cenário nacional.
Hoje, sabe-se que o processo científico tem experimentado transformações
significativas na forma de coletar, de organizar, de produzir e, especialmente, de difundir
a informação e o conhecimento. De acordo com Gallotti (2017), a difusão da informação e
do conhecimento advém da comunicação científica, que é a sua essência. Nessa
perspectiva, Garvey (1979) ressalta que a disseminação da informação permite que o
conhecimento seja referendado, validado e reutilizado, gerando inovação e
desenvolvimento.
Para acompanhar a evolução da ciência, as revistas científicas se modernizaram a
fim de dar maior visibilidade e atender de forma satisfatória à comunidade acadêmica
mediante os meios eletrônicos, sendo um desafio constante frente aos avanços
progressivos do uso da Internet, cada vez mais frequente.
Seguindo nessa mesma linha, Krzyzanovski e Ferreira (2003) e Strehl (2005)
afirmam que o crescente número de novos periódicos científicos nos diferentes suportes,
em conjunção com a proliferação de artigos publicados, requer aperfeiçoamentos
permanentes nos instrumentos de avaliação.
Dessa forma, decidiu-se eleger o periódico científico Informação & Sociedade:
Estudos (I&S), com o recorte temporal dos artigos publicados no período de 2011 a 2017,
para realizar um estudo bibliométrico. Sabe-se que, desde o início, este periódico já
publicava artigos de elevado padrão acadêmico, e, progressivamente, foi se
transformando em uma importante publicação científica especialmente nas áreas de
Comunicação e Informação. Este foi, portanto, o impulso que se levou em conta para
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analisar e mapear, entre outros itens, o perfil dos autores e das referências citadas em
artigos publicados no periódico.
Feita essa breve explanação, abordar-se-á, na próxima seção, a metodologia
utilizada nesta pesquisa.
2 METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido, inicialmente, por meio de uma pesquisa
documental no acervo da revista I&S, em que se fez um levantamento da produção
acadêmica publicada no período de 2011 a 2017. Na visão de Fachin, a pesquisa
documental corresponde:
[...] a toda informação de forma oral, escrita ou visualizada. Ela consiste na coleta,
classificação, seleção difusa e utilização de toda espécie de informações,
compreendendo também as técnicas e os métodos que facilitam a sua busca e a
sua identificação (FACHIN, 2005, p. 136).
Posteriormente, para análise e tratamento dos dados investigados referentes a
cada artigo, utilizou-se a Bibliometria que, segundo Guedes e Borschiver (2005),
quantifica, descreve e prediz o processo de comunicação escrita. Nessa etapa, realizou-se
um fichamento de cada artigo para extrair as seguintes variáveis para análise, a saber: (i)
perfil da autoria (gênero, número de autores por artigo e titulação); (ii) tipologia das
publicações; (iii) número de referências empregadas por artigos; (iv) quantidade de
referência por tipo de fonte de informação; (v) periódicos nacionais e internacionais mais
citados; e (vi) idioma dos artigos.
3 REVISTA CIENTÍFICA INFORMAÇÃO & SOCIEDADE: estudos
Os cursos de pós-graduação normalmente procuram manter um periódico científico
para que professores, alunos e pesquisadores possam divulgar trabalhos resultantes do
processo de ensino, tais como: pesquisas de graduação, mestrado, doutorado e pós-
doutorado.
Nessa esteira, a revista I&S é um periódico da área da Ciência da Informação,
vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade
Federal da Paraíba, em circulação desde 1991. Atualmente é uma das três revistas
brasileiras da área de Ciência da Informação incluídas no Journal Citation Reports (JCR
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Web), do Institute for Scientific Information (ISI Web of Knowledge) (INFORMAÇÃO &
SOCIEDADE: ESTUDOS, 2019).
A I&S está classificada no quadriênio 2013-2016 pelo Qualis Periódicos”, sistema
que avalia os periódicos acadêmicos no Brasil, da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) em 12 áreas de avaliação, a saber: com o conceito A1,
na área de Comunicação e Informação: B1, nas áreas de Administração Pública e de
Empresas, Ciências Contábeis e Turismo, Arquitetura, Urbanismo e Design, Ciências
Ambientais, Educação e Interdisciplinar; B2, nas áreas de Enfermagem, Engenharia III e
Antropologia/Arqueologia; B4, em Biotecnologia; e B5, para as áreas Letras/Linguística e
Medicina Veterinária. (CAPES, 2018).
Em 16 julho de 2019, a Capes divulgou por meio do Ofício 6/2019-
CGAP/DAV/CAPES os novos estratos Qualis estabelecidos para avaliação dos periódicos
científicos, tomando por base os indicadores que consideram o mero de citações do
periódico dentro de três bases: Scopus (CiteScore), Web of Science (Fator de Impacto) e
Google Scholar (índice h5). Foi levada em consideração a categoria de área que cada base
enquadra o periódico e a sua posição relativa dentro dela. Assim, o valor absoluto não foi
considerado, mas sim o percentil que o periódico dentro das categorias. Dessa forma, caso
a lista preliminar fornecida pela Capes seja definitiva, a revista I&S passará a classificada
como A2. (CAPES, 2019).
Seu objetivo é divulgar trabalhos que representem contribuição para o
desenvolvimento de novos conhecimentos em Ciência da Informação, Biblioteconomia em
suas diversas subáreas e interfaces entre pesquisadores, docentes, discentes e demais
profissionais, independente de vinculação profissional e local de origem.
Possui abrangência nacional e internacional, adotando a estrita revisão por pares.
Por ser uma publicação vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da UFPB, a revista adota uma política editorial de distribuição da produção
local de modo a não privilegiar autores internos, conforme se observa nos sumários em
todo período estudado. A política editorial da I&S está aberta a variadas perspectivas
pelas quais os cientistas da informação observam a informação na sociedade.
A expectativa é de que a revista contribua para trocas comunicativas sobre relatos
de estudos, reflexões e proposições dos cientistas da informação do Brasil e do mundo. A
I&S é de livre acesso e possuiu periodicidade quadrimestral desde 2007, mas, em 2019,
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passou a ser publicada trimestralmente, sendo indexada em importantes bases de dados,
como a CLASE; DOAJ; Infobila; Latindex; Lisa; Web of Science Portal da
Capes; OAister; Scopus/Elsevier. Ao longo de sua trajetória, a I&S caracterizou-se pela
regularidade e qualidade dos artigos publicados, pela correção e rigor editorial, além da
abrangência nas abordagens dos conteúdos e da procedência institucional dos autores.
(INFORMAÇÃO & SOCIEDADE: ESTUDOS, 2019).
Ultimamente, avança a preocupação com a segurança de objetos digitais na Internet.
Para tanto, foi criado o Digital Object Identifier System (DOI) que, por sua vez, é um
instrumento que possibilita localizar e acessar materiais na web, principalmente,
publicações periódicas e obras protegidas por copyright, muitas das quais localizadas em
bibliotecas virtuais (BARROS, CASTRO e ARELLANO, 2018). Assim, a inserção do DOI na
revista I&S iniciou-se, em 2017, assumindo um compromisso no qual os artigos
publicados não vão mudar de localização ou, caso mudem, tomarão o redirecionamento
necessário.
No próximo tópico, serão exibidos os principais resultados obtidos na pesquisa
realizada, por meio da utilização de tabelas, sobre as quais se fará uma análise do ponto
de vista da estatística, assim como uma interpretação crítica.
4 RESULTADOS
Nesta seção, são apresentados os resultados da pesquisa a partir dos dados
coletados entre 2011 a 2017, incluindo primeiramente o perfil dos autores: gênero,
número de autores por artigo e titulação; seguido pela caracterização dos artigos:
tipologia dos textos presentes nos fascículos, número de referências utilizadas nos artigos
publicados, tipologia dos documentos referenciados nas publicações, periódicos
nacionais e internacionais mais utilizados nas referências e idioma dos artigos publicados.
4.1 Perfil dos autores
O perfil dos autores dos artigos publicados no periódico I&S (2011-2017) foi
pesquisado, levando-se em conta as seguintes variáveis: gênero (Tabela 1), quantidade de
autores por artigo (Tabela 2) e a titulação (Tabela 3).
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Tabela 1 Gênero dos autores na I&S, no período de 2011-2017
Ano da publicação
Feminino
Masculino
2011
51
32
2012
57
45
2013
52
35
2014
44
29
2015
47
33
2016
72
42
2017
92
70
Total
415
286
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
Com base na Tabela 1, pode-se perceber que, em todos os anos analisados, existe
um predomínio de autoria do gênero feminino, com 415 artigos, correspondendo a
59,20%, contra 286 do gênero masculino, representando 40,80% de um total de 701
autores que produziram artigos para a revista entre 2011 e 2017.
Nessa perspectiva, pode-se inferir que o predomínio de autores do gênero
feminino se pelo fato de os cientistas (pesquisadores) que possuem formação
acadêmica nas áreas vinculadas à Ciência da Informação (Biblioteconomia, Arquivologia,
Museologia etc.) serem, em sua maioria, mulheres. Embora nos últimos anos o ingresso
do público masculino nas áreas supracitadas tenha se expandido, ainda prevalece a maior
procura por parte das mulheres.
Tabela 2 Quantidade de autores por artigos na I&S, no período 2011-2017
Ano da publicação
1 autor
2 autores
3 autores
Mais de 3 autores
2011
6
22
6
4
2012
21
20
9
3
2013
3
19
8
6
2014
3
19
11
0
2015
8
16
8
5
2016
7
15
15
7
2017
7
29
12
7
Total
55
140
69
32
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
A Tabela 2 permite evidenciar que a maioria dos artigos publicados na revista I&S,
no período correspondente a 2011-2017, possui coautoria, com destaque para publicação
com dois autores (140), seguido de três autores (69) e depois por um autor (55).
Pode-se inferir que essa quantidade de artigos publicados em coautoria é oriunda
das pesquisas científicas discentes, como também pelo fato de a revista fonte desta
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pesquisa priorizar a publicação de artigos elaborados por autores com titulação de
doutor.
Tabela 3 Titulação dos autores na I&S, no período 2011-2017
Titulação dos
autores
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Total
Pós-doutor
2
1
2
0
0
6
1
11
Doutor
44
65
56
49
63
79
94
451
Doutorando
8
6
8
10
9
13
16
70
Mestre
16
7
8
12
10
8
13
74
Mestrando
7
7
8
2
1
4
9
38
Especialista
1
0
1
1
0
0
3
6
Graduado
3
12
3
0
2
5
2
30
Graduando
2
1
1
0
1
1
5
11
Total
83
99
87
74
86
116
143
688
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
Em relação aos dados obtidos na Tabela 3, verifica-se que a titulação da maioria
dos autores que publicaram na revista no período analisado é de doutorado, uma vez que
a I&S possui estrato Qualis A1 e tem como exigência para publicação de artigos a presença
de pelo menos um autor com tulo de doutor. Essa tendência tem sido adotada por vários
periódicos bem classificados pela Capes, a fim de garantir o alto nível das publicações
científicas por autores doutores.
4.2 Caracterização dos artigos
Nesta parte, é apresentada a caracterização dos artigos publicados na revista I&S:
Estudos, no período citado, por meio de tabelas que mostram a tipologia das
publicações (Tabela 4), o número de referências encontradas nos artigos por ano (Tabela
5), a tipologia dos documentos referenciados nas publicações (Tabela 6) e, ainda dentro
desta categoria, os periódicos mais utilizados (Tabela 7), se desdobrando em nacionais e
internacionais (Tabela 8). Por fim, a Tabela 8 nos traz os idiomas utilizados nos artigos da
revista em tela no período analisado.
A Tabela 4 apresenta o quantitativo dos artigos publicados no período analisado,
2011-2017, correspondente a cada ano e à tipologia dos textos presentes nos fascículos
referentes a cada ano de publicação mapeado.
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Tabela 4 Tipologia das publicações na I&S, no período 2011-2017
ANO
AR
MC
RE
RP
PA
TOTAL
2011
12
5
2
15
3
37
2012
13
10
4
21
1
49
2013
14
1
1
17
1
34
2014
8
6
3
15
2
34
2015
11
7
0
17
1
36
2016
11
9
2
24
0
46
2017
17
6
2
32
3
60
TOTAL
86
44
14
141
11
296
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
Legenda: AR Artigo de Revisão. MC Memórias Científicas. RE Relato de Experiência. RP Relato de
Pesquisa. PA Pesquisa em Andamento.
Das 311 publicações na I&S, foram consideradas apenas 296 conforme
demonstrado na Tabela 4, correspondendo às seguintes tipologias: artigo de revisão,
memórias cientificas, relato de experiência, relato de pesquisa, pesquisas em andamento
e ponto de vista. Cumpre informar que não foram levados em consideração 15 publicações
referentes às seguintes tipologias: resumos de dissertação, resenha, ponto de vista e
entrevistas.
Constatou-se que relato de pesquisa foi a tipologia que obteve a maior quantidade
de publicações, com 141 ocorrências, o que demonstra uma preponderância por parte dos
pesquisadores divulgando os resultados de seus estudos e investigações.
Aparece, em seguida, o artigo de revisão, com 86 casos, revelando o esforço e
interesse dos autores em realizar revisões integrativas da literatura, contribuindo para o
avanço da área da Ciência da Informação.
A esse respeito é válido mencionar o estudo anterior de Albuquerque e Dias (2012)
sobre o mapeamento do periódico I&S, em dez anos de sua trajetória, no período de 1991
a 2000. Esse mapeamento apresentou uma inversão do resultado obtido na presente
pesquisa, tendo o artigo de revisão se destacado com 187 publicações, mais do que as 124
ocorrências do relato de pesquisa.
Ramalho (2012), em sua pesquisa documental, cujo objetivo foi mapear e analisar
a presença da temática Necessidades de informação na I&S (2012), entre os anos de 2002
e 2011, identificou a produção científica publicada: a primeira colocada foi o artigo de
revisão, com 107 eventos, ficando em segundo lugar o relato de pesquisa, tendo sido
contabilizado 92 vezes. As posições atingidas quanto à tipologia das publicações, nesse
estudo, coincidem com as de Albuquerque e Dias (2012).
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Com base nos dados apresentados, é possível inferir que o crescimento dos cursos
de pós-graduação stricto sensu, nos últimos anos, tem contribuído para a maior divulgação
dos resultados de pesquisas. Tal cenário é refletido, com maior intensidade, nos
resultados correspondentes aos anos de 2016 e 2017 desta pesquisa.
4.3 Número de referências encontradas nos artigos
Os artigos publicados pela I&S devem apresentar conteúdo original e texto
normalizado conforme Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Considerando o período investigado 2011-2017, a I&S publicou um total de 296
artigos científicos em 22 fascículos, perfazendo uma média de 13,59 artigos por fascículos.
No que diz respeito às referências desses artigos, o total contabilizado foi de 7.626
ocorrências que, distribuídas entre o total de artigos publicados no período, dão uma
média de 26 referências por artigo. Conforme a Tabela 5, é possível verificar a quantidade
de referências publicadas nos artigos anualmente.
Tabela 5 Número de referências utilizadas nos artigos publicados na I&S (2011-2017)
Ano da publicação
Quantidade de artigos
publicados
Quantidade de
referências
Número de referência
por artigo
2011
37
949
26
2012
49
1098
22
2013
34
923
27
2014
34
854
25
2015
36
907
25
2016
46
1432
31
2017
60
1463
24
TOTAL
296
7626
26
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
De acordo com os dados apresentados na Tabela 5, o ano que apresentou o maior
número de artigos publicados foi 2017, o que equivale a 60. Dentre o total, nota-se um
crescimento na quantidade de artigos publicados, a partir do ano de 2015, e,
consequentemente, um aumento na quantidade de referências. No entanto, a média de
referências por artigos, com maior percentual apresentado, correspondeu ao ano de 2016
(31%) e 2013 (27%).
Vale destacar, ainda, que, apesar de no ano de 2017 terem sido publicados 14
artigos a mais do que em 2016, a revista permaneceu com publicação quadrimestral.
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Tabela 6 Tipologia dos documentos referenciados nas publicações da I&S (2011-2017)
Tipo de
Documento
Quant. de referências Valor absoluto
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
TOTAL
Livros
Livro nacional
200
253
182
213
182
287
364
1.681
Livro
internacional
74
91
120
70
127
172
153
807
Capítulo de
livro nacional
66
79
39
39
50
69
43
385
Capítulo de
livro
internacional
20
25
36
22
63
35
52
253
Total
360
448
377
344
422
563
612
3.126
Periódicos
Artigo nacional
145
186
160
171
164
223
277
1.326
Artigo nacional
não científico
(divulgado)
0
0
0
0
0
2
0
2
Artigo
internacional
223
184
158
74
167
329
291
1426
Total
368
370
318
245
331
554
568
2.774
Eventos
Trabalho em
evento nacional
8
8
5
5
4
14
8
52
Trabalho em
evento nacional
em meio
eletrônico
0
0
0
2
0
2
3
7
Trabalho em
evento
internacional
9
7
6
4
6
1
1
34
Trabalho em
evento
internacional
em meio
eletrônico
1
2
0
1
0
3
1
8
Total
18
17
11
12
10
20
13
101
Literatura
cinzenta
Monografia
3
2
3
6
1
2
2
19
Dissertação
24
25
21
26
13
29
29
167
Tese
17
28
10
18
19
28
17
137
Total
44
55
34
50
33
59
48
323
Miscelânea
Anais
37
47
49
27
21
101
52
334
Legislação
16
16
12
12
7
1
13
77
Norma
6
9
0
12
4
7
3
41
Obra de
referência
12
4
4
4
8
17
3
52
Obra de
referência em
meio
eletrônico
0
0
2
0
0
0
0
2
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Tipo de
Documento
Quant. de referências Valor absoluto
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
TOTAL
Documento
somente em
meio
eletrônico
38
78
98
120
58
48
141
581
Outros
50
55
18
28
13
62
10
236
Total
159
208
183
203
111
236
222
1.302
Total
949
1.098
923
854
907
1.432
1.463
7.606
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
A análise da tipologia dos documentos mencionados nas 7.606 referências dos
artigos publicados, apresentada na Tabela 6, demonstra que 3.126 referências
correspondem a livros nacionais e internacionais, com maior destaque para os livros
nacionais, com 1.681 ocorrências. Em seguida, estão os periódicos nacionais e
internacionais (2.732), com destaque para os internacionais com 1.426 referências. Os
demais tipos de materiais representam 1.748 dos casos.
Costa e Vanz (2010) desenvolveram uma análise de citações da produção
intelectual do corpo docente do Departamento de Ciência da Informação na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Os dados obtidos pelas autoras evidenciaram, também, que
os documentos mais mencionados nas citações foram os livros e, em seguida, os
periódicos, resultados semelhantes aos encontrados nesta pesquisa. Com base nessas
informações, é possível constatar que não houve mudança na preferência das fontes de
informação utilizadas pelos pesquisadores da área.
Ao observar os resultados revelados na pesquisa de Araújo e Melo (2011), no
tocante à tipologia das referências encontradas na revista Perspectivas em Ciência da
Informação, os livros e artigos publicados em periódicos científicos também representam
uma imensa proporção do material citado nas referências. Vale citar o estudo de Araújo
et al (2010) sobre a coleção da Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, que também
apresentou o mesmo resultado. Tal fato comprova que a produção acadêmica se
concentra, até o presente momento, nos materiais mais tradicionais, com predominância
dos livros, característica própria das Ciências Sociais Aplicadas e Ciências Humanas.
Atualmente existe uma tendência para publicação de documentos digitais e
eletrônicos, principalmente, com relação aos periódicos eletrônicos. Nesse contexto,
muitas revistas começaram a adotar, exclusivamente, o formato eletrônico, tornando o
processo mais ágil em sua tramitação e resolvendo o problema da falta de recursos para
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Inf. Pauta, Fortaleza, CE, v. 4, n. 2, jul./dez. 2019 | ISSN 2525-3468
a impressão dos números. Miranda, Carvalho e Costa (2018) apontam essa redução no
custo como uma vantagem.
4.3.1 Periódicos mais utilizados nas referências
Neste item, apresenta-se a análise dos periódicos mais utilizados nas referências dos
artigos publicados, na revista I&S, divididos em duas categorias: nacionais e
internacionais.
4.3.1.1 Periódicos nacionais
Dentre os periódicos brasileiros mais referenciados destacam-se sete, conforme
apresentado na Tabela 7, os quais possuem Qualis variando entre A1, A2 e B1,
correspondendo à seguinte distribuição: A1 (Perspectiva em Ciência da Informação, I&S e
Transinformação); A2 (Encontros Bibli e Informação & Informação) e B1 (Ciência da
Informação). No tocante ao periódico DataGramaZero, este foi avaliado por alguns anos
como Qualis B1, mas, em razão de sua extinção em 2015, passou a ser avaliado com o
estrato B3.
Tabela 7 Revistas científicas nacionais mais referenciadas nos artigos publicados (2011-2017)
Revistas
Qualis
Região do
Brasil
Instituição
Quantidade
de
referências
Ciência da Informação
B1
Centro-
oeste
IBICT
186
Perspectiva em Ciência da Informação
A1
Sudeste
UFMG
112
Informação & Sociedade
A1
Nordeste
UFPB
105
DataGramaZero
B3
Sudeste
PRIVADA
64
Encontros Bibli
A2
Sul
UFSC
41
Informação & Informação
A2
Sul
UEL
36
Transinformação
A1
Sudeste
PUC
Campinas
34
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
De acordo com a Tabela 7, os tulos de periódicos mais citados referenciados
foram Ciência da Informação, editada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência
e Tecnologia (IBCIT), 186 vezes, seguida pela Perspectivas em Ciência da Informação, em
112 ocasiões, e pela I&S, com 105 ocorrências. Os demais títulos obtiveram menos de 65
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referências. Entretanto, a título de comparação, no estudo realizado pelos autores Araújo
e Melo (2011) e Costa e Vanz (2010), verificou-se, respectivamente, que a revista nacional
mais citada é a Ciência da Informação, correspondendo aos mesmos resultados desta
pesquisa, divergindo apenas no tocante à segunda colocação.
Corroborando a presente pesquisa, Autran e Albuquerque (2002) evidenciaram
que os títulos de periódicos brasileiros mais citados foram, nesta ordem, o da Ciência da
Informação e o da Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Esta última teve o título
substituído e hoje se chama Perspectiva em Ciência da Informação. Os resultados da
pesquisa dos autores supracitados, portanto, foram semelhantes aos da análise de Araújo
e Melo (2011).
Ainda no tocante à análise das referências aos periódicos brasileiros das áreas de
Informação (Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação e
Museologia) em artigos científicos publicados pelas comunidades cientificas dessas áreas
em 2009 e 2010, realizada por Vilan Filho, Arruda e Perucchi (2012), constatou-se que o
mais utilizado pelos autores dos artigos de periódicos e pelos doutorandos dos Programas
de Pós-Graduação em Ciência da Informação na produção de suas teses é a revista Ciência
da Informação.
Constatou-se, desse modo, tanto nesta pesquisa quanto nas análises bibliométricas
de Vilan Filho, Arruda e Perucchi (2012), Araújo e Melo (2011) e Autran e Alburquerque
(2002), uma concordância em relação aos dois títulos mais referenciados em ambas.
Por outro lado, diferencia-se quanto à segunda colocação na pesquisa de Costa e
Vanz (2010), obtida pela I&S. Vale mencionar que a revista I&S foi a terceira nas
investigações dos autores Vilan Filho, Arruda e Perucchi (2012) e a quinta de acordo com
os relatos de Autran e Alburquerque (2002).
Ressalte-se, ainda, que a revista Ciência da Informação se manteve por longo
período avaliada com estrato Qualis A1 e disponibilizada na base de dados SciELO.
Entretanto, no presente momento, possui Qualis B1 e o está mais acessível na SciELO.
Apesar da queda na avaliação, permanece amplamente utilizada na produção científica da
área.
Os dados compilados permitem ainda uma análise dos periódicos mais
referenciados na pesquisa, de acordo com as regiões brasileiras, a saber: Sudeste, com
210 artigos; Centro Oeste, com 186; Nordeste, com 105; e Sul com 77, conforme
demostrado na Tabela 7.
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Esses dados refletem que a região Sudeste, em termo de produtividade científica,
destaca-se, provavelmente, por ser a que mais recebe recurso do governo federal para
incentivo à pesquisa, visto que é a região com maior concentração de renda e
desenvolvimento do país.
4.3.1.2 Periódicos internacionais
Com relação às referências relativas a periódicos internacionais incluídas nos
artigos da revista I&S: Estudos, entre 2011 e 2017, pode-se observar a Tabela 8, a seguir.
Tabela 8 Revistas científicas internacionais mais referenciadas nos artigos publicados (2011-2017)
Revistas
Qualis
País
Instituição
Quantidade de
referências
Journal of the American Society
of Information Science and
Technology
A1
Estados
Unidos
University
of North
Carolina
85
Journal of Documentation
A1
Reino
Unido
Esmerald
63
Annual Review of Information
Science and Technology
A1
Estados
Unidos
Association
for
Information
Science and
Technology
41
Information Processing
Management
A1
Ciência da
Computação
Alemanha
Elsevier
28
Scientometrics
A1
Holanda
Springer
19
Accounting Auditing and
Accountability Journal
A1
Administração
Reino
Unido
Emerald
12
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
De acordo com a Tabela 8, os periódicos internacionais mais referenciados
correspondem ao estrato A1 (Journal of the American Society of Information Science and
Technology, Journal of Documentation, Annual Review of Information Science and
Technology, Scientometrics), porém, essas duas revistas possuem A1 em outras áreas
Accounting Auditing and Accountability Journal (Administração) e Information Processing
Management (Ciência da Computação), ou seja, todos são qualificados com estrato Qualis
A1.
Analisando os resultados obtidos das referências dos periódicos internacionais,
constata-se que o periódico mais mencionado nas referências foi o Journal of the American
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Society of Information Science and Technology, 85 vezes, seguido pelo Journal of
Documentation, 63, e pelo Annual Review of Information Science and Technology, 41 vezes.
Os outros apresentaram menos de 29 referências, como mostra a Tabela 8.
Na pesquisa de Araújo e Melo (2011), os periódicos mais utilizados nos artigos
analisados foram os mesmos listados na Tabela 8; contudo, existe divergência no que diz
respeito à quantidade de referências. O periódico mais referenciado foi o Journal of
Documentation que, nesta investigação, apareceu em segundo lugar, seguido pelo
Scientometrics, o qual aparece, na Tabela 8, em quinta colocação.
Já na análise bibliométrica de Costa e Vanz (2010), conforme evidenciado na
Tabela 8, os periódicos estrangeiros mais referenciados pertencem aos seguintes países:
Alemanha, Estados Unidos, Holanda e Reino Unido. É curioso ressaltar que, na
comparação com pesquisa de Araújo e Melo (2011), averiguou-se que a proveniência das
revistas internacionais, com maior representatividade nas referências é dos Estados
Unidos e Reino Unido, divergindo a partir do terceiro. Esse resultado mostra que os países
que mais investem em pesquisa também são aqueles que apresentam uma maior
produtividade decorrente do seu desenvolvimento científico.
Outra informação apurada na pesquisa se refere ao idioma dos artigos cujos dados
são apresentados na Tabela 9.
Tabela 9 Idioma dos artigos publicados na I&S, no período 2011-2017
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
Conforme se observa na Tabela 9, o idioma predominante dos artigos publicados
na revista I&S é o português, com 269 publicações, seguido pelo espanhol, com 15, e, por
último, o inglês, com 13. Não foram apresentadas publicações em outras línguas
estrangeiras.
Ano da publicação
Espanhol
Inglês
Português
2011
1
0
36
2012
1
0
49
2013
2
3
29
2014
2
0
32
2015
3
1
32
2016
2
5
39
2017
4
4
52
Total
15
13
269
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117
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O periódico científico tornou-se o principal veículo de disseminação da comunicação
científica, pois, de certa forma, ele contribui para a troca de experiências entre os
pesquisadores de forma mais rápida e acessível do que o livro, possibilitando o avanço da
ciência na era da globalização.
Nesse sentido, Meadows (1988) pressupõe que, a partir do século XVII, a
propagação do conhecimento tomou lugar de destaque, em razão das descobertas
científicas mais expressivas do que as do mundo antigo. Nessa linha de pensamento, Le
Coadic (1996, p. 33) corrobora tal pressuposto ao salientar que uma das funções da
comunicação no progresso da ciência é assegurar o intercâmbio das informações entre
os cientistas”, por intermédio da comunicação científica, repassando o conhecimento à
comunidade acadêmica e à sociedade e, assim, garantindo inclusão instrutiva dos novos
saberes.
No entanto, o presente estudo objetivou, em termos gerais, analisar e descrever o
perfil dos autores e das referências incluídas nos artigos publicados no periódico
científico I&S, no período de 2011 a 2017. Com base em uma análise bibliométrica, foi
possível analisar quantitativamente os dados e obter resultados que mostram, por meio
de um dos periódicos mais importantes da nossa área, como parte da comunicação
científica vem se desenvolvendo ao longo dos últimos anos.
Quanto ao perfil dos autores que publicaram na I&S, verificou-se que o gênero
dominante é o feminino, a maioria dos artigos são publicados em coautoria, sempre com
um dos autores tendo a titulação de doutor. Inclusive, a partir do ano de 2017, ocorreu
um crescimento significativo na quantidade de artigos publicados com dois autores em
relação aos anos anteriores.
A maior evidência percebida na análise do periódico I&S foi o crescimento
expressivo no volume dos artigos publicados no ano de 2017. A periodicidade da revista
se manteve quadrimestral, durante o período investigado, embora, em 2019, tenha
passado a ser publicada trimestralmente. Entre os periódicos nacionais mais
mencionados nas referências tanto nesta pesquisa quanto nos estudos de Araújo e Melo
(2011), de Autran e Alburquerque (2002) e de Vilan Filho, Arruda e Perucchi (2012)
destaca-se a revista Ciência da Informação. Já em relação aos periódicos internacionais, o
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mais referenciado foi Journal of the American Society of Information Science and
Technology. Outro elemento a ser levado em consideração diz respeito ao estrato Qualis
das revistas estrangeiras mais citadas: todas possuem A1.
No entanto ainda em relação à análise dos periódicos nacionais e internacionais,
tomando por com base nos dados colhidos , foi possível verificar que os estrangeiros
mais citados possuem extratos Qualis mais elevados, todos A1, comparados com os
brasileiros que apresentam tanto A1 quanto B1 para a revista Ciência da Informação, e B3
para a DataGramaZero.
Em relação, especificamente, à tipologia das publicações na revista I&S, a seção
relato de pesquisa teve uma maior quantidade de artigos publicados, o que representa um
aumento significativo na quantidade de pesquisadores divulgando suas investigações
científicas. No que concerne ao idioma mais frequente nos artigos publicados, o português
tem predomínio sobre os outros.
De modo geral, pode-se dizer que a pesquisa contribuiu para a atualização de
outros estudos e para o aprofundamento da análise da produção científica da área,
publicada na revista I&S. Ademais, constatou-se a importância desse periódico como
instrumento de disseminação do conhecimento de alto vel na área de Comunicação e
Informação, de acordo com avaliação pelo Qualis, na medida em que mantém um elevado
padrão de qualidade na divulgação dos seus artigos para a comunidade acadêmica e ao
público interessado.
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