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P
INFORMAÇÃO
EM PAUTA
Volume 3
Número especial/2018
ISSN 2525-3468
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Informação em Pauta
IP
Inf. Pauta
ISSN 2525
-
3468
Fortaleza
v.
3
Número especial
p
.
1
-
18
9
nov
.
201
8
image/svg+xml
Ficha Catalográfica
Informação em Pauta : IP / Universidade Federal do Ceará, Departamento de
Ciências da Informação, Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação. - v. 3, número especial (nov. 2018)-- Fortaleza : UFC, 2018 - .
v. : il. ; 27 cm.
Semestral.
Descrição baseada em: v. 2, n. 1 (jan./jun. 2017).
Disponível no Portal de Periódicos da UFC em:
<http://www.periodicos.ufc.br/index.php/informacaoempauta/index>
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Expediente – volume 3, número especial (nov. 2018)
Reitor
Prof. Dr. Henry de Holanda Campos
Vice-reitor
Prof. Dr. Custódio Luís Silva de Almeida
Editora
Profa. Dra. Maria Giovanna Guedes Farias (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Editora (Número especial)
Profa. Dra. Virgínia Bentes Pinto (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Coordenação geral – Sinforgeds 2018
Profa. Dra. Virgínia Bentes Pinto (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Prof. Dr. Henry de Holanda Campos (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Comissão Científica
Profa. Dra. Maria Giovanna Guedes Farias – Coordenadora (Universidade Federal do Ceará –
UFC, Brasil)
Profa. Dra. Gabriela Belmont de Farias – Vice-coordenadora (Universidade Federal do Ceará –
UFC, Brasil)
Comissão Científica - Avaliadores
Profa. Dra. Andréa Soares Rocha da Silva (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Profa. Dra. Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos (Universidade de São Paulo – USP,
Brasil)
Prof. Dr. David Vernon Vieira (Universidade Federal do Cariri – UFCA, Brasil)
Profa. Dra. Eliana Maria Santos Bahia Jacintho (Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC, Brasil)
Profa. Dra. Eliane Marina Palhares Guimarães (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG,
Brasil)
Prof. Dr. Hamilton Rodrigues Tabosa (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Profa. Dra. Henriette Ferreira Gomes (Universidade Federal da Bahia – UFBA, Brasil)
Prof. Dr. Jefferson Veras Nunes (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Profa. Dra. Lídia Eugênia Cavalcante (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Prof. Dr. Marckson Roberto Ferreira de Sousa (Universidade Federal da Paraíba – UFPB,
Brasil)
Profa. Dra. Maria de Fátima Oliveira Costa (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Profa. Dra. Martha Suzana Cabral Nunes, Universidade Federal de Sergipe, Brasil
Profa. Me. Odete Máyra Mesquita Sales (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Prof. Dr. Osvaldo de Souza (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
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Prof. Dr. Oswaldo Francisco Almeida Júnior, (Universidade Estadual Paulista - Júlio de
Mesquita Filho – UNESP, Brasil)
Profa. Dra. Priscila Barros David (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Prof. Dr. Ricardo Cesar Gonçalves Sant'Ana (Universidade Estadual Paulista - Júlio de
Mesquita Filho – UNESP, Brasil)
Profa. Dra. Virgínia Bentes Pinto, Universidade Federal do Ceará, Brasil
Prof. Dr. Wagner Junqueira de Araújo, Universidade Federal da Paraíba, Brasil
Secretária Editorial
Juliana Soares Lima (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Revisão e edição de texto
Revisão ortográfica, gramatical e em Língua Vernácula sob a responsabilidade de cada
autor(a).
Normalização
Francisca Liliana Martins de Sousa (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Maria Josélia de Oliveira (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Juliana Soares Lima (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Suporte Técnico
Juliana Soares Lima (Universidade Federal do Ceará – UFC, Brasil)
Capa
Conceito e criação: José Tarcísio dos Santos Júnior
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Copyright
© 2018 Informação em Pauta
ISSN 2525-3468
Universidade Federal do Ceará
__________________________________________________________________________________________________________________________________
Informação em Pauta
Informação em Pauta (IP) é uma revista multidisciplinar da área de Ciências Sociais Aplicadas, tendo como
campos prioritários a Ciência da Informação, Biblioteconomia, Arquivologia e áreas afins. É uma publicação de
acesso aberto, e sua periodicidade é semestral. A revista é ligada ao Departamento de Ciências da Informação e
ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Ceará
(DECINF/PPGCI/UFC), em formato exclusivamente eletrônico. A revista publica pesquisas originais e com
elevado mérito científico, contribuições inéditas em português, inglês e espanhol, visando contribuir para o
desenvolvimento de novos conhecimentos entre pesquisadores, docentes, discentes e profissionais em Ciência
da Informação, Biblioteconomia, Arquivologia e áreas afins, desde que aprovados em revisão cega por pares
(
Double Blind Peer Review
) e pelo Comitê Editorial. A Informação em Pauta exige originalidade dos artigos
submetidos e que pelo menos um dos autores tenha titulação de Mestre ou de Doutor.
Editora
Maria Giovanna Guedes Farias
Doutora em Ciência da Informação
Professora do Departamento de Ciências da Informação e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da Universidade Federal do Ceará.
Telefone: (85) 3366-7700
E-mail: giovannaguedes@ufc.br / informacaoempauta@gmail.com
Correspondência
Departamento de Ciências da Informação/UFC
Av. da Universidade, 2762, Benfica
CEP:60020-181 - Fortaleza-CE
Tel.: (85) 3366-7700
Copyright e Fotocópia
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte.
Acesso online
http://www.periodicos.ufc.br/index.php/informacaoempauta/index
Indexação e Diretórios
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REDIB
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SHERPA ROMEO
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Sumários.org
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Editorial ..............................................................................................................................................................................
7
Artigos
Tecnologias digitais e análise do regime de informação para a promoção da saúde coletiva ......
Maria Nélida González de Gómez
9
Ciencia de la Información y Ciencia de la Comunicación: “otro dialogo interdisciplinary”
..................................................................................................................................................................................................
Radamés Linares Columbié
30
Protagonismo sócio-informacional na saúde coletiva ....................................................................................
Henriette Ferreira Gomes
47
Experiencia en el ámbito de la educación a distancia: de especialista a (y) e magíster en
Informática en Salud en el Hospital Italiano de Buenos Aires.....................................................................
Sonia Elizabeth Benitez
62
Terminología clínica: la base para la representación/categorización de la información en las
historias clínicas electrônicos del paciente .........................................................................................................
Veronica Nancy Orrego
73
Política de indexação em arquivos de instituições de saúde .......................................................................
Mariângela Spotti Lopes Fujita; Sonia Troitiño
95
Web Semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados ..........................................................
José Eduardo Santarém Segundo
117
Requisitos de qualidade e segurança para prontuários do paciente .......................................................
Margarete Farias de Moraes
141
Aplicação de mineração de dados em informações oriundas de prontuários de paciente ............
Ricardo César de Carvalho
161
Normas de Publicação .............................................................................................................................................
182
SUMÁRIO
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Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.
3
número especial
nov
.
201
8
ISSN 2525
-
3468
DOI:
https://doi.org/
10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39710.7
-
8
Prezados
(as)
leitores
(as)
,
Ao escrevermos es
t
e
editorial não poderíamos deixar de falar dos afetos e
emoções
expr
essados em teias de nós colorida
s de rendas de bilros
. Isto
por
que
este
número especial de nossa R
evista
Informação em Pauta
(
IP
) é dedicad
o
aos artigos
oriundos
das palestras, conferê
ncias
e oficinas realizadas durante o V Seminário
Internacional de Informação para a Saúde (SINFORGEDS). Este evento sonhado desde
2009, quando de sua primeira edição, consolida
‐se
cada vez mais como um seminário
i
nternacional,
científico
e
multidisciplinar
que
congregando os campos da Ciência da
Informação, Ciências da Saúde, Ciências da Computação, Ciências Humanas e Soci
ais
Aplicadas, Filosofia e tanto
s outr
o
s.
A proposta do SINFORGEDS é o diálogo entre os campos de conhecimentos e suas
reflexões teóricas e
práticas sobre as contribuições da informação para a melhoria das
ações de cuidados do paciente e a prevenção da saúde coletiva mediadas pelas
tecnologias digitais de informação e de comunicação
(tdics)
.
Assim, nas lei
turas deste número especial da R
evista
Informação em Pauta
,
esperamos que os vários olhares sobre os diversos saberes registrados possam
despertar as
sensatios
de cada leitor para o papel que a informação
tem
como
um
instrumento
para melhorar a saúde do sujeito.
Neste número especial, temos t
rabalhos versando sobre várias temáticas
relativas
à
informação para a saúde. A Rev
ista abre com o texto sobre as
“
Tecnologias
digitais e análise do regime de informação par
a a promoção da saúde coletiva”
,
de
autoria da
p
rofessora Maria Nélida Gonz
alez de
Gomez (Programa de Pós
-
G
raduação em
Ciência da Informação
‒
PPGCI/Instituto Brasileiro de Inf
ormação em Ciência e
Tecnologia ‒
IBICT /Universidade F
ederal do Rio de Janeiro‒UFRJ).
Em seguida,
o
p
rofessor
Radamès Linares Columbié
(Universidad de la Habana,
Cuba
) discute
“
Ciencia
de la Información y Ciencia de la Comunicación
: otro dialogo interdisciplinar
”
.
A
p
rofessora
Henriette Ferreira Gomes (Universidade Federal da
Bahia/UFBA) nos brinda
com o
“
Protagonismo
s
o
cio
-
informacional na saúde coletiva
”
.
A m
édica
Sonia
EDITORIAL
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8
Elizabeth Benitez
(Ho
spital Italiano de Buenos Ares) apresenta
a
“E
xperiencia en el
ámbito del educación a distancia: de especialista a (y) magíster en
I
nformática en
S
alud en el hospita
l italiano de
B
uenos
A
ires
”
. Na
sequ
ê
ncia
,
temos o artigo
sobre
“Terminología clínica: la base para la representación/categorización de la
información en las historias clinicas electrónicos del paciente”
, palestra d
a Médica
Ver
o
nica
Nancy Orrego (Hospital Italiano de Buenos Aires) e
“Políticas de indexação
em
unidades de informação de instituições de saúde”
, exposto p
ela p
rofessora
Mariângela Spotti Lopes Fujita (Unive
r
sidade Esta
dual Paulista Júlio de Mesquita
Filho
‒
UNESP)
.
O artigo
d
o Professor
José Eduardo Santarém Segundo (Universidade de São
Paulo
–
Rib
eirão Preto) aborda
“Web Semântica: fluxo para publicação de dados
abertos e ligados”
.
Em sequ
ência, a p
rofessora
Margarete Far
ias de Moraes
(Universidade Feder
al do Espírito Santo/UFES), trata dos
“Requisitos de qualidade e
segurança para prontuários do
paciente ministrante”
, e, finalm
ente, o p
rofessor
Ricardo César de Carvalho (Instituto Federal de Educação, Ciê
ncia e Tecnologia de São
Paulo ‒
Campus Votuporanga) traz suas reflexões sobrea
“Aplicação de mineração de
dados em informações oriundas de pront
uários de paciente”
.
Expressamos
,
aqui, que o SINFORGEDS somente acontece com várias parcerias e,
sem elas, não seria possível realizar esse evento. Assim, gostaríamos de deixar nossa
g
ratidão a todas as pessoas que ‘vestiram a camisa conosco’
aceitando tr
abalhar neste
evento, sejam professores(as), pesquisadores(as), estudantes e servidoras do
Departamento de Ciências da Informação da UFC ou de outras unidades da nossa
querida UFC. Agradecemos também aos (as) conferencistas, palestrantes e ministrantes
das
oficinas realizadas durante o V SINFORGEDS que se desloca
ram de longe para trocar
experiê
ncias conosco.
Gostaríamos de deixar um agradecimento especial aos or
ganismos de fomento
CAPES e CNPq
, que nos proporcionaram recursos financeiros para que o evento
pudesse
ser realizado.
Agradecemos ao nosso suporte técnico
,
incansável na
busca de solução de
problemas
para
que
nossa revista esteja disponível e em qualidade.
Tim
‐
t
im, aproveitem e boa leitura!
Virg
í
nia Bentes Pinto
Coordenadora do SINFORGEDS
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TECNOLOGIAS DIGITAIS E ANÁLISE DO REGIME DE INFORMAÇÃO PARA A
PROMOÇÃO DA SAÚDE COLETIVA
i
DIGITAL TECHNOLOGIES AND ANALYSIS OF THE INFORMATION REGIME FOR THE
PROMOTION OF
COLLECTIVE HEALTH
Maria
Nélida Gonz
á
lez de Gó
mez
¹
¹
Doutora em Comunicação pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro
(
U
FRJ
)
.
E
-
mail:
marianelidagomez@gmail.com
ACESSO ABERTO
Copyright:
Esta obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons
Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
A
autor
a
declara que
não há conflito de interesses.
Financia
mento
:
Este trabalho
tem vinculações
com a pesquisa
"Governança das ações de
informação",
desenvolvida
com
o
apoio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
(
CNPq
)
.
Declaração de
Disponibilidade dos dados:
Todos os dados relevantes estão disponíveis
neste artigo.
Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar este artigo:
GONZ
Á
LEZ
DE
GÓ
MEZ
,
M
.
N
.
Tecnologias digitais
e análise do regime de informação para a
promoção da saúde coletiva.
Informação em
Pauta
, Fortaleza, v.
3
, n
úmero especial
, p.
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-
2
9
,
nov
. 201
8
. DOI:
http
s://doi.org/
10.32810/2525
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3468.ip.v3iEspecial.2018.39711.9
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.
RESUMO
São complexos e múltiplos os recursos e fluxos
informacionais que cotidianamente visam a
vincular o atendimento à saúde, com as
expectativas e necessidades da população
brasileira. As tecnologias digitais são
competentes para processar e transladar todas
a
s linguagens, mas mediadas por códigos,
normas e padrões. Elas tanto inscrevem suas
lógicas operacionais sobre os contextos em que
atuam, como são contaminadas pelas
demarcações regulatórias organizacionais. O
desenho e implementação das tecnologias
digita
is estará condicionado pela pluralidade de
tempos e agências locais que devem ser
articulados, além de todos os desafios culturais,
econômicos e políticos, próprios de um macro
sistema de saúde pública. Nesse quadro, são
propostas teorias sobre regimes de
informação,
considerando que sua flexibilidade,
transversalidade e pluralismo epistemológico,
ofereceriam maior liberdade analítica e
descritiva. do ponto de vista da reconstrução de
ações, sistemas e, recursos de informação e de
paradigmas de políticas t
ecnológicas. Como
cuidado e fortalecimento das premissas
democráticas, cabe lembrar que o sucesso da
implementação das tecnologias de informação e
suas possibilidades inovadoras, requer mais que
o acesso e a transparência das informações, um
processo conti
nuo de aprendizagem crítico
sobre modelos, fontes e dispositivos de
informação em e para a saúde, sua produção,
efeitos e validade. Esse processo de
aprendizagem deve incluir a todos, os
desenvolvedores de política e os gestores, os
pesquisadores e os prof
issionais da clínica, mas
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.
3
número especial
nov
. 201
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ISSN 2525
-
3468
DOI:
http
s://doi.org/10.32810/2525
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ARTIGO
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muito especialmente o cidadão
-
usuário e
protagonista do SUS.
Palavras
-
chave:
Tecnologias digitais. Regime de
informação.
Saúde
coletiva.
ABSTRACT
There are complex and multiple resources and
information flows that daily aim to link health
care with the expectations and needs of the
Brazilian population. Digital technologies are
competent to process and translate all
languages, but are mediated by co
des, norms
and standards. They inscribe their operational
logics on the contexts in which they act, but are
contaminated by organizational regulatories
demarcations. The design and implementation of
digital technologies will be conditioned by the
diversity
of local times and agencies that must
be articulated, as well as all the cultural,
economic and political challenges inherent in a
macro public health system. In this framework,
theories on information regimes are proposed,
considering that their flexibil
ity, transversality
and epistemological pluralism, would offer
greater analytical and descriptive freedom, from
the point of view of the reconstruction of
actions, system and information resources and
paradigms of technological policies. As care and
empowe
rment of democratic assumptions, it is
worth remembering that the success of the
implementation of information technologies and
their innovative possibilities requires more than
access and transparency of information, a
continuous process of critical learn
ing about
information models, sources and devices in and
for health, its production, effects and validity.
This learning process should include all, policy
makers and managers, researchers and clinic
profissionals, but especially the citizen
-
user and
prota
gonist of SUS.
Keywords:
Digital technologies. Information
system.
Collective health.
1
INTRODUÇÃO
Recuperamos um texto de Canguilhem
que ilustra os complexos caminhos entre
os estados existenciais de saúde, felicidade, bem
-
estar ou doença, e a exegese médica,
que vão da “saúde sem ideia” (mas não sem significados) do cotidiano das vivências, à
sua translação em plurais ideias do corpo
e da saúde construída pela clínica, os exames
laboratoriais e imagéticos, os laboratórios de pesquisa científica, a epidemiologia, a
gestão hospitalar, as políticas públicas, o atendimento e os cuidados, nossos bancos de
dados indexados e os tesauros das l
inguagens informacionais.
A reflexão hermenêutica de Ayres (2007) ecoa um texto de Canguilhem que
escolhemos reproduzir como ponto de partida destas reflexões:
A verdade de meu corpo, sua própria constituição ou sua autenticidade de
existência,
não
é
uma
ideia
suscetível
de
representação.
[...]
Essa
saúde
sem
ideia,
ao
mesmo
tempo
presente
e
opaca
é,
no
entanto,
o
que
suporta
e
valida,
de
fato e
em
última
instância,
para
mim
mesmo
e
também
para
o
médico
enquanto
meu
médico, o que a ideia do corpo, isto
é, o saber médico, pode sugerir como
artifício para sustentá
-
la. Meu médico é aquele que aceita, de um modo geral,
que
eu
o
instrua
sobre
aquilo
que
só
eu
estou
fundamentado
para
lhe
dizer.
(...)
meu médico é aquele que aceita que eu veja nele um exegeta,
antes de vê
-
lo
como
reparador (
CANGUILHEM
,
2005
apud
AYRES
, 2016, p
.
174, grifo nosso
).
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González de Gómez| Tecnologias digitais e análise do regime
de informação
11
Nas sociedades contemporâneas são longos os caminhos que vão das vivências de
nossos corpos e sua expressão em nossas linguagens biográficas e memórias culturais,
até
as interpretações da exegese clínica, as representações generalizadoras do
conhecimento científico e as mediações e procedimentos padronizados da engenharia
biomédica, de todos os quais esperamos um retorno nos cuidados e no atendimento,
como metas da gest
ão e das políticas públicas da saúde. É esse longo caminho, com
plurais vielas, territórios emuralhados e passagens em construção, que as tecnologias
digitais se propõem mediar e otimizar, oferecendo suas potências vinculantes, tanto às
formas da medicina
personalizada e em contextos privados, como aos macros sistemas
públicos da saúde coletiva.
Nesse cenário, as tecnologias digitais tiveram uma expansão e uma energia de
reformulação dos contextos informacionais, perpassando todas as esferas da vida
humana,
pelo qual Sandra Braman (2004), entre outros, as caracteriza por sua
capacidade de produzir
convergências.
A transversalidade econômica, social e cultural das ações de informação e
comunicação, teria sido prevista por
Zurkowski
, que usa o termo “infostru
cture”, em
1984, e vai ser projetada sobre as esferas públicas, na
década de 1990, no discurso
antecipatório de Al Gore, vice
-
presidente dos Estados Unidos, que us
a a expressão
“General Information Infraestructure
”, para referir
-
se à implantação das redes digitais,
na reunião da
International Telecommunication Union
(ITU), em Buenos Aires.
Para Sandra Braman, as tecnologias digitais modificariam de modo radical os
modos do fazer (
making
) do homem contemporâneo.
ii
Co
mo
meta
-
tecnologias,
se
caracterizam por aumentar o grau de liberdade com que os homens podem atuar nos
mundos social e material e por seus efeitos de convergência. Elas aconteceriam não só
pela reunião de tecnologias de computação e de comunicação, mas po
r gerar inúmeras
convergências entre as tecnologias e outros materiais e processos sociais.
A autora
e
numera, assim, a
convergência do simbólico com o material, por meio da escrita; das
tecnologias simbólicas com a energia, no século XIX; entre as tecnolog
ias de computação
e comunicação graças à digitalização, a meados do século XX; das tecnologias digitais e o
mundo orgânico, com a biotecnologia, no século XXI.
Ao mesmo tempo,
as tecnologias e meta
-
tecnologias estão associadas a
utilização
consensual de
padrões e protocolos
, e implicam programas coordenados de ação
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coletiva, em seu desenvolvimento e uso: elas requerem e possibilitariam, ao mesmo
tempo, o desenvolvimento de modos específicos de coordenação e interação.
É nessa direção, de convergência, vi
nculação e coordenação, que tem sido
esperada sua intervenção nas diferentes esferas da atividade social, da produção de
conhecimento científico ao atendimento e cuidados da saúde.
Tomemos como exemplo um dos dispositivos possibilitados pelas tecnologias
digitais, interativas, hipermídia, dotadas de plurais recursos analíticos, as
plataformas de
pesquisas translacionais
,
que, conforme Silva, Morel e Moraes (2012), teriam dois
momento
s principais: (1) “
transferência de novos conhecimentos adquiridos no
laboratório sobre os mecanismos da doença para o desenvolvimento de novos métodos
de diagnóstico, terapia e prevenção, bem como seus primei
ros testes em humanos,” e (2)
“
tradução dos
resultados de estudos clínicos na prática clínica diária e na tomada de
decisão em saúde” (
SILVA
et al
.
, 2012, p.
349).
Canuel
et al.
(2014), citam como exemplos
as
BRISK
, ou
cBio
Cancer Portal
, entre outras, que se propõem reunir, interoperacionalizar
e
facilitar a análise de volumosas redes de dados que visam a integrar os dados sobre a
contextura molecular da doença com os dados clínicos dos pacientes.
Nos últimos anos, surgiram novas tendências no gerenciamento e análise de dados
clínicos e ômicos
. Várias opções foram tomadas para produzir soluções relativas a
"
métodos de informática que conectam entidades moleculares a entidades clínicas
"
(
ALTMAN
, 2012
apud
CANUEL
et al
.
, 2014, p
.
281, tradução
nossa,
grifo
nosso).
As consultas de telessaúde
e o histórico clínico dos pacientes, digitalizado, seriam
assim peças chaves na produção de convergência entre diferentes ações e recursos do
atendimento à saúde. Entre as múltiplas alternativas, os aplicativos de
smartphones
facilitam a formação de grupo
s de pacientes, que interagem e trocam experiências sobre
sintomas e tratamentos, assim como se mantêm em contato com os agentes de saúde e o
atendimento médico.
Com o objetivo de dar visibilidade a algumas das condições que facilitam ou
inibem a ancorage
m das tecnologias digitais na concepção e desempenho do SUS,
propomos utilizar de modo descritivo
-
analítico o conceito de regimes de informação, no
escopo e abrangência dos estudos sociais e políticos da informação e da comunicação.
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2 CONCEITUANDO “REGIME(S) DE INFORMAÇÃO”: DA
ABORDAGEM DE REGIME
GLOBAL E EMERGENTE AOS “REGIMES DE POLÍTICAS”
Num primeiro momento, cabe considerar algumas abordagens dos regimes de
informação, como recurso de leitura transversal das dinâmicas que envolvem
conhecimento, comunicação e informação, em
contextos heterogêneos e plurais, como
possível contribuição à imersão das concepções e implementação das tecnologias
digitais em macro sistemas de saúde, nos espaços sociais, culturais, políticos e
econômicos de sua implementação.
“
Regime de informação”
seria o modo de produção informacional dominante
em uma formação social, o qual define quem são os sujeitos, as organizações, as
regras e as autoridades informacionais e quais os meios e recursos
preferenciais de informação, os padrões de excelência e os m
odelos de sua
organização, interação e distribuição, vigentes em certo tempo, lugar e
circunstância, conforme certas possibilidades culturais e certas relações de
poder. (GONZÁLEZ de GÓMEZ, 2003, p.
61).
Em tempos em que a economia parecia falar mais alto
que a política, nos estudos
da informação, Bernd Frohmann (1995) introduz o termo “regime de informação”, com a
definição inicial a seguir:
Chamaremos de “Regime de Informação” o
conjunto mais ou menos estável de
redes formais e informais nas quais as
informações são geradas, organizadas e
transferidas de diferentes produtores, através de muitos e diversos meios,
canais e organizações, à diferentes destinatários ou receptores de informação,
sejam estes usuários específicos ou públicos amplos
(FROHMANN,
1995).
Os usos heurísticos permitidos pelo caráter transversal do conceito ofereciam
perspectivas inovadoras aos estudos das dinâmicas info
-
comunicacionais, dando
visibilidade às
relações plurais e diversas de sua ocorrência, em contextos
intermediático
s
,
trans
-
institucionais,
interorganizacionais
e
intersociais
.
Para Sandra Braman (2004), a inspiração e ancoragem de seus conceito
s
estaria
nas teorias políticas desenvolvidas nos estudos das relações internacionais. O uso do
termo
regime
, nas relações internacionais, buscava entender e analisar as cadeias
decisórias na esfera das relações internacionais, que excediam os contornos geopolítico
dos Estados Nacionais, mas carecendo de sustentação institucional; o recurso aos
discursos, normas
e direitos, oferecia princípios menos formais nos quais ancorar e
justificar à nova ordem das relações mundiais. A apropriação do conceito, por analogia,
ofereceria um caminho para o entendimento de um
Emergent Global Information Policy
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Regime
(2004), con
forme três necessárias mudanças de perspectiva: de estatuto; da
escala e da agência, e da unidade de análise.
Primeiro, a mudança de estatuto político das questões de informação: após ter
sido consideradas como políticas de baixo impacto, adquirem uma nova
categoria de
“políticas de alto nível”, associadas as po
l
íticas internacionais.
Em segundo lugar, a mudança de escala, tinha colocado em crise a identificação
da agência das relações internacionais, seja o Estado Nacional ou as sociedades, ou um
complexo
estados/sociedade. Nessa conjuntura, Braman (2004) encontra, na
abordagem construtivista dos regimes internacionais de políticas, a vantagem de deixar
-
se em aberto a categoria de
agência do regime de políticas
, de modo que sua qualidade e
identificação ser
ão reconhecidos
a posteriore
, nas esferas de elaboração e
implementação das políticas.
As mudanças de escala e de agência, são acompanhadas pela demanda de
mudança da unidade de análise. Braman (2004
, 2006), nos remete à vigência
um
pluralismo sociológico
, numa perspectiva meta
-
teórica que acolhe mais de uma
abordagem e ponto de vista: as teorias das
redes, entendendo
as relações antes como
interpessoais e setoriais, que estruturais, faz da interdependência uma das principais
variáveis
das análises
de rede
s; o ap
orte teórico das abordagens das
plurais
governamentalidades, de Foucault, aplicado ao estudo dos
Estados, entre
outros
(
BRAMAN
, 2004).
Nos deteremos em duas questões em que a teoria do regime introduz nova ênfase
ou perspectiva.
Primeiro, a mudanç
a de estatuto político das questões de informação.
Consideradas questões estratégicas, enquanto associadas às políticas científicas e
tecnológicas e aos projetos de segurança e desenvolvimento, sob regimes centrados no
Estado, ou politicamente
invisibilizadas como “meios” ou “recursos” da economia, as
questões de informação passariam a estar associadas, de maneira generalizadora e
abstrativa, a uma “sociedade da informação”. As tecnologias digitais permitiriam esse
uso ampliado e genérico do ter
mo “informação”, por sua própria capacidade de
convergência e pelo envelopamento de técnicas e tecnologias “pré digitais”, pelo qual
podem ser denominadas como “meta
-
tecnologias”.
No ponto de partida, com essa perspectiva, entenderíamos que não se trata de
analisar como as tecnologias digitais
se aplicam ou divulgam
na área de saúde, mas sim
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entender
como se manifestam e estão acontecendo
, nos múltiplos cenários, práticas e
circunst
â
ncias da saúde pública.
A segunda condição da emergência do conceito
seria
a mudança da unidade de
análise das questões de informação,
sendo essa a característica que será mais explorada
neste trabalho. Sandra Braman caracteriza essa unidade de análise como
regime global
emergente de políticas de informação
, reafirmando suas pote
ncialidades de
convergência, de perpassar o material e o simbólico, e de estar em constante mutação.
Assim como, nas duas últimas décadas, diversas vertentes da economia se
reuniram na economia da informação (Lamberton, 1998), questões políticas tão
dist
intas quanto os fluxos globais de informação, comunicação e cultura,
atualmente também estão se unindo, num único regime global emergente de
política de informação. Esse regime é "global" porque envolve atores estatais e
não
-
estatais, e "emergente"
-
um co
nceito retirado da teoria dos sistemas
complexos adaptativos
-
porque tanto o tema do regime quanto suas
características estão ainda em evolução. (BRAMAN, 2004,
p. 12,
tradução
nossa).
Com essa orientação, Braman recorre às teorias de política internacion
al,
escolhendo a Stephen Krasner (1982), reconhecido pesquisador das relações
internacionais, como principal interlocutor. Krasner (1982) considera o regime político
como uma das matrizes paradigmáticas dos estudos de política internacional. Para o
autor,
Os
regimes
internacionais
são
definidos
como
princípios, normas, regras
e
procedimentos
de
tomada
de
decisões
de
determinada área das relações
internacionais em torno dos quais convergem as expectativas dos atores
.
(KRASNER, 1982,
p
. 83).
Sandra Braman
(2004) destaca a relevância outorgada por Krasner aos quadros
normativos, como dimensão constitutiva de um regime político. Para Braman, no cenário
atual, estaríamos justamente frente a um
regime global emergente de informação
, sendo
que sua própria const
ituição é resultado dos vácuos normativos e jurídicos que se
estabelecem nas arenas internacionais, quando se trata de arbitrar conflitos, resolver
situações problemáticas, tomar decisões e estabelecer acordos, sem dispor de um
tribunal ou de um “guarda
-
ch
uva” normativo compartilhado e validado pelas partes
envolvidas, fora das ordens legais dos diferentes Estados envolvidos. Essas zonas
anárquicas da ordem global poderiam ser percebidas como um lócus preferencial em
que interagem, e se reformulam mutuament
e, os regimes de informação e os regimes de
políticas
.
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No mundo contemporâneo, são correntes os problemas que desbordam mais de
uma arena de políticas, e cuja reconstrução requer considerar mais de uma moldura
normativa, são muitas outras as questões que d
emandam a superar ação de fronteiras,
além das relações internacionais. Com expectativas tanto críticas como descritivas,
outras abordagens das ciências políticas se questionam sobre quais as unidades de
análise deveriam ser utilizadas no entendimento de p
roblemas que, em diferentes
escalas geográficas, sociais e políticas, perpassam mais de uma jurisdição ou fronteira
-
epistêmica, institucional, jurisdicional, corporativa.
Neste estudo, recorremos a uma outra perspectiva sobre as unidades de análise,
con
trapondo o que seus autores denominam “regimes de políticas
”
(
policies
), as
formações
forma
ção de subsistemas de políticas
-
estruturas de governança
que
precisariam ser explicadas, antes que ser categorias explicativas.
“Subsistemas de políticas” teriam como referência uma composição de atores e
recursos formada em torno de um mesmo marco institucional e normativo, demandando
visões convergentes de autoridade e de valor. Cabe assim perguntar por seu
funcionamento e seus e
feitos, quando um subsistema tem que interagir com outros
atores e subsistemas, em contextos complexos de problemas e programas de ação.
Munidos dessas perspectivas sobre a unidade de análise, que permitiria agregar
planos interpretativos à concepção dos
regimes de informação, enquanto configurações
transversais, espera
-
se reconstruir algumas das condições e possibilidades das
tecnologias digitais, no escopo e abrangência do Sistema único de Saúde e da saúde
coletiva. Nessa nova direção, recorremos aos est
udos de Jo
a
chim e May (2010, 2013) e
de Kent Eaton (2017), entre outros.
3
DOS REGIMES DE POLÍTICAS ÀS QUESTÕES DE GOVERNANÇA
Joachim e May (2010, p
.
303) apresentam o conceito de “regimes de política
”
(
policy
), como uma abordagem aplicável a diferentes
e situações problemas, incluindo
os
“regimes de cruzamento de fronteiras” (
boundary spanning regimes
), que seriam
arranjos de governo que perpassam múltiplos subsistemas.
Para Joachim e May (2010), os
subsistemas
, também denominados por alguns
monopólio
s pol
í
ticos
,
domínios polí
ticos
ou
sub
-
governos
, se caracterizam por :
“
a) uma
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coalizão estabilizada de interesses”; b) “uma ideia
”
ou “imagem dominante”, que outorga
consistência as abordagens dos problemas entre as partes interessadas; c) uma
configuração institucional dominante, que estrutura os arranjos de poder e o fluxo de
informações. (
JO
A
CHIM; MAY
, 2010, p.
4). Tomar os subsis
temas como unidade de
análise teria efeitos negativos, tanto analíticos como pragmáticos, já que or grandes
problemas contemporâneos frequentemente cruzam mais de um domínio, subsistema
de política ou programa de ação, de modo que alguns falam dos “problem
as perversos”
das arenas sociais. Das drogas ao meio ambiente, a pobreza, a poluição, a saúde, alguns
dos problemas que tem mobilizado os atores políticos aconteceram além de, e não no
interior de, um único subsistema político.
Cada um dos subsistemas rel
evantes fornece uma lente separada através da
qual visualiza os problemas. Cada um deles também tem maneiras diferentes
de lidar com problemas, pois têm históricos de elaboração de políticas
separados e servem a interesses diferentes. Devido a essas difere
nças, alcançar
a unificação desejada entre os elementos de diversos subsistemas de políticas
para qualquer questão de
alargamento de fronteiras
é o calcanhar de Aquiles
do governar [governamento]. Nossa discussão sobre os regimes de política
está fundament
almente relacionada aos arranjos de governança que
promovem ações unificadas entre os subsistemas. (JO
A
CHIM
;
MAY, 2010,
p
.
7,
tradução nossa, grifo nosso
)
.
Para os autores, uma questão central, nestes casos, é justamente superar ora a
inercia, ora a persp
ectiva segmentadora, ora os efeitos excludentes do predomínio da
expressão de interesses de um único subsistema de políticas. Analisar uma situação
problemática heterogênea, na perspectiva de um subsistema, inibe a percepção de
condições e possibilidades q
ue se constituem justamente nos empecilhos e dinâmicas de
cruzamento e superação das fronteiras subsistemas. Seria, justamente, essa junção de
possibilidades e condições, constituídas além das delimitações singulares de cada
subsistema (paradigmáticas, nor
mativas, corporativas), um dos objetos privilegiados
das análises políticas, assim como uma questão central para os fazedores de políticas,
visando promover a governança e a elaboração de programas coordenados de ação.
Se os
subsistemas políticos
se constroem dentro dos limites de uma demarcação
institucional e em geral relativamente estabilizada, os
regimes de políticas
se constroem
justamente perpassando aquelas mesmas fronteiras institucionais (
JOCHIM
;
MAY
, 2010,
p
.
6).
Esse transbordamento do
s subsistemas e o desvelamento das relações
transfronteiras é algo que se tende a resgatar pelo conceito de regime de informação
.
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Logo, a leitura transversal dos regimes de informação, no cruzamento de fronteira e nos
interstícios das configurações de mais
de um subsistema ou configurações mono
institucionais de recursos e sistemas de informação, parece conveniente para a análise
de fluxos info
-
documentários do escopo e abrangência em e além dos subsistemas de
políticas.
Em decorrência dessa perspectiva, a
abordagem dos regimes de informação
ofereceria instrumentos heurísticos e analíticos para uma reformulação trans
-
institucional do ponto de vista e demarcação metodológica dos objetos das práticas e
pesquisa de informação. Essa flexibilidade interpretativa
poderia colocar
-
se em jogo
para estabelecer condições e possibilidades das tecnologias digitais e seus potenciais de
transversalidade e convergência, no escopo e abrangência do Sistema único de Saúde
-
SUS.
Para os autores (
JO
A
CHIM
;
MAY
, 2010;
MAY
;
JO
A
CHIM
, 2012),
regimes de
políticas
designa um construto que não tem visibilidade referencial (como subsistema ou
arena de políticas), mas que se identifica pelos
componentes
que o constituem, a saber,
“as ideias, arranjos institucionais e alinhamentos de inter
esses” (
MAY; JO
A
CHIM
, 2012).
O valor do construto é descritivo e analítico. Como um construto descritivo, a
noção de um regime de políticas é útil para fornecer
um mapa conceitual dos
arranjos de governo para tratar de um determinado problema ou conjunto
de
problemas
. … As contribuições analíticas das perspectivas de regime revelam
como as políticas públicas estabelecem processos de retroalimentação que
reformulam o ambiente político e, por sua vez, afetam a eficácia das políticas
públicas.
(
MAY; JOCHIM, 2
012, p
.
4
).
May e Jo
a
chim (2012) destacam, além da leitura transversal e sincrônica das
relações entre subsistemas,
uma linha de acompanhamento vertical (ou diacrônico) de
reformas políticas
que interagem e se reforçam através do tempo, dando como exemplo a
construção das leis americanas que lidam com a poluição, elaboradas entre 1969 e 1976
(
MAY; JO
A
CHIM,
2012, p
.
4).
Os conceitos de
limites
ou
fronteiras
, r
eintroduzidos de diferentes pontos
de vista
nos estudos contemporâneos das ciências humanas e sociais, requerem uma análise
cuidadosa, e são um desafio para ações e sistemas de informação, porque se
fronteiras
sinalizam a dissociação de duas partes, indicam também que as mesmas partes est
ão
“irreversivelmente dissociadas”, e são de alguma maneira muito relevantes umas para as
outras.
O conceito de regime de políticas é ressignificado por Eaton (2017), em
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análises de
política comparada, analisando situações e possibilidade de
justaposição
de
regimes
. Para Edward Gibson, aconteceria a justaposição de regimes políticos em
“situações em que dois níveis de governo com jurisdição sobre o mesmo território
operam sob regimes políticos diferentes”, que, para Eaton, seriam um regime político
nacion
al e um regime político nacional subalterno (
GIBSON
, 2005,
p.
103
apud
EATON,
2017, p.
39). Diferenciando, de acordo com May e Jochim
, um regime político de
“regimes de políticas”, Eaton considera a constituição, na América Latina, de regimes de
políticas discordantes, numa mesma unidade geopolítica, com orientações
simultaneamente estatistas e neoliberais, ou privatistas e orientadas a
o mercado
(
EATON
, 2017, p.
40).
Sem entrar no debate de Eaton sobre a aplicação dos modelos de justaposição de
dois regimes políticos (dissonância entre níveis nacional e subnacional de governo),
destacamos sua abordagem sobre a justaposição de regimes de
políticas, que poderia ter
uma aplicação mais flexível e quiçá setorial:
Mais recentemente, a mudança para o estatismo em nível nacional e o repúdio
aos modelos neoliberais que ocorreram no turno de esquerda desde 2000
desencadearam a defesa de projetos
mais favoráveis
ao mercado em nível
municipal ou departamental, como na Argentina, Bolívia e Equador. Assim, em
contraste com a justaposição do regime político, em que os democratas são
sempre nacionais e os autoritários sempre subnacionais, a justaposiç
ão do
regime de políticas (policies) é caracterizada por uma dinâmica mais flexível na
qual liberais e estatistas podem ocupar posições nacionais ou subnacionais.
(
EATON, 2017,
p.
1940
)
.
May, cientista político norte
-
americano, junto a diferentes co
-
auto
res, tem como
objeto de preocupação o desenho de um cenário de segmentação do Estado em
subsistemas de políticas, em configurações em redes e policentricas. O ponto de vista é
analisar arranjos governamentais de elaboração e implementação de políticas públ
icas,
em “regimes de cruzamento das fronteiras” (
boundary spanning regimes
). Entendendo
que, por sua construção, um regime de informação está constituído por micropolíticas,
políticas indiretas ou invisibilizadas, oferecendo um mapa genealógico da formação de
políticas públicas, seria possível homologar as dinâmicas dos regimes
de informação
com as modalidades dos regimes de políticas. Podemos assim aferir novos planos de
complexidade dos regimes de informação, entendidos como unidades de análise que
visam à reconstrução dos cruzamentos de fronteiras entre diferentes subsistemas
e
contextos institucionais de ações e recursos de informação, gerando tanto tensões como
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possibilidades não obvias de resolução de problemas.
Isto permitiria uma releitura das dinâmicas e fluxos da informação, cujas
unidades relacionais e complexas perpass
ariam as fronteiras geradas por matrizes
epistêmicas multi, inter e transdisciplinares, pela estruturação diferenciada da gestão
das unidades de atendimento e da clínica, dos laboratórios de pesquisa biomédica e
epidemiológica, das agências do Estado, como
Secretarias e Ministérios de saúde. Do
mesmo modo, seria impensável que ações em saúde não implicassem fluxos
informacionais que perpassaram questões urbanas, ambientais, educacionais,
financeiras e legislativas.
Sob essa perspectiva, ganhariam visibilida
de as tensões geradas tanto pela
relação de fronteira entre subsistemas, como pela justaposição de tendências ou regimes
num domínio comum em que atuam e operam diferentes atores, linguagens
profissionais, marcos institucionais, interesses e paradigmas da
saúde e da gestão e
política em saúde. Tal seria, por extensão, o caso de atrito e justaposição de modelos,
códigos, padrões, quando eles remetem ora aos marcos referenciais do Estado, ora aos
agentes e regras dos mercados, gerando tensões no desenho e uso
de equipamentos e
tecnologias digitais na esfera de saúde.
Já Jugen Habermas chamava a atenção sobre a formação dos Estados modernos e
contemporâneos, e suas tendências a configurações administrativas segmentadas em
plurais subsistemas, operando, cada um
deles, em torno de um tema problema. Com
relativa autonomia, cada subsistemas geraria códigos e padrões próprios que se
convertem em fronteiras, dos subsistemas entre sim e dos subsistemas com as
sociedades a que pertencem. Cada um constrói sua ideia da s
ociedade, e desenvolve suas
molduras discursivo
-
normativas, sem ponderar os efeitos e custos de cada subsistema
sobre os outros (
HABERMAS
, 1996).
Trata
-
se de tensões que não são exclusivas nem do Brasil nem da América Latina,
mas se manifestam e requerem cuidados específicos em cada contexto de análise. Neste
caso, trata
-
se de sinalizar alguns dos condicionantes dos regimes vigentes de
informação, q
ue afetam e propiciam a incorporação das tecnologias digitais na esfera da
saúde, visando a promover o cumprimento dos objetivos do Sistema Único de Saúde.
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OS REGIMES DE INFORMAÇÃO, OS MACRO
-
SISTEMAS DE SAÚDE E AS
TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SUS
Recorrem
os, neste ponto, ao trabalho de dois especialistas da área de informática,
da Universidade de UIO, Noruega, com trabalhos de pesquisa acerca de grandes sistemas
de informação em saúde, Bendik Bygstad e Ole Hanseth
iii
. Os pesquisadores
noruegueses têm
realizado estudos sobre grandes sistemas de saúde, especialmente na
Europa, com ênfase nas infraestruturas dos sistemas de informação em saúde. Tratando
-
se de países com uma história significativa em investimentos e implementação de
sistemas públicos de sa
úde, como Inglaterra e Noruega (
BYGSTAD; HANSETH
, 2016), as
questões e problemas apresentados poderiam ser de alguma serventia nas
considerações sobre o papel das tecnologias digitais na consolidação e aprimoramento
do SUS.
Entre as questões principais
-
o
u como a mais abrangente
-
, Bygstad e Hanseth
destacam a existência de uma assimetria entre as expectativas afirmativas sobre o
desempenho das tecnologias de informação (TI) nos macros sistemas de saúde, e a
segmentação dos serviços que implementam essas t
ecnologias, em diferentes países.
Atualmente, existe uma lacuna entre as altas expectativas em relação à e
-
saúde
e o status fragmentado dos serviços de TI. Em resposta a essa situação, as
autoridades de saúde de muitos países tem demandado uma estratégia
de
governança central de TI e arquitetura empresarial, mas muitos grandes
programas experimentam tensões. Nossa pergunta de pesquisa é: como
podemos entender e administrar
as tensões de programas de larga escala em e
-
health?
(
BYGSTAD; HANSETH, 2016, p
.
1
)
.
Bystad e Hanseth afirmam que a maioria dos países optam pela combinação de
duas abordagens, para ordenar a informatização dos grandes sistemas de saúde:
soluções pela
arquitetura de TI
; soluções pela
governança de TI
.
Enquanto o alinhamento pela
governança
remete ao planejamento, outorgamento
de prioridades e coordenação de múltiplas atividades nos domínios das ações e das
práticas das agências envolvidas, uma
arquitetura
remete à concepção e implementação
integrada de padrões e processos na esfer
a de sua intervenção. Bygstad e Hanseth
problematizam a executabilidade e oportunidade de uma visão holística radical, e em
geral dos modelos “
top
-
down
”, aplicada aos mega sistemas de e
-
saúde
iv
,
propondo a
busca de soluções mais flexíveis e com soluções dif
erenciadas, ora locais, ora
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centralizadas.
Edwards
et al
.
(2007), citado pelos autores, consideram que existem três principais
tipos de tensão nas ciber
-
infraestruturas, afetando
-
as em suas características orientadas
à equidade e sustentabilidade: tempo,
escala, agência (
EDWARDS
et al.
, 2007
apud
BYGSTAD;
HANSETH
, 2016). Para Bygstad e Hanseth (2016), essas tensões se
manifestam de forma diferenciada quando olhadas do ponto de vista da governança ou
da arquitetura das tecnologias de informação (Quadro 1).
Quadro
1
-
Tensões em infraestruturas de informação
Tempo
Escala
Agência
IT
Governance
Entre a utilidade a
curto tempo e a
evolução em
tempos longos
Entre controles
descentralizados
ou centralizados
Entre ações
planejadas e
emergentes
IT
Architecture
Entre padrões
estáveis, de longa
duração, e
dinâmicas flexíveis
Entre escala
global e
necessidades
locais
Entre formas
fracas ou forte
de
acoplamento
Fonte
:
BYGSTAD; HANSETH
,
2016
,
p
.
4
, tradução nossa
.
Para
Bygstad
e
Hanseth (2016), da revisão da literatura e de suas próprias
pesquisas, poderiam inferir
-
se algumas orientações acerca da implementação da
governança, e a concepção da arquitetura de infraestruturas de informação, em grandes
sistemas de e
-
saúde, t
endo como princípio de ponderação a estabilidade relativa dos
setores e processos em análise e avaliação. Para os autores, ainda que não se tenham
suficientes e generalizáveis evidências empíricas, entre os
elementos mais estáveis
estariam “informações bás
icas do paciente e alguns outros registros básicos, como
medicamentos e prescrições”; de
estabilidade media
, rotinas bem estabelecidas, como as
dos laboratórios, e
menos estáveis
seriam equipamentos utilizados no atendimento dos
pacientes, sujeitos a const
ante inovação (
BYGSTAD; HANSETH
, 2016, p .16).
A experiência internacional com tecnologias digitais em grandes sistemas de
saúde traz à luz uma situação de tensões que, conforme a concepção de infraestrutura,
não podem ser ignoradas nem se pode pretender eliminar por inteiro, já que dessas
tensões deco
rrem também processos de inovação e o desenvolvimento de novas e
melhores soluções.
Modelos holísticos e centralizadores, visando a uma integração rigorosa,
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poderiam não ser tão bem
-
sucedidos como modelos flexíveis, com estabelecimento de
soluções adequad
as as plurais situações e necessidades. Na literatura consultada,
surgem indicações sobre a importância de dispor de diferentes soluções de governança,
diferenciando
-
se os
processos e situações estáveis
, que permitem padronização e
planejamento de longa du
ração, das
situações e processos em constante mutação ou
imprevisíveis
, para os quais não se possui parâmetros estáveis de comparação ou
definição, e devem requerer soluções descentralizadas e locais, conforme recursos e
necessidades.
Nesse sentido, as abo
rdagens que trabalham com o conceito de regimes de
informação, por sua flexibilidade e certo pluralismo epistemológico, parecem oferecer
uma liberdade analítica e descritiva de maior eficácia, do ponto de vista da reconstrução
de ações, sistemas, recursos
e tecnologias de informação, que abordagens que trabalham
com modelos únicos, como “campos” ou redes interpessoais
.
Em síntese, informação e as tecnologias digitais que compõem as diferentes
expressões da e
-
saúde não deveriam ser consideradas em sua neutra
lidade funcional,
fora dos contextos culturais, políticos, econômicos e sociais de sua concepção e
implementação, ainda que as tensões resultantes da digitalização da infraestrutura
informacional da saúde sejam de extensão internacional: a) em parte, algun
s problemas
surgem porque os recursos disponíveis reproduzem estruturas da informação
concebidas em configurações prévias, organizacionais ou tecnológicas, tendo que ser
adequadas a novas ofertas e demandas; b) a concepção e implementação de dispositivos
e redes de e
-
saúde seriam muitas vezes definidos como subsistemas e serviços que se
especializam num certo tipo de eventos e demandas de atendimento
, o que tende a
diminuir o
s efeitos distributivos sobre outras áreas de necessidades e demanda; c)
outras v
ezes, trata
-
se de unidades de inovação delimitadas por jurisdições estatais (por
exemplo, estaduais ou municipais), que ainda que sigam rotinas bem sucedidas e
tenham efeitos benéficos, não “conversam” com outras unidades, e suas realizações são
menos apro
veitadas na melhoria do macro sistema da saúde; d) aconteceria frequente
instabilidade dos acordos, padrões e contratos, sendo que a negociação de condições e
demandas é compartilhada por atores públicos e privados, com diferentes regimes de
regulação e de
definição de valor.
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O REGIME DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE E SEUS AGENTES: o protagonismo do SUS
Um regime de informação, como outros regimes de políticas, só ganha
visibilidade através de seus componentes. Num regime de informação, são componentes
ou dimensões do regime, seus agentes, seus contextos normativos, sua infraestrutura e
disponibilização d
e meios e artefatos, assim como certa definição da autoridade
epistêmica e de padrões de reconhecimento e validação da informação. Entre esses
componentes, um lugar privilegiado é ocupado pelos agentes do regime, que são os que
possuem autoridade decisóri
a, epistêmica e normativa. Os agentes dos regimes de
informação seriam aqueles que intervém e dinamizam ações, práticas e processos de
informação.
Num regime de informação do SUS são plurais e diversos os agentes que, em
múltiplas formações intersubjetiva
s,
trazem experiências e competências de diferente
ordem, biomédica, sanitarista, de informática e informação em saúde. Empreendedores
e categorias profissionais especializados, tem um papel importante na construção
permanente de um sistema público de saúd
e coletiva,
como profissionais da saúde e
profissionais de informação, técnicos, gestores, provedores de equipamentos e serviços,
pesquisadores. Em cada caso, exercem suas capacidades e funções conforme protocolos,
formulários, planilhas ocupacionais, voca
bulários oficiais, a serem conferidos nas
disposições legais e trabalhistas e plausíveis de comparação em estatísticas
internacionais, e requerem credenciamento diferenciado.
Do paciente à clínica, dos serviços de atendimento aos laboratórios, os macros
s
istemas de saúde funcionam conforme gramáticas complexas, por vezes por
acoplamentos frouxos entre as partes, por vezes conforme um entreamado de funções
estabilizadas por tradições e formatos institucionais, numa superposição de tempos e
padrões que favor
ecem sua invisibilidade.
Os regimes de informação, que são parte constitutiva e condicionante desses
macros sistemas de atendimento à saúde, eles mesmos estão sujeitos (ou não), a
segmentações, a herança
indiscernível das práticas do passado, as
priorida
des
ocasionais que acontecem a posterior como desvios. Ninguém ignora as dificuldades, a
demandar o esforço e comprometimento de todos os participantes do Sistema, para o
estabelecimento de arquiteturas e modelos de governança atentos aos princípios e
fina
lidades do SUS, com comunicabilidade e transparência. E não seria suficiente, sem
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indagar, com igual prioridade, pela inclusão informacional e comunicacional dos
agentes, que sendo categorizados como
pacientes, “sujeitos de uma saúde sem ideia”
, são
os pat
ronos e destinatários de um Sistema público de saúde.
Em princípio, “
um
regime de informação
se caracteriza por sua complexidade e
por sua não transparência imediata, e seriam as políticas intencionais as que
orientam
ações e decisões
destinadas “
a preservar e a reproduzir, ou a mudar e substituir um
Regime de Informação”, podendo
ser tanto
políticas tácitas ou explícitas quanto micro
ou macro políticas (
GONZ
Á
LEZ DE GÓ
MEZ
, 1999).
Num espaço interdisciplinar de profissionais de saúde e de informaçã
o, aparece
em toda sua magnitude o problema da infraestrutura infocomunicacional de um macro
sistema de saúde pública, assim como a pluralidade de esforços e realizações nessa
direção, das plataformas translacionais, a telessaúde, aos grupos de pacientes n
o
WhatsApp.
A dupla entrada, de cidadão
-
usuário do SUS, não poderia deixar de ser afetada,
por vezes pela insuficiência, por vezes pela complexidade e pluralidade dos meios e
recursos de informação, que geram efeitos adicionais de intransparência e podem
gerar
efeitos excedentes de exclusão.
De que maneira a pluralidade de fontes informacionais, concebidas em diferentes
momentos, campanhas, sub
-
agências, comunidades epistêmicas, se distribuem,
justapõem e vinculam (ou não),
nos dispositivos digitais ou em
espaços info
-
comunicacionais acessíveis?
O protagonismo do SUS, sua aposta na universalização do atendimento à saúde,
requerendo a participação intencional e comprometida de seus agentes, dev
e ter como
um de seus aliados a
autonomia informacional da popula
ção que atende: além das
informações em e para a saúde, existe um espaço trans
-
informacional e comunicacional,
que requer ações diferenciadas de formação e aprendizagem informacional e
comunicacional sobre os próprios regimes e políticas de informação e c
o
municação em
saúde,
incluindo os recursos e ofertas das novas tecnologias.
(RENEDO
et al.
, 2017)
.
Cabe perguntar como podemos avançar além da concepção de subsistemas
estruturados em torno de um núcleo identitário de institucionalização: disciplinar,
corporativo, geopolítico, normativo; e assumir
compromissos e tomar decisões
ponderando mais de um cont
exto de justificação: ético, político, econômico, científico,
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cultural.
Como podemos trabalhar para desbordar os cercos da informação envelopada
por gramáticas proprietárias ou administrativas, gerando transversalidade que possam
transformar a alteridade
de práticas e modelos em oportunidades de aprendizado.
Cabe perguntar quais os modelos de negócios para equacionar a necessidade de
lidar com tecnologias proprietárias ao mesmo tempo que atender aos requisitos de
estabilidade, duração, padronização, acess
o, próprios de um sistema público e gratuito
de saúde.
Quando as tecnologias ganham capacidades de agregação, convergência,
transversalidade, cabe perguntar como elas potencializam as ações de informação em
saúde, que as constituam como recursos sociais
-
visando aos cuidados e atendimento da
saúde dos coletivos, otimizando conhecimentos, competências, recursos socio
-
técnicos,
e promovendo formas colaborativas de organização e trabalho.
Podemos, porém, ir mais longe, e
perguntar
-
nos sobre adequada apropr
iação,
pelos pacientes
-
cidadãos, dos saberes sobre
o arranjo e distribuição das informaç
õe
s em
saúde
, os mapas metainformacionais e comunicacionais que ofereçam não só acesso às
informações em saúde, sobre serviços de atendimento e sobre cuidados, mas que
também possam implementar uma aprendizagem
-
gradual mas generalizada e
permanente
-
sobre os atuais regimes de informação em saúde, dentro e fora do SUS
–
considerando atores como a ANS
-
Agencia Nacional de Saúde Suplementar, ou as
políticas de alimen
tação escolar. A educação é uma ferramenta fundamental na
consolidação das conquistas democráticas.
6 CONCLUSÃO
A voracidade inovadora das tecnologias digitais nos deve levar a valorizar as
plurais manifestações dos saberes e das memórias. As tecnologias, nelas mesmas, tanto
dependem como contribuem com a construção de espaços não maquínicos de
configuração de algo
em comum, de aprendizagem e de construção de novas linguagens,
informacionais, educacionais, políticas: thesauros desprivatizados enriquecidos pela
imaginação linguística de plurais atores coletivos.
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7 AGRADECIMENTOS
Agradecemos a
Drª
.
Isa Maria Freire
e
Drª
. Marcia Teixeira Cavalcanti
pela
leitura
e comentários sobre o texto.
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-
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NOTAS
i
A revisão ortográfica, gramatical e em Língua
Portuguesa
é de responsabilidade d
a
autor
a
.
ii
Para Sandra Braman (2004, 2006), as tecnologias se diferenciariam conforme quatro dimensões
:
o
grau em que são “sociais” em
sua produção e uso; a complexidade do p
rocesso capazes de realizar; seu grau de autonomia; a escala de sua manifestação. De acordo
com essas variações, a história das tecnologias apresentaria três grandes "famílias" de técnicas a serviço do fazer humano (m
aking):
as ferramentas, que podem ser u
sadas por um único homem, como o martelo; as tecnologias propriamente ditas, que são
dispositivos sociais em sua produção e uso, mas cada uma delas com uma linha sequencial e diferenciada de processamento e
transformação dos materiais, e as meta
-
tecnologia
s.
iii
Bendik Bygstad (
bendikby@ifi.uio.no
), e Ole Hanseth (
oleha@ifi.uio.no
)
Department of Informatics, University of Oslo, Oslo,
Norway
, desenvolvem pesquisa sobre infraestruturas de informação e sistemas de informação que atendem a macro
-
sistemas de
atendimento à saúde. Destacamos estas pesquisas por um lado, pelo conhecimento prévio dos autores, e por outro, porque trazem
a
experiência
com sistemas estatais de saúde.
iv
“How should this challenge be governed in e
-
health? A combination of two approaches have been chosen in most countries: The
establishment of an IT governance regime, in order to plan, prioritize and coordinate the various
activities (Weill and Ross, 2004;
ISACA 2012).The establishment of an IT architectural regime, consisting of enterprise architecture (EA), various standards an
d an
implementation process (Ross et al., 2006; Open Group, 2011).”
Bygstad; Hanseth (2016), p.
2.
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CIENCIA DE LA INFORMACIÓN Y CIENCIA DE LA COMUNICACIÓN
: “otro
dialogo interdisciplinar
i
INFORMATION SCIENCE AND COMMUNICATION SCIENCE:
“another one dialogue
interdisciplinary”
Radamés Linares Columbié
¹
¹
Doutor em Ciências da Comunicação pela
Universidade de la Habana, (CUBA
).
E
-
mail:
radames@fcom.uh.cu
ACESSO ABERTO
Copyright:
Esta obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons
Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
O autor
declara que não
há conflito de interesses.
Financiamento
: Não há.
Declaração de Disponibilidade dos dados:
Todos os dados relevantes estão disponíveis
neste artigo.
Recebido em:
20/09/2
01
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar este artigo:
LINARES COLUMBIÉ
,
Radamés
.
Ciencia de la
Información y Ciencia de la Comunicación: “otro
dialogo interdisciplinar”
.
Informação em Pauta
,
Fortaleza, v.
3
, n
úmero especial
, p.
30
-
4
6
,
nov
.
201
8
.
DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39712.30
-
46
.
RESUM
EN
Se examina la diversidad de discursos que
expresan los procesos de organiz
ación,
producción y difusión del conocimiento.
Establece los rasgos identificadores de la Ciencia
de la Información y la Ciencia de la
Comunicación. Discute las propuestas de
interdisciplinariedad que caracterizan a los
cuerpos de conocimiento que se estud
ian.
Precisa el carácter de los diálogos existente
entre la Ciencia de la Información y la Ciencia de
la Comunicación.
Incluye referencias
bibliográficas y una propuesta de conclusiones
).
Palab
ras
-
c
l
ave
:
Ci
e
ncia d
e la
Informa
ción
.
Ci
e
ncia d
e la
Comunica
ción
.
Interdiscipl
inariedad.
ABSTRACT
The diversity of discourses that the processes of
organization, production and diffusion of
knowledge express is examined. Establish
features identifiers of the Information Science
and Communication Science. You discu
ss
interdisciplinary's proposals that characterize
the bodies of knowledge that are studied. The
character needs the existent dialogues between
of the Information Science and Communication
Science. You include bibliographic references
and a proposal of fin
dings
.
Keywords:
Information Science.
Communication Science. Interdisciplinary
.
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.
3
número especial
nov
. 2018
ISSN 2525
-
3468
DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39712.30
-
46
ARTIGO
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Linares Columbié,
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Ciencia de la Información y Ciencia de la
Comuniación
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1 INTRODUCCIÓN
A lo largo de la historia, los campos de conocimiento han ido transitando,
primero, por un determinado esfuerzo por delimitar sus fronteras en relación con otras
ramas colindantes, y; segundo, por su apertura a la interacción con otros campos,
algunos más
cercanos que otros.
Estos procesos instauraron formas específicas de organización y producción del
conocimiento en diversas ramas denominadas comúnmente como: disciplinas,
multidisciplinas, interdisciplinas y transdisciplinas. Los campos de la información
y de la
comunicación, al igual que otros campos de conocimiento han sido caracterizados en
una u otra variante disciplinar; pese a ello, la tipificación como interdisciplina es de una
relevancia particular, no solo al interior de uno u otro espacio, sino
también en las
interacciones existentes entre estos espacios.
La etiqueta “interdisciplina” tiene varias facetas, entre otras, se destacan: la
referida a la educación, donde es entendida como una forma de estructurar los
programas de estudios o currículos
y otra que remite a la producción y organización del
conocimiento que se genera en uno u otro campo
Al igual que otros movimientos intelectuales, la interdisciplinariedad tiene su
historia, instituciones e ideologías. Un instante sobresaliente del quehacer
interdisciplinar se ubica después de la 2da posguerra mundial, donde la expresión
ideológica más no
table lo fue la célebre “revolución de mayo de 1968”, movimiento
político y social que impugno el modelo disciplinar vigente en las universidades
francesas y postulo otras variantes para la transmisión y organización de los saberes.
En rigor, uno de los f
actores impulsores del nacimiento del movimiento
interdisciplinar gira en torno a lo que se denomina usualmente como la “crisis de las
disciplinas”, estas últimas como variantes organizativa y productora de conocimientos
tuvieron en el siglo XIX su máximo
esplendor y agotamiento; generando una
contradicción para el desarrollo del conocimiento científico y su necesidad de
crecimiento, haciéndose evidente la necesidad de síntesis, con su consiguiente
interacción e integración como formas necesaria para asumir
la complejidad de la
realidade.
De otra parte, el propio desarrollo del quehacer interdisciplinar impulso su
institucionalización con el empuje que recibió de parte de instituciones como la UNESCO
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Linares Columbié.
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Ciencia de la Información y Ciencia de la Comunicación
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(Organización de Naciones Unidas para la educación, la ci
encia y la cultura) y la OCDE
(Organización para la cooperación y el desarrollo); así como con el surgimiento de
programas interdisciplinares en varias universidades del mundo.
Por último, es observable que los procesos de construcción e identificación de
la
Ciencia de la Información y la Ciencia de la Comunicación como campos de
conocimientos están especialmente insertados en las dinámicas, antes mencionadas. En
consecuencia, este texto, busca examinar los elementos más notables que permiten
delimitar el
carácter de las relaciones e interacciones existentes entre la Ciencia de la
Información y la Ciencia de la Comunicación.
2
LOS CAMPOS DE CONOCIMIENTOS
El conocimiento académico ha organizado y estructurado su producción de
conocimientos a lo largo del tiempo a través de las den
ominadas: Disciplinas,
Multidisciplinas, Interdisciplinas y Transdisciplinas.
El termino disciplina tiene más de un significado, tanto en el lenguaje común
como en el académico. Comúnmente se entiende como una regla de conducta que un
individuo se impone
o las circunstancias le exigen; en el universo académico se asume
como un dominio particular de conocimiento
–
entendida como disciplina científica
(rama del conocimiento) o disciplina escolar (componente curricular).
Los orígenes de las disciplinas son ba
stante lejanos. El siglo XIX se considera
significativo en la historia de las disciplinas; es la época de un sustantivo auge de las
ciencias naturales y del surgimiento de las ciencias sociales. Desde ese momento, la
particularización y segmentación del co
nocimiento se establece como el procedimiento
organizativo del saber, el cual permite la obtención de conocimientos particulares
.
Así,
se comienza a entender que una disciplina es un segmento de conocimiento, del
conjunto de conocimientos de la humanidad, convertido en singular, particular, distinto.
Fragmentar, parcelar el examen de la realidad es el rasgo que por excelencia disting
ue a
las disciplinas. Además, en ellas habría que incluir a una comunidad, una determinada
práctica, una tradición, un conjunto particular de valores y creencias, un dominio, una
modalidad de investigación y una estructura conceptual.
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La explosión discipl
inaria
–
que es la tónica del conocimiento científico en los
siglos XIX y XX
-
es expresión de las plataformas y concepciones propias de la
modernidad, particularmente, concepciones filosóficas como: el racionalismo, el
empirismo y el positivismo. La perspe
ctiva analítica de la realidad es uno de los soportes
del pensamiento racionalista, y uno de los fundamentos de la propuesta disciplinar y su
fragmentación y parcelación de los diversos dominios de la realidad; algo similar ocurre
con el positivismo y su p
ropuesta objetivista, por esto cada disciplina se ocupaba sólo de
su "objeto" sin contaminarse, o contaminar a los demás (
POMBO
,
2005).
La segunda mitad del siglo XX inicia un proceso de cambios en todos los terrenos,
que va a tener también su manifestaci
ón en los espacios centrados en la organización y
producción de conocimientos en todos los saberes. Son estos los tiempos en que se
gestan y se desarrollan las impugnaciones al denominado proyecto de la modernidad;
que tiene al cuestionamiento al modelo de
ciencia impulsado por la modernidad como
una de las expresiones criticas ante esa visión.
“Fronteras”, “limites”, “autonomía”: rasgos típicos del esquema disciplinar,
comienzan a mostrar su incapacidad para responder a problemas y circunstancias de
una é
poca nueva. Algo similar sucede con los basamentos teorico
-
filosoficos de la opción
disciplinar: se desmoronan las visiones absolutas de los grandes sistemas filosóficos, se
está en tiempos de rechazo a esas posiciones.
Las opciones disciplinares “multi,
inter y trans” emergen en este nuevo entorno
como expresión de una época nueva:
[...] Debe reconocerse que, por detrás de esas cuatro palabras multi, pluri, inter
y transdisciplinariedad, hay una misma raíz
–
la palabra disciplina. Ella está
siempre prese
nte en cada una de ellas. Lo que nos permite concluir que todas
ellas tratan de cualquier cosa que tiene que ver con las disciplinas. Disciplinas
que pretenden unirse, multi, pluri, la idea es la misma, unir muchas, poner unas
al lado de las otras. O enton
ces, articularlas, ponerlas inter, en interrelación,
establecer entre ellas una acción recíproca. El sufijo trans supone un ir más allá,
sobrepasar aquello que es propio de las disciplinas [
…] (
POMBO
, 2005, p.
3).
En consecuencia, se afirma que, la Multi
disciplinariedad es la visión menos
controversial de la triada mencionada. Hay cierto consenso entre los expertos en
considerar que esta perspectiva implica convocar a varias disciplinas, cada una de ellas
con su cuerpo teórico y metodológico específico, p
ara abordar un objeto de estudio
compartido. En esta modalidad de vínculo, las disciplinas que participan no se
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modifican, ni se enriquecen al hacerlo, ya que no se producen cambios en sus esquemas
conceptuales y prácticos.
De otra parte, la Interdiscipli
nariedad, como segundo nivel de integración
disciplinar tiene un rasgo característico la diversidad de aproximaciones al significado
de esta práctica y concepción; en líneas generales se tiende a considerarla con una
peculiaridad: como resultado de la coop
eración entre disciplinas y sus interacciones
(esta puede ir desde una simple comunicación de ideas hasta la mutua integración de
conceptos, metodología, procedimientos, epistemología, terminología, datos y la
organización de investigación y docencia en un
campo suficientemente amplio); es decir,
reciprocidad en los intercambios y, por consiguiente, un enriquecimiento mutuo.
La tónica de los estudios interdisciplinarios busca el desarrollo de actividades
que se realizan con la cooperación e intercambio de
varias disciplinas. Cada disciplina
pone a disposición de las otras sus esquemas conceptuales, sometiéndolos a la
asimilación y reformulación de los mismos, de los que resulta una integración diferente
por esa reciprocidad en el intercambio. Es así, que:
[...] or interdisciplinariedad, deberá entonces entenderse cualquier forma de
combinación entre dos o más disciplinas con vista a la comprensión de un
objeto a partir de la confluencia de puntos de vista diferentes y teniendo como
objetivo final la elabora
ción de una síntesis relativa al objeto común [...]
(POMBO, 1994
,
p. 71
).
Por último, es posible afirmar que la concepción transdisciplinar es expresión de
una coyuntura epocal que se expresa en: complejidad de los problemas que surgen en el
campo académ
ico y fuera de él; excesiva especialización del saber; percepción de la
existencia de múltiples verdades.
La transdisciplinariedad es una etapa superior y posterior a la
interdisciplinariedad que no se limita a las interacciones o reciprocidad entre las
di
sciplinas, sino que ubica esas relaciones o vínculos en el interior de un sistema total,
sin fronteras establecidas entre las disciplinas. Con otras palabras, el enfoque
transdisciplinar es la tendencia de crear puentes entre las disciplinas, un terreno co
mún
de intercambio, dialogo e integración, donde los fenómenos pueden ser asumidos desde
perspectivas diferentes al mismo tiempo, generando una comprensión holística de ese
fenómeno que no es posible enmarcar en ninguna disciplina.
Los estudios sistemátic
os e institucionalizados de la información y la
comunicación nacen y se desarrollan en la particular coyuntura de la segunda mitad del
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siglo XX y, en consecuencia, permeados de las nuevas formas en que se organiza la
producción, organización y difusión del
conocimiento, por lo cual, sus tipificaciones se
adentran en el movimiento disciplinar descrito.
3 LA CIENCIA DE LA INFORMACIÓN Y SU INTENCIÓN INTERDISCIPLINAR
Se afirma que “[...]
Aparentemente, no existe una concepción uniforme de la Ciencia
de la
Información. El campo parece seguir diferentes enfoques y tradiciones [...]. No
obstante, todos se representan por el mismo nombre, Ciencia de la Información
.” (ZINS,
2007, p.
341). Este autor, también anota que circulan alrededor de decenas de
explicacion
es y definiciones diferentes de Ciencia de la Información, según un estudio de
expertos realizado en esos años.
Esa pluralidad de explicaciones y definiciones de la Ciencia de la Información es
posible agruparlas, entre otras, en varias direcciones:
-
Algu
nos entienden que el enunciado Ciencia de la Información equivale a las
denominadas actualmente Ciencias de la Información y/o Estudios de la
Información (espacio que agruparía a la Bibliotecología, la Archivística y la
Ciencia de la Información anglosajon
a);
-
Otros consideran que la Ciencia de la Información tiene solo que ver con los
algoritmos y las tecnologías de la información y comunicación;
-
También se postula que la Ciencia de la Información equivale a la
Documentación;
-
Al igual que, se concibe a la C
iencia de la Información como un cuerpo de
conocimiento autónomo vinculados fuertemente con otras materias informativas.
En este texto se asume que la Ciencia de la Información es un conjunto de
conocimientos enmarcado en el campo de las Ciencias Sociale
s centrado en la
producción, organización y uso de la información bajo las condiciones tecnológicas
surgidas desde la 2da mitad del siglo XX y fuertemente asociada a otros campos de
conocimientos informacionales, tales como: Bibliotecología, Archivística y
Documentación.
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La Ciencia de Ia
Información en su proceso de fundación y continuidad ha
buscado legitimarse como un cuerpo de conocimiento desde múltiples aristas y
perspectivas. Uno de sus rasgos notables, desde sus años fundacionales, fue su
propuesta de caracterizarse
como ciencia in
terdisciplinaria. Este autocaracterizacion de
este campo de estudios está ampliamente discutida en la obra de múltiples expertos,
entre otros:
Borko
(1968);
Mikhailov, Chernyi Y Gilyarevskyi
(1969);
Saracevic
(1992,
1996);
Le Coadic
(1996);
Pinheiro
(1999; 2006);
Gonzalez De Gómez
(2001);
Smit
;
Tálamo
;
Kobashi
(2004);
Guzmán Gómez
(2005).
La instalación de la Ciencia de la Información como campo de conocimiento es
una de las expresiones de los cambios informativos ocurridos durante la 2da posguerra
mundial, generando situaciones informacionales que son, a su vez, el resultado de
eventos ocurridos en todas las dimensiones de la sociedade.
El registro formal de la Ciencia de la Información fue expresada por Harold Borko
(1922
-
2012) en 1968, donde expr
esa las concepciones esenciales de los padres
fundadores de este campo
ii
, así nos dice que la nueva materia
“[...]
investiga las
propiedades y comportamiento de la información, las fuerzas que rigen su flujo y los
medios de procesarla para su óptima accesibilidad y aprovechamiento[...]”.
(BORKO,
1968, p.
2).
En el mismo texto caracteriza a la Ciencia de la Información
como una
“[...]
ciencia
interdisciplinaria derivada o que está relacionada con la Matemática, Lógica, Lingüística,
Sicología, Tecnología de la computación, Investigación operacional, Artes gráficas,
Comunicación y la Bibliotecología [...]”.
(
BORKO
, 1968,
p.
3).
Esta primera caracterización de esta área de estúdios:
[...] no tuvo consecuencias epistemológicas importantes para la Ciencia de la
Información en estos primeros años. Tal característica fue utilizada, sobre todo,
para justificar la actuación en el campo, de personas provenientes de las más
variadas disciplin
as científicas… Estudios más rigurosos sobre la idea de
interdisciplinariedad (de la necesaria existencia de un proceso teórico y
conceptual de “a dos manos” entre las disciplinas involucradas) comenzaron a
diagnosticar
inexistencia de prácticas interdisci
plinares entre la Ciencia de la
Información y las demás ciencias, en la medida en que la Ciencia de la
Información “tomaba en préstamo” conceptos y métodos de otros campos, sin
hacerse notar por esta [...] (
ARA
Ú
JO, 2014, p.
14).
La identificación interdisciplinaria de la Ciencia de la Información es una de las
constantes de esta área. Uno de los autores que, en los finales del siglo XX, se ha detenido
en examinar este tópico con más atención, es Tefko Saracevic (1930), considerado
uno
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de los pensadores fundamentales de este campo de estudios y se propone en dos
artículos publicados en los años 1996 y 1999 fijar su posición ante el tema de la
interdisciplinariedad de la Ciencia de la Información.
Saracevic, propone que
“
[…]
la Cien
cia de la Información trata los problemas de la
efectiva comunicación de conocimiento y registros de conocimiento entre seres
humanos en el contexto de usos y necesidades sociales, individuales e institucionales, de
información”.
(SARACEVIC, 1999,
p.
35
).
De otra parte, este autor anota:
[...] Me concentrare en las relaciones interdisciplinares con dos disciplinas: la
Bibliotecología y la Ciencia de la Computación. Obviamente otros campos,
notablemente la Ciencia Cognitiva y la Comunicación poseen
relaciones
disciplinares con la Ciencia de la Información, pero las mencionadas son las
más significativas y desarrolladas
.
(SARACEVIC, 1999,
p.
3
5
).
Las consideraciones de Harold Borko y Tefko Saracevic
más allá de sus cercanías
y distancias, subrayan la presencia de la
Comunicación
como una de las materias de
relación disciplinar, coincidencia significativa de acuerdo con los propósitos de este
texto. Si bien, más adelante, se volverá sobre este particu
lar; los autores mencionados
ofrecen una argumentación no precisamente amplia sobre este asunto.
4
LA CIENCIA DE LA COMUNICACIÓN Y EL ESCENARIO INTERDISCIPLINAR
Comunicación
, Ciencia de la Comunicación, Comunicación Social y Comunicología
son algunas de las denominaciones que en uno u otro momento ha recibido esta área de
estudios, términos que traducen concepciones diversas en torno al carácter y propósitos
de este espacio.
Escapa a los objetivos de estas líneas examinar esta problemática y en
consecuencia, a los efectos de estas consideraciones será Ciencia de la Comunicación la
expresión que resumirá las características, historia y objetivos de este campo de
conocimiento.
Los estudios sobre la Comunicación tiene una larga historia que se remonta a la
antigüedad clásica y tienen al filósofo griego Aristóteles como uno de los primeros que
identifica y reflexiona sobre este fenómeno al realizar sus estudios sobre retórica, don
de
esboza las primeras consideraciones en torno al fenómeno de la comunicación. Este
acontecimiento es, sin dudas, uno de los antecedentes de la hoy llamada Ciencia de la
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Comunicación, cuya constitución formal como dominio de conocimiento es un evento
que
se enmarca en la 2da mitad del siglo XX y es, al igual, que la Ciencia de la
Información otro de los nuevos saberes que surgen posterior a la última guerra mundial
y que su aparición fue una de las expresiones de los cambios informacionales y
comunicaciona
les que se producen en esos años
(
CAMARA
, 2011).
La comunicación, es un término polisémico que ha dado lugar a múltiples
definiciones, pero que el sentido común del campo académico asume como objeto de
estudio de este campo de estudios y que en sus años in
iciales se centraba
exclusivamente en el universo de los medios de difusión masiva y que en nuestro tiempo
va más allá de estos últimos.
Se afirma, que:
En la constitución de cualquier dominio de conocimiento, la definición de su
objeto de estudios es
fundacional; es en torno a un objeto propio, distinto que
un nuevo dominio de conocimiento se constituye…. en líneas generales,
podemos identificar dos objetos: los medios de comunicación y el proceso
comunicativo
.
(
FRANÇA
, 2000).
Esta afirmación revela
que es sustantivo no restringir el objeto de la Ciencia de la
Comunicación al campo mediático, ya que al hacerlo se apartan las diversas practicas
comunicativas que conforman la vida en sociedad y que no están necesariamente
marcadas por las llamadas media
ciones tecnológicas. Por ello, se anota que:
[...] desde los inicios de los estudios sobre comunicación, diferentes autores han
coincidido en que su objeto son los medios de difusión, relegando a un segundo
plano otras formas de comunicación, como lo son:
la comunicación
interpersonal y cultural. Con la llegada de los medios de comunicación social (el
cine, la radio, la televisión y la prensa) y las relaciones de poderes que se
gestaban entorno a estos, provocaron que en lugar de partir de las relaciones
h
umanas, fueran la técnica, la ingeniería y la electrónica y las poderosas
empresas propietarias de los medios quienes impusieran la forma de concebir
la comunicación [...].
(SALADRIGAS, 2006).
Cualquier examen de la trayectoria de la Ciencia de la Comunicación pone de
manifiesto el carácter fundamentalmente social de esta disciplina, puesto que desde sus
inicios, ha sido la sociología la que ha jugado un papel primordial en el abordaje de los
fe
nómenos comunicativos. Es precisamente, este hecho y las características de su objeto
de estudio lo que permite tipificar inequívocamente a este campo como perteneciente a
las Ciencias Sociales y es por ello que las principales influencias que se observan
en las
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teorizaciones comunicacionales provienen de corrientes principalmente sociológicas,
tales como el funcionalismo, estructuralismo o la teoría crítica, entre otras.
Las características del objeto de estudio de la Ciencia de la Comunicación
conducen i
nexorablemente a que en su estudio converjan las más diversas áreas de
conocimiento y es por ello, inobjetable el carácter interdisciplinar de este dominio de
conocimiento. En síntesis, es explicar el fenómeno comunicativo a partir de varias
disciplinas co
nexas entre sí y con relaciones definidas, a fin de que sus actividades no se
produzcan en forma aislada, dispersa y fraccionada. Esta caracterización como
interdisciplinaria ha sido tratada y debatida por diversos autores de este campo.
5
LOS DIÁLOGOS E
NTRE LA CIENCIA DE LA INFORMACIÓN Y LA CIENCIA DE LA
COMUNICACIÓN
Cualquier aproximación al examen de las proximidades entre campos de
conocimiento, con relativa autonomía, es un proceso estrechamente vinculado a las
características de las áreas de conoc
imiento en cuestión. La sistematización e
institucionalización de los estudios de la información y la comunicación se han
caracterizado, entre otros aspectos, por definir: objetos de estudio, identificación
disciplinaria, concepciones teóricas subyacentes,
construcción histórica. Por tanto, la
búsqueda de relaciones entre estos espacios se hace posible desde esas y otras
dimensiones.
Pese al debate existente sobre el fenómeno de la interdisciplinariedad y su
alcance, hay consenso entre los expertos en enfa
tizar que un rasgo distintivo de la
misma: es la imprescindible interacción e intercambio de conceptos, teorías, prácticas y
metodologías entre los campos de conocimiento. No obstante, el desarrollo histórico de
la Ciencia de la Información y de la Ciencia
de la Comunicación muestra que:
[...] El fenómeno de la importación terminológica, muy frecuente en Ciencia de
la Información, devela un área que mantiene interfaces bastante próximas con
diversas áreas de conocimiento, pero también permite reflexionar
sobre las
razones de ausencia de “exportaciones” de términos de la Ciencia de la
Información para otras áreas… La elevada proporción de “nociones prestadas”
es reveladora, de una interdisciplinariedad formal, que no refleja una
interdisciplinariedad real,
sino un préstamo de término
s de otras áreas [...]
(SMIT; TÁ
LAMO; KOBASHI, 2004).
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Esta atinada observación de los autores citados, nos coloca ante la necesaria
cautela que debe tenerse en torno a las relaciones interdisciplinares entre la Ciencia de
la información y la Ciencia de la Comunicación.
En esa misma línea de pensamiento, se d
ebe anotar que son múltiples las
afirmaciones de diversos autores, ya citados, de la Ciencia de la Información que
contemplan a la Comunicación o a la Ciencia de la Comunicación como una de las áreas
con la que se relaciona. Pero, también es notable la aus
encia de autores desde la Ciencia
de la Comunicación que hagan la misma consideración; en resumen, la invisibilidad de la
Ciencia de la Información para la Ciencia de la Comunicación es un hecho tangible. Por
todo ello, las consideraciones que siguen serán
, inicialmente, una delimitación o
detección de los lugares de encuentro de los cuerpos de conocimientos que se examinan.
En consecuencia, será:
Desde
la Historia
El cambio epocal que se gesta y desarrolla posterior a la 2da guerra mundial se
materiali
za en múltiples dimensiones de la sociedad, la cultura, la política, la economía,
la ciencia y la tecnología; este nuevo tiempo histórico va a generar cambios
informacionales y comunicacionales que pueden calificarse como excepcionales. Son
estos los tiemp
os de los crecimientos exponenciales de la información, de la aparición de
las tecnologías computacionales, de la explosión mediática, entre otros; y serán estas
algunas de las condicionantes que explican la creación formal y casi simultánea de la
Ciencia
de la Información y la Ciencia de la Comunicación en esa coyuntura. Con otras
palabras, ambos espacios de conocimiento se formalizan e institucionalizan producto de
las mismas circunstancias históricas y creándose, entre ellos, una especie de cercanía
fund
acional.
D
esde el objeto de estudio
La Ciencia de la Información y la Ciencia de la Comunicación, en líneas generales,
son comúnmente identificadas como áreas de estudio que tienen, en un caso a la
información como objeto de estudio y en otro, a la comun
icación como objeto de estudio.
La delimitación de la información y la comunicación como objetos de estos espacios, es
también una muestra de las proximidades registrables.
Se afirma, que:
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I
nformación y ser humano son dos realidades inseparables que no pu
eden
existir la una sin la otra. Por un lado, decir “información” implica reconocer un
ser humano que la creó; y por otro lado, el estar frente a un ser humano
presupone la existencia de informaciones gracias a las cuales se forma, se
comunica y vive en so
ciedad [...]
. (RENDÓN, 2017, p. 293).
Esto evidencia que el nexo existente entre Ciencia de la Información y Ciencia de
la Comunicación parte, sustancialmente, del objeto información, siendo esto el eje
central que las acerca.
D
esde la caracterización
La caracterización más notable recibida por la Ciencia de la Información y la
Ciencia de la Comunicación es la de ser interdisciplinarias. En otro momento, de este
texto se han anotado algunas consideraciones sobre este particular. No obstante, es
importa
nte subrayar que pese los debates que existen sobre este aspecto en uno y otro
terreno, la interdisciplinariedad como componente intrínseco a estas áreas de estudio
no parecen tener dudas; pese al limitado o inconcluso carácter que puede tener en estas
mat
erias. La interdisciplinariedad, es un punto común entre la Ciencia de la Información
y la Ciencia de la Comunicación. Ellas han necesitado dialogar con otros dominios de
conocimiento con el fin de elaborar sus teorías, metodologías y prácticas. Ello no ex
cluye
la no siempre explicitada relación interdisciplinaria entre la Ciencia de la Información y
la Ciencia de la Comunicación.
D
esde las teorías
Las trayectorias epistemológicas de la Ciencia de la Información y de la Ciencia de
la Comunicación son también lugares de encuentro entre estos campos. Una de las más
relevantes coincidencias está referida a los basamentos teóricos de estos espacios en
un
o u otro momento de sus desarrollos. Estas áreas de estudio utilizaron como
fundamento inicial de su armazón teórica, la denominada Teoría Matemática de la
Comunicación de C. Shanon y W. Weaver y se expresaron en uno y otro terreno como:
“paradigma físico”
y “paradigma informacional”.
La Ciencia de la Información bajo la impronta del Paradigma Físico se explicita en
que la elaboración de sus conceptos, teorías asumidas y prácticas postuladas traducen la
sustancia de ese enfoque paradigmático. El rasgo ident
ificador de este paradigma no es
otro que la creencia en la posibilidad de un conocimiento objetivo y verdadero, en tanto
se pretendía crear un tipo de ciencia acorde con los postulados de la modernidad y sus
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criterios de cientificidad. Por ello, se asume
que el criterio distintivo de este paradigma
no es otro que la objetividad. Por lo tanto la Ciencia de la Información, estructurada
desde las posiciones de la objetividad, se apoya en la creencia de que su basamento
teórico era la Teoría Matemática de la C
omunicación de C. Shannon y W. Weaver. Ese
intento de sustentación teórica fue infructuoso; ante todo por lo inadecuado de la
concepción teórica elegida a las realidades del campo informacional
(
LINARES
, 2005).
La Ciencia de la Comunicación, por su parte,
desde el denominado paradigma
informacional sustentado en el modelo desarrollado por Claude Shannon y Warren
Weaver dentro de la denominada
teoría matemática de la comunicación
o
teoría de la
información,
sería el más representativo de esta tendencia, que
trascendió la influencia
original del esquema para convertirse en un paradigma dominante durante muchos
años. Es una de las primeras sistematizaciones del proceso comunicativo a partir de una
perspectiva puramente técnica, cuantitativa. Desde esta mirada
la comunicación es
entendida como un proceso de transmisión de un mensaje por una fuente de
información, a través de un canal, para un destinatario. Calificado por los estudiosos de
la Ciencia de la Comunicación como una concepción simplista y reductora de
los
procesos comunicacionales
(
ALONSO; SALADRIGAS, 2006
).
Las anotaciones anteriores apuntan esencialmente a la especie de sintonía
-
convergencia que existe entre estas áreas de estudio en las dimensiones expuestas, pero
estas cercanías no necesariamente
indican la existencia de una relación
interdisciplinaria, tal y como estas deben ser entendidas.
No obstante, es posible registrar determinadas experiencias interdisciplinarias
entre estos espacios. Uno de los proyectos postulado por sus creadores como
i
nterdisciplinar, es el establecimiento en Francia desde mediados de los años 70 del siglo
pasado de la denominada “Ciencias de la Información y la Comunicación”. Se enuncia
que:
[...] ¿
Cómo puede preverse un estudio de la información que excluya el
fenómen
o de la comunicación que lo acompaña? ¿Cómo puede estudiarse el
contenido de un mensaje sin considerar a los que lo crearon, a los que lo
transformaron y a los que lo usan? Tales acciones, son actividades de
comunicación
. (
IBEKWE
-
SAN
JUAN
,
2012).
Estas
interrogantes están en los fundamentos de esta intención interdisciplinar;
sola que su materialización ha sido notablemente dificultosa.
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La institucionalización de la denominada “Ciencias de la Información y la
Comunicación” plasmada en la creación de orga
nizaciones gremiales y programas de
formación, surgió y se ha desarrollado con un marcado desbalance entre las áreas de la
información y la comunicación, donde esta última es la tónica distintiva y dominante en
el campo creado; la denominación de interdisc
iplinaria que califica este espacio,
mantiene la unilateralidad que hemos descrito en otros momentos. Resumiendo:
“
En
rigor, no se encuentra en la paleta de disciplinas que conforman a las Ciencias de la
Información y la Comunicación, una Ciencia de la Inf
ormación bien delimitada como
campo científico propio
.
”
(SILVA, 2009, p.
16).
Por último, en décadas recientes en el escenario académico se registra con
relativa frecuencia la presencia de un término, infomunicación, como expresión de un
“nuevo” fenómeno
que pretende marcar la interacción existente entre la información y
la comunicación.
Desde la Ciencia de la Información han surgido posturas que proponen un
análisis de los conceptos operativos de información y comunicación, a partir de los
cuales se prop
one una plataforma conceptual que apuesta por el entendimiento de estas
categorías en una óptica complementaria y arraigada a orientaciones socioculturales.
Uno de los autores más notables en este sentido, es el investigador y profesor portugués
Armando Ma
lheiro da Silva, que sostiene que la información y la comunicación
representan:
[…]
dos conceptos operativos que sirven para designar y comprender un
fenómeno humano y social, que consiste en la capacidad innata y adquirida de
dar forma (ideas, sensaciones
, emociones, etc.) y de interactuar con los otros o
de poner en común aquello a lo que se da forma [...].
(
SILVA,
2009
,
p.
30).
Este autor, consecuente con esta realidad propone que la Ciencia de la
Información tiene una marcada relación
interdisciplinaria con la Ciencia de la
Comunicación, cuya expresión más significativa es que el objeto de este campo no es
otro que el fenómeno infocomunicacional, entendido como proceso que relaciona a la
información con la comunicación (
SILVA
,
2009).
La
infomunicación ha sido abordada por otros autores, así, se afirma que:
[...]
Las áreas de la Ciencia de la Información, Comunicación y Ciencias de la
Computación pueden ser caracterizadas como un triángulo disciplinar
altamente dependiente del nuevo orde
n tecnocultural, tendiendo a generar la
formación de una disciplina con características transdisciplinares, como
infocomunicacional [...]
(PINHEIRO, 2005, p. 40).
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Otros, consideran que el actual ambiente digital es el estado “ideal” del fenómeno
infocomunicacional, ante la ineludible simultaneidad de la existencia, circulación y
transferencia de información y comunicación
(PASSARELLI, 2014).
6
CONCLU
SIONES
La Ciencia de la Información y la Ciencia de la Comunicación en sus procesos de
fundación y continuidad han buscado legitimarse como cuerpos de conocimiento, donde
su caracterización como interdisciplinarias ha sido una nota distintiva. La teoría y
práctic
a interdisciplinaria es uno de los elementos distintivos del quehacer intelectual
de nuestro tiempo. Los estudios informacionales y comunicacionales tienen que ser por
las peculiaridades de sus objetos y temáticas necesariamente interdisciplinares. Pero,
l
as autodefiniciones interdisciplinarias que postulan ambos campos han estado carentes
de la dimensión dialógica propia de estos processos.
Las relaciones interdisciplinarias existentes entre la Ciencia de la Información y
la Ciencia de la Comunicación, pe
se a especificas convergencias históricas, teóricas y
prácticas entre estos campos han adolecido de una autentica interdisciplinariedad; esta
restricción no ha impedido que desde la Ciencia de la Información se hayan producido
diversas importaciones teóric
as, conceptuales y practicas provenientes de la Ciencia de
la Comunicación, desde esta última esto ha sido bastante limitado.
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5
8
,
n. 3, p. 335
-
350, 2007.
NOTAS
i
A revisão ortográfica, gramatical e em Língua Vernácula é de responsabilidade do autor.
ii
La primera definición de Ciencia de la Información le cupo a Robert Taylor, en tres variantes, publicadas en 1963 y 1966. Har
old
Borko, sintetiza las variantes de Taylor en un artículo publicado en 1968 y considerado con justeza como un clásico,
Information
Science, what is it?
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PROTAGONISMO SÓCIO
-
INFORMACIONAL NA SAÚDE COLETIVA
i
SOCIO
-
INFORMA
TIONAL
PROTAGONISM IN COLLECTIVE HEALTH
Henriette Ferreira Gomes
¹
¹
Doutora em Educação pela Universidade
Federal da Bahia
(UFBA).
E
-
mail
:
henriettefgomes@gmail.com
ACESSO ABERTO
Copyright:
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Atribuição 4.0
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Conflito de interesses:
A
autor
a
declara que
não há conflito de interesses.
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: Não há.
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Todos os dados relevantes estão disponíveis
neste artigo.
Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar este artigo:
GOMES
,
Henriette Ferreira
.
Protagonismo
socio
-
informacional na saúde coletiva
.
Informação
em Pauta
, Fortaleza, v.
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1
,
nov
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. DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
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.
RESUMO
Aborda o protagonismo sócio
-
informacional na
saúde coletiva tratando do conceito de
informação, da natureza da saúde coletiva e do
potencial de ambas para a conscientização
quanto à necessidade de humanização do
mundo. Trata ainda do desenvolvimento do
pro
tagonismo sócio
-
informacional em saúde
coletiva, na condição de ação mediadora,
refletindo acerca das características e dimensões
da mediação da mediação da informação,
objetivando contribuir para o estabelecimento
de articulações entre os campos da Saúde
Coletiva e Ciência da Informação para a
mediação consciente da informação,
favorecedora do processo de apropriação da
informação em saúde enquanto lastro ao
desenvolvimento do protagonismo social.
Palavras
-
chave:
Protagonismo social. Mediação
da Informação
. Mediação da informação em
saúde coletiva.
ABSTRACT
Approach the social
-
informational protagonism
in collective health presenting the concept of
information, the nature of collective health and
the potential of both to raise awareness about
the need to h
umanize the world. It also discusses
the development of socio
-
informational
protagonism in collective health, in the condition
of mediating action, reflecting on the
characteristics and dimensions of mediation of
information and the aiming to contribute to
the
establishment os articulations between the
Collective Health and Information Science to the
conscious mediation of information, favoring the
processo of appropriation of health information
as a means to the development of social
protagonism.
Keywords:
Social protagonism. Mediation of
information. Mediation of information in
Collective Health.
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.
3
número especial
nov
. 201
8
ISSN 2525
-
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DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
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ARTIGO
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1
INTRODUÇÃO
A concretização do protagonismo sócio
-
informacional na saúde coletiva convida
a importantes reflexões acerca do conceito de protagonismo, do conceito de informação
e a condição de conhecimento que esta última contém, da natu
reza da saúde coletiva e
do seu potencial conscientizador da necessidade de humanização do mundo. Em outra
perspectiva, observa
-
se que o desenvolvimento do protagonismo sócio
-
informacional
em saúde coletiva, como em qualquer campo do conhecimento, do saber
ou da cultura,
se realiza por meio de atividades de mediação.
Nesse sentido, com base em estudo da literatura desses campos, apresentam
-
se
reflexões acerca do arcabouço conceitual para compreensão do protagonismo, da
relação entre a produção e disseminaçã
o da informação com o protagonismo, a base
protagonista da saúde coletiva e das próprias atividades informacionais, assim como a
imprescindível mediação consciente da informação em saúde coletiva.
Assim, este texto se desdobra na abordagem acerca do que ve
m a ser
protagonismo; do desenvolvimento do protagonismo sócio
-
informacional em saúde
coletiva;
sobre a mediação da informação e suas contribuições ao protagonismo,
finalizando com a tentativa de delinear as articulações necessárias ao alcance do direito
c
oletivo à saúde, como condição humanizadora do mundo.
2
O QUE VEM A SER PROTAGONISMO?
Ao abordar o protagonismo sócio
-
informacional na saúde coletiva percebe
-
se a
necessidade de iniciar a discussão acerca do significado de protagonismo. Tomando
como referência os estudos de Perrotti (2017), ressalta
-
se que é em
Antígona
de
Sófocles
(496
-
409
a.C.) que se pode observar a gênese do conceito de protagonismo.
Na obra de
Sófocles
, ao receber a notícia de que seus dois irmãos morreram em
batalhas, sendo que um deles, por ter se colocado em campo oposto, foi alvo da decisão
do rei de
Tebas
,
Creonte
,
de não permitir seu sepultamento, ordenando a exposição do
seu corpo ao ataque de aves de rapina,
Antígona
reagiu, se erguendo e indo a luta
reivindicatória do sepultamento do irmão, argumentando diante do rei
Creonte
que sua
reação se pautava nas leis do
s deuses regentes da vida na
pólis
, para os quais o
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sepultamento é um direito de todos independente de seus atos. Mas
Creo
n
te
não aceita
os argumentos de
Antígona
, condenando
-
a ao sepultamento em uma caverna
subterrânea, ainda com vida, desconsiderando as
leis de
Tebas
, e, assim, colocando a
esfera do privado (das suas paixões) acima da esfera pública, gerando um período de
violência que passou a comprometer a vida coletiva, o compartilhamento e a relação
entre os diferentes, comprometendo, enfim, o respeit
o à alteridade, que é a base
sustentadora da vida social. Ao contrário da conduta de
Creonte
,
Antígona
representa a
esfera pública que se ergue contra a extrema valorização do privado.
Desse modo, observa
-
se que na sua origem, o conceito de protagonismo s
e
relaciona com a valorização da vida cidadã, na qual o outro e o diferente são respeitados
e compreendidos como sujeitos ativos na constituição de todos.
Conforme Perrotti (2017), o termo protagonismo tem sido empregado em
diferentes campos da ação social
, em especial no âmbito das lutas por direitos de
diferentes naturezas. No entanto, o autor ch
ama
atenção para certa perda do sentido
originariamente concebido por Sófocles, em sua obra, onde o protagonista é o principal
lutador (
proto
= primeiro, principal associado à
agonistes
, o que luta, lutador). Nessa
perspectiva, protagonismo se relaciona à conduta de resistência e combate, de
enfrentamento de antagonismos (que lutam contra) que afetam a todos na sociedade.
Protagonismo implica e
m tomada de posição, o que coloca os protagonistas em
posição de liderança na luta contra os obstáculos que representam ameaças, assumindo
embates pela construção de um mundo comum. Ser protagonista significa assumir a
condição de sujeito social que age co
m e em relação ao outro, estando este outro
presente na cena da ação ou presente apenas simbolicamente.
O sujeito protagonista é aquele que age, que se ergue, que se coloca em relação
ao “mundo comum”. Conforme Perrotti (2017), para o protagonista, mais im
portante
que vencer uma luta, derrotando o adversário, é a afirmação dos princípios básicos do
viver junto
. Para o protagonista importa reagir, lutar e superar o fazer vazio, sem
significação.
Na mitologia grega, em razão da sua vida pouco convencional,
Sí
sifo
foi
condenado pelos deuses a carregar uma pedra até o topo de uma montanha, para ali
equilibrá
-
la, o que tornava o castigo permanente, já que ao atingir o topo, a pedra
acabava por se soltar, descendo montanha abaixo. Nesse mito, identifica
-
se a
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repre
sentação do trabalho inútil, ao qual não há reconhecimento social, nem tampouco
retorno compensatório. No entanto,
Sísifo
, no seu esforço de retornar com a pedra ao
topo, encontra
-
se com sua consciência e sente sua própria força, uma força superior à do
ro
chedo que tenta vencer, já que, apesar da dor, do cansaço, da infelicidade, ele resiste e
ergue novamente a pedra em direção ao topo da montanha, tornando essa capacidade de
resistir, essa força do insistir, na sua própria razão de viver.
Sísifo
encontra e
m si a
essência da resistência, encontra a sua felicidade, já que dá significado ao trabalho inútil,
ao castigo imposto, o que o torna no âmbito da sua consciência um forte, um ser
resiliente, rebelando
-
se contra o destino imposto, erguendo
-
se, portanto, c
omo
protagonista e abandonando a posição de vítima.
Nesta linha reflexiva acerca do conceito de protagonismo, pode
-
se iniciar a
focalização do protagonismo sócio
-
informacional, no qual a informação é resultante do
compartilhamento do conhecimento produzido
socialmente.
Conceituando informação como conhecimento em estado de compartilhamento,
Gomes (2016, 2017) ressalta a natureza social da informação, fruto do processo
dialógico que sustenta e subsidia a geração do conhecimento, por
potencializa
r
a
capacida
de humana de interpelar, de interferir, de criar e recriar o
próprio
conhecimento
anteriormente
instituído e o próprio mundo. Os sujeitos sociais se
constituem e constituem o mundo no processo de socialização, no qual a interação é
elemento essencial de co
nstrução de sentido, se caracterizando como um fenômeno
sócio
-
cultural com características lingüísticas e discursivas, por meio da qual as falas
produzidas pelas “vozes” são organizadas para que ocorra compreensão, debate,
dissenso e consenso entre interlo
cutores. (BRAIT, 2001).
Vários são os dispositivos concebidos e articulados ao processo de interação,
que atuam como elementos mediadores, nos desafiando a desconstruir a visão
reducionista de oposição entre os homens e seus objetos, assim como a expandir
a
concepção de dispositivos, compreendendo
-
os enquanto os próprios processos, técnicas
e ambientes produzidos pelo humano, que com eles estabelece uma relação dialética e
produtora de sentidos.
A informação é resultante e promotora da ação de compartilhame
nto, situando
-
se enquanto ação dependente da interação, por ser produzida, organizada, acessada e
apropriada no processo de encontro com o outro, o que lhe dá um caráter alteritário. O
outro que produz, o outro que organiza, disponibiliza, possibilita o ac
esso e uso, mas que
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também constrói e oferta dispositivos facilitadores do encontro e do debate com os
outros, ampliando as possibilidades de novas interpretações.
Nesse sentido, Gomes (2016, 2017), ao compreender a informação como
conhecimento em estado
de compartilhamento, a está caracterizando, ao mesmo tempo,
como produto gerado no esforço de colocar em comum e produto movente da ação de
comunicar, já que permite o acesso ao conhecimento (que encontra
-
se nesse estado
materializado), guardando a potênci
a promotora de novas ações de comunicação, a
partir das quais podem emergir revisões, novas perspectivas e até a geração de novos
conhecimentos.
Nesta linha reflexiva, revela
-
se o caráter social da informação, que resulta da
ação humana de colocar em comum
, de compartilhamento, de busca do encontro com o
outro, que a retomará em outro agir, em outra ação e reação, indicando esse movimento
como germe do protagonismo. O agir encontra
-
se na centralidade do protagonismo por
exigir a tomada de posição. Para Aren
dt (2007) o agir significa tomada de posição, de
iniciativa, de imprimir movimento a algo, sinalizando que na ação o protagonismo é
colocado em cena.
Arendt (2007) assinala ainda que a ação é a condição capaz de preservar o
espaço político, no qual a intersubjetividade favorece o exercício da crítica, ampliando a
possibilidade de interação e negociação, de articulação e acordo entre os sujeitos sociais.
Em outra perspectiva observa
-
se também que
o agir comunicativo permite o
compartilhamento social dos conhecimentos e saberes. Informação guarda, portanto,
uma propriedade material, por meio da qual, a condição abstrata do conhecimento
torna
-
se passível d
e ser visualizada, refletida, revisitada, no movimento recursivo que
assegura o pensamento crítico sustentador da tomada de posição por parte do sujeito
leitor, qualificando esse compartilhamento como uma atitude consciente da
comunicação que viabiliza o o
lhar crítico, o debate e possivelmente, o estabelecimento
do estado de consenso social, defendido por Habermas na sua teoria da ação
comunicativa.
Para Habermas (1987), a interação é uma esfera do social, por meio da qual os
sujeitos convivem, agem e se co
municam, buscando o caminho do entendimento e do
consenso possível para as decisões em torno das coisas do mundo do sistema e do
mundo da vida. Na interação se pode, por meio da intersubjetividade, reconhecer e
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questionar as pretensões de validade das mani
festações, construindo o estabelecimento,
sempre provisório, do que seja verdade. Mas, para que a ação comunicativa alcance
efetividade é preciso assegurar socialmente que a todos seja garantido:
a)
o espaço de voz, necessário aos questionamentos, argumentaç
ões e
respostas às questões formuladas a partir de suas falas;
b)
o exercício do debate problematizador da validade dos discursos, no
combate às ideias preconcebidas, preconceitos, estigmas, enfim a tudo que
limite o respeito à alteridade;
c)
a expressão dos
sentimentos, atitudes e desejos (subjetividades);
d)
a contestação, a exigência ou permissão para que explicações sejam
manifestadas em réplicas e tréplicas que estabeleçam atos reguladores da
própria interação, da vida ativa, do mundo do sistema e do mundo d
a vida.
Na concepção de Habermas (1987), a ação comunicativa emerge enquanto
interação entre sujeitos que agem e se expressam, capazes de estabelecer relações
interpessoais, buscando a compreensão quanto às motivações da discussão em foco e a
situação na q
ual ocorre a interação, assim como quanto aos planos de ações
coordenadas pela via do
entendimento
.
A partir do conceito de informação de Gomes (2016, 2017), passando pelas
abordagens de Arendt (2017) que ressalta o valor da ação, da tomada de posição, e
de
Habermas (1987) que assinala o valor social da ação comunicativa, tentou
-
se aqui
apontar as conexões entre
P
rotagonismo
e
Informação
, compreendendo o protagonismo
como ação de luta, do embate
necessário à
construção e consolidação do espaço público,
rea
lizada por sujeitos conscientes da necessária superação dos interesses privados que
colocam em risco ou em situação de ameaça os interesses públicos, sujeitos que
assumem a luta entre o público e o privado, em favor da
pólis
. Desse modo, acredita
-
se
ter co
ntornado o que se poderia denominar de
protagonismo sócio
-
informacional,
compreendendo
-
se que a luta em favor do interesse público só pode ser assumida no
âmbito social, na expansão da ação coletiva, para a qual a informação é elemento central
e
potencializador do debate que engendra o exercício do espaço crítico, do qual
emergem os sentidos e decisões. Mas, cumprindo o objetivo deste texto, a seguir se
busca abordar o protagonismo sócio
-
informacional no contexto da saúde coletiva.
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DESENVOLVIM
ENTO DO PROTAGONISMO SÓCIO
-
INFORMACIONAL EM SAÚDE
COLETIVA
Refletindo sobre o protagonismo sócio
-
informacional no contexto da saúde
coletiva, deve
-
se rememorar que esta
,
se volta aos interesses públicos, no debate e na
produção de conhecimentos e ações co
ncretas em favor da saúde no âmbito do social,
dos coletivos sociais.
A saúde coletiva representa a saúde vivida na coletividade, decorrente dos
impactos das posições e decisões sócio
-
econômicas de uma sociedade, podendo,
portanto, ser planejada, evitando
o desenvolvimento e alastramento social de patologias
e outros problemas que repercutam sobre a saúde da população.
Normalmente confunde
-
se saúde pública com saúde coletiva, ainda que exista
certa diferença entre elas. A saúde pública se ocupa da prevenção
de patologias ou
problemas que afetam a saúde de uma população, portanto, está vinculada a políticas,
ações e serviços realizados pelo estado, que visam alcançar as condições sanitárias
adequadas à promoção da saúde da população.
Por seu lado, a saúde col
etiva se caracteriza como movimento social em favor
das condições sanitárias, que consiste da realização de estudos para identificação da
realidade social, econômica e ambiental, do qual participam pesquisadores do campo da
saúde articulados a outros das c
iências sociais. A partir desses estudos cooperativos são
produzidos resultados capazes de subsidiar o estabelecimento das políticas públicas que
visam à eliminação ou controle de cenários epidêmicos.
Desse modo, verifica
-
se que a saúde pública é derivati
va dos estudos realizados
no âmbito do campo científico da saúde coletiva. A saúde pública pode e deve ser
estabelecida a partir da saúde coletiva, visando o estabelecimento de políticas públicas e
ações do estado voltadas a toda população.
A saúde coleti
va se caracteriza como um campo científico. Conforme Paim e
Almeida Filho (1999, 2000) trata
-
se de um campo interdisciplinar que articula
pesquisadores, teorias e estudos das ciências da saúde, da administração e das ciências
sociais.
Nesta diferenciação,
pode
-
se observar a estreita ligação entre saúde coletiva e
protagonismo. A própria saúde coletiva resulta da ação protagonista de pesquisadores e
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estudiosos que se articularam pela democratização da medicina, pela aproximação da
medicina e com as ações da
saúde voltadas ao interesse da coletividade.
Conforme Paim e Almeida Filho (1998) e Schraiber (2008), a saúde coletiva no
Brasil emerge dos movimentos pela democratização do país, focalizando a necessidade
de uma reforma sanitária capaz de democratizar a s
aúde, assegurando
-
a ao conjunto da
população. Assim, o movimento pela saúde coletiva ergueu
-
se no cenário do
autoritarismo, na luta pelos direitos sociais, em ações protagonistas.
Enquanto campo científico que parte do movimento social para compreendê
-
lo
em termos de suas condições e necessidades de saúde e que se propõe ao estudo dessas
condições para proposição de políticas públicas, assim como de disseminar na sociedade
conhecimentos que alterem positivamente suas condições de saúde, a saúde coletiva
tê
m no campo da Ciência da Informação um parceiro na geração de serviços e produtos
que, ao mesmo tempo, possam auxiliar na obtenção das informações para análise e
estudos, como também na mediação da informação em saúde que potencialize a tomada
da posição p
rotagonista por parte da sociedade, através dos movimentos sociais que
lutam pela igualdade de direitos e pelo respeito à alteridade, enfim, na luta pela
democratização da saúde.
Na prospecção de informações destinadas aos estudos, os ambientes públicos de
informação podem colaborar, assim como no processo de disseminação, acesso, uso e
apropriação social das informações produzidas pelo campo científico da saúde coletiva.
Os dispositivos de mediação da informação e os mediadores da informação
(profissionais
da informação) são parceiros potenciais da saúde coletiva para o
desenvolvimento do protagonismo sócio
-
informacional.
Progressivamente os sujeitos sociais entendem a informação em saúde como
um direito universal e buscam obter informações que lhes possibi
litem ter contato com
o conhecimento especializado dessa área, para refletir e adotar condutas que imprimam
qualidade às suas condições de vida. Por outro lado, os pesquisadores da saúde coletiva
buscam obter informações a partir das quais possam diagnosti
car e propor políticas em
favor da saúde da coletividade. Essa realidade coloca os campos da Ciência da
Informação e da Saúde Coletiva em articulação.
Segundo Campal García e Pastor Morán (2008), pesquisas têm indicado que o
tema da saúde representa o maio
r interesse informacional deste século, em especial
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porque a maior parte das populações busca ir além dos diagnósticos e tenta se municiar
de informações para melhor dialogar com as equipes médicas.
Em todo o mundo são realizadas atividades por profissiona
is e ambientes
informacionais para disseminar informações especializadas e desenvolver competências
em saúde, preparando os cidadãos a manejarem fontes confiáveis de informação,
habilitando
-
os na compreensão das recomendações básicas de saúde, a exemplo de
prospectos ou formulários sanitários
da
A
merican Medical Association
–
AMA (
2004),
desenvolvendo suas competências para ler, entender e trabalhar com informação em
saúde. (ANDRUS; ROTH, 2002).
Para a
American Library Association
(ALA),
competência em
informação se
caracteriza como o conjunto de competências e habilidades ligadas ao “[…] reconhecer
quando se necessita da informação e possuir a capacidade de localizar, avaliar e utilizar
eficazmente a informação requerida.”
(
AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION
,
1989, p. 1).
Estendendo o conceito para a informação em saúde, teve
-
se um movimento inicial no
contexto clínico, considerando as dificuldades de interlocução entre médicos e
pacientes. Mas, em paralelo, os ambientes e profissionais da informação incorpora
ram o
conceito na disseminação da informação em saúde, tomando como referência a Carta de
Ottawa de 1986, que firmou as bases teóricas e práticas da promoção da saúde.
(
UNIÓN
INTERNACIONAL DE PROMOCIÓN DE LA SALUD
Y EDUCACIÓN PARA LA SALUD,
2007).
Diverso
s ambientes informacionais têm desenvolvido atividades dessa
natureza, em especial bibliotecas públicas como as bibliotecas de Iowa, Denver, Toronto,
Colorado, Kansas, Missouri, Nebraska, Wyoming, sempre em articulação com bibliotecas
especializadas em Med
icina. Destacam
-
se ainda bibliotecas que atuam em projetos como
da
National Network PF Libraries of Medicine, cujo objetivo é o de
desenvolver as bases
do trabalho conjunto com as bibliotecas públicas. (CAMPAL GARCÍA; PASTOR MORÀN,
2008).
Por outro lado, é
importante ponderar que o desenvolvimento de competências
em informação sobre saúde visa não apenas o acesso à informação, mas também o
processo de apropriação da informação sobre saúde por parte dos sujeitos que, com tal
domínio, poderão agir em favor a
ampliação das condições de vida e na adoção de
medidas e comportamentos individuais e coletivos promotores de novas atitudes e
estilos de viver. Assim, o desenvolvimento de competências em informação, em
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quaisquer domínios do conhecimento, sempre se caract
erizará como atividade de
mediação da informação, sobre a qual também se deve refletir, visando a efetividade do
processo de apropriação da informação.
4
SOBRE A MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES AO
PROTAGONISMO
A
mediação da informação se caracteriza como uma ação ligada ao processo de
construção de sentidos que emergem das interações sociais e mediações simbólicas,
entre as quais a mediação linguística ocupa lugar central. Conforme Orozco Gómez
(2000), a mediação
é o
locus
de geração do sentido imanente do processo da
comunicação que se dá no âmbito de determinada cultura. Por seu lado, lembrando
-
nos
Bakhtin (1981) de que é exatamente no âmbito da cultura que os signos são construídos,
em especial a partir da toma
da de consciência e da capacidade do sujeito desenvolver
sua compreensão com base no substrato semiótico gerado nas relações sociais, na intra
e na intersubjetividade resultantes das relações interpessoais. Mas
,
o processo de
mediação também se dá na inter
relação de elementos técnicos, humanos, ambientais e
semiológicos que, em articulação, possibilitam a produção e o compartilhamento do
conhecimento. Todos esses elementos também atuam na mediação da informação, que
segundo Gomes (2014, 2016) possui cinco d
imensões que precisam nortear esse
processo: dialógica, estética, formativa, ética e política.
A partir de seus estudos Gomes (2014,
2016) formulou essas cinco dimensões
da mediação da informação, defendendo que articuladas e alcançadas tornam a
mediação e
fetiva e propulsora do protagonismo social. Somente na conjunção das cinco
dimensões a mediação da informação favorece o processo de apropriação da
informação, sem o qual o desenvolvimento do protagonismo pode se retardar,
compreendendo
-
se que a tomada de
posição acerca de qualquer problema ou luta
depende do processo de apropriação da informação, que carrega em si um importante
sustentáculo do processo de conscientização, que é o domínio do conhecimento
associado ao exercício da crítica, por meio do qual t
eoria e prática se irmanam,
desvendando as particularidades da realidade local, a qual pertence o sujeito que se
pretende protagonista.
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Por ser dependente das práticas de comunicação, por se ocupar da transmissão
cultural, envolvendo os processos de compartilhamento por meio dos quais os sujeitos
podem gerar significações,
a mediação da informação envolve uma dimensão dialógica.
O processo
dialógico possibilita o encontro e a manifestação entre diferentes
interlocutores. Na mediação consciente, o processo dialógico favorece o exercício da
crítica e a observação mais clara das incompletudes e lacunas dos conhecimentos
estabilizados.
Do exer
cício da crítica surge a possibilidade do desenvolvimento do
autoconhecimento, que permite o alcance da consciência quanto aos limites e
potencialidades, aumentando a probabilidade do desenvolvimento de estratégias bem
sucedidas de superação e, consequente
mente, do encontro com o prazer estético, no
reconhecimento da beleza do conhecimento, da apropriação e da geração do
conhecimento, o que evidencia a dimensão estética da mediação da informação.
Na base desse processo criador localiza
-
se a ação consciente
da busca do
autoconhecimento e da disponibilidade para o encontro com a diversidade e o respeito à
alteridade, o que implica na disposição para conhecer o outro, conhecer o meio e o
contexto, evidenciando a dimensão da ética da mediação da informação.
Por
outro lado, considerando que a mediação da informação pode também
representar uma ação de interferência, conforme assinala
Almeida Jú
nior (2009),
observam
-
se os riscos da relação tênue entre interferência e manipu
lação. Nesse
sentido, Almeida Jú
nior (2008,
2009) destaca que a ação mediadora consciente acerca
desses riscos, ainda que não assegure a plena eliminação deles, pode reduzi
-
los.
A consciência e a competência para interferir evitando a manipulação são
dependentes da conduta ética associada à busca
de identificação de sinais que
indiquem o grau de conforto, confiança, cumplicidade e cooperação que se pode
gerar na ação mediadora. (GOMES, 2016, p. 103).
Observando a dimensão ética da mediação da informação, o profissional que a
realiza precisa estar
aberto a acolher, ouvir e dialogar com o outro, o implica na sua
capacidade de escuta e observação sensíveis, assim como na adoção de princípios que
inibam a censura e o acesso à informação, em desrespeito à igualdade de direitos e
liberdade de pensamento
.
Nas atividades de formação do usuário se evidencia com maior clareza a
dimensão estética, formativa e ética, que devem ser analisadas no planejamento,
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execução e avaliação da mediação da informação. No entanto, de um modo geral as
atividades de mediação
da informação guardam um caráter formativo pela forte relação
da mediação com a estética e a ética. Em essência, toda atividade humana acaba por ter
um caráter formativo porque no fazer, no movimento, na ação, em certa medida acaba
-
se por inventar ou rein
ventar as ações e os próprios sujeitos dessas ações.
Toda ação é motivada por experiências e se concretiza na experiência. De
acordo com Larrosa (2002), a experiência é tudo que se vivência, tudo que acontece ao
sujeito, tudo que o toca e o afeta, enfim,
o que mobiliza o sujeito. Na experiência o sujeito
se recria e recria o mundo no movimento inerente ao comportamento protagonista,
ressaltando a relevância da dimensão formativa da mediação da informação.
Analisando
-
se dimensão formativa da mediação da in
formação com maior
cuidado, observa
-
se como objetivo implícito dessa mediação o desenvolvimento do
protagonismo social. O processo dialógico torna possível a aproximação entre agentes e
dispositivos de informação, o que coloca ainda em relevo a própria con
dição de
protagonista do mediador. Este age, constrói e interfere no meio, se caracterizando
como um protagonista social. O mediador da informação também se constitui em sujeito
da estética, da ética e da produção humanizadora do mundo, o que o coloca na c
ondição
de um agente político, cuja ação mediadora também tem, portanto, uma dimensão
política. Assim, na mediação da informação torna
-
se fundamental a reflexão e a
consciência acerca das dimensões dialógica, estética, formativa, política e ética da
mediaç
ão da informação.
A despeito de qualquer tipo de experiência neste sentido, torna
-
se relevante
observar que nesses contextos, os profissionais da informação e os ambientes
informacionais para atuarem de modo qualificado no desenvolvimento do protagonismo
s
ócio
-
informacional em saúde coletiva e os pesquisadores e agentes da saúde coletiva
precisam do estabelecimento de ações cooperativas, considerando também as cinco
dimensões da mediação nomeadas por Gomes (2014, 2016 e 2017) e segundo a autora,
se alcançad
as tornam mais efetiva e intensa a medição da informação com condições
promissoras ao desenvolvimento do protagonismo social.
Na concepção, planejamento e execução das atividades de mediação da
informação em saúde a compreensão e consideração do espectro c
onceitual e das
dimensões da mediação, ampliam a possibilidade de se alcançar resultados de qualidade
ao desenvolvimento do protagonismo social em favor da saúde coletiva.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O protagonismo sócio
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significa a reação e ação
consciente dos agentes de informação e de saúde, em articulação com os sujeitos sociais
que têm o direito do viver com saúde. Desse modo, pode
-
se concluir que o protagonismo
sócio
-
informacional em saúde coletiva se caracteriza com
o elemento fundante do
processo democrático de construção das bases de humanização do mundo.
O efetivo desenvolvimento desse protagonismo se dá por meio das atividades de
mediação consciente da informação, o que implica no conhecimento do que seja
informaç
ão, da sua missão social, das dimensões da mediação e da força dessa ação
também protagonista. A informação, na condição de conhecimento em estado de
compartilhamento, situa
-
se na base da construção de todos os saberes e culturas, se
caracteriza como subst
rato e, ao mesmo tempo, produto das partilhas que se efetivam
nas relações sociais, o que a caracteriza como elemento social. Para a saúde coletiva ela é
elemento que, interpretado e significado, torna possível a compreensão da realidade em
saúde de uma po
pulação e de suas necessidades, como também, e de modo qualificado,
indica o caminho promissor da saúde assegurada e disseminada democraticamente e em
respeito à alteridade.
Experiências no campo da Ciência da Informação e das Ciências da Saúde têm
sido re
alizadas em nível mundial, contando com as
expertises
desses campos, dos
contextos sociais locais e sob a orientação de organizações internacionais e nacionais
comprometidas com a humanização do mundo. No entanto, torna
-
se relevante o avanço
na compreensão
dos pontos de convergência entre essas especialidades, da necessária
articulação e cooperação, considerando as bases conceituais, teóricas e práticas que
envolvem as ações em torno da saúde coletiva e da informação, norteadas especialmente
para o protagon
ismo social.
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NOTA
S
i
A revisão ortográfica, gramatical e em Língua
Portuguesa
é de responsabilidade d
a
autor
a
.
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EXPERIENCIA EN EL ÁMBITO DE
L
A
EDUCACIÓN A DISTANCIA: de especialista
a (y)
magíster en
I
nformática en
S
alud en el
H
ospital
I
taliano de
B
uenos
A
ires
i
EXPERIENCE ON DISTANCE LEARNING: From specialist to (and) Master in
Health Informatics at Hospital Italiano de Buenos Aires
Sonia Elizabeth Benitez
¹
¹
Médica,
Uni
versidad de Buenos Aires (UBA).
Especi
alista en Medicina Interna, UBA.
Master of
Science, Biomedical Informatics, Oregon Health
&
Science University (OHSU).
E
-
mail:
sonia.benitez@hospitalitaliano.org.ar
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Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
Os
autor
es
declara
m
que não há conflito de interesses.
Financia
mento
: Não há.
Declaração de Disponibilidade dos dados:
Todos os dados relevantes estão disponíveis
neste artigo.
Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar este artigo:
BENITEZ, Sonia Elizabeth
.
Experiencia
en el
ámbito de
l
a
educación a distancia
:
de
especialista a (y) magíster en
I
nformática en
S
alud en el hospital italiano de
B
uenos
A
ires
.
Informação em Pauta
, Fortaleza, v.
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especial
, p.
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-
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,
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. 201
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. DOI:
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-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39714.62
-
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.
RESU
MEN
El objetivo de este artículo
es describir la
experiencia del Departamento de Informática en
Salud (DIS) del Hospital Italiano de Buenos Aires
(HIBA) en educación virtual, a distancia,
formando profesionales especialistas en
Informática en Salud. Esto implica también la
articulación pr
opuesta de posgrado de la
maestría en Informática en Salud. Para cumplir
con ese objetivo seguiremos una línea de tiempo
donde se muestran los principales hitos. Para un
mejor entendimiento se dividieron estas
instancias en dos, la implementación de una
p
lataforma virtual y posterior desarrollo de
cursos virtuales por un lado, y el desarrollo del
programa de la residencia, la carrera de
especialista y su posterior transformación a una
maestría por el otro.
Palabras
clave:
Educación a Distancia.
Informátic
a Médica. Especialización.
ABSTRACT
The objective of this paper is to describe the
experience of the Health Informatics
Department (HID) of the Hospital Italiano
de
Buenos Aires (HIBA) in virtual and distance
education, training professionals in Health
Informatics. This also implies the articulation of
the proposed postgraduate Master in Health
Informatics. To fulfill the objective we will follow
a timeline where
the main milestones are
shown. For a better understanding these
instances were divided into two, the
implementation of a virtual platform and
Inf. Pauta
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ARTIGO
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subsequent development of virtual courses on
one hand, and the development of the residency
program, the specialis
t career and its
subsequent transformation to a master's degree
on the other.
Keywords:
Education
d
istance. Medical
i
nformatics.
Specialization
.
1
INTRODUCCIÓN
Las Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC) representan la
convergencia entre las telecomunicaciones, las ciencias de la computación, y el manejo
de la información y gracias al establecimiento de la Internet ha favorecido el crecimiento
de di
versas áreas de conocimiento e impactado en diversos ámbitos
(
RODRIGUEZ;
BARBO
Z
A, 201
6
)
. El efecto visto en la educación se resume en la aparición de nuevas
competencias tecnológicas, así como en la ne
cesidad de formación continua y en la
creación de nuevos entornos de aprendizaje, tales como el virtual
(G
RAELS
, 2000)
. El
ámbito de la salud no ha quedado exento y también ha sido necesario incorpora
r las TIC
en relación a la educación de los profesionales de la salud en general, así como el
desarrollo profesional, en una forma de repensar el entrenamiento dado hasta este
momento. Y más aún incorporar habilidades referidas a la Informática Médica dent
ro de
la currícula de formación para las siguientes generaciones
(
SCHNEIDER;
EISENBERG
,
1998)
.
El desarrollo de competencias referidas al área interdisciplinar de informática en
Salud (IS) fue
beneficiado e impulsado en ese aspecto también en los diferentes niveles,
tanto para estudiantes de grado como de posgrado
(
GARCÍA GARCÉS
et al
., 2014;
GRAHAM
-
JONES
et al
., 2012
)
.
El objetivo de este artículo es describir el trayecto recorrido por el Departamento
de Informática en Salud (DIS) del Hospital Italiano de Buenos Aires (HIBA) en educación
virtual, a distancia , formando profesionales especialistas en Informática en Salud,
así
como la articulación propuesta de posgrado de la maestría en Informática en Salud del
HIBA.
2 METODOLOGIA
Para cumplir con ese objetivo seguiremos la línea de tiempo que se presenta en la
figura 1, teniendo como hitos principales:
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Figura 1
–
Línea de tiempo de proyectos educativos en el DIS.
Fuente
:
Elaborado por la autora.
●
La creación del programa de residencia para médicos
●
La implementación de la plataforma moodle
●
La creación del campus virtual del hospital italiano de Buenos Aires
●
El lanzamiento del curso de introducción a la informática biomédica
●
El desarrollo del curso de acceso a fuentes de información biomédica y
herramientas informáticas
●
Ampliación del programa de la residencia hacia otros profesionales de la salud
como enferme
ría
●
La presentación de la carrera de especialista
●
La presentación de la maestría en informática en salud
●
La aprobación del programa de residencia interdisciplinaria
●
Publicación de libros electrónicos (ebooks) de la especialidad
Para un mejor entendimien
to se dividirán estas instancias en dos, la
implementación de una plataforma virtual y posterior desarrollo de cursos virtuales
dentro del ámbito del inst
ituto universitario por un lado
, y el desarrollo del programa de
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la residencia ,
la carrera de especialista y su posterior transformación a una maestría
por el otro.
2.1
Ámbito de realización de las actividades formativas
Las actividades planteadas se han desarrollado en el ámbito del DIS, uno de los
departamentos del HIBA. Creado
en 2001, este departamento cumple funciones de
administración de datos de salud y gestión técnica del parque informático del hospital.
Está compuesto por siete áreas encargadas de llevar adelante la gestión de la
información hospitalaria, cada una con resp
onsabilidades diferentes y con un amplio
equipo de profesionales: Informática Clínica; Ingeniería de Software; Inteligencia de
Negocios y Bioestadística; Normas y Procedimientos; Tecnología; Investigación e
Innovación Tecnológica, Implementación y Capacita
ción y Calidad en Sistemas de
Información.
El HIBA es un hospital universitario de alta complejidad fundado en 1853, y
pertenece a una red sanitaria sin fines de lucro que incluye un segundo hospital, 25
centros ambulatorios y 150 consultorios particulares
distribuidos en la ciudad de
Buenos Aires y el conurbano bonaerense. La infraestructura se completa con 750 camas
de internación, 200 de las cuales son para cuidados críticos, 800 camas de internación
domiciliaria y 41 quirófanos. En la red trabajan 2800
médicos, 2800 agentes del equipo
de salud y 1900 personas de los sectores administrativos y de gestión. En el último
periodo se realizaron aproximadamente 45.000 egresos anuales, 3 millones de consultas
anuales y 45000 procedimientos quirúrgicos, de los c
uales el 50% fue ambulatorio.
A nivel asistencial, el HIBA cuenta con más de 40 especialidades médicas, un
equipamiento completo de Diagnóstico y Tratamiento, y un plantel profesional
reconocido. Su sistema prepago de salud (Plan de Salud del Hospital Ital
iano
-
PS) cuenta
con más de 150.000 afiliados que reciben atención a través de un médico de cabecera
que actúa como coordinador de la atención del paciente. Además, posee un Instituto
Universitario que dicta las carreras de Enfermería, Medicina, Bioquímic
a y Farmacia, y
un Instituto de Ciencias Básicas y Medicina Experimental.
En 1995 hubo un cambio estratégico en el manejo de la información y desde el
año 1998 se fueron implementando de manera gradual un Sistema de Información en
Salud (SIS) a partir de u
n desarrollo “in house” que maneja la información médica y
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administrativa desde la captura hasta el análisis. Incluye una única Historia Clínica
Electrónica (HCE) web, modular, orientada a problemas y centrada en el paciente.
Conocida con el nombre de ITAL
ICA, la HCE permite el registro de la atención en los
ámbitos: ambulatorio, internación, emergencias y atención domiciliaria. ITALICA
permite la solicitud de estudios complementarios, prescripción farmacológica y
visualización de resultados que incluye un
sistema de almacenamiento y transmisión de
imágenes (PACS
-
Picture archiving and communication system) asociadas al paciente.
3 RESULTADOS
En las próximas secciones de este documento se describirán primero la
implementación de la plataforma virtual Moodle, y el desarrollo de cursos virtuales y
luego se presentará el programa de la residencia, la carrera de especialista y su posterior
transfor
mación a una maestría.
3.1
Implementación de la plataforma virtual Moodle, y el desarrollo de cursos
virtuales
La implementación de Moodle dio un gran impulso al desarrollo de cursos
virtuales en la institución. Esta plataforma de aprendizaje de código
libre permite llevar
a cabo procesos de formación virtual, y se destaca por la comunidad de usuarios y
desarrolladores creada alrededor que facilita y promueve los principios de su diseño y
desarrollo continuo
(
ACERCA
de Moodle
…,
2018;
BECERRA TRAVER
;
VEGAS
, 2015)
.
Inicialmente los cursos virtuales eran internos, orientados a la realización de la
capacitación en la historia clínica electrónica (HCE), como
soporte a las actividades
presenciales, y esto se notó en particular, en el proceso de ingreso de los residentes a la
institución, como se puede ver en la figura 2. La imagen corresponde a la captura de
pantalla de curso de ingreso a las residencias en el
HIBA, en el año 2004.
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Figura 2
–
Captura de pantalla de curso de ingreso a las residencias en el HIBA
-
Año 2004.
Fuente:
Elaborado por la autora.
Este tipo de cursos son esencialmente presenciales, intensivos donde el propósito
del curso virtual es de tipo repositorio, un lugar accesible donde se centraliza la
información así como la comunicación. Si bien la interacción puede ser bidireccional
desde
la plataforma usando los foros de comunicación, principalmente se usa en forma
unidireccional para comunicaciones generales, dejando la mayor participación a la
instancia presencial. Este tipo de uso en los cursos virtuales continúa en la actualidad
como
determinados proyectos. Más adelante se establecieron otro tipo de cursos en
consonancia al lanzamiento campus virtual. Hasta el momento se han desarrollado más
de 100 propuestas académicas que van desde cursos hasta maestrías y doctorados
virtuales relaci
onados al ámbito de la salud
(
INSTITUTO UNIVERSITARIO DEL
HOSPITAL ITALIANO DE BUENOS AIRES
, 2018)
.
En el ámbito de formación en Informátic
a en salud, el programa 10x10 (Ten by
Ten
)
(
HERSH
, 2009)
se implementó en el año 2005 por la American Medical Informatics
Association (AMIA) y la Oregon Health & Science University (OHSU). Este programa
buscaba entrenar en Informática Médica a di
ez mil profesionales para el año 2010. Si
bien este objetivo no se cumplió, dio paso a una serie de cursos que incluyó la
realización de su versión en español, a cargo del DIS
(
OTERO
et al.
, 2007)
.
Est
e curso en
español se destaca por ser primero en su género y por abarcar los temas que introducen
a la especialidad. La primera versión se presentó en el año 2006 y luego de sucesivas
revisiones continua como parte de la oferta de cursos del DIS. Más de 12
00 estudiantes
aprobaron el curso, provenientes en su mayoría de Argentina, también participaron de
Chile, Uruguay, Bolivia, Perú y España entre otros.
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3.2
Programa de residencia, carrera de especialista y Maestría
En el año 2000 se inició el Proyecto de educación en Informática Médica, donde
se buscó la formación de médicos especialistas a través de un programa de residencia
médica
(
BERNALDO DE QUIROS
et al.
, 20
09)
.
Las competencias esperables para los
informáticos médicos, se alinearon con las propuestas por los miembros de la AMIA e
International Medical Informatics Association (IMIA) entre otras organizaciones
internacionales
(
KULIKOWSKI
et al
., 2012
;
MANTAS
et al.
, 2010
)
. En el año 2008 la
Comisión Nacional de Evaluación y Acreditación Universitaria (CONEAU) emitió un
dictamen favorable para el reconocimiento del título de especialista, mediante el
Ministerio de Educación. En el 2010 se publicó la Resolución Ministerial
118/2010 y a
partir de entonces los residentes médicos comenzaron a egresar con título de
especialista, una vez finalizada la residencia. En forma posterior, la residencia abrió sus
puertas al ingreso de enfermeros (2012) cambiando la denominación de la es
pecialidad
a Informática en Salud, para finalmente en el 2018 transformarse en una residencia
interdisciplinaria orientada a profesionales, más allá de los tradicionales de la salud.
La necesidad de continuar formando profesionales capaces de asumir el ro
l de
informáticos capacitados para desempeñarse en el contexto de sistemas adaptativos
complejos, llevó a considerar necesaria la creación de un programa de maestría como
una opción para aquellos profesionales que no podían acceder a la residencia pero
est
aban ávidos de formarse en la disciplina. La Maestría en Informática en Salud (MIS)
está dirigida a profesionales interesados en conocer la complejidad de este campo
disciplinar desde sus diferentes perspectivas, y en desarrollar las habilidades necesaria
s
para abordar las distintas problemáticas de los sistemas de información que se
presentan actualmente en al ámbito de la salud.
En virtud de la amplitud de la región latinoamericana y en vistas de las
dificultades personales, laborales y de movilización
física que manifestaban los
interesados en nuestra residencia en Informática médica y considerando la trayectoria
del HIBA y el DIS en formación en entornos virtuales
(
OTERO
et al.
, 2006)
,
se enmarcó
la
propuesta de maestría bajo una modalidad virtual, que permitiera acercar la formación a
todos los interesados y abriera incluso el alcance a estudiantes de otras nacionalidades.
Tomando de base el plan de estudios del programa de residencia, se plantea
una
currícula inicial orientada a lograr que los profesionales integren conocimientos de 4
campos del conocimiento: Ciencias de la Salud, Ciencias de la Computación, Ciencias de
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la Administración, Ciencias de la Información, promulgando un entendimiento d
e cada
disciplina suficiente para liderar un grupo de trabajo transdisciplinario
(
BAUM
et al.
,
2006)
. Además, debido a que la MIS admite diferentes perfiles profesionales
(MAESTRÍA
…
,
2018)
, se incluyó un ciclo de nivelación cuyo objetivo es que los
estudiantes puedan aunar criterios, manejar conceptos básicos y comenzar a hablar un
mismo lenguaje antes de iniciar la curs
ada formal de la maestría. Para finalizar la misma,
los maestrandos deben presentar un trabajo final que dé cuenta de una aplicación
innovadora o producción personal que, sostenida en marcos teóricos, evidencie
resolución de problemáticas complejas, propue
stas de mejora, desarrollo analítico de
casos reales, y que estén acompañadas de un informe escrito que sistematiza el avance
realizado a lo largo del trabajo.
La propuesta además, implica dos semanas presenciales e intensivas por año
(cuatro en total), cu
yo objetivo es que los maestrandos puedan asumir el rol de
informáticos en salud relevando procesos en entornos reales, así como también
potenciar la presencialidad, dar lugar al encuentro, fomentar el trabajo en equipo,
construir vínculos, y que los docen
tes puedan interactuar con los maestrandos no solo
como alumnos sino también como profesionales.
El plan de estudios de la MIS se compone de quince materias trimestrales que se
detallan a continuación:
Ciclo de nivelación:
●
Pensamiento médico y toma de
decisiones
●
Introducción a las Ciencias de la Computación.
Ciclo obligatorio: Se divide en dos años, cada uno de los cuales se desarrolla entre
marzo y diciembre.
1° año
●
Sistemas de Información en salud
●
Gestión de proyectos en informática en Salud
●
Programación
●
Principios de Interoperabilidad y Estándares
●
Sistemas de Soporte a la toma de Decisiones
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●
Bases de datos e inteligencia de negocios
2° año
●
Ingeniería del Software
●
Aspectos Organizacionales y Manejo del Cambio
●
Evaluación e Investigación en Informática en salud
●
Gestión Sanitaria
●
Ubicuidad en los Sistemas de Información
●
Ética, Legislación y Propiedad Intelectual
●
Informática aplicada a la Investigación clínica
En el 2017 comenzó su cursada la 1° cohorte de
maestrandos con 62 inscriptos. Y
en el 2018 la 2° cohorte, con 93 inscriptos. Actualmente, la población de la maestría se
compone de 141 estudiantes, en su mayoría argentinos
,
pero también procedentes de
Uruguay, Colombia, Chile, México, Panamá, Paraguay,
Ecuador y Bolivia. Las carreras de
base son diversas: aunque predominan los médicos, también participan profesionales de
sistemas y ciencias de la computación, enfermería, ciencias sociales y económicas, entre
otras. Además, provienen de diversas instituc
iones como ministerios de salud,
hospitales, universidades, y empresas privadas. La gran mayoría de los estudiantes tiene
entre 30 y 49 años, con experiencia en el ámbito de la informática y la salud.
Luego de dos años de dictado y en proceso de admisión
para recibir a la 3°
cohorte con el objetivo de beneficiar aún más el proceso de aprendizaje de los
estudiantes se encuentran en proceso algunas modificaciones. Las mismas atañen a
cambios en las secuencias de dictado de las materias, desarrollo de un proy
ecto de
publicaciones propias de la disciplina donde se decidió producir libros electrónicos
(
NUÑEZ
et al.
, 2018)
, en función de la facilidad para hacerlos llegar a la totalidad de los
estudiantes y la
s posibilidades de acceso desde múltiples dispositivos así como la
ampliación del ciclo nivelatorio, a modo de contemplar un mayor acompañamiento para
profesionales que no provienen de ramas técnicas para que dispongan de mayores
herramientas al comienzo d
el ciclo obligatorio.
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4 CONCLUSION
Concluimos que el uso
de las nuevas tecnologías ha favorecido el desarrollo de
competencias referidas al área interdisciplinar de informática en Salud y ha beneficiado
e impulsado la educación de los profesionales de la salud en general, así como el
desarrollo profesional, en u
na forma de repensar el entrenamiento dado hasta este
momento. Esto se ha podido ver a lo largo de casi dos décadas de experiencia, en donde
desde las actividades iniciales locales esto ha evolucionado a una experiencia
internacional de oferta de formación
académica de posgrado en Informática en Salud.
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311
-
318, maio 1998.
Disponible en:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/a
rticle
s/PMC1304973/>.
Acceso en: 12 set. 2018.
PubMed PMID: 9614787. PubMed Central
PMCID: PMC1304973.
NOTAS
i
A revisão ortográfica, gramatical e em Língua
Vernácul
a é de responsabilidade da autora.
image/svg+xml
TERMINOLOGÍA CLÍNICA:
la base para la representación/ categorización
de la información en las historias clinicas electrónicos del paciente
i
CLINICAL TERMINOLOGY:
the basis for the representation / categorization
of information in the storieselectronic patient clinics
Veronica Nancy Orrego
¹
¹
Médica, Universidad Abierta Interamericana
(UAI).
E
-
mail:
nancy.orrego@hospitalitaliano.org.ar
ACESSO ABERTO
Copyright:
Esta obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons
Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
A
autor
a
declara que
não há conflito de interesses.
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mento
: Não
há.
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Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar este artigo:
ORREGO
,
Veronica
Nancy
.
Terminología clínica:
la base para la representación/categorización de
la información en las historias clinicas
electrónicos del paciente
.
Informação em
Pauta
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-
94
.
RESUM
E
N
El objetivo de este documento es describir la
experiencia del Departamento de Informática de
la Salud del Hospital Italiano de Buenos Aires
(HIBA) en en la generación de un tesauro, con la
utilización de Snomed CT como vocabulario de
referencia, y las modi
ficaciones que sufrió hasta
que se convirtió en servicios terminológicos.
Para cumplir con este objetivo mostraremos los
hitos principales para mostrar las
funcionalidades actuales.
Palabras clave:
Salud
.
Terminología
.
Indicadores de Salud
.
Tesauro.
ABSTRACT
The objective of this document is to
describe the experience of the
Department of Health Informatics of the
Hospital Italiano de Buenos Aires (HIBA)
in the generation of a thesaurus, with the
use of Snomed CT as reference
vocabulary, and the modif
ications that it
suffered until which became
terminological services. To meet this
objective we will show the main
milestones to show the current
functionalities.
Keywords:
Health
.
Terminology
.
Health
Indicators
.
Thesaurus.
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número especial
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DOI:
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ARTIGO
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1
INTRODUCCIÓN
El Hospital Italiano de Buenos Aires cuenta con el Departamento de Informática
en Salud (DIS) desde 2001 y fue pionero en la creación y uso de la historia clínica
electrónica (HCE). La informatización mejora los procesos asistenciales, de educación,
de inv
estigación, de administración y de gestión, representando un dato de gran
importancia en los sistemas de salud, y permitiendo la atención centralizada en el
paciente.
El objetivo de este trabajo pretende
describir el relato de experiencia del DIS en
Terminología, desde su creación hasta la actualidad, con las modificaciones intermedias
basadas en necesidades institucionales.
El Hospital Italiano de Buenos Aires es una asociación civil sin fines de lucro
dedicada al cuidado integral de la salud. Desde
1853, brinda asistencia médica, forma a
alumnos de grado y posgrado, y realiza investigación básica, clínica y de la población.
Cada año, el Hospital atiende 2.950.000 consultas, efectúa 47.000 egresos y
realiza 51.000 procedimientos quirúrgicos en sus 41
quirófanos. Dispone de 785 camas
para internación
–
de las cuales 200 se destinan a cuidados críticos
–
y de 800 camas de
medicina domiciliaria. Su equipo de trabajo está conformado por 9000 personas: 3400
médicos, 3300 miembros del staff de salud y 2300 per
sonas de los sectores
administrativos.
Desde el punto de vista asistencial, el Hospital Italiano ofrece más de 40
especialidades médicas, un equipamiento completo de diagnóstico y tratamiento, y un
plantel profesional reconocido. También cuenta con una uni
versidad propia
–
que dicta
las carreras de Enfermería, Medicina, Bioquímica y Farmacia
–
y con el Instituto de
Ciencias Básicas y Medicina Experimental.
Para alcanzar el mayor grado de excelencia y calidad en los servicios que presta,
el Hospital Italiano
sustenta su gestión en el modelo de la Fundación Europea para la
Gestión de la Calidad ( EFQM por las siglas en inglés de la European Foundation for
Quality Management). Esta es una organización sin ánimo de lucro, constituida por
distintas instituciones y
empresas, que propone un marco de trabajo que contempla
nueve criterios. Cinco de ellos corresponden a los denominados “criterios agentes”, que
abordan cómo se gestiona una organización: liderazgo, objetivo y estrategia, personas,
alianzas y recursos, y p
rocesos. Los cuatro criterios restantes son los denominados
“criterios resultados”, que presentan los logros que obtiene la organización: los
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resultados en los clientes, los resultados en las personas, los resultados en la sociedad y
los resultados clave.
El modelo plantea la autoevaluación como herramienta de diagnóstico para que
las propias organizaciones se miden a sí mismas en relación con cada uno de los
criterios del modelo. La autoevaluación les facilita el camino a la excelencia al
permitirles ident
ificar de forma sistemática las oportunidades de mejora.
El Departamento de Informática en Salud (DIS)
es el màs joven de los siete
departamentos del Hospital Italiano de Buenos Aires. Creado en el 2001, el
Departamento cumple funciones como administración
de datos de salud y gestión
técnica de los sistemas informáticos. Está compuesto por diferentes áreas encargadas de
llevar adelante la gestión de la información hospitalaria:
●
Informática Clínica;
●
Ingeniería de Software;
●
Inteligencia de Negocios y Bioest
adística;
●
Normas y Procedimientos;
●
Tecnología;
●
Investigación e Innovación Tecnológica;
●
Implementación;
●
Capacitación y Calidad en Sistemas de Información.
Cada una con responsabilidades diferentes y con un amplio equipo de
profesionales.
Hacia fines de
los 90, el Hospital Italiano decidió implementar su propio
sistema de historia
clínica electrónica que se llamó “Proyecto Itálica”, que tiene por
objetivo contribuir a mejorar los procesos asistenciales, de educación e investigación, de
administración y ge
stión de la red institucional. Esta iniciativa proporciona a los
profesionales, líderes y directivos, del conocimiento adecuado sobre la realidad de los
pacientes y del sistema, para mejorar el proceso de toma de decisiones en base a
evidencias concretas.
Itálica es un Sistema de Información en Salud (SIS) diseñado y desarrollado por el
DIS, que incluye todos los sistemas que facilita el manejo de información basado en
componentes que dan servicios web. Está construido con estándares para facilitar la
inter
operabilidad e integra, de una manera transparente para el usuario, las diferentes
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funciones del Hospital Italiano como institución asistencial, académica, administrativa y
de gestión. De esta forma,
intenta dejar de lado el modelo histórico de los
hospitales con
sistemas de información para la administración independientes de los utilizados por los
profesionales en la asistencia sanitaria, que contempla al paciente como centro del
sistema y a la prestación del servicio sanitario como el instrumento
mediante el cual
resolver su necesidad.
Así, el Hospital Italiano, a través de un proyecto que abarca estrategias de
desarrollo y coordinación de cuidados en red, pensados en la descentralización, rediseño
su red de provisión de servicios a través de un a
mbicioso proyecto de sistemas de
información en salud. Para llegar a tomar las mejores decisiones, y sin dejar de
considerar los objetivos de las políticas sanitarias, se diseñó un proyecto informático
que contempla al paciente como centro del sistema y
a la prestación del servicio
sanitario como el instrumento mediante el cual resolver su necesidad.
Una de las claves del éxito de este sistema es que fue en gran medida diseñado
por los propios médicos. Otra de las claves es que la transformación se hizo
gradualmente, a lo largo de 10 años. Hoy, el 100% de los especialistas no sólo lo aceptó,
sino que lo valora como una herramienta insustituible.
Un valor insoslayable de la red informatizada que recorre todas las actividades
del hospital es el componente d
iseñado para la “toma de decisiones”. Toma información
de reglas de la ciencia médica y del paciente, y presenta diferentes intervenciones como
alertas o recordatorios, para evitar que se incurra en decisiones médicas riesgosas. “Son
sistemas de ayuda, por
que a la larga siempre el que toma la decisión es el médico
–
destaca Luna
–
. En los últimos dos o tres años estamos incorporando alertas para que
cuando el médico trabaja reciba estas recomendaciones, sugerencias, alarmas. Los
protocolos fueron acreditados
por la Joint Commission International, una asociación
norteamericana que audita hospitales para la seguridad del paciente. Este sistema
representa la posibilidad de tener un monitor 24 horas por día chequeando los signos
vitales del hospital”.
Para el futu
ro, se están diseñando prototipos para atención a distancia por
telemedicina, que permitirá a pacientes que viven a miles de kilómetros de la Ciudad de
Buenos Aires hacer consultas con especialistas de referencia del Hospital Italiano o
comunicarse con su
médico a través del portal con la historia clínica. La interacción se
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hará de manera segura y registrada, ya que todos los documentos se firman en forma
digital y tienen valor legal.
El Departamento de Informática en Salud del Hospital Italiano de Buenos A
ires ha
desarrollado en los últimos 15 años un rediseño profundo de su red de provisión de
servicios con el objetivo de lograr armonía entre brindar resultados de calidad, los
costos y la capacidad de resolver las necesidades de la población.
2
CREACIÓN DE LA HISTORIA CLÍNICA ELECTRÓNICA (HCE)
El Departamento de
Informática en Salud es uno de los más jóvenes del Hospital
Italiano, aunque la Institución viene utilizando la informática desde hace más de veinte
años. Creado en 2001, pasó a integrar en forma multidisciplinaria y bajo su conducción a
todos los grupos
de sistemas, tecnologías y medios informáticos existentes.
Como en la mayoría de los hospitales de los países desarrollados, la historia
comenzó hace unas dos décadas con la informatización de los procesos administrativos,
tras lo cual, y muy rápidamente,
se informatizaron las fichas médicas dedicadas a la
investigación clínica. El Departamento de Docencia e Investigación fue uno de los
pioneros en este sentido, creando un comité responsable de difundir el conocimiento
acumulado y un área de iconografía méd
ica. Iniciativas a las que siguieron a lo largo de
los años la informatización de la Biblioteca y de sus servicios. De allí en adelante muchos
fueron los Servicios que desde distintas perspectivas y con diferentes necesidades
invirtieron en la formación de
recursos humanos y tecnología informática. El Hospital, a
su vez, hizo enormes esfuerzos organizacionales y económicos para actualizar y ampliar
sus sistemas de administración y gestión e integrar los desarrollos informáticos de los
distintos sectores. Es
tos desarrollos alcanzaron una gran variedad de perspectivas
(administrativas, control de gestión, registro de fichas, investigación clínica,
herramientas pedagógicas, gestión operativa e incluso algunos proyectos asistenciales
orientados a la especialidad
), de vocabularios y de plataformas.
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2.1 Los pasos
prévios
A partir de 1998, se comienza el diseño y desarrollo de una Historia Clínica
Electrónica Ambulatoria y se introduce exitosamente en el Plan de Salud.
Para resolver los problemas de interoperabilidad de los sistemas, se crea un área
de informática médica responsable de crear, implementar y mantener la estructura
central de vocabularios de la Institución y, al mismo tiempo, se comienza con grupos de
traba
jo en interfaces. Así, el Hospital comienza a resolver los aspectos semánticos,
sintácticos y tecnológicos de interoperabilidad entre sus sistemas.
En el año 2000, luego de evaluar varios productos comerciales de software de
historia clínica electrónica d
isponibles en el mercado, la institución tomó la decisión de
elaborar un proyecto de desarrollo a 5 años en el área informática. Los objetivos
centrales fueron completar la integración de los múltiples desarrollos institucionales,
implementar la Historia C
línica Electrónica Única, tanto en atención ambulatoria como
en internación general e internación domiciliaria, y desarrollar al mismo tiempo un
proyecto docente académico para generar en el futuro nuevos recursos humanos
formados en una disciplina novedos
a. Estos pasos serían los antecedentes inmediatos de
la creación del Departamento de Información Hospitalaria un año más tarde, que
concentraría todos los emprendimientos encarados en el tema.
3
EL REGISTRO MÉDICO ELECTRÓNICO
Ubicado a la vanguardia en materia de tecnología aplicada, el Hospital Italiano
considera que el Registro Médico Electrónico es un componente fundamental para el
desarrollo de los sistemas de salud actuales, porque la disponibilidad de información
adecuada
y precisa posibilita tomar decisiones que garantizan la mejor calidad de
atención médica y la apropiada utilización de los recursos.
El departamento de información hospitalaria entiende que dicha información
debe ser capturada una única vez, en el sitio
de generación y con todos los atributos
necesarios que permitan su reutilización desde todas las perspectivas, y con ese objetivo
ha trabajado desde un principio. En tal sentido, se abocó a impulsar los cambios
estructurales de los sistemas de información
existentes (haciéndolos compatibles por
medio de estándares y vocabularios), así como de los procesos organizacionales y
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culturales necesarios para su funcionamiento. Una de las piedras basales de estos
cambios fue la puesta en marcha de un servicio de ide
ntificación de individuos para la
creación de un padrón único y confiable de pacientes (Tabla Maestra de Pacientes), ya
que la incorrecta identificación de las personas podía generar potenciales errores
médicos en la toma de decisiones.
Para facilitar e
ste proceso, se eliminó el empadronamiento en mostradores de
atención y se lo derivó a centros de empadronamiento distribuidos geográficamente en
diferentes puntos de la institución. Otro de los pilares fundamentales en la
implementación de la Historia Clí
nica Electrónica Única fue la creación de vocabularios
controlados en diferentes dominios (prácticas y procedimientos, productos
farmacéuticos, materiales descartables, problemas médicos y diagnósticos) y su
correlación con sistemas de clasificación nacion
al e internacional.
Este trabajo está integrado en un servidor de terminología médica que da
sustento a
um
monitor de eventos clínicos, que permite el funcionamiento de sistemas
clínicos computarizados para la toma de decisiones mediante alarmas y recorda
torios
que interactúan con los miembros del equipo de salud. Un claro ejemplo de ellos es el
Sistema Notificador de Interacciones Farmacológicas
(SNIF)
que alerta al profesional que
interactúa con el módulo de prescripción electrónica sobre las probables i
nteracciones
(de entre más de 40.000 pares) entre los principios activos de los productos indicados.
También se encuentran implementados y en marcha los módulos de
solicitud de
exámenes complementarios y de visualización de resultados.
4 ACTIVIDAD
DOCENTE Y DE INVESTIGACIÓN
Con la certeza de que la formación de recursos humanos calificados en el área es
importante y vital, a poco de formarse el Departamento de Información Hospitalaria se
inauguró la
Residencia en Informática Médica
, con un programa
de 4 años que
comprende conocimientos de medicina, ciencias de la computación, sistemas de salud,
epidemiología y bioestadística. El Departamento participa activamente asimismo en el
dictado de clases de informática médica en distintos programas formativos
como la Beca
de Gerenciamiento, las Carreras de Especialistas, la Escuela de Enfermería y la Escuela
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de Medicina del Instituto Universitario Hospital Italiano, y en la carrera terciaria de
instrumentación quirúrgica.
Figura
1
–
Incorporación de
tecnologías de la información y de las comunicaciones en el Hospital Italiano
de Buenos Aires
ii
.
Fuente
:
Proyecto Itálica, Hosp
ital Italiano de Buenos Aires,
2012.
Con respecto a las tareas de investigación, en el área hay varias líneas en marcha
tanto
en los aspectos informáticos estrictos como en los aplicados a la asistencia, entre
los que sobresale el procesamiento de señales biomédicas para el almacenamiento en el
repositorio de datos de los pacientes.
5 HISTORIA DE TERMINOLOGÍA
5.1 Evolución De Nuestros Vocabularios De Interfase
Desde 1998, el Hospital Italiano de Buenos Aires está desarrollando un sistema
de información clínico, con un registro médico electrónico en los diferentes niveles de
atención. Incluye un sistema de
ingreso electrónico de órdenes médicas para
medicamentos y estudios complementarios.
A lo largo de siete años hemos utilizado diferentes técnicas para el control del
vocabulario, migrando de un sistema de listas de términos a la creación de un servidor
de
terminología.
El Vocabulario de Interfase es el que el usuario utiliza cuando debe ingresar
información que es necesario registrar en forma controlada. Aunque se debe intentar
que el usuario elija una opción del vocabulario controlado, siempre se recomien
da
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brindar la posibilidad de escribir texto libre adicional. En algunos escenarios puede ser
apropiado permitir ingresar solo el texto libre, en los casos en que no encuentra
representación apropiada en el vocabulario de interfase.
Se puede utilizar un voc
abulario estándar o una clasificación como vocabulario
de interfase, pero la estrategia ideal es crear el vocabulario especialmente para la
situación donde va a utilizarse.
Para crear un vocabulario de interfase es necesaria la participación de los
usuario
s, por ejemplo si vamos a crear un vocabulario de interfase para cargar
diagnósticos se presenta una lista estándar de patologías a los médicos de la institución
y se hacen rondas de discusión donde los médicos agregan la jerga local y diagnósticos
faltant
es. Los vocabularios de interfase son dinámicos y siempre van creciendo de
acuerdo a las necesidades de los usuarios.
5. 2 Nuestra Experiencia
En nuestra institución se utilizaban diferentes vocabularios de interfase en los
siguientes ámbitos:
•
Lista de Problemas del registro ambulatorio: Sin vocabulario de interfase visible, se
permitía escribir texto libre que luego se codificaba en forma semi
-
automática con un
Tesauro.
• Diagnósticos y procedimientos en la internación: Sin vocabulario d
e interfase visible,
se codificaba secundariamente con CIE9
-
CM y DRG.
• Practicas Complementarias: Se creó un vocabulario de interfase manualmente con
todas las prácticas realizadas en el hospital.
• Productos farmacéuticos y principios activos: Vocabulari
o de interfase de Productos
comerciales, mantenido manualmente en base a la realidad del mercado farmacéutico
argentino.
Vocabulario de interfase de principios activos, creado y mantenido de acuerdo a
la necesidad de los productos comerciales disponibles.
Este vocabulario está relacionado
con el International Nonproprietary Names (INN) y el Medical Subject Headings (MeSH).
Vocabulario de interfase de genéricos, creado y mantenido manualmente como una
relación entre diferentes monodrogas con dosis y formas d
e presentación.
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• Insumos biomédicos no farmacológicos: Se creó un vocabulario de insumos
biomédicos no farmacológicos (descartables, prótesis, etc.) referenciado a una
clasificación estándar el Universal Medical Device Nomenclature System (UMDNS),
incluid
o un genérico de descartables.
Como primer paso se procedió a modificar el vocabulario de interfase de la lista
de Problemas Ambulatoria para adaptarlo al modelo del Servidor de Terminología. Se
utilizaron para la creación de este vocabulario de interfase
todos los textos ingresados
por los médicos en la Historia Clínica Electrónica a lo largo de 6 años. Estos textos
fueron ingresados como texto libre, ya que el proceso de codificación se hacía en un
segundo tiempo por un equipo de codificadores entrenados.
Un grupo de expertos
agrupó los textos por conceptos, es decir que si se habían encontrado 10 formas de
llamar a la “Hipertensión Arterial Esencial” estas se agruparon juntas y se eligió una de
las descripciones como principal del concepto, y el resto com
o sinónimos. Luego de este
proceso se obtuvo un vocabulario de interfase compuesto por 45.000 descripciones,
agrupadas en 23.000 conceptos.
Figura
2
–
Servidor de terminologia clínico
F
ue
nte
:
Proyecto Itálica
, Hospital Italiano
de Buenos Aires.
Una vez
que el Servidor de Terminología cuenta con este vocabulario de
interfase, está en condiciones de prestar servicios para la codificación en línea, es decir
verificar que el ingreso del médico coincida exactamente con un texto del vocabulario de
interfase (t
esauro). En los casos de falta de coincidencia exacta se debe implementar
otro sector del Servidor de terminología que brinda la funcionalidad de ofrecer un set de
posibilidades de acuerdo a un algoritmo de búsqueda léxica y semántica, basado en el
texto i
ngresado por el médico
.
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5.3 Selección de un Vocabulario d
e Referencia: Consid
eraciones Sobre el
Vocabulario d
e Referencia
Todos los conceptos incorporados en
los diferentes vocabularios
de interfase que
utiliza un sistema de información hospitalaria se representan en un único vocabulario
de referencia. Este vocabulario es en general una nomenclatura, es decir una lista de
palabras que representan la totalidad del campo de la medicina que
se va a utilizar en la
institución organizada por un grupo de personas responsables, aquí se combinan los
diagnósticos, procedimientos, fármacos, entre otros. Crear una terminología de
referencia ad hoc es posible aunque no recomendable, ya que es una tar
ea muy
compleja. El vocabulario de referencia debe estar relacionado con todos los posibles
vocabularios de salida, utilizando una nomenclatura estándar como vocabulario de
referencia, que ya tiene sus mapeos con posibles Vocabularios de Salida es una opci
ón
más práctica y posible.
5.4 Nuestra Experiencia
En nuestro proyecto elegimos como vocabulario de referencia a Snomed
CT. es
una nomenclatura desarrollada por el Colegio Americano de Patólogos, desde hace 30
años ha evolucionado en diferentes versiones, siendo la última “Snomed CT”, por Clinical
Terms, que resulta de la unión de “Snomed RT” con los “Clinical Terms V3” ut
ilizados
por el sistema de salud inglés. Esta nomenclatura que abarca todo los campos de la
medicina, y posee una estructura organizada de conceptos y descripciones ya se
encuentra disponible para el idioma español y provee una funcionalidad de
representac
ión enumerativa y composicional, con definiciones semánticas de los
conceptos mediante interrelaciones entre los mismos. Snomed CT ya fue mapeado con
algunas clasificaciones que pueden utilizarse como Vocabulario de Salida y otros mapeos
están en construcc
ión en este momento.
Durante el desarrollo del servido de terminología se consideró la posibilidad de
utilizar Unified Medical Language System
(UMLS) como vocabulario de referencia. La
principal ventaja de UMLS es la gran cantidad de mapeos desarrollados para los
vocabularios de salida. Las desventajas radican en que estos mapeos se basan en
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similitudes léxicas, y no semánticas, el problema radi
ca en que términos que se escriben
parecido (léxicamente iguales) en diferentes clasificaciones no necesariamente
representan el mismo conceptos (no son semánticamente iguales). Además Snomed CT
provee una lógica composicional robusta y explícita, para la
representación de los
Vocabularios de interfase. De esta forma el vocabulario de referencia, Snomed CT se
comporta como un puente entre el vocabulario del usuario y los vocabularios de salida.
5.5
Representación de los Vocabularios de interfase en el d
e
Referencia
El vocabulario de referencia debe tener el suficiente nivel de detalle y cobertura
para representar los conceptos incluidos en todos los vocabularios de interfase y
Vocabularios de Salida. En el caso de Snomed
CT, las especificaciones para la
representación composicional permiten combinar términos para representar conceptos
no incluidos originalmente en la nomenclatura, llegando a altísimos porcentajes de
cobertura. La estrategia que utilizamos para representar
nuestros vocabulario de
interfase en Snomed CT fue mapear los conceptos de cada uno de ellos, uno a uno, a una
extensión de Snomed CT creada por nosotros. Una extensión es un conjunto de
conceptos, descripciones y relaciones nuevas, agregadas a Snomed CT,
cada concepto
agregado se describe mediante sus relaciones con los conceptos estándar de Snomed CT.
5.6 Uso de l
a Representación Composicional
Es necesario agregar nuevos conceptos a una nomenclatura de casi 300.000
porque muchos conceptos de Snomed CT
no están detallados en todas sus posibles
variaciones. Por ejemplo con su lateralidad (“Neumonía Derecha”), severidad (“Eccema
Atópico Leve”) o curso (“Urticaria Recidivante”).
Figura 3
–
Representación composicional de un nuevo concepto
.
Fuente
:
OSORNIO, A. L.
et al.
, 2005.
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Sin embargo Snomed CT contiene todos los términos (los elementos atómicos) y
reglas necesarios para crear nuevos conceptos detallados. Los conceptos en Snomed
CT
se definen por sus relaciones, y las descripciones son denominaciones alternativas del
concepto. Por ejemplo si hay que incorporar el término “Eccema Atópico Leve”, se lo
agrega asignándole las relaciones “Es un subtipo de Eccema Atópico” y “Tiene seve
ridad
Leve”. Una descripción alternativa de este concepto puede ser “Eccema Alérgico Leve”.
6 NECESIDAD DE UNA EXTENSIÓN DE SNOMED CT
La representación composicional resuelve el problema de la cobertura, pero
requiere un complejo modelo informático para
asociar un conjunto de cantidad
indeterminada de códigos a un diagnóstico de la Historia Clínica o concepto de un Voc.
Int. Realizar consultas a una estructura que guarde estos datos puede requerir un gran
esfuerzo de programación y procesamiento. Snomed
CT tiene una estructura de datos
diseñada para resolver la representación composicional que es la base de su lógica
interna. De esta manera se creó una extensión de Snomed CT que incluye un conjunto de
Conceptos, Relaciones y Descripciones que se relaciona
n uno a uno con los Voc. Int. Cada
uno de los conceptos de la extensión se representa en Snomed CT a través de sus
relaciones con los términos estándar.
Figura 4
-
Representacion composicional de los onceptos de la extension
local con sus relaciones con los
c
onceptos estandar de Snomed CT.
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6.1
S
elección de vocabularios de salida
En nuestra implementación utilizamos diferentes Vocabularios de Salida de
acuerdo a nuestras necesidades:
•
Clasificación Internacional de Enfermedades Versión 9 Modificación Clínica
(CIE9
-
CM) y Grupos Relacionados de Diagnóstico (DRG): Para la gestión y análisis
epidemiológico de los episodios de Internación.
•
Clasificación Internacional de Atención Primaria Ve
rsión 2E (CIAP
-
2E) y
Clasificación Internacional de Enfermedades Versión 10 (CIE
-
10): Para los
diagnósticos y motivos de consulta originados en la Historia Clínica Ambulatoria.
Tanto los diagnósticos del ámbito ambulatorio como de internación alimentan la
base de datos del Software de Manejo del Programa de Enfermedades Crónicas,
permitiendo estimar el riesgo de los pacientes y reforzar con contactos
personales las prácticas preventivas y medidas de control en los pacientes más
complejos.
•
Clasificación Int
ernacional de Enfermedades
–
Oncología (CIE
-
O): Para el análisis
epidemiológico de las enfermedades oncológicas.
•
Clasificación Anatómico Terapéutico Clínica (ATC) e Internacional Nopropietary
Names (INN): Para los fármacos en el sistema de prescripción el
ectrónica y
sistemas de soporte de decisión, utilizado para la gestión y epidemiología,
permitiendo el cálculo de las DDD (Dosis Diarias Definidas).
Se llega a estos vocabularios desde Snomed CT, utilizando los mapeos
(Referencias Cruzadas) incluidos. Act
ualmente Snomed CT provee mapeos oficiales a
CIE9
-
CM, CIE10 y CIE
-
O, para el resto de los casos se definieron estrategias para el
mapeo de los conceptos en la extensión a mano, siguiendo la especificación de
Referencias Cruzadas de Snomed CT.
6.2
Desarrollo de una interfase con el lenguaje natural de nuestros médicos
Para facilitar el uso del Vocabulario de Interfase por parte de los profesionales de
la salud, en un sistema clínico en línea, durante la atención de los pacientes, es necesario
incor
porar técnicas de búsqueda avanzadas para permitir la elección del término más
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apropiado. Nuestra estrategia fue diseñar un sistema que permita el ingreso del texto
por parte del profesional, y que luego brinde en una lista de opciones (“pick list”) no más
de 10 alternativas de términos relacionados, y que permita al profesional elegir uno de
ellos, profundizar la búsqueda o mantener el texto libre al no encontrar una
representación apropiada en el vocabulario de interfase.
6.3
Necesidad de un lexicón
En el momento de buscar los términos más parecidos al texto que ingresan los
profesionales se puede mejorar la calidad de las opciones encontradas con una
búsqueda inteligente que contemple las diferentes variaciones léxicas de las palabras,
como variacion
es de género, número, inflexiones, derivaciones, entre otros. También
puede contener las relaciones de sinonimia entre diferentes palabras. La herramienta
informática lingüística que almacena esta información y permite utilizarla en las
aplicaciones se den
omina Lexicon. Un Lexicón contiene tablas con las diferentes
variaciones de las palabras conocidas y reglas que permiten inferir estas variaciones a
partir de las características de las palabras desconocidas. Actualmente estamos
desarrollando un Lexicón qu
e permita estas funcionalidades con las palabras utilizadas
en nuestro medio.
Como ejemplo del funcionamiento de un Lexicón permitiría que al ingresar el
texto “Piel irritada”, la búsqueda obtenga como una opción “Irritación Cutánea”, que no
sería encontrada en una búsqueda simple por comparación del texto.
6.4 D
esarrollo de una
aplicación para el mantenimiento de los vocabularios
contenidos en el servidor de terminología
Se desarrolló una aplicación dedicada al mantenimiento de los vocabularios
incluidos en el servidor de terminología, que administra los vocabularios de interfase, la
extensión de Snomed CT, la representación composicional de sus conceptos y los
mapeos con
los vocabularios de salida. La tarea del mantenimiento del vocabulario de
interfase es compleja, se requiere un software a medida, que permita la incorporación de
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nuevos ingresos, la edición de los conceptos y descripciones existentes y la
representación c
omposicional de los conceptos del vocabulario de interfase en el
vocabulario de referencia, es decir el mantenimiento de la extensión local de Snomed CT.
Se requirieron las siguientes funcionalidades específicas:
• Búsqueda de Conceptos, por código o des
cripción;
• Edición de las descripciones, incorporando nuevos sinónimos y especificando el
término preferido para describir el concepto;
• Categorización de las descripciones como “Visualizables” o no en una interfase al
usuario.
(Las interfases mostrarán
solo las descripciones marcadas como
“Visualizables”);
• Establecer las representaciones composicionales de los conceptos, mediante el
modelado de cada uno al registrar sus relaciones con los conceptos del vocabulario de
referencia;
• Administrar los mapeo
s con los diferentes vocabularios de salida con el vocabulario de
referencia.
6.5
B
úsqueda de conceptos
La aplicación permite buscar un concepto determinado a partir de su número
identificador o por el ingreso de las primeras letras de cada palabra que
conforman su
descripción, sin importar el orden en el que aparecen. En el ejemplo buscamos todos los
conceptos que en alguna parte de su descripción contienen los caracteres “HIP ART”.
Figura 5
–
Aplicativo del servidor de terminología, búsqueda por conce
pto.
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, 2005.
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6.6 E
dición y categorización de las descripciones
Ejemplo: Concepto “Dislipemia”, es un diagnóstico de alteración en los lípidos en
sangre de un paciente, “Dislipemia” es el término preferido para describir el
concepto, y
por lo tanto esta descripción se marca como “preferida” en el sistema. Otras
descripciones válidas son “Dislipidemia”, “DLP” o “Hiperlipidemia”, sin embargo, el
tesauro incluía descripciones con faltas de ortografías o palabras incompletas como
“Dlpemia” o “Dislip.”, estas descripciones se marcan como “No visualizables”, ya que
quedan en la base de datos para su comparación en las búsquedas pero no se le
muestran al usuario como una opción en la interfase del aplicativo de la historia clínica
el
ectrónica.
Figura 6
–
Marcado de “No legible” de los ingresos para no ser mostrados en la interfase
F
ue
nte
:
OSORNIO, A. L.
et al
.
, 2005
.
6.7 E
stablecer las re
presentaciones composicionales
La herramienta permite “Modelar” los conceptos preferidos y sus sinónimos.
Cabe aclarar que el modelado de estas dos categorías de concepto tiene diferente
impacto. Si lo que estamos modelando es un concepto, o sea su descripción “preferida”,
debemos tener
en cuenta que la representación composicional que se asigne, estará
definiendo tanto al concepto como a todas sus descripciones. En cambio si lo que se
decide modelar es una de las descripciones del concepto, su nueva representación
composicional solo afe
ctará a dicha descripción. Por ejemplo el concepto “Otitis Media
Aguda Derecha” puede aparecer definido por su relación con el concepto del vocabulario
de referencia “Otitis Media Aguda”, del tipo “Es una”. Esto determina que la “Otitis Media
Aguda Derecha
” es un sub
-
tipo de “Otitis Media Aguda”, con alguna diferencia que no
estaría completamente representada, para una especificación completa del concepto
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debería agregarse una relación de “lateralidad” con el concepto “derecho”
.
Conforme las
figuras 7 y 8
da representación composicional.
Figura 7
–
Representación composicional
Fuente
: OSORNIO, A. L
.
et al.
, 2005
.
Figura 8
–
Representação composicional
Fuente
: OSORNIO, A. L
.
et al.
, (2005).
Siguiendo con el ejemplo anterior, si una de las descripciones
asociadas con
“Otitis Media Aguda Derecha” no comparte la representación composicional que tiene
asignada el concepto, como por ejemplo “Otitis Media Izquierda”, puede modelarse
nuevamente solo la descripción (este sinónimo erróneo). Si las relaciones defi
nitorias
resultantes son diferentes a las del concepto en el que estaba incluido, este sinónimo se
separa del grupo automáticamente uniéndose a otras descripciones con su misma
representación composicional, o en caso que no exista se crea como un nuevo con
cepto.
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6.8 P
róximas etapas
Las próximas etapas del aplicativo incluyen la incorporación de la representación
conceptual del resto de los dominios de los vocabularios de interfase tales como los
principios activos de los productos farmacéuticos, acciones fármaco
-
químico
-
terapéuticas,
prácticas y procedimientos, diagnósticos de episodios de internación y
emergencias entre otros. Posteriormente el desarrollo del proceso de mapeo propio
contra vocabularios de salida y la incorporación del UMLS para mapeos mantenidos
externamente.
Por
último la creación de servicios de tratamiento terminológico para el resto de
los aplicativos del sistema de información, por medio de la utilización de clases de Java
(J2EE).
6.8.1
Descripción del equipo
El proceso de codificación del hospital Italiano de Buenos Aires, es secundaria y
centralizada. Cuenta con tres áreas que representan a grandes rasgos las áreas de
conocimiento.
Calidad de registro
;
Modelado de términos
;
Vocabulario de
farmácia.
Cada equi
po consta de una coordinadora, experta en el tema y con
aproximadamente 5 estudiantes de medicina avanzados, para realizar las tareas
habituales.
6.8.2
Utilización de vocabulario de interfaz en usuarios externos
Actualmente, los servicios terminológicos
del Hospital Italiano de Buenos Aires,
son utilizadas por más de 200 instituciones de Argentina y el exterior como por ejemplo:
Ministerio de Salud Pública
-
República de Uruguay,
Ministerio de Salud Pública
-
República de Chile entre otros.
C
omo se muest
ra en la figura siguiente
:
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Figura 9
-
S
olicitudes totales y pendientes únicos nuevos por cliente
F
ue
nte:
Elaborado por la autora.
7
RESULTADOS
Proyecto
Itálica fue la HCE en su versión original, orientada a problemas y
restringida al ámbito
ambulatorio, ampliándose luego a todos los ámbitos de atención.
En simultáneo, se crea la sección de Terminología, inicialmente cumpliendo funciones
sobre ingreso electrónico de órdenes médicas y medicación. Surge para resolver los
problemas de interoperab
ilidad de los sistemas, siendo responsable de crear,
implementar y mantener la estructura central de vocabularios de la institución.
Los primeros años utilizó diferentes técnicas para el control del vocabulario,
migrando de un sistema de listas de términos
a la creación de un servidor de
terminología; resolviendo así los aspectos semánticos, sintácticos y tecnológicos de
interoperabilidad entre sus sistemas.
El equipo de trabajo en interfaces, usa como vocabulario de referencia SNOMED.
Sin embargo, se crea
Tesauro a nivel local, siendo el conjunto de términos que permite la
gestión flexible en el control de los vocabularios en salud, garantizando la libre
expresión de los profesionales y permitiendo la expansión de los términos no
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reconocidos. Actualmente,
se está trabajando en la traducción al portugués de todo el
Tesauro.
8 CONCLUSIÓN
La utilización de servicios terminológicos permite una flexible gestión del control
de los vocabularios en salud, garantizando la libre expresión de los profesionales y
per
mitiendo la expansión de un tesauro local. Los términos que no son reconocidos por
el sistema representan el “agujero terminológico” que se pretende expandir. En nuestro
caso, más del 50% de los términos no reconocidos corresponden a nuevas entidades que
a
mplían el dominio de conocimiento hospitalario. Siendo el 98.13% de los términos
ingresados automáticamente reconocidos por el Servidor de Terminología.
Estamos trabajando actualmente en el desarrollo del servidor de terminología en
portugués, en donde rea
lizamos la traducción al portugués de todo el tesauro, y estamos
en el proceso de validar los conceptos con UNIMED III Recife, que está trabajando con
dos equipos grandes de profesionales de la salud que validan por contraposición los
términos del tesauro.
UNIMED III Recife, va a ser la primera institución que va a utilizar los servicios en
portugués, con el esfuerzo en conjunto, para la obtención de trabajo de calidad.
REFE
RÊNCIAS
ÁVILA, P.
et al
.
Selection of Semantic
Relevant He
althcare Services Subsets.
Stud.
Health Technol. Inform.
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S.l.],
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919, 2018. PubMed PMID:
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to advanced terminology
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information
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interinstitutional and transnational remote
terminology services.
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PMCID: PMC3041368.
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et al
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Implementing rules to
improve the qua
lity of concept
post
-
coordinat
ion with SNOMED CT.
Stud.
Health Technol. Inform.
, [
S.l
.
], v. 160, Part
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,
nov
. 201
8
|
ISSN 2525
-
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2, p. 1045
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Creation of
a local
interface terminology to SNOMED
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765
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PLAZZOTTA, F
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; OTERO, C
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; LUNA,
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Natural language processing and inference
rules as strategies for updating problem list
in na electronic health record.
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S.l
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2013. PubMed PMID: 23920937.
NOTA
S
i
A revisão ortográfica, gramatical e em
Língua Vernácula é de responsabilidade d
a
autor
a
.
ii
Incorporación de tecnologías de la información y de las comunicaciones en el Hospital Italiano de Buenos Aires. 2012
-
01. Serie:
Documentos de Proyectos No.459; CEPAL. Luna, Daniel; Plazzotta, Fernando;
Otero, Carlos; González Bernaldo de Quirós, Fernán;
Baum, Analía; Benítez, Sonia. Disponible em: https://www.youtube.com/watch?v=5Pb_3q6TQ58&feature=youtu.be.
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POLÍTICA DE INDEXAÇÃO EM ARQUIVOS DE INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
i
INDEXING POLICY IN ARCHIVES OF HEALTH INSTITUTIONS
Mari
ângela Spotti Lopes Fujita
¹
Sonia
Maria Troitiño Rodriguez
²
¹
Doutora em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo
(U
SP
).
E
-
ma
il
:
mariangela.
fujita@unesp.br
²
Doutora em História Social pela Universidade
de São Paulo (USP).
E
-
mail
:
sonia.troitino@unesp.br
ACESSO ABERTO
Copyright:
Esta
obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons
Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
A
s
autor
a
s
declara
m
que não há conflito de interesses.
Financia
mento
: Não há.
Declaração de Disponibilidade dos dados:
Todos os dados relevantes estão disponíveis
neste artigo.
Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar este artigo:
FUJITA
,
Mariângela Lopes
;
TROITIÑO
,
Sonia
.
Política de indexação em instituição de saúde
.
Informa
ção em Pauta
, Fortaleza, v.
3
, n
úmero
especial
, p.
9
5
-
11
6
,
nov.
201
8
. DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39719.95
-
116
.
RESUMO
A indexação é uma operação que, para ser bem
-
sucedida na representação e na recuperação,
depende da definição de uma política que para
sua elaboração e implementação precisa avaliar
o contexto da instituição mediante requisitos
para a definição de elemento
s e variáveis
influentes tanto na indexação quanto na
recuperação. Entre esses elementos está o
vocabulário controlado e o processo de
indexação que propiciarão especificidade e/ou
exaustividade. Entretanto, antes de tudo, é
necessário o debate e reflexão
sobre a
aplicabilidade da indexação e da política de
indexação na gestão documental em âmbito
arquivístico de instituições de saúde. Este
trabalho, de característica ensaística, propõe
uma abordagem sobre as relações existentes
entre as políticas de gestão
documental e de
indexação com o objetivo de refletir sobre a
aplicabilidade da elaboração e implementação
da política de indexação no âmbito das
instituições de saúde pública no Brasil.
O
desenvolvimento da proposta de política de
indexação aplicada
a
arq
uivos de instituições de
saúde revela inovação do ponto de vista
sistêmico à rede nacional de saúde e a
necessidade de desenvolvimento de
metodologias de representação da informação
dentro de uma política estabelecida em
consonância com as necessidades de
recuperação informaciona
l
da organização.
Palavras
-
chave:
Política de indexação. G
estão
documental.
Arquivos. I
nstituições de saúde.
ABSTRACT
Indexing is an operation that, in order to be
successful in representation and retrieval,
depends on the definition of a policy that, for its
elaboration and implementation, needs to assess
the institution context through requirements for
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.
3
número especial
nov
. 201
8
ISSN 2525
-
3468
DOI
:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39719.95
-
116
ARTIGO
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the definition of
influential elements and
variables in both indexing and retrieval. Among
these elements is the controlled vocabulary and
the indexing process that will provide specificity
and / or exaustivity. However, above all, it is
necessary to debate and reflect on
the
applicability of indexing and indexing policy in
records management in the archival area of
health institutions. This work, which is an essay
feature, proposes an approach on the
relationship between records management and
indexing policies, with the
objective of reflecting
on the applicability of indexing policy
formulation and implementation within public
health institutions in Brazil. The development of
the proposed indexing policy applied to the
archives of health institutions reveals innovation
t
o the national health network and the need to
develop methodologies of information
representation within a policy established in line
with the needs of information
al
retrieval of the
organization.
Keywords:
Indexing policy. R
ecords
management.
Archives. H
ealth Institutions.
1 INTRODUÇÃO
Debater sobre
Gestão Documental e Política de
Indexação em Instituições de
Saúde
é um tema de grande envergadura. O desafio inicial parte da própria proposta
colocada, tanto por sua amplitude e complexidade, quanto pelo diversificado leque de
possibilidades conceituais existente.
Com características
ensaísticas, este artigo busca refletir sobre a aplicabilidade de
uma metodologia específica para a indexação de documentos no âmbito das instituições
de saúde pública no Brasil. Mais do que falta recursos tecnológicos para a gestão e
tratamento documental
da área da Saúde, o que se percebe, em termos gerais, é falta de
precisão na definição sobre quais são os documentos sobre saúde produzidos por suas
instituições, a partir dos processos de trabalho que lhes correspondem, sejam relativos a
atividades
-
fim o
u a atividades
-
meio. Documentos estes que são efetivamente os reais
portadores de informações.
Essa definição passa obrigatoriamente pelo próprio entendimento sobre o que é o
documento arquivístico e sobre o que se deve preservar, seja com finalidade de g
estão
administrativa de informações, seja com função memorialística de atos institucionais. É
uma tomada de decisão que afeta diretamente sobre o que se pode expurgar ou não, sem
que haja ocorrência de prejuízos para o indivíduo e para a sociedade, como um
todo.
Contudo, é compreensível a pergunta que surge a partir da seguinte constatação: a
gestão documental e a indexação podem ser consideradas faces distintas de uma mesma
moeda (sistema de informação arquivística). À medida que a primeira se ocupa do
tratamento
integral do registro, enquanto documento de arquivo, acompanhando
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integralmente o seu ciclo vital e garantindo preservação e acesso contextualizado, a
segunda se debruça sobre o conteúdo do documento, de modo a sistematizar
informações e facilitar sua rec
uperação e uso. Nesse senti
do, gestão documental e
indexação possuem uma relação indissociável? Considerando constituírem elementos
simultâneos de composição de um sistema de informação arquivística, cunhados em
faces opostas, raramente são concebidos como
procedimentos complementares do
tratamento da informação em arquivos.
No âmbito dos arquivos, de acordo com
Sigmond (1991), grande parte das vezes
os arquivistas argumentam que é preciso muito tempo para a indexação de documentos
de arquivo; que essa é u
ma escolha subjetiva para decidir quais assuntos devem ser
inseridos e, portanto, tais listas são imprecisas e improdutivas. Diante do grande volume
de documentos que abarrotam os arquivos, é compreensível a preocupação dos
profissionais que atuam em arqui
vos com o tempo despendido para cada uma das
etapas de trabalho de organização documental. Contudo, o tempo demandado, assim
como o argumento de “imprecisão e improdutividade”, são obstáculos originários ou
acentuados pela falta de rigor metodológico no at
o de se indexar. O que deve ser
considerado neste, e em todos os outros critérios adotados para a recuperação da
informação, é a relação custo
-
benefício para o usuário ou pesquisador.
Barbadillo
Alonso (2007) defende que a indexação pode colaborar com o
processo de classificação arquivística da documentação ao ser empregado no nível
hierárquico série, evitando o desmembramento d
esta
em subséries, normalmente
criadas com parâmetros temáticos. Evita
-
se, assim, sobrecarregar o plano de
classificação do fundo, sob risco de perda de sua coerência interna, ao substituir o
critério tipológico pelo temático para a classificação de documentos
. Dessa forma,
desvios classificatórios e o surgimento de unidades documentais de caráter misto são
evitados, aumentando o controle sobre a produção documental. Contudo, classificação e
indexação não devem nunca ser confundidas. São processos de natureza d
istinta, com
objetivos e resultados diferentes. Entretanto, quando bem aplicados simultaneamente,
trazem inúmeros benefícios aos usuários da informação.
Por sua vez,
Cruz Mundet (2008) considera o sistema de indexação como um
recurso interessante a ser apl
icado na descrição arquivística de documentos, sem o
prejuízo de substituição ou adulteração da classificação arquivística.
Segundo o autor, o processo de indexação em arquivos compreende três etapas:
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1. Examen del documento y determinación de su conteni
do, prestando atención a
los siguientes elementos: emisor (actor), receptor, canal (procedimientos),
mensaje (asunto) y contexto, siguiendo a Jakobson en su teoría del acto
comunicativo
(JAKOBSON,
1974).
2. Identificación y selección de los conceptos princ
ipales, extraídos del
documento mediante análisis intelectual y transformados posteriormente en
términos de indización.
3. Selección de términos de indización que expresen los conceptos de los
documentos, bien mediante términos contenidos en ellos o a trav
és de otros que
elijamos y sean representativos.
(CRUZ MUNDET, 2008,
p. 219)
Para isso, ainda segundo Cruz Mundet (2008), as linguagens de indexação
utilizadas para refletir o conteúdo documental podem ser: 1) linguagens codificadas
(numéricas ou
alfanuméricas), a semelhança d
a
s utilizad
a
s na classificação; 2)
linguagens livres; 3) linguagens controladas; e/ou 4) linguagem humana. Entre estas, as
mais recorrentemente utilizadas são as linguagens livres, construídas a partir da leitura
e interpretaç
ão dos próprios objetos a serem representados, os documentos; e as
linguagens controladas, elaboradas a partir de estudos temáticos sobre os fundos de
arquivo e demanda de seus usuários.
Tradicionalmente, o processo de indexação em arquivos é aplicado na e
tapa de
descrição documental sobre documentos da terceira fase do ciclo vital, o arquivo
permanente. Entretanto,
Troitiño
;
Fujita
;
Neves (2016) trazem um elemento novo ao
considerarem a aplicação da indexação na fase inicial do ciclo vital do documento, ma
is
precisamente, no momento de seu protocolo. Argumentam que, no processo de gestão
documental, a indexação assume função de destaque devido ao papel que cumpre ao
representar a informação, auxiliando na recuperação de documentos. Por outro lado,
também at
ua diretamente na racionalização do sistema de organização documental ao
colaborar com a aplicação do plano de classificação, sem que este acarrete na ocultação
de conteúdos de ordem temática. Assim sendo, consideram que o nível classificatório
adequado à
aplicação da indexação é o do documento, por este apresentar uma
estrutura textual propícia para a identificação de conceitos úteis ao gerenciamento de
informações e recuperação com fins de acesso. Assim, o momento propício para a
aplicação da indexação em
sistemas de gestão arquivística de documentos se dá durante
o protocolar da unidade documental. Visão que complementa a de Barnand Azamorrutia
(2002) ao afirmar que o registro e descrição de um documento de arquivo servem para
homologar sistemas de acesso
e recuperação, além de facilitar seu controle, localização
física e elaboração de instrumentos de controle e acesso à informação.
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No esteio dessas constatações, o que propomos neste trabalho é uma nova
abordagem sobre as relações existentes entre as polí
ticas de gestão documental e de
indexação.
A
bordagem que considere uma perspectiva integrada entre as metodologias
e práticas efetivas dos processos de trabalho relativos à gestão documental e à
indexação em sistemas arquivísticos de informação. Para isso,
primeiramente
,
se
faz
necessário tecer algu
mas considerações preliminares sobre os preceitos de ambos os
campos, a fim de verificar aproximações e distanciamentos conceituais existentes entre
ambos, antes de entrar propriamente na questão Política de Indexação. Procedimento
este que permite elucida
r determinados pontos a fim de perceber as reais conexões
possíveis entre gestão documental e indexação.
2
ARQUIVOLOGIA E ARQUIVOS
A arquivista espanhola
Martín
-
Pozuelo
Campillo
s
,
ao tratar sobre a
institucionalização como fenômeno social, comenta que
Al mismo tiempo se pude asegurar que toda actividad humana debe ser
definida como hábito o conjunto de hábitos que con el transcurrir del tiempo
nos proporcionan el material suficiente para confeccionar una memoria
colectiva. En su carácter repetitivo toda
actividad humana anula la necesidad de
volver a conceptualizar o definir cada situación de nuevo. Una gran variedad de
situaciones nos alertan de las que probablemente mañana volverán a repetirse;
mañana esa gran variedad de situaciones se verá cuantitati
vamente
incrementada. El hombre, con su capacidad de abstracción, observa ese
material y lo tipifica. Cuando esa tipificación responde a layes de reciprocidad
entre actividad habitualizadas y sujetos habitualizadores, estamos en presencia
de la institucion
alización (MARTÍN
-
POZUELO
CAMPILLOS
, 1996 p. 65).
É a institucionalização a base formadora de qualquer entidade jurídica e, por sua
vez, a institucionalização de documentos a base formadora do arquivo da entidade.
Revela
-
se, então, a essência do arquivo e de seus componentes: “a necessidade que a
Institui
ção tem do arquivo emana diretamente da necessidade de justificar sua própria
existência”
(
MARTÍN
-
POZUELO
CAMPILLOS
,
1996
,
p. 83).
Nesse sentido, a instituição
pode também ser entendida como elemento fundamental da gênesis de sua própria
produção documenta
l.
De modo sintético, o conjunto que conforma o arquivo não é nada além da
reunião de documentos de uma mesma origem, produto de funções e atividades
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desempenhadas por determinada entidade (seja pública ou privada; seu titular, pessoa
física ou jurídica)
. Assim, conhecer o sistema organizacional da entidade, identificando
funções, atividades, rotinas e procedimentos, leva a compreensão dos mecanismos do
sistema de registro e de acesso à informação e, consequentemente, à contextualização da
produção docume
ntal e do próprio arquivo. Ainda que exista muitas acepções para o
termo arquivo, aqui delimitaremos nossa reflexão à discussão sobre arquivos de
instituições.
Segundo
Heredia Herrera (2007), as instituições arquivísticas se reconhecem
pelos documentos qu
e custodiam e pelas funções que a partir deles se realizam. Isso nos
leva a considerar que apesar de não ser possível falar em instituições ou documentos
temáticos de arquivo, é possível considerar conteúdos informacionais passíveis de
categorização temáti
ca. Isso porque a lógica da contextualização arquivística deve,
obrigatoriamente, seguir o princípio da proveniência.
A proveniência remete a compreensão da origem comum das unidades
documentais inter
-
relacionadas que formam um arquivo. N
a qualidade de
p
ilar da teoria
arquivística, estabelece que
os documento oriundos de uma instituição, organização ou
indivíduo devem manter sua individualidade, não sendo misturados a conjuntos
estranhos a sua proveniência. Dessa forma, não há o perigo de se incorrer em e
quívocos
de interpretação de informações textuais e não textuais
(TROITIÑO, 2017).
A maioria dos autores coincidem ao entender o princípio da proveniência com
um duplo valor: 1) o de respeito
à
origem dos fundos; e 2) o de respeito às estruturas do
fundo,
individualmente, e a disposição dos documentos em seu interior (MARTÍN
-
POZUELO
CAMPILLOS
,
1996
,
p. 24). Enquanto o primeiro valor remete
à
preservação do
conjunto orgânico de documentos de mesma origem, mantendo
-
os agrupados, sem
mistura
-
los a documentos o
u de outras proveniências, o segundo diz respeito a
manutenção da coerência interna de um fundo, por meio do respeito à classificação
arquivística e à ordem original atribuída pela organização burocrática da qual procede,
espelhando a organização interna q
ue lhe é própria.
Mello e Silva (2014, p. 11) constatou, durante a pesquisa que resultou em seu
Glossário de espécie e tipos documentais em arquivos de laboratórios
, que os arquivos
oriundos de instituições de ciência e tecnologia não se diferenciam dos produzidos por
qualquer outra área do conhecimento no que se refere ao tratamento documental e à
teoria arquivística a serem empregados. O que pode variar e se tornar
um diferenciador
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entre esses arquivos seria, na realidade, os tipos documentais produzidos ao longo do
cumprimento das funções e atividades das instituições produtoras de documentos. Essa
é uma constatação importante e reveladora pois evidencia que docume
ntos são produto
de atividade e não de tema. Porém, missão institucional se baliza em temas.
Desde logo, a existência de arquivos em uma instituição não garante a existência
de sistema arquivístico. São ordens diferentes. Em instituições, a existência de a
rquivos
é quase automática, posto que o regime burocrático que conduz administrações públicas
e privadas se pauta no registro documental de seus atos. Onde há documentação
orgânica relacionada, há arquivo. Contudo, um sistema arquivístico é algo mais
compl
exo, que exige determinada estrutura e condições de existência que viabilizem a
integração de diferentes arquivos, em distintas idades documentais. O grande fio
condutor do sistema é, sem dúvida, a gestão documental.
Conforme a Lei Federal nº 8159/1991, ar
t. 3º, “
considera
-
se gestão de
documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária,
visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanent
e”
(
BRASIL, 1991
).
Parte
-
se de uma perspectiva global do monitoramento da existência do documento,
desde do momento de sua criação ao de destinação.
É sempre importante lembrar que a gestão arquivística de documentos
compreende a responsabilidade dos órgão
s produtores e das instituições arquivísticas
que os custodia, a fim de assegurar que a documentação produzida se mantenha como o
registro fiel das suas atividades e que os documentos definidos como de guarda
permanente sejam devidamente recolhidos às inst
ituições arquivísticas e preservados
,
C
onselho
N
acional de
A
rquivos
-
CONARQ
(BRASIL
, 2011).
Esse é o objetivo. Todos os
benefícios que se seguem
–
controle, racionalização administrativa, valor probatório,
economia, cidadania, história, etc
–
emergem a part
ir desse zelo.
3
PRODUÇÃO DOCUMENTAL, DOCUMENTOS E INDEXAÇÃO
A produção documental de qualquer instituição é realizada pela necessidade do
registro do conhecimento gerado durante o desenvolvimento natural de sua missão. O
documento terá, assim, forma física e conteúdo específicos da produção documental da
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área de do
mínio da instituição que gerou o conhecimento. Tribunais produzem
documentos específicos como, por exemplo, acórdãos; universidades produzem projetos
e relatórios de pesquisa; escolas de ensino fundamental e médio produzem planos de
ensino e apostilas; hos
pitais e ambulatórios produzem o prontuário do paciente; etc.
A documentação produzida é, então, organizada para ser, futuramente, acessada
e recuperada por seus usuários com necessidades de informação, seja ela impressa em
suporte físico ou eletrônica em
suporte digital. No entanto, para que a recuperação
aconteça, é preciso que a documentação tenha passado por processos de gestão
documental para garantir sua preservação. É importante, sobretudo, destacar que o
suporte digital dá visibilidade e disponibil
idade aos documentos para acesso online
onde seus usuários estiverem. Esta condição é, atualmente, bastante estratégica, porém,
precisa atender requisitos específicos para sistemas informatizados de modo a garantir
acesso e recuperação, como também, intero
perabilidade entre os vários sistemas
informatizados e compartilhar recursos informacionais padronizados, além de
preservação digital.
A documentação em arquivos poderá ser recuperada por elementos de sua forma
física e de conteúdo durante a descrição doc
umental, tais como, produtor, procedência,
identificação documental, autoria, datas ou palavras do título, ou por assunto que
represente seu conteúdo. A representação do conteúdo por assuntos ou termos
autorizados de um vocabulário controlado é realizada a
pós análise documental que se
realiza para fins de indexação.
A indexação é um processo de análise para identificação e seleção de conceitos
significativos de conteúdos documentais que, extraídos do contexto documental, são
representados por termos autori
zados de um vocabulário controlado e passíveis de
serem recuperados em estratégias de busca de usuários para acesso e localização
documental.
Esta correspondência do uso do mesmo vocabulário pelo indexador durante a
análise e representação documental e pe
lo usuário durante sua busca é uma grande
vantagem em sistemas de recuperação da informação que precisa ser alertada a todos
que trabalham com a gestão documental, principalmente, para aqueles sistemas em que
é possível o auto arquivamento pelo autor. O vo
cabulário é um instrumento de
representação da informação cuja escolha depende da (s) área (s) de conhecimento e do
contexto institucional regido ou não por políticas públicas.
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Determinar quais conceitos representam o conteúdo documental, fora do seu
cont
exto textual para futuros acessos por determinados usuários, especializados e/ou
leigos e finalidades, tem método que é influenciado pelo contexto de gestão documental,
dotado de infraestrutura física, tecnológica e de pessoas, e que se insere em um outro
contexto maior de política institucional e de política pública.
Arquivos, principalmente, estão articulados a uma importante política de acesso à
informação, regida pela Lei Nº 12.527 de 18 de novembro de 201
1 (BRASIL, 2011)
. O
arquivamento documental sem
controle de vocabulário e sem definição de
procedimentos de representação descritiva e temática da documentação gera problemas
de recuperação. Por isso, é que existem instituições técnicas, profissionais e
governamentais que, em um esforço de melhorar o c
ompartilhamento e
interoperabilidade entre sistemas e vocabulários, estabelecem normas, padrões e
requisitos gerais e específicos para a organização e representação da informação. A
Norma Internacional de Descrição Arquivística (ISAD(g)) e a Norma Internac
ional sobre
os Registros de Autoridades de Arquivos relativos à Instituições, Pessoas e Famílias
(ISAAR(cpf)), são normalizações importantes criadas para propiciar “[...]o acesso à
informação de múltiplas perspectivas e o trabalho colaborativo entre divers
as
instituições de informação [...]” (LLANES PADRÓN
;
FUJITA
, 2017). A partir dessas
normas internacionais, outros países as utilizaram como fundamentação de suas normas
nacionais, como é o caso do Brasil que criou a Norma Brasileira de Descrição
Arquivísti
ca (NOBRADE).
A normalização da descrição arquivística abre possibilidades e vantagens
importantes porque permite a representação da informação de modo uniforme, “[...]
assegura a autenticidade, a acessibilidade, a disponibilidade e a apropriação de qualqu
er
recurso de informação assim como a interoperabilidade entre sistemas de qualquer
instituição.” (LLANES PADRÓN
;
FUJITA
, 2017). Com a determinação dos requisitos da
descrição arquivística é possível a definição de metadados para registro dos itens
informa
cionais necessários à representação descritiva e temática da documentação.
A indexação, como processo de representação temática, não é muito utilizada em
arquivos, mas não é, também, utilizada em bibliotecas. Com longa tradição de
normalização da descrição
, as bibliotecas realizam a catalogação de assunto com
normalizações que foram sendo aprimoradas ao longo do tempo assim como seus
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vocabulários controlados. A indexação tem fundamento histórico ligado ao controle
bibliográfico que permitiu a produção de fo
ntes bibliográficas especializadas em áreas
do conhecimento dotadas de índices bibliográficos de autores, assuntos e títulos.
Quando surgiu o uso de computadores, as bibliografias tiveram seus índices
automatizados e, depois, com a internet as bibliografia
s se tornaram bases de dados
especializadas disponíveis em portais e em sites na internet. Mas, o princípio da
indexação permanece o mesmo e tem se aprimorado cada vez mais pela vantagem de ter
a avaliação pela recuperação da informação de modo rápido e ac
essível. Essa avaliação
tem propiciado comparações entre sistemas que indexam com e sem controle de
vocabulário.
A indexação, por outro lado, como ato de construir índices, é prática bastante
antiga no tratamento de documentos. Basta sabermos que em biblio
tecas da antiguidade
já existiam listas dos documentos ali armazenados. Entretanto, a partir do momento em
que a ordenação dessas listas necessitou de uma organização por assunto, foram
estabelecidas profundas mudanças na abordagem do ato mecânico de const
ruir índices,
ou seja, introduziu
-
se um processo de análise do conteúdo dos documentos com a
finalidade de representação documentária.
A indexação, como processo de análise documental, passa a ser realizada mais
intensamente desde o aumento de publicaçõe
s periódicas e da literatura técnico
-
científica de modo geral, que impulsionaram a necessidade de criação de mecanismos de
controle bibliográfico em centros de documentação especializados. Assim, as
bibliografias, como mecanismos de controle bibliográfico,
surgiram fora do âmbito das
bibliotecas tradicionais e apresentavam uma evolução nas técnicas de tratamento da
informação, dando impulso teórico
-
prático, naquela ocasião, a uma nova área: a
Documentação.
Com a evolução teórico
-
metodológica, em decorrênci
a da necessidade de
recuperação cada vez mais rápida, precisa e especializada por parte de Instituições
informacionais, o tratamento da informação passou a contar com um aparato
metodológico e instrumental mais diversificado e muito mais voltado para o con
texto de
cada documento. Ressalte
-
se que, a partir da evidência da Documentação como área
científica na década de 60 e do surgimento dos serviços de informação em áreas
especializadas, a indexação e a elaboração de resumos utilizados na elaboração dos
serv
iços bibliográficos para recuperação de artigos de periódicos científicos ganharam
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espaço e notoriedade mantidos até hoje. A partir da evolução que determinou a
importância do contexto do documento para a recuperação da informação, a área de
indexação pass
a a incorporar os estudos dirigidos à compreensão do conteúdo dos
textos a serem analisados. Com o crescimento dos serviços de indexação e resumo em
todo mundo e a importância das bases de dados para o desenvolvimento científico e
tecnológico, cada vez mai
s se buscava o aprimoramento teórico e metodológico da
indexação com o objetivo de melhorar a recuperação por assuntos.
Considerando os avanços da indexação em relação à metodologia de
representação do conteúdo documental e o uso de ferramentas de control
e de
vocabulário, bem como da avaliação da indexação, entendemos que seria possível sua
aplicação em arquivos durante a descrição arquivística. Para isso, necessário se faz sua
aplicação por meio da política de indexação que passaremos a explicar.
4
POLÍTICA DE INDEXAÇÃO: PROPOSTA PARA ARQUIVOS DE INSTITUIÇÕES DE
SAÚDE
O uso da indexação como processo de análise e representação da informação
significa que o arquivo necessita oferecer recuperação da informação contida nos
documentos conforme necessidad
e de informação formulada pelos usuários na
estratégia de busca da base de dados. A indexação é uma operação que, para ser bem
-
sucedida na representação e na recuperação, depende da definição de uma política que,
antes de sua elaboração, precisa avaliar o
contexto da instituição.
Fujita
e Gil Leiva
(2014) destacam que em um sistema de informação a recuperação e a indexação são
“[...] dois elementos que conformam as faces de uma mesma moeda e, portanto,
indissociáveis um de outro. Entretanto, na hora de revi
sar, melhorar ou avaliar um
sistema de informação, esses elementos podem ser analisados em separado.” A
indexação é aplicada para se obter bons resultados na recuperação, portanto, são
indissociáveis e dependentes uma da outra. É uma operação intermediária
e realiza uma
mediação como forma de representação no que se refere ao documento prontuário do
paciente, mas “[...] para que isso se efetive de fato, é preciso estar atento, pois, nesse
caso, não se deve possibilitar entendimentos de uma lógica nebulosa,
afinal a informação
nesse âmbito deve ser precisa [...]” (PINTO
;
SILVA NETO, 2013)
.
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No entanto, para que essa correspondência aconteça, a adoção de uma
política de
indexação
será norteadora de princípios e critérios que servirão de guia na tomada de
decisões para otimização do serviço e da racionalização dos processos. A política de
indexação se elabora e se implementa em conjunto e em consenso com os vários atores
que dela p
articipam: profissionais da informação, analistas de sistemas, gestores do
arquivo e da instituição e, principalmente, usuários do sistema de informação. Para
promover a participação ativa e integral de todos os atores interessados na política é
importante
adotar metodologia de pesquisa participante, como a pesquisa
-
ação integral.
A pesquisa
-
ação é, segundo Thiollent (1998)
,
[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada
em estreita associação com uma ação ou com a resoluçã
o de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo.
(THIOLLENT, 1998, p. 14)
.
Os procedimentos da metodologia da pesquisa
-
ação foram apli
cados por
Fujita
(2017) em contexto de prática em rede de bibliotecas universitárias para vivenciar a
ação de elaboração, implementação e avaliação da política de indexação como forma de
melhor observar problemas e mudanças. Recomenda
-
se a metodologia de p
esquisa
-
ação
integral (MORIN, 2004) para a elaboração e implementação da política de indexação
conjugado com o modelo
bottom
-
up
(Figura 1) para a implementação no qual o modelo
de política elaborado não é definitivo e é modificável por aqueles que a implem
entam no
dia
-
a
-
dia e de acordo com o seu contexto de prática (SECCHI, 2013).
Figura 1
–
Modelo bottom
-
up.
Fonte
: S
ecchi
, 2013, p.
61
.
Assim, a política de indexação não se reduz apenas ao processo de indexação para
representação e recuperação da informação, é mais amplo. Também, não é somente uma
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lista de procedimentos a serem seguidos. É um conjunto de decisões que esclarecem os
interes
ses e objetivos de todos que participam e tenham necessidade de recuperação em
um sistema de informação.
Com base na lógica de indissociabilidade entre indexação e recuperação se aplica
a política de indexação cuja elaboração é baseada em dois planos: o
ve
rtical
que
representa as atividades de organização e representação da informação e o
horizontal
,
onde o plano vertical se apoia, representa as atividades de gestão cujos requisitos
definirão o tipo de política para cada instituição.
A definição da política
de indexação de sistemas de informação institucionais está
condicionada à existência dos seguintes requisitos referentes às atividades de gestão no
plano horizontal (Figura 2): organização, clientela, recursos financeiros, materiais e
humanos. O conjunto
desses requisitos denotam que o funcionamento de um sistema de
informação deve ser considerado na elaboração de uma política de indexação para
verificar características e objetivos da organização, determinantes do tipo de serviço a
ser oferecido; identific
ação dos usuários, para atendimento de suas necessidades de
informação e recursos humanos, materiais e financeiros (CARNEIRO, 1985)
.
Figura 2
-
Plano horizontal da política de indexação.
Fonte:
F
ujita
, 2012, p.
24
.
Dessa forma, cada requisito pode influenciar o plano vertical, como por exemplo,
o usuário e suas áreas de domínio: especializados ou leigos, ou ambos. Se o usuário for
especializado ou leigo irá influenciar a escolha de vocabulário controlado a ser utiliz
ado
para o processo de indexação e busca de informação. Se a comunidade usuária é
especializada e leiga, o vocabulário terá que conter os dois tipos de vocabulário para que
o uso seja combinado. Vocabulários controlados devem possuir sistema de equivalênci
a
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entre termos sinônimos, homônimos e polissêmicos que prevê, sem problemas,
vocabulários mistos. Quanto mais relações de equivalência existirem entre os termos,
mais possibilidades de representação o vocabulário terá.
Por outro lado, o tipo de organização
da instituição e seus recursos financeiros,
materiais e humanos são importantes requisitos que definirão as condições de
elaboração e implementação da política. Por exemplo, instituições de saúde, tais como
hospitais estão inseridos em uma política públic
a importante que é a política de saúde
do país e por isso precisam estudar seus recursos disponíveis para a elaboração da
política de indexação de seus arquivos como, por exemplo: dentre as pessoas que
trabalham para o sistema de saúde ou dentro dos hospit
ais quais poderiam trabalhar na
elaboração e implementação da política de indexação?
A política pública de saúde tem suas diretrizes e marcos regulatórios próprios e
principalmente aqueles que se referem aos princípios da Política Nacional de
Informação e
Informática em Saúde (PNIIS) (BRASIL, 2016) que dão conta de viabilizar
o
e
-
Gov
e o
e
-
Saúde
que inclui o registro eletrônico em Saúde. Não restam dúvidas que a
política nacional de saúde é uma grande e complexa rede de sistemas de informação que
necessita
, principalmente, de padronização de registros de saúde do cidadão e uma
proposta de padronização do arquivamento eletrônico combinado com a indexação e
uso de vocabulário controlado. Mas, cada instituição de saúde com arquivo precisa
realizar a gestão doc
umental e pode aliar a política de indexação para garantir a
representação para recuperação da informação.
À respeito da padronização em torno da gestão e preservação documental de
cada instituição de saúde, destaca
-
se o trabalho da Câmara Setorial de Arqu
ivos de
Instituições de Saúde, constituída pelo Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) do
Ministério da Justiça, com a
“[....] finalidade de realizar estudos; propor diretrizes e
normas no que se refere à organização, à guarda, à preservação, à destinação
e ao acesso
de documentos integrantes de arquivos de instituições de saúde” (BRASIL, 2010). Essa
Câmara do CONARQ elaborou as diretrizes para a avaliação de documentos em
instituições de Saúde publicada como Resolução nº 22 do CONARQ de 30 de julho de
2005
. De acordo com Santos (2010), essa importante Resolução estimula as instituições
a assumirem a gestão de seus acervos. Em 2007, o Conselho Federal de Medicina (CFM)
lançou a Resolução CFM Nº 1821
de normas técnicas para digitalização e uso dos
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sistemas in
formatizados para a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos
pacientes
(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2007).
Esses e os demais requisitos que fornecem a visão do contexto da organização
passam a fazer parte do conhecimento daquele que trabalha
com a indexação e
influ
ê
ncia seu contexto de prática durante a indexação para representação documental.
O eixo horizontal das atividades de gestão (Figura 3) em cada ambiente institucional
será correlacionado com o eixo vertical das atividades de organizaç
ão composta pelo
que se denomina de
elementos
e
variáveis
da política de indexação.
Figura 3
–
Plano vertical da política de indexação.
Fonte
: Adaptado de F
ujita
, 2012, p. 23
.
Os
elementos
elencados por Carneiro (1985) são sete: cobertura de assuntos,
seleção e aquisição de documentos
-
fonte, processo de indexação, estratégia de busca,
tempo de resposta do sistema, forma de saída e avaliação do sistema.
1.
Cobertura de assuntos: assuntos cober
tos pelo sistema (centrais e periféricos);
atualmente deve se preocupar, também, com a conversão retrospectiva de dados e a
compatibilidade de linguagem de indexação entre integrantes de um mesmo sistema
cooperativo;
2.
Seleção e aquisição dos documentos
-
font
e: extensão da cobertura do sistema em
áreas de assunto e a qualidade dos documentos incluídos no sistema;
levando
-
se em
consideração a evolução tecnológica deve
-
se preocupar também com a procedência
de páginas da internet e documentos produzidos digitalme
nte.
Atividades de Organização e
Representação da informação
Variáveis do processo de indexação que
influenciam a recuperação: exaustividade,
especificidade, escolha da linguagem,
revocação e precisão
Elementos: cobertura de assuntos, seleção
e aquisição de documentos
-
fonte, processo
de indexação, estratégia de busca, forma de
saída e avaliação do sistema
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3.
Processo de indexação: desenvolve
-
se pela análise, síntese e representação e é
influenciado pelas
variáveis
exaustividade, especificidade, escolha da linguagem e
capacidade de revocação e precisão do sistema; em um sistema complexo ou simples
é possív
el que o processo de indexação possa ser realizado por profissionais da
informação capacitados ou, também, por pessoas autorizadas que realizam o auto
arquivamento documental por meio do preenchimento de um formato de
metadados; em qualquer uma dessas situ
ações é preciso que a política de indexação
esteja disponível com suas orientações e decisões em formato elucidativo para que
não seja difícil realizar a indexação conforme variáveis estabelecidas;
4.
Estratégia de busca: deve
-
se decidir entre a busca delegad
a ou não; atualmente é
preciso tomar decisões quanto ao software e sistema de armazenagem digital que
permita facilidade de acesso com segurança e integridade para todos; a delegação de
busca poderá ainda ser praticada por profissionais do sistema de infor
mação, mas os
mecanismos e ferramentas de busca e acesso precisam ser amigáveis e estar
disponíveis na
web
para qualquer usuário, seja profissional, técnico ou especialista e
leigo;
5.
Tempo de resposta do sistema: é um elemento que atualmente não tem necessi
dade
de ser considerado pelo acesso simultâneo e imediato dos sistemas de busca e
recuperação da informação disponíveis
online
na
web
;
6.
Forma de saída: é o formato físico em que os resultados da busca são apresentados.
Tem grande influência sobre a tolerânc
ia do usuário quanto à legibilidade e precisão
dos resultados. Deve
-
se verificar qual a preferência do usuário quanto à
apresentação dos resultados e para isso recomenda
-
se o desenvolvimento de
pesquisas em
design
da informação para investigar a usabilidad
e e arquitetura da
informação em ambiente digital, bem como é necessário a escolha de formatos de
metadados para a inclusão dos dados que representam tanto a descrição física
quanto temática (descritores da linguagem);
7.
Avaliação do sistema: determinará até
que ponto o sistema satisfaz as necessidades
dos usuários; a avaliação é uma etapa da política que deve ser realizada antes,
durante e após a implementação (Figura 4); antes, para analisar os problemas de
recuperação do sistema de busca e verificar as cau
sas; durante, para verificar ajustes
na implementação da proposta elaborada para a política; após, para avaliar futuros
aprimoramentos na implementação da proposta de política de indexação.
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Figura 4
–
Os três momentos da avaliação.
Fonte
: S
ecchi
, 2013, p.
63
.
Por sua vez, o processo de indexação, como elemento essencial da política, é
afetado por um conjunto de
variáveis
que influem na recuperação da informação. Essas
variáveis, segundo Carneiro (1985), são: exaustividade, especificidade, a escolha da
linguagem, revocação e precisão.
1.
Nível de exaustividade
: “[...] uma medida de extensão em que todos os assuntos
discutidos em um certo documento são reconhecidos na operação de indexação e
traduzidos na linguagem do sistema” (
LANCASTER
, 1968
apud
CARNEIRO
, 1985,
p. 232);
2.
Nível de especificidade
: “[...] a extensão em que o sistema nos permite ser precisos
ao especifi
carmos o assunto de um documento que estejamos processando”
(
FOSKET
, 1973
apud
CARNEIRO
, 1985, p. 232);
A especificidade e exaustividade são duas variáveis que atuam durante o
processo de indexação nas etapas de análise de assunto pelo indexador para
ident
ificação e seleção de conceitos e na tradução dos conceitos por termos do
vocabulário controlado; a escolha de uma outra variável ou ambas influenciam de modo
determinante a recuperação da informação que terá maior ou menor precisão, ou, ao
contrário, maio
r ou menor revocação; o importante na política de indexação, além de
todos os requisitos, elementos e variáveis, é que o sistema de informação possa ter o
controle dos níveis de especificidade e exaustividade e isso somente se consegue com
controle de voca
bulário.
3.
Escolha da linguagem de indexação
ou do vocabulário controlado
: afeta o
desempenho de um sistema de recuperação de informação tanto na estratégia de
busca (estabelece a precisão com que o técnico de busca pode descrever os
interesses do usuário)
quanto na indexação (estabelece a precisão com que o
avaliação
ex ante
----------
>
-----
>avaliação
in intinere
-------
>
------
>
avaliação
ex post
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indexador pode descrever o assunto do documento). Portanto, a partir de estudos
de recuperação da informação do sistema, deve
-
se optar entre linguagem natural
ou vocabulário controlado; observa
-
se que na
área de saúde a Biblioteca Virtual
de Saúde (BVS) do Ministério da Saúde é referência na elaboração da
Terminologia da Saúde (
http://bvsms.saude.gov.br/terminologia
) composta do
Tesauro do Ministério
da Saúde, Glossários temáticos e Siglário do Ministério da
Saúde; considerando
-
se que o processo de indexação poderá ser realizado por
profissionais da informação ou por pessoas autorizadas pelo sistema no auto
arquivamento, será necessário disponibilizar
o vocabulário controlado dentro do
formato de metadados para que a escolha de termos de indexação seja realizada
com controle de vocabulário;
4.
Capacidade de revocação e precisão do sistema
: exaustividade, revocação e
precisão estão relacionadas. Quanto mai
s exaustivamente um sistema indexa
seus documentos, maior será a revocação (número de documentos recuperados)
na busca e, inversamente proporcional, a precisão será menor;
Os requisitos, elementos e variáveis diretamente ligados à política de indexação
ado
tada pelo sistema influenciam o desempenho das atividades de indexação realizadas
pelo sistema de informação e refletirá na recuperação da informação, sendo
imprescindível a formulação de uma política de indexação que oriente todo o trabalho e
a inclusão d
e tais itens na orientação ao indexador, seja ele profissional da informação
ou não.
Considerando os elementos indicados por Carneiro (1985, p.
231) para
elaboração de uma política de indexação, considera
-
se que o manual de indexação deve
contemplar os seg
uintes aspectos:
-
Objetivos do sistema de informação;
-
Apresentação dos procedimentos de indexação para identificação e seleção de
conceitos articulados com o processo de leitura documental e inclusão de um
questionamento para esta finalidade, contendo exem
plos em cada fase;
-
Apresentação do vocabulário controlado
-
adotado para a representação dos
conceitos selecionados, com esclarecimento e exemplos dos aspectos de estrutura,
vocabulário e configuração interna para uso dos indexadores;
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-
A especificação dos
elementos constituintes da política de indexação do sistema:
cobertura de assunto, critérios de seleção e aquisição dos documentos
-
fonte, nível de
exaustividade e nível de especificidade.
O manual de indexação é um dos instrumentos de implementação da pol
ítica de
indexação, fundamental, para o registro das decisões do planejamento e
acompanhamento da evolução natural das principais decisões acerca dos elementos e
variáveis em função dos requisitos. Destaca
-
se a necessidade dos profissionais, gestores
e pes
soas autorizadas pelo sistema seguirem as diretrizes e orientações do manual para
assegurar a uniformidade das atividades de organização e representação da informação
realizadas no plano horizontal da política de indexação. A atualização do manual de
index
ação dependerá de reuniões regulares e periódicas de vivência, cursos de
capacitação e seminários realizados pelos atores participantes da política. Para isso,
sugere
-
se a composição de grupo que acompanhe a evolução do ciclo de política de
indexação em to
das as etapas.
Contudo é necessário pontuar que nenhuma política de indexação é realizada sem
que haja a participação dos implementadores, os atores participantes do sistema de
informação, apoiados institucionalmente para sua atuação colaborativa. O apoio
institucional, realizado por meio de resoluções ou portarias, é o principal
reconhecimento de que a política de indexação poderá ser elaborada, implementada e
avaliada.
5
CONCLUSÃO
Diante das reflexões aqui expostas, fica evidente que a implementação
de um
sistema que integre política de indexação à gestão documental, em instituições de saúde,
traz estabilidade e segurança aos usuários que dele se servem. Caracteriza
-
se como uma
importante inovação, não só do ponto de vista da funcionalidade sistêmica
fornecida
para a rede de saúde, em plano nacional ou internacional, mas também por colaborar
com o desenvolvimento científico ao proporcionar dados quantitativos e qualitativos
mais precisos e de rápida recuperação aos pesquisadores da área
–
sejam acadêm
icos,
voltados para a produção científica, sejam os envolvidos no monitoramento e controle
dos fatores e/ou agentes sócio ambientais que incidem na saúde da população,
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possibilitando o estabelecimento de programas de saúde preventiva e estratégias para
sua
efetivação, por exemplo.
Se em qualquer sistema arquivístico institucional, a implementação de um
sistema, nos moldes aqui referidos, constitui questão chave para a recuperação de
informações, na Saúde, então, assume posição central ao considerarmos a ext
ensão,
ramificação e complexidade de dados que alimentam o sistema.
Desse modo, é fulcral o
desenvolvimento de metodologias para representar a informação, dentro de uma
política bem estabelecida que atenda às necessidades informacionais da organização a
qu
al pertence. Do mesmo modo, o aperfeiçoamento de protocolos de trabalho pré
-
existentes deve ganhar atenção, pois é capaz de propiciar facilidade e segurança em
relação ao acesso de documentos e seus conteúdos.
O emprego da indexação nos procedimentos
arquivísticos traz para o usuário
uma vantagem extra ao permitir a recuperação de determinada informação temática em
mais de um fundo, dentro ou fora da mesma instituição de custódia. À vista disso,
podemos entende
-
la como uma interessante ferramenta de in
tegração de dados ou
informações oriundas de diferentes proveniências. Isso porque o seu objeto de interesse
versa sobre conteúdos, não sobre documentos e suas dimensões, como na Arquivologia:
forma, formato, materialidade, concepção intelectual, enfim, ca
racteres externos e
internos, sempre contextualizados, conforme origem e uso.
Assim, a
credita
-
se que a adoção de uma política de indexação de documentos de
arquivo, em harmonia com a lógica e os princípios estruturadores da Arquivologia,
possa trazer inúme
ros benefícios aos usuários e, inclusive, revelar importantes
conteúdos documentais. Consequentemente, a proposta de integração entre
procedimentos, aparentemente díspares, permite além de maior compreensão sobre o
contexto de produção e uso de documentos,
a recuperação de informações de modo
circunstanciado: um benefício aos usuários que a ela recorrem.
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Subch
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XXXIII do Art. 5º, no inciso II do § 3º do Art.
37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Federal: altera a Lei 8.112 11 dezembro de
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29 Set. 2016, Rio de Janeiro,
Brazil.
1ed. Würzburg: ERGON VERLAG,
2016. v. 1, p. 234
-
242.
NOTA
S
i
A revisão ortográfica,
gramatical e em Língua Portuguesa é de responsabilidade das autoras.
image/svg+xml
WEB SEMÂNTICA: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
i
SEMANTIC WEB: flow for publishing open and linked data
José Eduardo Santar
é
m Segundo
¹
¹
Doutor em Ciência da Informação pela
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho (UNESP)
-
Marília/SP.
E
-
mail
:
santarem
@usp.br
ACESSO ABERTO
Copyright:
Esta obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons
Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
O autor
declara que não
há conflito de interesses.
Financia
mento
: Não há
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neste artigo.
Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar este artigo:
SANTAREM SEGUNDO
,
José Eduardo
.
Web
semântica
:
fluxo para publicação de dados
abertos e
ligados
.
Informação em Pauta
,
Fortaleza, v.
3
, n
úmero especial
, p.
11
7
-
140
,
nov.
201
8
. DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39721.117
-
140
.
RESUMO
Publicar dados em formato aberto e semântico
tem se tornado um grande desafio as
organizações ao redor do mundo. Há uma
grande variedade de ações que devem ser
executadas para q
ue um projeto de publicação
de dados possa ser concluído. Esta pesquisa tem
como objetivo principal apresentar uma
proposta de fluxo organizacional, segmentado
em fases, que descreva as atividades que devem
ser desenvolvidas no processo de publicação de
da
dos em formato aberto e semântico seguindo
as melhores práticas de dados ligados. A
metodologia utilizada é baseada em pesquisa
descritiva e analítica, baseada em análise
documental. Como resultado espera
-
se que o
fluxo apresentado possa contribuir com o
d
esenvolvimento de novos projetos de
publicação de dados em formato aberto e
semântico.
Palavras
-
chave:
Linked
d
ata. Web
s
emântica.
Publicação de
d
ados.
D
ados
l
igados.
Fluxo
organizacional
.
ABSTRACT
Publishing open and semantic data has become a
major
challenge for organizations around the
world. There is a wide variety of actions that
must be performed before a data publishing
project can be completed. The main objective of
this research is to present a phase
-
oriented
organizational flow proposal that
describes the
activities that should be developed in the
process of publication of data in an open and
semantic format following the best practices of
linked data. The methodology used is based on
descriptive and analytical research, based on
documentary a
nalysis. As a result, it is expected
that the presented flow can contribute to the
development of new projects of publication of
data in open and semantic format.
Keywords:
Linked
d
ata. Semantic
w
eb. Data
p
ublishing.
Connect
d
ata.
Organizational Flow
.
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.
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N
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ISSN 2525
-
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DOI:
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-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39721.117
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ARTIGO
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,
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1 INTRODUÇÃO
A Ciência da Informação se transformou após a chegada da Internet, não há
dúvidas que há uma revolução nos objetos de estudo e em grande parte dos processos
em relação ao que era discutido algumas décadas atrás. Isso não significa impacto que
altere as sua
s teorias, que continuam e continuarão totalmente aderentes as pesquisas
realizadas atualmente, mesmo com as mudanças significativas que a Internet nos
proporcionou, como pode ser visto nas citações a seguir.
Borko (1968, p. 3) afirma
que
“a Ciência da In
formação é uma disciplina que
investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que governam
seu fluxo, e os meio de processá
-
la para oti
mizar sua acessibilidade e uso”.
Saracevic (1996, p. 43) diz que:
[...] uma vez que a ciência e a
tecnologia são críticas para a sociedade (por
exemplo, para a economia, saúde, comércio, defesa) é também crítico prover os
meios para o fornecimento de informações relevantes para indivíduos, grupos e
organizações envolvidas com a ciência e a tecnologia,
já que a informação é um
dos mais importantes insumos para se atingir e sustentar o desenvolvimento
em tais áreas. Posteriormente, essa justificativa, baseada na importância
estratégica da informação, foi estendida a todos os campos, a todas as tarefas
hum
anas e a todos os tipos de empreendimentos. Esta justificativa foi e é
aplicada globalmente.
Fica evidente assim, que a Internet fortalece ainda mais o que já fora dito algumas
décadas atrás. Nota
-
se ainda mais recentemente, como com
Guimarães (2000),
o v
alor
estratégico da informação, independente do meio:
Em tempos de informação com valor estratégico, cabe criar instrumentos que
se adequem a uma concepção de disponibilização de conhecimento registrado
para geração de novo conhecimento, em que a
vertente temática assume papel
preponderante, visto resgatar a essência do conteúdo informacional.
(GUIMAR
Ã
ES, 2000, p. 9)
Uma rápida análise nas bases de dados mais significativas da área nos mostra que
muitos dos termos que nem existiam alguns anos atrá
s
,
agora são utilizados com
frequência nas mais variadas subáreas da Ciência da Informação. Apesar deste texto se
propor a tratar de um tema relacionado
à
tecnologia no contexto da Ciência da
Informação, alguns termos têm tido significativo destaque de uma
forma geral dentro da
área, são eles: Web Semântica, Ontologias, Dados Ligados e Ciência dos Dados (
Semantic
Web, Ontologies, Linked Data and Data Science
).
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Web semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
119
Esse relativo crescimento de interesse por esses termos, e consequentemente,
pelos conceitos e tec
nologias que envolvem Web Semântica, Ontologias, Dados Ligados,
além claro, de uma nova era baseada em dados, tem pautado novos caminhos para os
estudos da Ciência da Informação. A área entra definitivamente na rota de interesse de
muitas outras áreas, que
tem entendido que grande parte desses estudos competem e
dependem de pesquisas realizadas estritamente na Ciência da Informação, com
significativo apoio da Ciência da Computação.
Dentro deste contexto de estudo há uma relação de proximidade e
à
s vezes de
possível conflito entre estudos que vem sendo realizados na Ciência da Informação e na
Ciência da Computação, entretanto
,
há uma clara diferença em como essas duas áreas
podem contribuir diretamente nas pesquisas. Com importância, registre
-
se que muitos
pe
squisadores que atualmente trabalham com estes temas, tem suas raízes na Ciência da
Computação e atualmente atuam na Ciência da Informação; enquanto outros tem sua
formação básica em Biblioteconomia, Arquivologia e/ou Museologia e posteriormente
migraram p
ara a Ciência da Computação, em geral para uma ala mais aplicada e menos
pura de estudos da Computação. Dessa forma, sim, estudos relacionados a Dados, Web
Semântica, Ontologias e Dados Ligados precisam ser compartilhados entre
pesquisadores das duas áreas
.
Os últimos anos têm sido bastante significativos em como as tecnologias da Web
Semântica e as possibilidades propostas pelas práticas de Dados Ligados tem evoluído e
refletido diretamente numa crescente necessidade de se publicar dados. Os dados
governa
mentais de alguns países, disponibilizados em formato aberto e semântico, tem
tido impacto perante a sociedade e despertado um conjunto de iniciativas pelo
desenvolvimento de aplicações que possam efetivamente levar o cidadão a consumir
esses dados para os
mais variados propósitos no seu dia a dia.
Há uma variada gama de aplicações que podem ser acessadas via browser, ou
então por meio de aplicativos para dispositivos móveis, que se utilizam de dados
publicados de forma aberta e semântica. Há também iniciat
ivas de esforços para que
mais aplicações sejam desenvolvidas no intuito de consumir dados que passam a ser
publicados pelas mais variadas fontes.
Além dos dados de governo, há uma clara movimentação de interesse de algumas
comunidades em publicações de in
formações de uso geral, que inclusive envolvem
dados variados e de vários segmentos, algumas bases de dados, como por exemplo:
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DBPedia, Wikidata, Bio2RDF, Europeana, Unesco e bases relativas a dados de mídias
sociais tem crescido constantemente tanto em ta
manho quanto em uso.
Todo esse novo contexto de publicação de dados não pode ser tratado
exatamente como uma novidade, há muitas teorias e pesquisas, algumas nem tão mais
recentes, que tem pautado os estudos baseados em dados como um novo paradigma de
pesq
uisa (quarto paradigma da ciência) e desenvolvimento, e também por isso é notável
um grande interesse por vários segmentos de comunidades distintas em também
publicar seus dados.
O
chamado quarto paradigma da ciência, e
-
Science ou ainda Data
-
Driven Science,
que entende os dados como grande aliado e impulsionador para o avanço da ciência
moderna fora previsto por Jim Gray em
2007
(
HEY; TANSLEY; TOLLE,
2009), e
tem
estado cada dia mais presente nas ações do mundo atual
.
O processo de publicação de dados, que em diversas situações parece uma tarefa
trivial, tem se tornado o grande problema das equipes ou pessoas que se propõe a
realiza
-
lo, e é esse o ponto que te
m justificado fortemente o desenvolvimento desta
pesquisa. Esse problema motivou também este pesquisador a oferecer uma disciplina
chamada “
Conceitos e Tecnologias para Publicação de Dados Abertos e
Semânticos
seguindo as melhores práticas do Linked Data
”
no Programa de Pós
-
Graduação em
Ciência da Informação da Unesp de Marília, tento tido uma grande audiência nas
oportunidades em que a disciplina foi oferecida.
Desta maneira, o objetivo principal desta pesquisa e apresentar uma proposta de
fluxo organizaci
onal, segmentado em fases, que descreva as atividades que devem ser
desenvolvidas no processo de publicação de dado
s em formato aberto e semântico,
seguindo as melhores práticas de Dados Ligados.
Os objetivos específicos são:
Descrever um processo completo
para publicaça o de dados em formato
aberto e sema ntico;
Identificar os atores que fara o parte do processo.
Segmentar o processo em fases, identificando cada uma delas de forma que
possa ficar mais claro aos publicadores de dados todo o processo;
Apresenta
r, em forma de diagrama, o processo de publicaça o de dados em
formato aberto e semântico.
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Web semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
121
Importante ressaltar que não é objetivo deste trabalho selecionar ou indicar
ferramentas nem tampouco orientar em como usá
-
las em cada processo, visto que este é
um p
rocedimento que depende muito do andamento do processo e dos objetivos da
equipe de publicação de dados.
A metodologia utilizada para construir essa pesquisa foi baseada principalmente
em análise de literatura nacional e internacional, principalmente as de
dicadas a
apresentar estudos de casos, além da experimentação de ferramentas e técnicas de
publicação de dados. Assim, consideramos como uma
pesquisa descritiva e analítica, com
base em an
álise documental.
Espera
-
se que o fluxo organizacional, apresentado
como resultado desta pesquisa,
possa contribuir para que mais dados sejam publicados seguindo as melhores práticas
de Dados Ligados. Espera
-
se ainda que os respectivos donos, gestores, responsáveis pela
custódia ou pessoas que tenha qualquer outro tipo de
relação com dados passíveis de
publicação, possam encontrar nos resultados dessa pesquisa, os caminhos necessários
para facilitar o processo de publicação de dados.
2
WEB SEMANTICA E DADOS LIGADOS
Desde
2001, quando
Berners
-
Lee, Hendler e Lassila
publicaram o primeiro texto
sobre Web Semântica, onde diziam que “
A Web Semântica é uma extensão da Web atual
em que cada informação é dada por um significado bem definido, fazendo com que
computadores e pessoas trabalhem melhor em cooperação
”, houve uma
evolução
constante dos processos e tecnologias que permitem que a Web Semântica atualmente
faça parte da nossa vida cotidiana.
Para disponibilizar dados numa estrutura semântica é necessário pensar em
partes do modelo descrito por Berners
-
Lee em 2001, no
chamado bolo de noiva,
estrutura de camadas que apresenta a Web Semântica. Destaca
-
se neste quesito a
linguagem RDF, também indicada para representação de dados abertos, o uso de
metadados e principalmente a construção e aplicação de ontologias de domínio.
(
SANTAR
É
M SEGUNDO, 2015
).
Em 2006 Berners
-
Lee
publicou um conjunto de princípios para publicação de
dados usando as tecnologias da Web Semântica, que chamou de Linked Data (Dados
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Ligados). Esses princípios, que representam a materialização da Web Semântic
a, são
regras para publicação de dados, de forma que estes possam ser mais facilmente
recuperáveis e possam estar ligados entre si:
Usar URIs como nomes para os itens.
Usar URIs HTTP para que as pessoas possam consultar esses nomes.
Quando algue m consulta
uma URI, prover informaça o RDF u til.
Incluir sentenças RDF com links para outras URIs, a fim de permitir que
itens relacionados possam ser descobertos.
Grande parte das pesquisas e projetos nos últimos anos se dedicaram
principalmente a infraestrutura de o
rganização e recuperação de dados em formato
semântico, entretanto é sempre importante lembrar que a Web Semântica tem um papel
social muito importante, é por meio dela que a
gentes computacionais
(softwares, bots,
aplicativos)
podem realizar tarefas para f
acilitar a vida diária dos seres humanos.
Quando falamos de Web Semântica, falamos de uma mistura de
i
nterope
rabilidade; padronização,
organização e r
euso d
a i
nformação;
inferências e de
serendipidade.
A serendipidade se refere a descobertas feitas ao acaso, capacidade que as
tecnologias da
Web Semântica e principalmente do
Dados Ligados
trazem à tona e
possibilitam através da ligação semântica entre dados de fontes diversas espalhadas
pelo mundo. Enquan
to a inferência diz respeito a capacidade de se deduzir ou tomar
decisões, baseadas na consolidação de uma verdade de uma proposição que não é
conhecida, mas é tida a partir de sua relação direta com outras verdades existentes,
podendo ser considerada uma
das cerejas do "bolo de noiva da Web Semântica".
(
SANTAR
É
M SEGUNDO
;
CONEGLIAN, 2016
).
3
DADOS ABERTOS, DESAFIOS E REQUISITOS PARA PUBLICAÇÃO DE DADOS
É difícil desassociar dados ligados e dados abertos, são temas que apresentam
muitos pontos em comum,
principalmente quando se pensa que a primeira proposta de
melhores práticas para ligar dados seja de Tim Berners
-
Lee. Entretanto sabe
-
se que os
processos de ligação de dados podem ser aplicados a dados privados.
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Web semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
123
Apesar de ainda ser difícil pensar em dados
ligados de forma privada, há muitas
bases de dados que usam os princípios de ligação de dados para gestão de dados de
forma restrita.
Esta pesquisa aborda a publicação de dados em formato aberto e semântico,
tendo como ideal o uso de dados abertos e passí
veis de consumo pela comunidade,
portanto todo o contexto aqui apresentado é pensando na publicação de dados abertos.
O acesso
à
informação tem sido pautado como grande propulsor do
desenvolvimento no século XXI. As instituições, sejam elas públicas ou pri
vadas, tem
investido na organização e no acesso
à
informação como o grande diferencial na tomada
de decisão em várias de suas instâncias.
Há também no mundo uma tendência de publicação de dados governamentais,
com o objetivo de criar a cultura de participa
ção do cidadão na gestão do Estado,
construindo um modelo conhecido como transparência.
Atuando desde
2004 a
Open Knowledge Foundation
tem
se dedicado a trabalhar
com projetos que envolvem o conceito de conhecimento aberto. Segundo eles
"Conhecimento Abert
o é qualquer informação, conteúdo ou dados que as pessoas são
livres para utilização, reutilização e redistribuição
-
sem qualquer restrição legal,
tecnológica ou social”.
O movimento de abertura de dados governamentais está embasado em 3 leis
propostas p
elo especialista em políticas públicas
David Eaves (2009)
:
Se o dado na o pode ser encontrado e indexado na web, ele na o existe.
Se na o estiver aberto e em formato compreensí vel por ma quina, ele na o
pode ser reaproveitado.
Se algum dispositivo legal na o p
ermitir sua reaplicaça o, ele na o e u til.
Apesar da clara necessidade de uso, dados abertos, especialmente os
governamentais, constituem
-
se como um ótimo recurso, ainda timidamente explorado.
Muitos indivíduos e organizações coletam uma ampla gama de difere
ntes tipos de dados
para executar suas tarefas. O governo é particularmente importante nesse contexto,
tanto por causa da quantidade e da centralidade dos dados que coleta quanto pelo fato
de que tais dados são públicos, um direito garantido no artigo 5º d
a Constituição Federal
brasileira (MANUAL
...
, 2011).
Não estamos tratando aqui apenas de dados governamentais, mas entende
-
se que
eles são uma grande parte dos dados que se deseja publicar. Há também muitos outros
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dados, geridos pelos mais derivados entes,
que precisam e poderiam ser publicados,
entretanto há uma série de fatores que implicam em desafios e requisitos para que
possam ser publicados.
Quais são as questões que envolvem diretamente um projeto de publicação de
dados? Quais são exatamente os pass
os para se publicar dados em formato aberto e
semântico? Alguns desafios importantes, para que um processo de publicação de dados
em formato aberto e semântico possa acontecer, podem ser facilmente listados por
equipes ou pessoas responsáveis por tais ativ
idades, como as questões que seguem.
Será que instituição ou organização que mantém os dados tem intenção ou um
plano para publicar dados? Existe um modelo padronizado que uma equipe possa usar
para publicar dados? De que setor da instituição/organização
é a equipe que ficará
responsável pelo processo de publicação dos dados? Como sincronizar os interesses de
quem publica e do público que vai consumir os dados, ou seja, será que os dados que
tenho disponíveis atendem efetivamente quem gostaria de consumi
-
l
os? Quais dados
serão publicados? Onde são gerados (fonte) os dados que quero publicar, com que
frequência eles são gerados? Os dados podem ser disponibilizados? Que licença devo
usar para publicar meus dados? Como tornar os dados interoperáveis? Quais fo
rmatos
de dados utilizar? Como restringir ou permitir acesso quando os dados forem sensíveis?
Como transmitir confiança a quem vai consumir os dados (qualidade e proveniência)?
Como garantir a preservação dos dados? Como enriquecer os dados, com quais outr
as
bases se conectar? Como garantir e propor que os dados possam ser usados e
reutilizados? Como obter feedback a partir do uso dos dados publicados? Essa são
apenas algumas das perguntas que fazem parte de um projeto para publicar dados em
formato aberto
e semântico.
Esta pesquisa não tem a intenção de responder a todas essas perguntas, pelo
contrário, essa é uma tarefa que precisa ser tratada em partes, entretanto é necessário
que esse tipo de atividade tenha um mínimo de organização, de procedimentos, e
principalmente de fluxo organizacional que possa dar uma linha de condução ao
processo de publicação de dados
.
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125
4 FLUXO ORGANIZACIONAL PARA PUBLICAÇÃO DE DADOS
Há uma variedade grande de
papers
que apresentam procedimentos para
publicação de dados, dos
mais variados tipos, das mais variadas fontes e usando uma
grande gama de ferramentas diferentes.
Grande parte dessas pesquisas tem forte apelo no uso de uma ou outra
ferramenta, e grande parte das vezes gira em torno do funcionamento da mesma, não
havendo
uma
preocupação com todo o processo de publicação de dados.
Por meio da figura 1 apresenta
-
se a sugestão de modelo de um fluxo
organizacional, segmentado em fases, que organiza o caminho por qual um projeto de
publicação de dados deve passar.
Figura 1
–
Fluxo Organizacional para Publicação de Dados
.
Fonte
:
Dados da pesquisa.
Entende
-
se que um fluxo organizacional de publicação de dados, que pode ser
chamado de projeto de publicação de dados, não é simples, e pode envolver várias
pessoas ou divisões de
uma organização.
Por meio da figura 1 apresenta
-
se a proposta de divisão do fluxo organizacional
com várias tarefas, que se organizam divididas em 6 fases:
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1
–
Política e seleção;
2
-
Formalização, Estrutura, Formatos e Licenças;
3
–
Conversão Ferramental;
4
–
Processo de Recuperação;
5
–
Marketing e Feedback;
6
–
Qualidade e Preservação.
4.1 Política
e
Seleção
A primeira fase, vista por meio da figura 2, de qualquer projeto de publicação de
dados vem muito antes da parte técnica, o que as vezes dificulta o processo quando esse
nasce dentro da área de TI de uma organização.
Figura
2
–
Fase 1 do fluxo organizaci
onal de publicação de dados
Fonte
:
Dados da pesquisa.
Mesmo que exista uma grande massa de dados que poderia ser publicada de
forma aberta e semântica, ou ainda que seja apenas uma pequena fatia de uma base de
dados, é importante inicialmente identifica
r quais os dados que realmente serão
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127
publicados. Ressalta
-
se que o procedimento de publicar dados, depois de iniciado, deve
ser contínuo, ou seja, deverá fazer parte da rotina da organização.
Portanto uma das primeiras tarefas é organizar um grupo de pess
oas, uma
equipe, de preferência multidisciplinar, com capacidade e responsabilidade técnica e
administrativa para executar e tomar decisões sobre o tema, e que possa conduzir todo o
processo, além de dar conta de constituir uma cultura de publicação de dad
os na
organização.
Constituir uma cultura de publicação de dados, é levar ao conhecimento de todos
os colaboradores de uma instituição, o ideal de divulgar dados de forma aberta na
internet, e conscientizar que esse tema deve ser discutido frequentemente,
e que pode
ser rediscutido a qualquer momento. Importante que fique claro que para algumas
situações será necessário algum tipo de esforço de pessoas específicas, para que os
dados possam ficar disponíveis.
É importante que o ideal de disponibilizar dados
seja uma intenção da
organização, independente se a necessidade é por desejo de publicação de dados ou por
força de lei.
A partir do momento que se tem uma equipe, é necessário identificar o público
que pode ter interesse nos dados que serão disponibiliza
dos, quais dados da
organização serão disponibilizados, qual é a granularidade do dado que será entregue e,
principalmente, quais são os colaboradores da empresa que tecnicamente darão acesso
ou entregarão frequentemente os dados a serem publicados.
Essa f
ase estará completa quando for possível ter uma equipe responsável pelo
projeto e um pacote de dados que seja um exemplo ou que represente pelo menos parte
do que será publicado. Esse pacote de dados pode ser um arquivo, um canal de consulta,
uma abertura
por API (
Application Programming Interface
) ou qualquer outro tipo de
tecnologia que permita com que a equipe responsável tenha uma porção dos dados para
trabalhar.
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4.2 Formalização, Estrutura, Formatos
e
Licenças
A segunda fase é o momento em que o
dado já selecionado receberá todo o
tratamento técnico necessário para que possa efetivamente ser publicado de forma
aberta e semântica.
Conforme pode ser visto por meio da figura 3, é nessa fase que acontecerá uma
transformação no dado, incluindo, quando
necessário, uma mudança de formato, a
ligação com outros dados para que possa ser enriquecido com a ligação com outra base
de dados aberta e onde serão atribuídas licenças de uso, para que a comunidade que vai
consumir tenha certeza de que pode utilizar o
dado.
Figura
3
–
Fase 2 do fluxo organizacional de publicação de dados
Fonte
:
Dados da pesquisa.
É nessa fase que se atribuem aos dados as características técnicas que o
transformam em semânticos. Também é nesta fase, que ao finalizada, teremos o dado
no
formato que será disponibilizado para a comunidade.
Destaca
-
se aqui nesta fase uma grande necessidade de trabalho técnico, que
dependerá muito da equipe de TI da organização. O interessante da fase 2 é que ela
normalmente é uma fase de destaque e que ex
ige muita dedicação da equipe de trabalho,
porque ela tem muita responsabilidade em mudanças que poderão impactar
diretamente no interesse da comunidade pelos dados a serem consumidos.
Há, em muitos casos, uma falsa ilusão quando se inicia um projeto de p
ublicação
de dados, que os procedimentos compreendidos na fase 2, sejam os únicos dentro de um
projeto desta natureza. Ou seja, uma falsa ideia de que as atividades técnicas desta fase
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129
são as únicas que um projeto precisa ter para transformar qualquer base
de dados em
um conjunto de dados abertos e semânticos.
Há um documento produzido por um grupo de trabalho do W3C
(
LÓSCIO;
BURLE;
CALEGARI
, 2017),
publicado como recomendação W3C a partir de 31 de janeiro de 2017,
chamado “Melhores práticas para dados na
Web” (
Data on the Web Best
Practices
ii
), que
teve como objetivo constituir procedimentos
para ajudar a suportar um ecossistema
autossustentável
de publicação de dados
. Os dados devem ser descobertos e
compreensíveis por seres humanos e máquinas.
Este
documento oferece uma grande
quantidade de informações e sugere técnicas (práticas) para lidar com a fase 2
apresentada aqui.
O documento em si aborda de forma bem didática 8 possíveis benefícios que
podem ser atingidos utilizando
-
se das 35 práticas propos
tas. Os 8 benefícios
apresentados são: reuso, acesso, conexão, descoberta, processamento, confiança,
interoperabilidade e compreensão.
As práticas são apresentadas uma a uma, inicialmente com um
template
muito
claro e definido, onde se indica o porque
aque
le item
é especificamente relevante para a
publicação ou reutilização de dados na Web
e porque pode
incentiva
r
a publicação o
u
reutilização de dados na Web. Posteriormente indica
-
se o resultado esperado e descreve
sobre uma possível estratégia de implement
ação.
Cada uma das práticas ainda indica como ela pode ser testada, apresenta
informações sobre a relevância da aplicação daquela prática específica e por fim lista os
benefícios (entre os 8) que aquela prática agrega aos dados a serem publicados.
Nesta f
ase (2) deve
-
se abordar as questões relativas a estrutura do dado e seu
formato, esse é um item altamente técnico e que pode ter grande impacto
posteriormente no momento de consumo dos dados publicados.
A estruturação, formalização e formatação dos dados é
um processo importante
para que se possa atribuir semântica aos mesmos, e normalmente acontece de forma
sequencial. O dado que foi selecionado na fase 1 deve ser destrinchado, atribuindo
-
se a
ele uma nova estrutura, incluindo a normalização das informaçõe
s, que é um processo
muito importante.
Nem sempre os dados a serem publicados são oriundos da mesma fonte, em geral
esses dados podem ter como fontes as planilhas, as bases de dados (ou tabelas
originadas por elas), arquivos dos mais variados formatos, inc
luindo alguns oriundos de
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mineração e, portanto, é necessário que eles sejam reorganizados. Uma das tarefas da
organização é justamente a padronização dos dados, ou seja, usar os mesmos tipos de
informações, vocabulários controlados, associar termos que se
jam similares (ou iguais)
mas estejam explanados em formatos diferentes, usar as mesmas unidades de medidas
para dados numéricos (ou financeiros). Esse processo de normalização é de fundamental
importância.
A formalização dos dados envolve a construção de
um modelo conceitual para o
conjunto de dados. É na formalização que os dados devem passar a fazer parte de uma
estrutura lógica como as ontologias. No começo de um projeto de publicação de dados,
pode ainda não haver uma definição sobre a ontologia a ser
utilizada, portanto é
necessário que a equipe responsável pelo projeto tenha em mente que deverá
desenvolver uma ontologia, utilizar
-
se de uma que já esteja em uso ou ainda adaptar
uma já existente para o conjunto de dados a ser publicado.
Não é objetivo d
este texto apresentar metodologias para desenvolvimento e uso
de ontologias, entretanto é importante ressaltar que ter uma formalização por meio de
uma ontologia e com uso de vocabulários internacionalmente reconhecidos é muito
importante para o sucesso do
projeto de publicação de dados. O projeto Linked Open
Vocabularies
iii
(LOV) é um ótimo recurso para identificar vocabulários conhecidos e usá
-
los para dar significado (semântica) na formalização dos dados e construção (ou
adaptação) de ontologias.
Após os
dados estarem normalizados e formalizados é importante que sejam
formatados dentro de uma estrutura técnica que seja possível recuperá
-
los. Dentro
desse contexto é necessário coloca
-
los dentro de um formato de serialização
computacional, usando uma linguag
em computacional. Os dados podem ser
disponibilizados em OWL, XML, JSON, JSON
-
LD, vai depender muito de como será a
disponibilização desses dados ao público que irá consumi
-
los.
A formatação dos dados também depende de quais ferramentas serão utilizadas
pa
ra prover acesso aos dados. Entretanto essa parte do projeto será discutida na fase 3.
Ainda na nesta fase é importante que se definam as licenças que serão atribuídas
aos dados. Note que atribuir licença é garantir ao consumidor que o dado possa ser
utili
zado e indicar como ele pode ser utilizado.
Apesar de muitos projetos de dados não deixarem claro qual é a licença atribuída,
considera
-
se esse um ponto de extrema relevância para quem vai consumir os dados.
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Entende
-
se que a organização que está publicando
dados tenha realmente interesse que
esses dados sejam consumidos, sendo assim, é de fundamental importância garantir
segurança e a liberdade de uso aos consumidores.
Há uma infinidade de licenças que permitem acesso e uso dos dados, entretanto
cada uma de
las tem características diferentes e em muitos casos precisam ser estudadas
e entendidas para que sejam atribuídas sem risco nem a quem publica nem a quem
consome os dados.
Com o advento da publicação de dados algumas licenças têm sido criadas
especificame
nte para essa nova realidade, é o caso das
Licenças Open Data Commons
iv
.
Algumas outras licenças já conhecidas como as Creative Commons continuam sendo
uma ótima opção também.
A partir do momento que os dados já foram normalizados, estruturados,
formalizado
s, formatados e já tem uma licença passa
-
se a fase 3 do projeto de publicação
de dados.
4.3 Conversão Ferramental
A fase 3 é uma etapa muito importante do projeto, pois o dado deixa de ser
restrito e será efetivamente publicado na Web, ou seja, ele ultra
passa o muro da
organização para passar a integrar uma grande nuvem de dados e ser consumido por
quem tenha interesse, como pode ser visto na figura 4.
Figura
4
–
Fase 3 do fluxo organizacional de publicação de dados
Fonte
:
Dados da pesquisa.
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Essa fase
do projeto é marcada pela seleção de ferramentas que deverão permitir
o acesso ao dado pelos interessados em consumi
-
los. Há várias maneiras de
disponibilizar os dados para que possam se consumidos.
As maneiras mais simples e básicas remetem a simples disp
onibilização de
arquivos de dados, ou pacotes compactados que contemplam os arquivos, que mesmo
nesse formato podem ser semânticos, via arquivos em serializações adequadas.
O que se espera é que tenhamos um conjunto de ferramentas que permitam
acesso ao da
do das mais variadas formas, tanto para acesso por humanos quanto por
máquinas.
O acesso pra humanos, nem tanto trivial nessa fase do projeto, poderá ser
fornecido por uma interface Web que garanta acesso diretamente a URI dos recursos e
através delas as s
uas propriedades.
O acesso para máquinas pode ser feito diretamente através de ferramentas que
disponibilizem um Sparql EndPoint, ou seja, uma interface para consultas via linguagem
de consulta semântica (Sparql), ou ainda por meio de Webservices e APIs.
N
essa fase é importante também que se escolha uma ferramenta que possa servir
como catálogo de dados para os consumidores. Uma ferramenta do tipo catálogo
(exemplo mais utilizado é o CKAN, mas há outras) permite que haja uma visualização
completa de toda a
informação a respeito dos dados que estão sendo publicados.
O processo nomeado conversão ferramental tem seu ponto crítico a partir do
momento que já foram escolhidas as ferramentas para disponibilizar e permitir acesso
aos consumidores de dados, e também
já se tem a disponibilidade dos dados prontos
para serem carregados nas ferramentas.
Carregar os dados é uma tarefa que pode parecer simples, e se ela for realizada
apenas uma vez ela realmente será. Em geral, as ferramentas que são interfaces de
acesso do
s usuários aos dados, disponibilizam interfaces para que os dados possam ser
carregados diretamente via arquivo. O que torna o processo mais trabalhoso é
justamente pensar em um procedimento recorrente e cíclico, de forma que possa haver
alimentação freque
nte de dados nas ferramentas.
A criação de uma rotina que possa varrer dados disponíveis e carrega
-
los nas
ferramentas normalmente não é uma tarefa disponível na maioria das ferramentas, o
que implica que para essa tarefa seja executada possa ser necessári
o o desenvolvimento
de algum tipo de script de programação que possa operar o processo.
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Santarem Segundo
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Web semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
133
Escrever um script de programação é uma tarefa para os componentes de TI da
sua equipe, e muitas vezes será necessário construir um diagrama de como o processo
funciona
rá, envolvendo um cronograma de atividades que inicie na coleta dos dados já
formalizados e em seguida com a inserção do mesmo na ferramenta que torna o dado
disponível para a comunidade.
O processo de conversão ferramental dependerá muito das escolhas fei
tas pela
equipe do projeto, e ele com certeza dará ritmo a frequência e volume de dados que
ficarão disponíveis a comunidade.
Criar uma rotina que dependa menos do trabalho humano é um dos fatores
primordiais na fase 3, e portanto, quanto maior for a dedic
ação nesta fase do projeto
maior será a automatização da sua linha de produção e publicação de dados.
4.4 Processo
d
e Recuperação
As três primeiras fases do processo de publicação de dados tinham foco
excessivamente na estruturação e publicação de dados.
As duas próximas fases estarão
concentradas no momento posterior a publicação de dados, exatamente quando o
usuário que vai consumi
-
los começa a ter acesso a esses dados, conforme pode ser visto
na figura 5.
Figura
5
–
Fase 4 do fluxo organizacional de
publicação de dados
Fonte
:
Dados da pesquisa.
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As tarefas da fase 4 não devem ser atribuídas a equipe de publicação de dados,
entretanto é importante que se tenha a noção exata do que pode ser feito com os dados e
como a comunidade vai consumir esses
dados.
Além do consumo por humanos, o processo natural de consumo de dados ocorre
via software, ou seja, aplicações que emitirão comandos e receberão como retorno os
dados disponibilizados. Aqui no processo de recuperação, que pode inclusive ser parte
dos
interesses da própria organização que está publicando os dados, há uma séria de
elementos que podem ajudar no uso desses dados para uma diversidade de aplicações.
Cabe nesse caso o desenvolvimento de aplicações (web, dispositivos móveis, etc)
que possam le
var o dado a usuários que nunca teriam acesso senão por aplicações para
usuários leigos. Cabe também a criação de aplicações para que os dados possam ser
reusados pela própria organização, entretanto já com uma carga semântica e
principalmente com o enriqu
ecimento de dados oriundos de outras bases.
Nessa fase é importante destacar o uso de técnicas como aprendizado de
máquina (
Machine Learning
)
e também da criação de axiomas que possam permitir
constituir inferências nos dados. O uso de aprendizado de maquinas juntamente com as
possibilidades de inferências nos dados pode gerar uma gama de padrões e resultados,
inclusive preditivos, que permitem
encontrar padrões informacionais até então não
percebidos.
4.5 Marketing
e
Feedback
É importante acompanhar se o conjunto de dados publicados está atendendo a
demanda da comunidade e se realmente eles estão sendo úteis ou se são de
conhecimento das comu
nidades que poderiam ter interesse. Como pode visto na figura 6,
a fase 5 permite que haja considerações acerca do projeto inicial, baseado nas
necessidades dos usuários que consomem os dados.
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Web semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
135
Figura
6
–
Fase 5 do fluxo organizacional de publicação
de dados
Fonte
:
Dados da pesquisa.
Muitas vezes há uma grande demanda de trabalho para que se possa publicar
dados porém a maneira como eles ficam disponíveis para a comunidade não são
interessantes o suficiente para que seja feito o uso, ou consumo.
Divulgar nas principais mídias, informar os possíveis interessados, publicar os
dados em catálogos de grande acesso, oferecer os dados para serem trabalhados em
eventos como Hackatons são algumas das técnicas de marketing que podem ser
utilizadas para que
a comunidade tenha conhecimento sobre os dados que estão sendo
publicados.
É de fundamental importância que quem precise do dado saiba exatamente
onde encontr
á
-
lo.
A partir do momento que os dados passam a ser consumidos há um outro fator
que pode ser muito importante para que seus dados possam ser cada vez mais utilizados
pela comunidade que os consome, é o processo de
feedback
. Criar uma estrutura que
seja possível
receber informações da comunidade que está consumindo os dados é
muito importante.
Criar rotinas que analisem o consumo também é bastante importante, visto que
esse tipo de atividade permite entender o que realmente tem despertado interesse da
comunidade,
quais são os dados de maior interesse, qual a granularidade do dado que
mais interessa, qual a forma de acesso mais utilizada.
Criar canais de feedback também é muito importante. O simples fato de
disponibilizar um e
-
mail de contato (que seja respondido)
ou ainda um formulário em
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uma página Web, já permite que consumidores de dados possam se relacionar com a
equipe responsável pelo projeto de publicação de dados.
Todo e qualquer feedback que possa ser recebido deve ser discutido em grupo e
quando necessár
io pode gerar alterações nas três primeiras fases do projeto de
publicação de dados. Ressalta
-
se que as solicitações da comunidade podem ser desde
parte dos dados que não ficaram disponíveis, passando pela granularidade dos mesmos,
o formato de disponibili
zação, sugestões de alterações na ontologia ou ainda nas
ferramentas utilizadas para que o dado fique disponível.
É muito importante que se feche o ciclo de publicação de dados com o máximo de
atenção as necessidades de quem consome os dados.
4.6 Qualid
ade
e
Preservação
A fase 6, conforme pode ser visto na figura 7, tem um contexto completamente
diferente das anteriores. Ela está numerada como fase 6, mas poderia ser também a fase
0, ou ainda qualquer outro tipo de identificação não numerada. Acontece qu
e a fase 6
transcende a todas as outras fases anteriores, e está diretamente relacionada a todas
elas. Entende
-
se que dar qualidade e preservar os dados publicados é um item da maior
relevância que pode existir em um projeto.
Figura
7
–
Fase 6 do fluxo
organizacional de publicação de dados
Fonte
:
Dados da pesquisa
.
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Web semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
137
Entende
-
se que pensar nas questões que envolvem qualidade e preservação
estão diretamente relacionadas a confiança que se pode ter na base. Confiança é um dos
elementos mais significativos
no processo de uso e reuso de uma base de dados, e tem
sido pauta constante de discussão dada a grande variedade de problema encontrados
em base de dados publicadas em formato aberto e semântico ao redor do mundo, mais
especificamente quando tratamos de da
tabases publicados no Linked Open Data.
O texto “Metodologia de avaliação de qualidade para dados conectados”
de
Souza,
Botega e Santar
é
m Segundo (2017)
faz uma abordagem específica sobre a questão da
qualidade na publicação de dados.
Souza, Botega e
Santar
é
m Segundo (2017) indicam que
[...]
a qualidade pode ser definida como medidas para que o produto oferecido
esteja de acordo com o que se espera dele, podendo este ser uma informação,
um dado, um serviço ou um processo. Estando ele livre de
problemas,
possibilita que as atividades dependentes sejam executadas com sucesso. É
notado que a forma como os dados, informações, produtos, etc., são
manuseados influenciará na qualidade das atividades desempenhadas nos
sistemas de diferentes domínios.
Sobre a questão da qualidade na disponibilização de dados Souza
, Botega e
Santar
é
m Segundo
(2017) ainda afirma
m
que
:
A literatura aponta problemas de qualidade não somente nos dados, mas
também na estrutura provida para sua publicação, fator que pode dif
icultar seu
acesso e até mesmo inviabilizar sua utilização, evidenciando o fato de que a
qualidade consiste em um fator de extrema importância.
A preservação dos dados, que acaba sendo intrínseca a qualidade dos dados, e em
alguns casos compõe parte dos r
equisitos de qualidade, é um fator determinante para
garantir a longevidade dos dados publicados. Sayão
e
Sa
les
(
2012
) confirmam que “o
principal desafio recai na necessidade de se preservar não somente o conjunto de dados,
mas de preservar, sobretudo, a c
apacidade que ele possui de transmitir conhecimento
para uso futuro das comunidades interessadas”.
Os dados
,
portanto
,
devem estar disponíveis no momento do uso e também
devem permitir que futuros usuários reanalisem os dados dentro de novos contextos.
Po
rém, para que ocorra um processo de preservação em que os significados dos dados
possam atravessar a barreira do tempo, é necessário assegurar que os usuários no
futuro estejam instrumentados com as informações essenciais para o efetivo reuso dos
dados
(CO
NWAY, 2011
apud
SAYÃO
;
SA
LES, 2012).
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A qualidade e a preservação garantem a integridade do dado, e além da confiança
estimulam o reuso da base publicada. Em geral uma base integra, que garante
preservação e tem qualidade, receberá conexões advindas de outr
as bases, servindo
também como referência para enriquecer dados de bases de outrem.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há uma constante evolução na necessidade de se publicar dados, as demandas
por publicação de bases abertas com dados ligados são cada vez mais
latentes,
entretanto é bem interessante notar que ainda encontremos muitas dificuldades para
constituir um projeto robusto de publicação de dados, que possa fazer parte da cultura
organizacional das organizações.
Constituir um projeto robusto é garantir um
a rotina de publicação de dados,
dentro de um contexto que atenda ás necessidades da comunidade que tem interesse
nos dados e que seja revisto constantemente de forma a melhorar ainda mais o
atendimento a essa comunidade, além disso é garantir que os dados
atendam a padrões
de formalização, tenham licenças apropriadas, dotados de requisitos mínimos de
qualidade e que sejam preservados para uso perene.
Constituir uma equipe responsável pelo projeto de publicação de dados é
essencial quando a organização pret
ende efetivar a publicação de dados. Ressalta
-
se
aqui que muitas vezes não haverá pessoal suficiente para uma equipe multidisciplinar,
ou ainda, a equipe será formada por apenas uma única pessoa, mas é de fundamental
importância que o projeto seja conhecid
o na organização e que outros colaboradores, se
houverem, saibam que a organização tem o intuito de publicar dados na Web para serem
consumidos livremente.
O fluxo organizacional apresentado é resultado de um conjunto de pesquisas que
apresentam projetos d
e publicações de dados, entretanto grande parte dessas pesquisas
apresentam algumas dessas fases ou então parte das tarefas que se misturam nesse
fluxo apresentado aqui. A ideia da apresentação desse fluxo nasceu justamente da junção
de partes de múltiplas
pesquisas de forma que pudesse constituir um ponto de partida e
um entendimento de um projeto de publicação de dados por completo.
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Web semântica: fluxo para publicação de dados abertos e ligados
139
Esse fluxo organizacional, que não se apega as técnicas e tecnologias, não
indicando ou sugerindo ferramentas na maior parte
das vezes, tem como objetivo
principal dar a compreensão exata de que um projeto dessa natureza envolve muitas
tarefas e pode ser menos trivial do que o imaginado pelas organizações ou pessoas que
pretendem publicar dados, entretanto ele representa e suge
re o que se considera um
conjunto de fases ideias para projetos de publicação de dados.
Não há dúvidas que pode haver projetos que funcionem sem passar por todas as
fases, entretanto entende
-
se que as fases aqui apresentadas no fluxo organizacional de
publ
icação de dados é o ponto de partida mínimo para constituição de um projeto
robusto.
Destaca
-
se ainda a fase 5, que pouco aparece em grande parte dos projetos de
publicação de dados, entretanto é de fundamental importância para que todo o trabalho
estrutur
al realizado nas três primeiras fases possa ter valido a pena. A fase 5,
representada principalmente pelos processos de marketing e feedback, garante ao
projeto a reponsabilidade de dar visibilidade a todo o trabalho feito e também o
compromisso de atender
as necessidades da comunidade. Um projeto caracterizado
com os princípios de Dados Ligados e que tenha realmente o intuito de atender a
comunidade que quer consumir os dados tem como principal requisito o fator de
atender as demandas do que a comunidade
realmente quer e como ela precisa para que
os dados possam ser bem utilizados.
Como última consideração, entende
-
se que esse fluxo possa contribuir como
norteador em projetos de publicação de dados e que possa ser ponto de partida para
outras pesquisas que
possam evoluir com o fluxo proposto.
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et. 2018.
NOTAS
i
A revisão ortográfica, gramatical e em Língua Portuguesa é de
responsabilidade do autor
.
ii
https://www.w3.org/TR/2017/REC
-
dwbp
-
20170131/
iii
https://lov.linkeddata.es/
iv
https://opendatacommons.org
image/svg+xml
REQUISITOS DE QUALIDADE E SEGURANÇA PARA PRONTUÁRIOS DO PACIENTE
i
REQUIREMENTS FOR QUALITY AND SAFETY RECORDS OF PATIENTS
Margarete Farias de Moraes
¹
¹
Doutora em
Educação pela
Universidade
Federal do Espirito Santo
(
UFES
)
.
E
-
mail:
margamoraes@gmail.com
ACESSO ABERTO
Copyright:
Esta obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons
Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
A
autor
a
declara que
não há conflito de interesses.
Financia
mento
: Não há.
Declaração de Disponibilidade dos dados:
Todos os dados relevantes estão disponíveis
neste artigo.
Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar
este artigo:
MORA
E
S, Margarete Farias de
.
Requisitos de
qualidade e segurança para prontuários do
paciente.
Informação em Pauta
, Fortaleza, v. 3,
número especial, p.
1
41
-
1
60
, nov. 2018
. DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39722.141
-
1
60
.
RESUMO
Os serviços de saúde perform
am
um intrincado
sistema de processos, assistenciais, de apoio
té
cnico, apoio logístico e administrativo. Estes
processos requerem insumos e recursos para
dar o resultado esperado, como materiais e
equipamentos específicos e principalmente
pessoas, além de uma adequada estrutura física.
Boas práticas e métodos também sã
o
fundamentais para sustentar estes processos.
Podemos identificar a importância de vários
processos de gerenciamento e controle para
garantia da qualidade e segurança em saúde,
como o de “Registro e tratamento de
reclamações de cientes”, “Registro e trat
amento
de falhas”, “Pesquisa de satisfação”, “Gestão de
indicadores”, “Análise crítica”, “Revisão de
casos”, assim como “gerenciamento da qualidade
e segurança das informações do paciente”. Este
artigo pretende apresentar e discutir os
processos de gerenci
amento da qualidade e
segurança das informações do paciente, com
base nos padrões contidos no Manual de
Brasileiro de Acreditação. Foi usado como
método, a análise qualitativa de um conjunto de
requisitos do padrão de Gestão da Informação e
Comunicação do
Manual Brasileiro de
Acreditação, além de apresentar conceitos sobre
qualidade e segurança na saúde. O trabalho
constatou a importância deste padrão para o
gerenciamento de serviços e unidades de
informações assist
e
ncia
i
s.
Palavras
-
chave:
Manual Brasileiro
de
Acreditação. Informação em saúde. Qualidade e
segurança.
ABSTRACT
The health services perform an intricate system
of processes, assistance, technical support,
logistical and administrative support. These
processes require inputs and resources to give
the expected result, such as specific materials
and equipment and espec
ially people, in
addition to an adequate physical structure. Good
practices and methods are also central to
sustaining these processes. We can identify the
importance of various management and control
processes for quality assurance and health
security, su
ch as "Registration and handling of
customer complaints", "Registration and
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.3
número especial
nov
. 201
8
ISSN 2525
-
3468
DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39722.141
-
1
60
ARTIGO
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Moraes| Requisitos de qualidade e segurança para prontuários do paciente
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Inf. Pauta,
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3, número
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handling of failures", "Satisfaction survey",
"Management of indicators "," Critical review
“,
“
Case review ", as well as "quality management
and patient information security". Thi
s article
intends to present and discuss the processes of
quality and safety management of patient
information, based on the standards contained
in the Manual Brasileiro de Acreditação. The
qualitative analysis of a set of requirements of
the Information a
nd Communication
Management standard of the Manual Brasileiro
de Acreditação was used as a method, as well as
presenting concepts about health quality and
safety. The work noted the importance of this
standard for the management of information
services and
units
.
Keywords:
Manual Brasileiro de Acreditação.
Health information. Quality and safety.
1
INTRODUÇÃO
Os sistemas de saúde são extremamente complexos e os elementos que os
compõem, como os prestadores de serviços, hospitais, clínicas especializadas,
ambulatórios e laboratórios, necessitam potencializar suas gestões para dar conta das
dificuldades advindas
deste contexto. Esta complexidade confere ao sistema um caráter
de atividade de alto risco.
As unidades de saúde performam um intrincado sistema de processos,
assistenciais, de apoio técnico, apoio logístico e administrativo. Estes processos
requerem insumos e recursos para dar o resultado esperado, como materiais e
equipamentos específicos e pri
ncipalmente pessoas, além de uma adequada estrutura
física. Boas práticas e métodos também são fundamentais para sustentar estes
processos.
Cada dimensão destes processos necessita ser gerenciada para permitir que os
resultados sejam entregues conforme co
ntratados, que no caso da saúde, serviços de
diagnóstico e tratamento adequados às necessidades do paciente. É necessário que a
unidade de saúde controle cada uma
destas dimensões
, alocando métodos adequados e
pessoas capacitadas para este gerenciamento.
Entretanto o bom gerenciamento destas partes precisa ser
complementado
com
outros processos que garantam o funcionamento do sistema como um todo, de forma
integrada e sem falhas. Assim
,
é necessári
a
a implantação de processos de
gerenciamento e controle do
sistema de processos, para garantir o atendimento aos
requisitos institucionais de qualidade e segurança, o controle das falhas, a integração
dos processos e a retroalimentação do sistema.
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Moraes
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Requisitos
de qualidade e segurança para prontuários do paciente
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Podemos
identificar a importância de vários processos de gerenciamento e
controle para garantia da qualidade e segurança, como o de “Registro e tratamento de
reclamações de cientes”, “Registro e tratamento de falhas”, “Pesquisa de satisfação”,
“Gestão de indicador
es”, “Análise crítica”, “Revisão de casos”, assim como
“gerenciamento da qualidade e segurança das informações do paciente”.
Este artigo pretende apresentar e discutir os processos de gerenciamento da
qualidade e segurança das informações do paciente, com
base nos padrões de contidos
no Manual Brasileiro de Acreditação.
Acreditação é um procedimento voluntário, periódico e reservado de avaliação
dos recursos institucionais, que tende garantir a qualidade da assistência por meio de
padrões previamente aceito
s. Os padrões podem ser mínimos (definindo o piso ou base)
ou mais elaborados e exigentes, estabelecendo diferentes níveis de satisfação.
Podemos dizer que um estabelecimento de saúde está "acreditado" quando a
disposição e organização dos seus recursos e
atividades conformam um processo cujo
resultado é uma assistência de saúde segura e de qualidade, a partir do cumprimento de
um conjunto de padrões.
No Brasil, as instituições que estabeleceram e mantêm as determinações
metodológicas do processo de acredit
ação são: a Organização Nacional de Acreditação
-
ONA, que elaborou em, 1998 o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, baseado no
manual da Organização Pan
-
Americana de Saúde (OPAS), desenvolvido, em conjunto
com a Federação Latino
-
Americana de Hospit
ais em 1990; a Joint Commission, que tem
representação no país, por meio de convênio com o Consórcio Brasileiro de acreditação
–
CBA; a Accreditation Canada International
–
ACI (Canadá), através de convênio
firmado com o Instituto Qualisa de gestão
–
IQG e
National Integrated Accreditation for
Healthcare Organizations
–
NIAHO (EUA).
Para este trabalho, foram analisados os padrões referentes ao Manual Brasileiro
de Acreditação, no tange aos processos de gerenciamento da qualidade e segurança das
informações
do paciente. A escolha se deve à longa experiencia da autora na
implantação destes deste modelo em instituições de saúde públicas e privadas
.
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Requisitos
de qualidade e segurança para prontuários do paciente
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2
QUALIDADE E SEGURANÇA: HISTÓRICO E CONCEITOS NA SAÚDE
As ideias de que a área de saúde precisava pensar na qu
alidade de seus processos e
resultados é relativamente recente. O médico libanês Avedis Donabedian (1919
-
2000)
foi um dos primeiros intelectuais a estruturar um pen
samento de qualidade para saúde
a partir da década de 1980. Donabedian concebeu um quadro c
onceitual muito
importante para a avaliação da qualidade em saúde. Na sua concepção a qualidade de
uma insti
t
uição ou serviço de saúde poderia ser avaliada pela sua estrutura, processo e
resultado. Este quadro conceitual permitiu um fortal
ecimento do enten
dimento de que
os serviços de saúde e suas instituições poderiam, sim, gerir e tangibilizar sua qualidade
e com isso promover melhorias, para os pacientes e para elas próprias.
Como estrutura, Donabedian
indicou os recursos físicos, humanos e materiais
fundamentais para a assistência ao paciente. Neste sentido entende
-
se que estrutura mal
gerida impacta negativamente nos resultados da assistência, como por exemplo a falta
de estrutura adequada, a falta de
profissionais qualificados e materiais vencidos ou
defeituosos.
Sobre processo ele conceituou como as atividades que os profissionais executam
para fins de assistência de saúde. Defendeu que quanto mais padronizada,
cientificamente aceita e testada uma p
rática assi
s
t
e
ncial for, melhores resultados
clínicos se obterá, além da prevenção de falhas.
Diante disto tudo, Donabedian concebeu a dimensão resultado como a forma de
visibilizar a qualidade da assi
s
tência. Os resultados do produto final das instituiçõ
es de
saúde, após boas gestões da estrutura e dos processos. Para medir estes r
e
sultados,
pensou em indicadores de resultado clínico, satisfação do cliente, entre outros.
O que pode ser percebido dentro deste quadro conceitual de Donabedian é a
visão de q
ue os serviços de saúde devem ser entendidos como sistemas, e sendo assim,
seus elementos, estrutura e processos, devem ser gerenciados para um objetivo comum,
os resultados. Quando há um problema em um dos elementos do sistema, seja na
estrutura ou no pro
cesso, não se alcança os resultados desejados. Desta forma, todos os
elementos do sistema, pessoas, métodos, materiais, equipamentos e arquitetura estão
diretamente interligados entre si, e do sucesso desta interconexão depende o resultado.
Donabedian, pa
ra complementar seu quadro conceitual, estabeleceu sete
atributos, mensuráveis, dos resultados dos cuidados de saúde que podem definir sua
qualidade. São a eficácia, efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade
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e equidade. Esses atribu
tos puderam ajudar o entendimento do conceito de qualidade
em saúde. Atributos são características que se espera de um produto ou serviço, ou
ainda, o que seria próprio de se esperar de tais produtos e serviços. Abaixo o significado
dos atributos da qualid
ade em saúde de Donabedian:
Eficácia
-
Resultado final alcançado conforme o prometido ou desejado.
Eficiência
-
Práticas assistenciais que ficaram dentro dos padrões estabelecidos,
e que utilizam, de forma adequada, os recursos, sejam humanos ou materiai
s.
Efetividade
-
Resultados alcançados dentro de um patamar aceitável de relação
custo benefício, ou seja, foram ao mesmo tempo eficazes e eficientes.
Otimização
-
Onde os recursos, sejam materiais ou humanos, foram muito bem
distribuídos pela demanda, o
u ainda, se utilizou menos recursos para atender
mais pacientes.
Aceitabilidade
-
Adaptação dos cuidados às expectativas, desejos e valores dos
pacientes e seus familiares.
Legitimidade
–
Possibilidade de adaptar, de forma satisfatória, um serviço aos
in
teressados, ou à sociedade como um todo.
Equidade
–
Distribuição dos serviços de acordo com as necessidades objetivas e
percebidas da população. E que não haja variação em decorrência de
características individuais, como gênero, etnia e condição social.
No contexto das novas reflexões sobre gestão de saúde e sua qualidade, no qual o
pensamento de Donabedian teve importante contribuição, as ideias sobre aonde
estavam depositados os maiores motivos para não qualidade da saúde, começaram a ser
discutidas.
U
m dos impulsionadores para estas reflexões vieram de um importante relatório.
O Instituto de Medicina dos Estados Unidos em 1999 publicou “To Err is Human”,
relatório fruto de uma pesquisa nacional nos Estados Unidos sobre mortes por
tratamento de saúde. N
este relatório ficou evidente que a assistência à saúde matava
mais que acidente de carro, Aids ou câncer de mama. Em 2001, outro relatório
complementou o primeiro, fortalecendo ainda mais os achados sobre os erros médicos
fatais nos Es
t
ados Unidos.
Os
relatórios analisaram os motivos pelos quais poderiam ter levado a medicina
americana, e provavelmente a do mundo que a seguia, como a do Brasil, a cometerem
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erros fatais a seus pacientes. Na análise dos relatórios, uma conjugação de fatores
proporcionou o
panorama de insegurança, como o rápido avanço tecn
o
lógico e científico
que produziu muito conhecimento que não conseguiu se traduzir ainda eficazmente em
prática assi
s
t
e
ncial. Além de ter proporcionado um aumento significativo de aparatos
médicos, como me
dicamentos, equipamentos e materiais complexos que demandam
longo tempo de treinamento para seu uso e operação de forma adequada.
Pesquisas semelhantes, usando a mesma metodologia, se
espalharam
pelo mundo
inteiro, inclus
i
ve no Brasil. Os resultados foram
bastante próximos. Os erros acometiam
10% dos pacientes assistidos e em média 50% destes erros poderiam ter sido evitados.
Os dados imp
actaram o mundo inteiro e
resultou
em campanhas e movimentos
mundiais no sentido de se diminuir o nível de erros e mort
es por tratamentos de saúde
inadequados. Em 2004 a OMS lança a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente
(Resolução na 57ª Assembl
e
ia Mundial da Saúde). A OMS solicitou aos países, a partir de
então, mais atenção à temática da segurança do paciente.
A
Aliança instruiu os países a criarem políticas públicas e ações efetivas para uma
prática assi
s
tencial segura. Desde então, em toda América Latina, a segurança do
paciente se tornou um importante movimento de governos, entidades, pesquisadores e
profission
ais de saúde.
A Segurança do paciente, para os países membros da OMS, passou a ser um
compromisso que tem como base 13 diretrizes traduzidas como “Áreas de ação do
Programa Segurança do Paciente da OMS”, como:
Área de ação 1
-
O Desafio Global para a Seg
urança do Paciente pressupõe
comprometimento e ações em segurança do paciente para minimização de risco em
todos os países. Em 2005, foi lançado o primeiro Desafio Global para a Segurança do
Paciente, focado na prevenção e redução das infecções relacionada
s à assist
ê
ncia à
saúde
-
IRAS, com o tema Uma Assistência Limpa é uma Assistência mais Segura. Em
2007, o segundo Desafio Global de Saúde do Paciente teve foco na segurança cirúrgica,
com o tema Cirurgia Seguras salvam Vidas.
Área de ação 2
-
Pacientes pela Segurança do Paciente asseguram que a voz do
paciente esteja no centro do movimento pela saúde do paciente em todo o mundo.
Área de ação 3
-
Pesquisa em Segurança do Paciente envolve pesquisas
internacionais para o conhecim
ento da natureza do dano ao paciente e desenvolvimen
to
de ferramentas de prevenção.
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Área de ação 4
-
Taxonomia/Classificação Internacional para Segurança do
Paciente desenvolve um sistema internacionalmente aceito de classificação da
informação em seguranç
a do paciente, promovendo efetivo aprendizado global.
Área de ação 5
-
Relato e Aprendizagem promovem ferramentas valiosas de
notificação, análise, investigação e abordagens que identificam fontes e causas de riscos,
propiciando a realização de ações de a
prendizado e prevenção de eventos adversos.
Área de ação 6
-
Soluções para Segurança do Paciente tratam de intervenções e
ações práticas para prevenção de dano ao paciente.
Área de ação 7
-
Alto 5S difunde boas práticas para a mudança organizacional,
clí
nica e de equipe, como: cuidados no preparo de soluções concentradas de eletrólitos;
controle da medicação nas transições de cuidado; realização de procedimentos corretos
nos sítios corretos; prevenção de falhas de comunicação durante a passagem de plantão
;
prevenção e redução de IRAS.
Área de ação 8
-
Tecnologia para segurança do paciente foca na utilização de
novas tecnologias para promoção da segurança do paciente.
Área de ação 9
-
Gerenciando conhecimento irá reunir e compartilhar
conhecimentos sobre
a evolução mundial da segurança do paciente.
Área de ação 10
-
Eliminando infecção da corrente sanguínea associada a cateter
central concentrará esforços mundiais para ações de prevenção, controle e eliminação
deste tipo de infecção em serviços de saúde.
Área de ação 11
-
Educação para cuidado seguro desenvolve guias curriculares
para estudantes da área da saúde, voltados para a segurança do paciente. Área de ação
12 Prêmio de segurança envolverá prêmios internacionais de excelência no campo da
segurança
do paciente, impulsionando mudança e melhoria nesta área.
Área de ação 13
-
Checklists para a área da saúde vem desenvolvendo outras
listas de verificação de segurança em serviços de saúde (após averiguação do sucesso da
Lista de Verificação de Segurança
Cirúrgica na diminuição da morbidade e mortalidade
de pacientes, tais como:
check
-
lists
para Influenza A (H1N1), parto seguro e segurança do
recém
-
nascido.
Em 2007, houve a um primeiro movimento oficial do Mercosul para efetivar os
compromissos coma ONU s
obre a segurança do paciente. Na XXII Reunião de Ministros
da Saúde do MERCOSUL, os rep
r
esentantes da saúde dos respectivos pa
í
ses membros
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promulgaram apoio à primeira meta da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, o
com
b
ate às infeções relacionas à
assi
s
t
ê
ncia à saúde.
No final da década de 1990, o governo brasileiro se articulou com os diversos
atores envolvidos com a saúde e lançou importantes programas para qualidade
assi
s
tencial. Des
t
a
ca
-
se o Programa dos hospitais sentinela, onde
uma rede de h
ospitais
passou
a notificar eventos adversos ocorridos e compa
rtilhar práticas seguras. Estas
notificações puderam dar uma importante visão sobre os tipos de eventos recorrentes
nos hospita
is
desta rede.
Outro destaque seria para a criação da Organização
Nacional de Acreditação
–
ONA. A ONA então passou a liderar o movimento de Acreditação no Brasil, publicando o
Manual de Acreditação. O manual revisado peri
o
dicamente é hoje um importante guia de
gestão em saúde, onde requisitos de segurança do paciente é
um pilar fundamental de
sua filosofia.
Apesar de muitas ações estratégicas relacionadas ao fomento da melhoria da
qualidade da assistência e dos estabelecimentos de saúde terem sido observadas, nos
anos que se seguiram à chama da OMS para a Aliança Mundia
l para a Segurança do
Paciente, as pol
í
ticas governamentais para segurança do paciente em âmbito nacional, se
concretizaram em 2013, com a criação do Programa Nacional de Segurança do Paciente
(Portaria MS/GM nº 529, de 1° de abril de 2013) e com a obrigat
oriedade legal da
implantação dos Núcleos de Segurança do Paciente (RDC n° 36, de 25 de julho de 2013)
nos estabelecimentos de saúde em todo o Brasil.
O movimento mundial em prol da segurança do paciente introduziu novos
atributos à qualidade da saúde. De
ixando bem claro que a gestão da segurança passou a
ser vista como imprescindível para qualidade e resultados do segmento saúde. Não seria
mais possível organizar serviços de saúde sem considerar que os profissionais vão errar,
muito menos ainda não planej
ar mecanismos para evitar estes erros, ou até mesmo para
que eles não atinjam o paciente. Estes novos conceitos são:
Segurança
-
Reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário
associado ao cuidado de saúde.
Cuidado centrado no paciente
–
Respeito às necessidades, informações e valores
individuais dos pacientes, onde esses valores possam orientar as decisões para o
cuidado.
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Oportunidade
–
Possibilidade de redução do tempo de espera e atrasos, em
vistas a redu
zir danos
aos pacientes
e
profissi
o
nais de saúde.
A segurança do paciente passou a ser entendida como estratégica, pois o que
estava em jogo não
era
só as vidas perdidas, mas toda a manutenção do sistema. Os
erros
matam
,
sequelam, mas também encarecem o
sistema, e isto impacta diretamente
no acesso a ele. Se o sistema encarece demais, menos pessoas, instituições e governos
podem pagá
-
lo ou mantê
-
lo, colocando em nível crítico d
e risco
toda uma
população, que
adoece e não consegue tratamento por falta de o
ferta, pois sem se sustentar, o sistema
vai paulatinamente encolhendo.
O movimento mundial da segurança do paciente acabou trazendo para o sistema
de saúde novos conceitos, que acabaram por modificar o pensar e fazer a saúde. Estes
conceitos foram express
os, e por isso acabaram sendo consenso mundial, na
Classificação Internacional de Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde
(International Classification for Patient Safety
–
ICPS). As legislações brasileiras
incorporaram estes conceitos. Nesta
classificação encontramos conceitos fundamentais,
como:
Segurança do paciente
-
Reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano
desnecessário associado ao cuidado de saúde.
Dano
-
Comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito
dele
oriundo, incluindo
-
se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção,
podendo, assim, ser físico, social ou psicológico.
Risco
-
Probabilidade de um incidente ocorrer.
Incidente
-
Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou result
ou, em
dano desnecessário ao paciente.
Circunstância Notificável
-
Incidente com potencial dano ou lesão.
Near miss
-
Incidente que não atingiu o paciente.
Incidente sem lesão
-
Incidente que atingiu o paciente, mas não causou dano.
Evento Adverso
-
In
cidente que resulta em dano ao paciente.
De todos os conceitos, o incidente é o que mais o profissional de saúde se depara
no seu cotidiano, por isso é muito importante entendê
-
lo com profundidade. Veja o
quadro
1
abaixo
,
e entenda melhor o que é incident
e:
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Quadro
1
-
Incidente
Fonte
:
B
rasil
, 2014, p. 38
.
O
incidente,
é
qualquer
acontecimento,
ação,
evento,
ou
sua
circustância,
que
poderia
resultar
em
uma
dano
evitável
e
desnecessário
ao
paciente.
O
cotidiano
da
assistência
em
saúde
é
muito
complexo,
envolvendo
muitos
elementos,
humanos
e
materiais.
Para
pr
estar
assistência
a
um
paciente,
os
profissionais
utilizam
conhecimento,
métodos
padronizados,
medicamentos,
formulários,
materiais
médicos,
sistemas
de
compurador,
equipamentos
variados,
entre
tantos
outros
recursos
e
insumos.
A
operação
diária
da
assitên
cia,
mesmo
bem
coordenada
e
planejada
pode
gerar
riscos
para
o
paciente.
Neste
ambiente
complexo,
muitos
momentos
podem
se
transformar
em
um
indicidente,
mesmo
que
não
resultando
danos
para
o
paciente.
Um
medicamento
identificado
errado,
um
equipamento
des
calibrado
em
uso,
refeições
trocadas,
prescrições
ilegíveis,
etc,
etc.
Uma
infindável
lista
de
situações
de
risco.
Estas
sistuações
de
risco
concretas
são
incidentes,
e
se
não
trabalhadas
podem
provocar
sérios
danos
à
pacientes
e
profissionais.
Pela vasta
variedade de possibilidades de incidentes foi necessário classifica
-
los
para melhor gerenciá
-
los. Pois são necessárias medidas adequadas para cada tipo de
incidente.
Incidentes que não chegaram a tocar o paciente, o
near miss
,
ou
quase falha
, como por
ex
emplo, a troca de nome do paciente no prontuário, percebida a tempo, erro na
prescrição de medicamentos identificado antes da administração, etc. Este tipo de
incidente pode não ter atingido o paciente, pois os controles planejados estão
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funcionando, mas e
le não deixa de evidenciar um erro. E sabemos que, quanto
mais erros nos processos, mais instáveis eles estão. Com isso mais tempo os
profissionais vão perder em corrigi
-
lo, os retirando de seu foco, que é cuidar do
paciente, além de que, na hora que o con
trole falhar também, o paciente é atingido.
O incidente sem dado
é aquele que atingiu o paciente, mas por sorte ou alguma
circunstância favorável não provocou danos ao paciente. Um medicamento administrado
na dosagem errada e que não afetou a situação de
saúde do paciente, uma queda sem
nenhum tipo de problema, uma dieta errada servida e consumida pelo paciente sem
nenhuma alteração, entre tantas outras. Estes incidentes requerem muita atenção, pois
pode apontar, dependendo do volume, que os controles ou
não existem ou são frágeis. É
como dizer que a assistência como um todo tem um grau maior de risco, pela falta de
uma gestão efetiva.
Os incidentes com dano
estão em um nível de risco assistencial maior, não só os
erros estão chegando aos pacientes, como e
les estão provocando danos. Quanto maior o
número deste tipo de incidente, mais grave está a situação de risco desta operação
assistencial. É um alerta de que a gestão dos processos assistenciais e da segurança
estão muito falhos ou incipientes. Estes inci
dentes são denominados Eventos Adversos e
possuem graus de danos, a saber:
NENHUM
-
não houve nenhuma consequência para o paciente
;
LEVE
-
o paciente apresentou sintomas leves, danos mínimos ou intermediários
de curta duração sem intervenção ou com uma
intervenção mínima;
MODERADO
-
o paciente necessitou de intervenção (exemplo: procedimento
suplementar ou terapêutica adicional), prolongamento da internação, perda de função,
danos permanentes ou em longo prazo;
GRAVE
-
necessária intervenção para salvar
a vida, grande intervenção ou casou
grandes danos permanentes ou em longo prazo;
MORTE
-
quando se configura morte pelo dano do Evento Adverso
.
Independente da classificação do incidente, o alto volume de casos, abrangência e
reincidência conotam clarament
e a falta de uma gestão de segurança, que garanta
identificar os riscos, estabelecer procedimentos de mitigação e eliminação, treinar
profissionais, controlar os casos, trata
-
los efetivamente e avaliar os resultados.
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A persistência e aprimoramento da gest
ão da segurança do paciente produz a
cultura de segurança. Esta cultura proporciona um ambiente propício para prática
segura, e para o tratamento adequado, e sem medo, dos incidentes que por ventura
sejam identificados.
Segundo a Portaria MS/GM nº 529/2013
, a cultura da segurança “configura
-
se a
partir de cinco características operacionalizadas pela gestão de segurança da
organização:
1.
Cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos
no cuidado e gestores, assumem responsabilidade
pela sua própria segurança, pela segu
rança de seus colegas, pacientes e familiares;
2.
Cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e
operacionais;
3.
Cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a
resolução dos problemas relacionados à segurança;
4.
Cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado
organizacional;
5.
Cultura que proporciona recursos, estrutura e
responsabilização para a
manutenção efetiva da segurança”
A
Segurança
do
Paciente
é
a
possibilidade
de
redução
dos
atos
inseguros
na
assistência
de
saúde.
A
possibilidade
se
torna
uma
realidade
quando
implanta
-
se
uma
gestão
de
segurança
e
risco,
com
o
envo
lvimento
de
todos,
que
garanta
práticas
com
resultados
clinicos
favoráveis
ao
paciente.
Que
ele
receba
tratamento
adequado
à
sua
condição
de
saúde,
sem
que
este
processo
cause
danos
desnecessários.
Errar
é
humano.
Erros
na
saúde
são
passíveis
de
ocorrer.
Os
riscos
são
inerentes
a
esta
atividade
e
a
caracteriza.
O
que
devemos
procurar
fazer
é
planejar
e
controlar
a
estrutura
e
os
processos
para
minimizá
-
los
ao
máximo.
É
possível
diminuir
o
impacto
dos
erros,
tanto
para
evitar
mortes
e
sequelas
graves,
como
para
tornar
a
saúde
mais
efetiva,
atingindo
bons
resultados
de
qualidade
e
produtividade,
para
que
o
sistema
possa
cada
vez
mais
permitir
que
os
cidadãos
tenham
acesso
a
ele.
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Requisitos de qualidade e segurança para prontuários do paciente
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3
MANUAL BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO: ORGANIZAÇÕES PRESTADORAS DE
SERVIÇOS DE SAÚDE
O Manual Brasileiro de Acreditação é a base fun
damental de avaliação das
instituições prestadoras de saúde, que voluntariamente,
objetivam acreditar
suas
instituições no modelo da Organização Nacional de Acreditação
–
ONA.
A ONA é uma entidade não governamental
,
sem fins lucrativos que certifica a
qualidade de serviços de saúde no Brasil. Seu foco é a segurança do paciente.
Sua
metodologia
foi reconhecida em 2016, pela International Society for Quality in Health
Care
-
ISQua, associação parceira da Organização M
undial da Saúde
-
OMS e que possui
representantes de instituições acadêmicas e organizações de saúde de todo mundo
.
A Acreditação Nacional pode ser obtida de forma escalonada. Pode
-
se pleitear o
nível 1 ou Acreditado, onde é necessário atender aos critério
s de segurança do paciente
em todas as áreas de atividade, incluindo aspectos estruturais e assistenciais. Válido por
dois anos.
Ou ainda o nível 2 ou Acreditado Pleno, onde é necessário, além de atender aos
critérios de segurança, deve cumprir requisitos
de gestão integrada, com processos
ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as atividades. Também é válido
por dois anos.
E por último o nível 3 ou Acreditado com excelência
.
Este nível pode ser
considerado como a “excelência em gestão”. É nec
essário atender aos níveis 1 e 2, além
dos requisitos específicos de nível 3. A instituição já deve demonstrar uma cultura
organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional.
O Manual Brasileiro de Acreditação se divide em duas grandes seções
, a de gestão
organizacional e a de atenção ao cliente/paciente. Na primeira constam padrões para os
processos que suportam toda a gestão da organização e na segunda, os processos
assistenciais propriamente ditos.
Estão arrolados na seção 1, nove processos
de gestão organizacional obrigatórios
para todo e qualquer tipo de prestador de serviço de saúde. Além do de Gestão de
Informação e Comunicação, processo chave para este trabalho, ainda constam o de
Liderança, Gestão da Qualidade e Segurança, Gestão Admin
istrativa e Financeira
,
Gestão
de Pessoas, gestão de Suprimentos e Logística, Gestão de Acesso ao Cuidado, Gestão da
Segurança Patrimonial e Gestão da Infraestrutura e da Tecnologia.
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3.1 O Padrão de Gestão de Informação e
Comunicação
O padrão Gestão de
Informação e Comunicação tem seu escopo e conceito
definido pelo manual da O
rganização
N
acional de
A
creditação
(2018) como:
Conjunto da segurança dos dados e informações, em meio físico e digital,
considerando a coleta, a integração e a organização, o co
ntrole, a
disponibilização, a movimentação, o recebimento, o armazenamento, a
conservação e o descarte das informações. Estabelecimento de meios de
comunicação interna e externa contemplando paciente/cliente e familiares,
profissionais de serviços de saúde
, fontes pagadoras, sociedade, órgãos de
classe e terceiros e para situação de crise.
(ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE
ACREDITAÇÃO, 2018, p. 45).
Podemos observar, nesta definição, padrões relacionados ao gerenciamento da
informação e da comunicação institucionai
s, além da informação aqui tratada de forma
indistinta. É um capítulo destinado ao gerenciamento geral da informação da instituição
de saúde, onde também estão contidas as informações produzidas na assistência ao
paciente ou para seu prontuário, mas não só
.
Esta configuração é ampla ao ponto de não se definir ao certo de quem é
responsabilidade deste capítulo e consequentemente, deste processo, pois o que
observamos na prática é que a Gestão de Informação e Comunicação nas instituições de
saúde é pulveriza
da em diversas instâncias clínicas e administrativas.
Este capítulo possui 19 requisitos para nível 1 e 5 para o nível 2, ou seja, 19
estruturantes do processo, ou requisitos básicos e 5 de gerenciamento, ou para seu
gerenciamento. Dos 19 requisitos de nív
el 1, 10 são exclusivos às informações do
prontuário do paciente ou acerca de informações assistenciais e 9 atingem também
outras informações. Dos 5 requisitos do nível 2, 3 são exclusivos e outros 2 impactam
também outras informações.
No nível 1 o capítul
o de Gestão de Informação e Comunicação [...] apresenta
atividades relacionadas à segurança das informações, em meio físico e digital,
contemplando coleta, processamento, armazenamento e distribuição de informações.
Estabelece meios de comunicação interna
e externas (O
RGANIZAÇÃO
N
ACIONAL DE
A
CREDITAÇÃO
, 2018, p. 45).
Já no nível 2, ele [...] estabelece modelo para gestão dos dados e da comunicação
relevantes para o negócio, tornando
-
os acessíveis à lidera
nça para tomada de decisões
(
O
RGANIZAÇÃO
N
ACIONAL DE
A
CREDITAÇÃO
, 2018, p. 46).
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No quadro
2
podemos examinar os requisitos de nível 1.
Quadro
2
–
R
equisitos do nível 1
.
Requisitos
Relação direta e
exclusiva com assistência
ou informação do
prontuário
Interpretação prática do
requisito
Dimensiona recursos
humanos, tecnológicos e
insumos de acordo com a
necessidade do serviço
Não, é um requisito básico
para todos os processos.
O número de pessoas,
equipamentos e insumos devem
estar de acordo com a demanda e
necessidades do serviço.
Planeja as atividades,
av
aliando as condições
operacionais e de
infraestrutura,
viabilizando a execução
dos processos de trabalho
de forma segura
Não, é um requisito básico
para todos os processos.
Os serviços e processos devem
ser planejados previamente,
levando em consideração a
s
condições da operação do
serviço, os profissionais, os
equipamentos, a estrutura física
e os processos.
Define plano de
contingência visando ao
acesso e à integridade das
informações em sistemas
ou físicas
Não, é um requisito
aplicável também às
informações
administrativas
Os serviços devem planejar
ações para conter e atenuar
problemas que possam dificultar
o acesso e comprometer à
integridade das informações em
qualquer suporte.
Organiza e integra as
informações do
paciente/cliente
permitindo a
cesso ao
histórico dos
atendimentos realizados
Sim
O serviço deve ser capaz de
rastrear, e possibilitar o acesso
completo, a todo histórico de
atendimento do paciente/cliente.
Estabelece método para
registro do
paciente/cliente,
permitindo a continuidade
do cuidado e assistência
adequada pela equipe
multiprofissional
Sim
A estrutura de entrada e os tipos
de dados e informações
(formulários e telas) devem ser
planejados de forma a garantir
que todos os profissionais de
saúde, de qualquer estágio ou
segmento
do cuidado, possam
acessar as informações de
estágios e segmentos anteriores
de forma a permitir uma
continuidade de cuidados e
registros.
Estabelece mecanismos
visando à qualidade e a
integridade dos registros e
informações dos
pacientes/clientes
Sim
P
adronização de entrada de
dados informações (formulários
e telas), procedimentos de
autorização de registro e acesso,
procedimentos para o trâmite
dos registros analógicos, além da
revisão periódica dos
prontuários, podem garantir a
qualidade e integridade
s das
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Requisitos de
qualidade e segurança para prontuários do paciente
Inf. Pauta,
Fortaleza, CE, v.
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,
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Requisitos
Relação direta e
exclusiva com assistência
ou informação do
prontuário
Interpretação prática do
requisito
informações dos
pacientes/clientes.
Estabelece mecanismos e
procedimentos para
movimentação,
disponibilização,
rastreabilidade, sigilo,
segurança, conservação e
descarte da informação do
paciente/cliente
Sim
Procedimentos básicos de
gerenciamento de
serviços de
arquivos médicos e ou de
sistemas de prontuário
eletrônico.
Estabelece mecanismos e
procedimentos para
gerenciar a segurança e o
sigilo das informações do
paciente/cliente sejam por
meios físicos ou virtuais
Sim
Procedimentos para controle
de
acesso, divulgação e uso das
informações de forma a
preservar o sigilo e a segurança
das informações do
paciente/cliente.
Estabelece métodos para
coleta, organização,
análise e disponibilização
de dados estatísticos e
epidemiológicos, relativos
ao pron
tuário do paciente
Sim
Definição dos indicadores e
métricas em geral e seus
métodos, produzidos a partir das
informações do prontuário do
paciente.
Qualifica e avaliação o
desempenho dos
fornecedores críticos,
alinhado à política
institucionais
Não, é req
uisito básico
para muitos outros
processos
Estabelecer requisitos mínimos
para contratar fornecedores
importantes (aqueles que
impactam na entrega do
produto/serviço final). Após o
estabelecimento destes
requisitos, qualificar os
fornecedores que entregarã
o
serviços e monitorar seu
desempenho através de visitas e
avaliação periódica de serviços.
Estabelece diretrizes de
transferência de
informação entre as áreas
assistenciais e
profissionais para
continuidade do cuidado
Não, este requisito também
pode ser
aplicado à
passagem de plantão,
comunicação verbal,
inclusive ligações
telefônicas
Definição de quais informações
são críticas para a passagem do
paciente de um setor ou tipo de
atendimento para outro.
Estabelece e orienta os
usuários quanto às regras
de segurança da
informação
Não, este requisito também
é aplicado para as
informações
administrativas
Informar, por meio de vários
canais, quais são as regras de
segurança das informações da
instituição, para usuários dos
sistemas de informação
Estabelece
diretrizes para
o uso e acesso do
prontuário visando à
privacidade e
confidencialidade das
Sim
Definição de critérios de uso e
acesso ao prontuário do
paciente. Isto inclui, consultas
por indivíduos internos e
externos, de forma a garantir sua
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Moraes |
Requisitos de qualidade e segurança para prontuários do paciente
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Requisitos
Relação direta e
exclusiva com assistência
ou informação do
prontuário
Interpretação prática do
requisito
informações
confidencialidade.
Estabelece procedimento
para avaliação sistemática
dos registros e
informações relativos à
assistência prestada
Sim
Procedimento para avaliar de
forma contínua, a qualidade,
completude e lógica dos
registros assistenciais. Método
que
deve ser aplicado para
Comissão de Revisão de
Prontuário
Organiza e disponibiliza os
registros clínicos de forma
integrada e de fácil acesso
á equipe de trabalho nos
pontos de cuidado
Sim
Procedimentos de organização,
para prontuário analógico, de
forma q
ue os registros estejam
rapidamente acessíveis
e
prontos
para uso (consulta e
registro). No caso de prontuário
eletrônico refere
-
se a lógica de
acesso às telas
Estabelece mecanismos
para organização e
padronização dos
documentos do prontuário
do paciente
Sim
Definição de um padrão de
documentos e sua lógica de
organização, independentemente
do suporte. Esta ordem deve
refletir a lógica do atendimento.
Estabelece canais de
comunicação interna com
paciente/cliente e
familiares
Não, este requisito aplica
-
se
à muitos padrões
assistenciais e que tenham
ligação com o
paciente/cliente e
familiares
Estes canais podem ser
Ouvidoria, telefone, site, e
-
mail,
entre outros. Deve
-
se divulgar ao
paciente/cliente e seus
familiares quais canais e como
eles funcionam.
Esta
belece canais de
comunicação institucional
entre diferentes níveis
hierárquicos e para os
diferentes perfis
profissionais
Não, este requisito aplica
-
se à muitos padrões
Estes canais podem ser e
-
mails,
reuniões específicas, murais,
chats, entre outros.
Fonte
: Manual das Organizações prestadoras de Serviço
,
2018
.
No quadro 3
–
podemos examinar os requisitos de nível 2.
Quadro
3
–
R
equisitos de nível 2
.
Requisito
Relação direta e exclusiva
com assistência ou
informação do prontuário
Interpretação prática
do
requisito
Acompanha e avalia as
interrelações dos
processos, promovendo
ações de melhoria
Não, é um requisito básico
para todos os processos.
Monitora
-
se se clientes e
fornecedores internos estão
cumprindo seus acordos.
Normalmente é usado registros
de não conformidades, queixa
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Requisitos de
qualidade e segurança para prontuários do paciente
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Requisito
Relação direta e exclusiva
com assistência ou
informação do prontuário
Interpretação prática
do
requisito
dos clientes, indicadores, entre
outros.
Avalia a efetividade dos
diferentes canais de
comunicação
Não, é um requisito
básico
para todos os processos.
Avalia a efetividade dos canais
de comunicação estabelecidos.
Normalmente é usado registros
de não conformidades, queixa
dos clientes, indicadores, entre
outros.
Utiliza os resultados da
análise de prontuário para
promov
er ações de
melhoria
Sim
Analisa os resultados das
avaliações de prontuário e cria
plano de ação de melhoria no
que tange aos aspectos
avaliados. Monitoramento com
indicadores das melhorias
implementadas.
Estabelece plano de
treinamento para
modificações
e
incorporações de novos
documentos do prontuário
Sim
Modificação de entrada de
dados e informações no
prontuário (formulários e telas),
bem como falhas detectadas,
devem ser informadas e
garantidos treinamentos para os
profissionais envolvidos.
Estabelec
e diretrizes para
coleta de dados do
prontuário, preservando a
confidencialidade dos
profissionais e pacientes
envolvidos
Sim
Definição de critérios de
coletada de dados e informações
do prontuário do
paciente/cliente. os critérios
incluem quem pode colet
ar e em
quais circunstâncias e
finalidades.
Fonte
: Manual das Organizações prestadoras de Serviço
,
2018.
4
CONCLUSÃO
Os requisitos de nível 1 apontam para a necessidade de planejamento e execução
de um processo de gestão de informação e comunicação que
esteja dimensionado e
estruturado adequadamente para as demandas e tamanho do serviço. Este nível aponta
para a necessidade premente de gerenciamento da segurança das informações quando
requer que se tenha critérios para acesso e uso dos dados e informação
, padrão para
entrada de dados, mecanismos de avaliação das informações, procedimentos de
tratamento e manuseio dos dados e informações, além da exigência da educação, tanto
para equipes internas e pacientes, quanto da necessidade de se cumprir as normas
de
segurança das informações.
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Neste nível também se estabelece que é necessário definir procedimentos para a
ordenação, rastreabilidade, análise, processamento, registro, armazenamento e
movimentação de informações e documentos gerados pela assistência ao
paciente.
Também neste nível é necessário estabelecer formas de qualificar e avaliar fornecedores
críticos envolvidos com a questão informacional da organização.
No nível 2, constata
-
se requisitos ligados ao gerenciamento e garantia da
efetividade do proce
sso de Gestão de Informação e Comunicação, como a exigência de
avaliação da interação deste processo com outros, o uso das avaliações dos prontuários
para gerar melhoria em toda a cadeia de cuidado e no próprio registro. Neste nível
podemos constatar a nec
essidade de treinar os profissionais, a partir das mudanças
geradas pelas mudanças na estrutura de entrada de dados e informações, sejam estas
mudanças motivadas para melhorar o fluxo de atendimento, seja para corrigir
problemas de registro, integridade, s
egurança e acesso às informações do
paciente/cliente.
Com este trabalho foi possível evidenciar que o padrão de Gestão de Informação e
Comunicação do
Manual Brasileiro de Acreditação para Organizações Prestadoras de
Serviços de Saúde
aborda de forma abrangente e profunda a questão da qualidade e
segurança das informações e documentos gerados pela assistência ao pac
iente/cliente.
Com isso podemos considerá
-
lo um guia importante nesta gestão.
O conjunto de requisitos deste padrão pode ser usado, tanto em discussões
teóricas como em questões práticas de gerenciamento de serviços ou unidades de
informação em saúde, pois
ele abrange e orienta os processos de gerenciamento, análise,
registro e uso das informações e dados em saúde, principalmente no que tange às
informações da assistência ao paciente.
REFE
RÊNCIAS
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, Gerência de Vigilância e
Monitoramento em Serviços de Saúde,
Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de
Saúde.
Assistência Segura
: Uma Reflexão
Teórica Aplicada à Prática. Brasília: Anvisa,
2013.
BRASIL. A
gência Nacional de Vigilância
Sanitária.
Implantação do Núcleo de
Segurança do Paciente e Serviços de
Saúde
. Brasília: Anvisa, 2014.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.
Implantação do Núcleo de
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Requisitos de
qualidade e segurança para prontuários do paciente
Inf. Pauta,
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3, número especial
,
nov
. 201
8
|
ISSN 2525
-
3468
Segurança do Paciente e Serviços de
Saúde
. Brasí
lia: Anvisa, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde.
Documento de
referência para o Programa Nacional de
Segurança do Paciente
. Brasília: Ministério
da Saúde, 2014.
BRASIL.
Portaria nº 529
, de
1 de abril de
2013. Institui o Programa Nacional de
Segurança do
Paciente (PNSP)
. Brasília,
Ministério da Saúde.
Disponível em:
<
https://bit.ly/2P2iiht
>.
Acesso em: 10 jun.
2018.
DONABEDIAN, A. The seven pillars of quality.
Arch Pathol Lab Med
, v.
114, n. 11, 1990.
ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE
ACREDITAÇÃO.
Manual de
Acreditação das
Organizações prestadoras de Serviço
.
Brasília: Anvisa
, 2018.
P
ATIENT safety is not a luxury.
The Lancet
,
[
S.l.
], v.
387,
n. 10024
, 2016, p.
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Disponível em: <
https://bit.ly/2QgZAHD
>.
Acesso em: 10 jun. 2018.
DOI:
http://doi.org/cxcr
.
NOTAS
i
A revisão ortográfica, gramatical e em Língua Portuguesa é de responsabilidade da autora
.
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APLICAÇÃO DE MINERAÇÃO DE DADOS EM INFORMAÇÔES ORIUNDAS DE PRONTUÁRIOS
DE PACIENTE
i
APPLICATION OF DATA MINING IN INFORMATION CONCERNING PATIENT RECORDS
Ricardo César de Carvalho
¹
¹
Mestre
em Ciência da Informação pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
.
E
-
mail:
ricardo.cc@ifsp.edu.br
ACESSO ABERTO
Copyright:
Esta obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons
Atribuição 4.0
Internacional.
Conflito de interesses:
O
a
utor
declara que não
há conflito de interesses.
Financia
mento
: Não há.
Declaração de Disponibilidade dos dados:
Todos os dados relevantes estão disponíveis
neste artigo.
Recebido em:
20/09/201
8
.
Revisado em:
01/10/201
8
.
Aceito em:
10/10/201
8
.
Como citar
este artigo:
CARVALHO, Ricardo César
.
Aplicação de
mineração de dados em informações oriundas
de prontuários de paciente
.
Informação em
Pauta
, Fortaleza, v. 3, número especial, p.
1
6
1
-
1
8
1
, nov. 2018
. DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39723.16
1
-
18
1
.
RESUMO
Este artigo procura investigar a aplicação da
Mineração de Dados na descoberta de
conhecimento oriundo de informações
provenientes de prontuários
do paciente. Diante
disso, o objetivo foi examinar a bibliografia na
busca da utilização, resultados e investimentos
na área. A metodologia utilizada consistiu no
levantamento bibliográfico, por meio de revisão
de literatura e a aplicação de uma etapa da
mineração de dados, a importação em dados
provenientes da saúde. Conclui
-
se que a
Mineração de Dados é eficiente, já existem
muitas pesquisas e investimentos de grandes
empresas e neste momento, possui um grande
potencial de crescimento.
Palavras
-
chave:
Mineração de Dados.
Prontuário do Paciente.
Descoberta de
Conhecimento em Bases de Dados.
ABSTRACT
This article seeks to investigate the application
of Data Mining in the discovery of knowledge
derived from information from patient records.
Therefore, the
objective was to examine the
bibliography in the search of the use, results and
investments in the area. The methodology used
consisted of a literature review, through
literature review and the application of a step of
data mining, the importation into he
alth data. It
is concluded that Data Mining is efficient, there
are already a lot of researches and investments
of large companies and now, it has a great
growth potential.
Keywords:
Data Mining.
Medical Records.
Knowledge Discovery in Databases.
Inf. Pauta
Fortaleza, CE
v.
3
N
úmero especial
nov
. 201
8
ISSN 2525
-
3468
DOI:
https://doi.org/10.32810/2525
-
3468.ip.v3iEspecial.2018.39723.16
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ARTIGO
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Aplicação de
mineração de dados
Inf. Pauta,
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,
nov
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1
INTRODUÇÃO
Hoje acontece em todos os seguimentos da sociedade um crescimento
exponencial dos dados que são gerados, quantidades de dados sem precedentes, isso
leva a uma necessidade de se extrair informações na busca de conhecimento (ISOTANI,
BITTENCOURT, 2015). Para
exemplificar esse volume dos dados, em 2014, a IDC
Digital
Universe
estimou que o universo digital, dados criados e copiados, no ano de 2013 era de
4.4 trilhões de
gigabytes
e que em 2020 deve estar próximo de 44 trilhões de
gigabytes
,
um crescimento
anual de 40%, quase dobrando a cada 2 anos. (
DIGITAL UNIVERSE
,
2014)
.
O Brasil, seguindo as tendências mundiais, também enfrenta problemas com o
volume dos dados e a dificuldade de acesso e disponibilização dessas informações. Neste
contexto, diversas tecn
ologias digitais de informação e de comunicação marcaram
presença, alterando a forma de como as pessoas lidam com a informação. Na área da
saúde, particularmente, elas fornecem recursos para a geração, controle, manutenção e
arquivamento dos dados vitais d
os pacientes, das pesquisas biomédicas e na captura e
disponibilização de imagens diagnósticas, que, inclusive, “refletem” os nossos órgãos,
átomos, células e moléculas mais internas. No caso do prontuário do paciente, conforme
evidencia o Conselho Federal
de Medicina (BRASIL, 2016) o uso dessas tecnologias é
irreversível, o suporte de registro analógico (em papel) está migrando para o eletrônico,
possibilitando inúmeras vantagens.
E os profissionais que trabalham diretamente com esses prontuários também
cr
esce no país. A respeito do total de médicos em atividade no Brasil, em 12 de setembro
de 2018, de acordo com Conselho Federal de Medicina (2018), existem 457.719
registros médicos para uma população de 208.822.860 habitantes, segundo o IBGE
(BRASIL, 2018a
). Para se ter uma ideia, no ano de 1970 haviam 58.994 médicos, em
comparação com 2018, esse aumento foi de 675%, sendo que no mesmo período, a
população brasileira cresceu 124% (segundo IBGE a população em 1970 era de
93.139.037 habitantes).
A pesquisa de
Scheffer (2015), demonstra na figura 1, o crescimento na formação
desses profissionais e uma previsão de continuidade de crescimento no futuro. Outro
dado que a pesquisa apresenta, foi que médicos que atendem em consultórios tem um
maior número de vínculo
s empregatícios, fazem jornadas mais longas, são na maioria
especialistas e recebem os maiores salários. Em resumo, tais dados revelam que há
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muitos médicos no Brasil que atendem pacientes em consultórios, tem pouco tempo e
ganham mais. Essa constatação su
gere que a existência de ferramentas que pudessem
facilitar o trabalho destes profissionais pode ser bem
-
vinda, e até mesmo poderia ajudar
no processo de diagnóstico, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Figura 1
–
Evolução do número de registros
de médicos e da população entre 1910 e 2015
Fonte:
SCHEFFER
(
2015
).
Neste contexto de muitos dados em saúde e muitos profissionais criando mais
informações a cada dia, citando apenas o Brasil, é que podemos pensar em estratégias
para recuperar
informações relevantes aos usuários. Uma forma de tratar esse problema
é a utilização de ferramentas de recuperação de informação, que pode ser descrita como
“um processo ou método pelo qual um usuário da informação em potencial é capaz de
converter a sua
necessidade de informação em uma lista real de citações de documentos
armazenados contendo informações úteis.” (MOOERS, 1951, p. 25, tradução nossa).
E retomando o foco de dados em saúde, vários estudos concluem que a análise
desses dados pode fornecer inf
ormações importantes para tomada de decisão e sua
utilização no processo de diagnóstico médico, e até mesmo citando a Mineração de
Dados como uma das ferramentas mais viáveis para isto
(
ANANIADOU; KELL; TSUJII,
2006;
ZWEIGENBAUM
et al.
, 2007;
FALCÃO
et al.
, 2009;
SPASIĆ
et al.
, 2008;
SONG
, 2013
).
Dessa forma, esta pesquisa procura investigar a recuperação de informações e
descoberta de conhecimento oriundo de informações provenientes de sistemas de saúde
por meio de ferramentas de Mineração de Dados, além
de determinar a existência de
pesquisas nesta área no Brasil e investimento por parte das empresas na
disponibilização de meios para qualquer usuário consiga manipular seus dados e extrair
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Aplicação de
mineração de dados
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novas informações, tanto para o trabalho do diagnóstico médico, qua
nto para o
planejamento de políticas públicas.
2 PRONTUÁRIOS DO PAC
IENTE E OS DADOS DE
SAÚDE
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um sistema de
informação para a saúde constitui
-
se em “[…] um conjunto de componentes que atuam
de forma integ
rada por meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e
transmissão da informação necessária e oportuna para implementar processos de
decisões no Sistema de Saúde.” Logo, esse sistema tem o propósito de “[...] selecionar
dados pertinentes e transfo
rmá
-
los em informações para aqueles que planejam,
financiam, proveem e avaliam os serviços de saúde”
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE
, 1981, p. 42).
O processo de identificar uma informação que atenda às necessidades de um
usuário dentre um montante de docume
ntos é denominado recuperação de informação,
Ferneda (2012) o descreve assim e também diferencia um sistema de recuperação de
informação de um gerenciador de banco de dados devido ao fato de que ele é capaz de
recuperar informações que atenderão à expressã
o de busca levando em consideração o
conteúdo do texto recuperado e não somente demonstrar quais documentos contém as
informações constantes na expressão de busca.
Estes sistemas de gerenciamento hospitalar permitem a pesquisa de termos a
partir de seus
dados, embora isso seja feito em informações registradas de forma
estruturada no banco de dados, normalmente não oferecendo ferramentas automáticas
ou buscas a dados não estruturados, devido a uma série de fatores e problemas
encontrados nesse processo que
poderiam não garantir a integridade das informações.
Em outras situações, os dados dos pacientes se encontram em meio analógico, ou seja,
em papel, devido ao fato de serem antigos ou anteriores à era da informatização, de
qualquer modo, a busca das inform
ações nesses documentos é mais complexa devido ao
estado do papel, da grafia, da qualidade da escrita, entre outros fatores.
Estes documentos que retratam a saúde das pessoas, podem ser descritos, de
acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), no Arti
go 1º da Resolução de nº
1.638/2002,
definindo
como Prontuário do Paciente
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[...] o documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e
imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações
sobre a saúde do paciente e a
assistência a ele prestada, de caráter legal,
sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe
multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo.
(BRASIL, 2002, p. 1).
É um documento multidisciplinar, tem
poral e abrangente devido aos diversos
tipos de profissionais que registram informações nesse documento e acessam seus
conteúdos informacionais. Nesse sentido, Bentes Pinto (2006, p. 36) entende que o
prontuário do paciente é
o documento que contém registradas todas as informações concernentes à
condição de saúde de uma pessoa, desde o seu nascimento até a sua morte.
Trata
-
se, portanto, de um documento que contém dados e informações clínicas
e não clinicas, de natureza sensíve
l e, portanto, protegidas pelo ordenamento
jurídico nacional e internacional. Trata
-
se da memória escrita da história das
condições de saúde de uma pessoa, sendo, portanto, indispensável para a
comunicação intra e entre a equipe de saúde e entre ela e o pa
ciente, para a
continuidade, a segurança, a eficácia e a qualidade de seu tratamento e
acompanhamento, bem como da gestão das organizações de saúde.
Na mesma linha de raciocínio, Galvão e Ricarte (2012) consideram que esse
documento é complexo devido a s
ua forma de produção, conteúdo, organização, acesso e
disponibilização, conforme descrito a seguir:
Evidenciou
-
se que o prontuário do paciente é um documento
informacionalmente complexo quanto ao modo de produção, quanto ao
conteúdo que compreende, quant
o ao modo de organização e quanto ao modo
de acesso e disponibilização. Por esse motivo, seja em suporte papel, seja em
suporte eletrônico, para ter melhor qualidade o prontuário demanda
planejamento institucional, trabalho cooperativo e permanente da equi
pe de
saúde, dos gestores, dos profissionais da informação e de informática que
contam com o conhecimento necessário para sistematizar os aspectos
informacionais relacionados ao prontuário.
(RICARTE, 2012, p. 45)
Então é possível classificar o Prontuário
do Paciente, resumidamente, como um
documento: Universal, Temporal, Complexo, Informacional, Legal, Sigiloso,
Interdisciplinar, Multidisciplinar e Transdisciplinar, e que para atender ao quesito de
universalidade e multidisciplinaridade ainda conta com voc
abulários das Equipes de
Saúde, Paciente, Família do Paciente, Gestores da Saúde, Advogados, Juízes, Auditores,
Docentes, Pesquisadores, Estudantes, entre outros. E se torna o elo de comunicação
entre todos estes envolvidos com o intuito de garantir o aten
dimento à saúde do usuário
paciente portador do mesmo.
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Aplicação de
mineração de dados
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A tecnologia pode fornecer meios para organizar esses documentos e facilitar o
acesso ao conteúdo relevante aos usuários,
por meio
de ferramentas que a informática
aplicada na saúde pode fornecer, desc
rita como o processo de se utilizar sistemas
computacionais visando apoiar e agilizar a administração dos serviços de saúde,
cuidados clínicos, investigação médica e treinamento. Isto requer a aplicação das
tecnologias de computação, como a Mineração de Da
dos e de comunicações para
otimizar o processamento de informações em saúde, em todas as etapas, como a coleta,
armazenamento, recuperação efetiva (no seu devido tempo e lugar) e análise e apoio à
decisão para os administradores, médicos, pesquisadores e e
ducadores na medicina.
(HOBBS, 2001)
.
3 MINERAÇÂO DE DADOS
A Mineração de Dados pode ser uma das tecnologias que poderia num tempo
muito curto fornecer esses meios de acesso a essas informações, visto que ela é uma
tecnologia que pode vasculhar grandes q
uantidades de informações e trazer resultados
muito rapidamente.
Para demonstrar que neste momento já temos a possibilidade de aplicar essas
novas tecnologias na busca desse conhecimento, em seu trabalho, Galvão e Ricarte
(2015), explicam a transição tecno
lógica que vem acontecendo com o prontuário do
paciente, e o fazem demonstrando através de quatro ondas. Na primeira onda, ocorreu a
melhoria da qualidade enquanto suporte em papel, com o intuito de compreender os
fluxos e processos envolvidos, com a trans
ição para o suporte
por meio
de tecnologias e
infraestrutura adequadas na segunda onda, em seguida, na terceira onda, começam
novas pesquisas para melhorar os conteúdos registrados nos prontuários por meio de
terminologias padronizadas e controle de qualid
ade, e finalmente na quarta onda, a
busca da melhoria no planejamento e avaliação da assistência em saúde usando toda a
infraestrutura tecnologia e informacional criada para esse fim.
A Mineração de Dados pode se enquadrar nesta quarta onda, porque forne
ce
acesso a conhecimento escondido em grandes quantidades de informações permitindo
melhores subsídios, tanto para o profissional da saúde tratar um paciente, quanto para
gestores planejarem os investimentos, ou mesmo, a prevenção de endemias que
possam
ac
ontecer.
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Se analisarmos a quantidade de dados gerados diariamente em qualquer
ambiente informacional, fenômeno
c
hamado de
Big Data
, que classifica os dados
gerados em quantidades monstruosas, produzidos em vários formatos e armazenados
em uma grande quanti
dade de dispositivos e equipamentos. O
Big Data
vem trazendo
grandes mudanças na forma de olhar os dados que são gerados, permitindo manipular
de
novas
formas esses dados e trazendo muitas mudanças em todos os setores, por este
motivo ele é considerado uma
nova revolução industrial
(AMARAL, 2016).
Neste cenário de
massificação de produção e armazenamento de dados, bem
como os processos e tecnologias para extraí
-
los e analisá
-
los, acabou por tornar inviável
uma análise sistemática baseada em técnicas manuais de estatística de grandes bases de
dados,
nas quais
pesquis
adores da área da inteligência artificial, combinando técnicas de
estatística e programação avançada conseguiram desenvolver sistemas que podem
efetuar a extração e sumarização automática de informações úteis a partir de grandes
bases de dados, o que foi c
hamado de Mineração de Dados (QUILICI
-
GONZALEZ;
ZAMPIROLLI, 2015).
Este termo foi cunhado como alusão ao processo de mineração, porque explora
bases de dados brutas (terreno) contendo muito material aparentemente sem utilidade,
usando algoritmos especiais
(ferramentas) adequados para se obter conhecimento
(pedra preciosa) que permita uma tomada de decisão
(CASTRO; FERRARI, 2016). Na
Mineração de Dados, o objetivo é prover um método automático para descobrir padrões
em dados sem a tendenciosidade de uma anál
ise feita meramente por um humano e sua
intuição (BRAGA, 2005).
Pode se classificar o processo todo como Descoberta de Conhecimento em Dados
Estruturados (
Knowledge Discovery in Databases
-
KDD), e nesse contexto vários autores
colocam a Mineração de Dados
como apenas uma parte desse processo, sendo
empregada na etapa de descoberta, que inclui a seleção e integração das bases de dados,
a limpeza dessa base, seleção dos dados, transformação dos dados, mineração e
avaliação dos dados (CASTRO; FERRARI, 2016).
Ainda assim é considerada uma área muito abrangente, vários autores citaram
três grandes tarefas que deveriam ser consideradas as principais da Mineração de Dados:
a predição, agrupamentos de dados e associação ou descoberta de regras de associação,
e que
trabalhando juntas podem compor muitas variações e até permitir a criação de
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subtarefas na resolução dos problemas. Também é possível dividir a Mineração de
Dados em dois grandes níveis de tarefas, as preditivas e as descritivas. As tarefas
preditivas util
izam de valores de atributos descritivos para tentar predizer valores
futuros ou desconhecidos, já as tarefas descritivas, têm o objetivo de encontrar padrões
que podem descrever os dados de maneira que o ser humano possa interpretar
(SILVA;
PERES; BOSCARI
OLI, 2016; CASTRO; FERRARI, 2016; BRAGA, 2005).
A Mineração de Dados por ser uma disciplina interdisciplinar e multidisciplinar
envolve conhecimento de áreas como banco de dados, estatística, aprendizagem de
máquina, computação de alto desempenho, reconhec
imento de padrões, computação
natural, visualização de dados, recuperação da informação, processamento de imagens e
de sinais, análise espacial de dados, inteligência artificial, entre outras (CASTRO;
FERRARI, 2016). A figura 2 mostra a ligação entre as di
versas áreas que contribuem
para com a Mineração de Dados, fornecendo ferramentas, técnicas e conhecimento.
Figura 2
–
A multidisciplinaridade da Mineração de Dados
Fonte:
Adaptado de
CASTRO
;
FERRARI
(2016)
.
Os
requerimentos para se fazer um processo de Mineração de Dados,
na qual é
necessário um grande conhecimento prévio a respeito dos dados e do processo, é muito
complexo e envolve muitos atores e tecnologias, os autores
o
descreveram da seguinte
forma:
Contu
do, minerar dados para descobrir conhecimento não é uma tarefa trivial.
É preciso conhecer os dados, o processo de análise e descoberta, as tarefas e
técnicas de mineração e as ferramentas matemáticas e computacionais que se
aplicam nesse contexto. Portant
o, a descoberta é um processo. Ainda, é preciso
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conhecer o ambiente em que os dados são produzidos e que tipo de
conhecimento esse ambiente necessita e espera receber. Enfim, minerar dados
exige conhecimento técnico, tempo e dedicação.
(SILVA; PERES; BOSCA
RIOLI,
2016)
.
Existe uma grande quantidade de ferramentas de Mineração de Dados no
mercado, tanto comerciais, quanto livres. As direcionadas para o público comercial são
fornecidas por alguns dos maiores fornecedores de tecnologia, como Microsoft, SAS, IB
M,
Oracle. Já as ferramentas de código aberto mais populares são Weka, R e Orange. É
importante destacar que
estes
conceitos e técnicas aplicadas numa dessas ferramentas
pode
m
ser aplicada
s
em qualquer ferramenta, pois o processo do aprendizado de
máquina
é uma disciplina universal (AMARAL, 2016).
Neste
artigo
, para a validação do processo foi escolhida a ferramenta R por alguns
aspectos, como por exemplo,
ser
um ambiente de software livre para computação
estatística e gráficos. Ela fornece uma ampla varied
ade de técnicas estatísticas e
ferramentas para manipular os dados (R CORE TEAM, 2015).
Conforme descrito por Peng (2015), que utilizou dados importados para mostrar
a utilização da ferramenta R, e por meio dos comandos da ferramenta pôde criar funções,
ex
pressões, simulações, estruturas de controle, vetores, além de imagens e gráficos. E
ainda para facilitar mais seu uso, existe a plataforma
RStudio, que é um ambiente de
desenvolvimento integrado aberto e gratuito
para o R, que permite a utilização da
linguagem através de janelas gráficas e de maneira visual, sendo essa a maior vantagem
sobre a ferramenta R pura, que deve ser manipulada somente em modo texto
por meio
de um terminal (RSTUDIO, 2018).
Como uma das vant
agens da utilização da Mineração de Dados, Quilici
-
G
onzalez e
Zampirolli (2015) citam vários exemplos da boa aplicação dessa técnica,
inclusive na
área da saúde, como usar o sistema para adquirir conhecimento prévio
podendo
demonstrar que algumas doenças e
problemas de saúde
podem
estar mais associadas a
uma certa etnia do que a outras, e dessa forma pudesse auxiliar o médico na hora de
solicitar exames médicos, mesmo
se
o paciente não
estiver
apresentando sintoma prévio
da enfermidade. O autor também demon
stra preocupação ao citar que problemas
podem ocorrer também, principalmente a respeito do sigilo e privacidade, como por
exemplo, os dados de pagamentos feitos por cartão de crédito de uma pessoa
que
podem
expor suas preferências religiosas, os hábitos de
compra de livros revela
ndo
as
preferências políticas das pessoas, ou até mesmo gastos elevados, normais para essa
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pessoa, podem colocá
-
lo no grupo de clientes de alto risco para conseguir empréstimos
bancários, sobre sua residência, o seu cep pode apontar
que vive numa região
problemática ou mesmo num bairro nobre, seus dados médicos podem revelar detalhes
que podem custar uma vaga de emprego numa grande empresa que esteja pleiteando
uma contratação.
4
DESENVOLVIMENTO
A metodologia utilizada consistiu n
o levantamento bibliográfico e revisão de
literatura para fornecer subsídios teóricos para a compreensão do campo do estudo, por
meio de um levantamento de informações e referências em livros, artigos, manuais, leis,
decretos, para em seguida, a escolha de
uma ferramenta e um conjunto de dados que
pudesse representar o cenário escolhido, para a aplicação prática com a utilização dessa
ferramenta de Mineração de Dados com o objetivo de testar a aplicabilidade das
tecnologias sobre dados provenientes da saúde
. Neste momento não foram utilizados
dados de pacientes oriundos de prontuários de pacientes, mas a verificação da
bibliografia
, isto é,
se havia estudos sendo desenvolvidos nesta área e a facilidade na
utilização de ferramentas informacionais para a utili
zação por usuários que tenham
acesso a tais dados de pacientes e a permissão necessária para fazer quaisquer tipos de
consultas utilizando dados reais, mas que ainda desconhecem as ferramentas e técnicas
citadas neste trabalho.
Partindo do pressuposto que os dados de um prontuário do pacientes são
registrados por profissionais de saúde e outras áreas correlatas, independentemente do
local de trabalho, para a criação desses dados existem regras definidas pelo governo ou
por entida
des de classe, para garantir a qualidade dos dados cadastrados, mas mesmo
alguns dados serem estruturados, pois dependem de tabelas de procedimentos, tabelas
de exames, siglários, bulário, entre outros, e estarem cadastrados nos banco de dados de
uma forma
legível para as máquina e para os humanos, existem também os dados não
estruturados, cadastrados nos sistemas utilizando a linguagem natural e todos os
seus
vícios,
siglas, símbolos, abreviaturas
e outras formas da linguagem, imped
indo
a busca
de forma ef
iciente por meio das máquinas. Podemos dizer que a qualidade dos dados
recuperados está ligada à qualidade dos dados registrados. Outras tecnologias também
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podem auxiliar o usuário no trabalho de levantamento de informações em bases de
saúde, como a minera
ção de textos que podem encontrar informações em dados não
estruturados, como a anamnese de um prontuário, que é redigido, normalmente,
utilizando linguagem natural. E o aprendizado de máquina, que através do resultado da
Mineração de Dados é possível cria
r modelos que aplicados a algoritmos especiais
pode
ndo
“ensinar” um computador a procurar informações e até fazer inferências a
respeito de situações encontradas nas grandes massas de dados.
Durante a pesquisa bibliográfica e documental, alguns artigos com
aplicação da
Mineração de Dados nessa área foram identificados. Além disso foram encontrados
exemplos da utilização dessa tecnologia por parte de grandes empresas com alguns
grandes projetos, inclusive já em produção em hospitais no Brasil, que descrevere
mos
em seguida.
Um trabalho que avalia o processo de descoberta de conhecimento em bases de
dados (
Knowledge Discovery in Databases
-
KDD) como ferramenta de avaliação da
usabilidade dos profissionais da enfermagem durante a utilização do prontuário
eletrô
nico do paciente. Que
por meio
da Mineração de Dados poderia complementar o
que já se sabe sobre as dificuldades da usabilidade. A opção pela Mineração de Dados em
saúde, contemplada no processo KDD, pela eficácia evidenciada na descoberta de
padrões que c
omplementem o que os especialistas na área já conhecem
(LOPES;
CARVALHO; LAHM, 2017).
A Mineração de Dados como ferramenta de classificação de pacientes de
fisioterapia
,
u
tilizando da metodologia
na qual foi
selecion
ado
um subconjunto de dados,
referentes a prontuários disponíveis em uma clínica de fisioterapia,
sendo
extraídos três
grandes grupos
-
alvo de tarefas d
a
Mineração de Dados: associação, classificação e
agrupamento, explicitados no texto. E como resultado do ex
perimento foram extraídos
padrões a partir dos dados, de tal forma que se permitisse ao leitor entender passo a
passo o processo, ampliando sua compreensão dos resultados obtidos. Foram
descobertos padrões em diversos formatos, os quais evidenciaram as pos
síveis relações
entre as variáveis disponíveis. Em seguida, não apenas os padrões foram discutidos, mas,
também, a importância da qualidade dos dados coletados. Concluindo que as etapas de
classificação, descoberta de regras de associação e agrupamento dos
dados oportunizou
melhor entendimento das especialidades de pacientes atendidos pela clínica em questão,
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ampliando, assim, o conhecimento do profissional na identificação das condutas a serem
adotadas
(CARVALHO
et al.
, 2012).
A Mineração de Dados utilizad
a como ferramenta de descoberta de conhecimento
a partir de dados de promoção à saúde foi o tema do
artigo
cujo objetivo foi buscar
descobrir conhecimento com base nos dados de paciente armazenados em um sistema
de informação de uma operadora de planos de
saúde. A partir da informação minerada,
profissionais da área de saúde (médicos, psicólogos, enfermeiros e afins) puderam
verificar como se encontra a saúde das pessoas dos Vales do Taquari e Rio Pardo ao
longo do tempo, assim como, acompanhar a tendência
com base nos dados do passado,
para que possam ser tomadas algumas ações em relação a essa situação, sejam elas
ações proativas ou reativas. Foram encontradas informações importantes a respeito da
qualidade dos dados, que após as avaliações, descobriu
-
se q
ue estavam muito falhos,
sendo que grande parte deles preenchidos de forma incorreta e muitos nem informados,
devido a não obrigatoriedade dos mesmos.
Então
, foi realizado um plano de ação para
tratar melhor as informações do sistema atual, ou até mesmo a
troca do sistema
buscando um software mais confiável, com consistência de dados, obrigatoriedade nos
campos em informações cruciais para a futura análise, entre outros (GREGORY; PRETTO,
2016).
Outro trabalho consistia em obter, por meio de um processo de d
escoberta de
conhecimento pela Mineração de Dados, um modelo de classificação que pudesse ser
aplicado no auxílio à triagem de risco de vida, na medicina. Entende
-
se que atividades de
triagem têm o objetivo de identificar o risco de vida em pacientes media
nte a análise de
seus sinais vitais.
No
conjunto inicial de dados havia 21.821 instâncias. Contudo, 10.499
armazenavam dados nulos e foram descartadas. Trezentos e vinte e cinco registros
continham dados discrepantes, ou seja, apresentavam valores inaceitá
veis,
extremamente maiores ou menores que valores considerados para humanos, e foram
eliminados. Assim, mantiveram
-
se
10.997 instâncias no conjunto de dados utilizado
como entrada no estudo. Conclu
i
-
se
que a aplicação de um processo de KDD utilizando
class
ificação com árvores de decisão a dados de triagem pode ser muito importante para
o entendimento de que tipo de característica é mais determinante para cada uma das
classes de risco, assim como os intervalos de valores de cada uma dessas características.
E
sse conhecimento seria muito difícil de ser obtido a partir somente de análises visuais e
consultas simples a esses dados de triagem (MACIEL
et al.
, 2015).
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Com a aplicação cada vez maior de tecnologia na saúde, alguns usos se tornaram
mais evidentes, um es
tudo mostra o uso de big data em saúde no Brasil através de
algumas perspectivas para um futuro próximo:
O uso de
big data
tem crescido em todas as áreas da ciência nos últimos anos.
Existem três áreas auspiciosas para o uso de
big data
em saúde: medicina
de
precisão (
precision medicine
); prontuários eletrônicos do paciente; e internet
das coisas (
internet of things
). Entre as linguagens de programação mais
utilizadas em
big data
, duas têm se destacado nos últimos anos: R e Python. Em
relação às novas técn
icas estatísticas, espera
-
se que técnicas de
machine
learning
(principalmente as árvores de classificação e regressão), metodologias
para controlar por associações espúrias (como a correção de Bonferroni e a
taxa de falsas descobertas) e metodologias para
a redução da dimensão dos
dados (como a análise de componentes principais e o
propensity score matching
)
sejam cada vez mais utilizadas. A questão da privacidade será também cada vez
mais importante na análise de dados. O uso de
big data
na área da saúde trará
importantes ganhos em termos de dinheiro, tempo e vidas e precisa ser
ativamente defendido por cientistas de dados e epidemiologistas.
(CHIAVEGATTO FILHO, 2015)
.
Muitas outras pesquisas ainda estão em desenvolvimento, porém uma ini
ciativa
da empresa de tecnologia IBM já se encontra em produção, um ambiente de recuperação
de informação muito maior que apenas a mineração de dados,
de acordo com
a empresa.
Um dos braços de trabalho da empresa chama
-
se Watson
Health
, que quando aplicado
à
análise de imagens médicas, utiliza uma plataforma cognitiva que busca extrair valor de
dados de imagens médicas em constante crescimento, analisando dados de pacientes,
populações e pesquisas médicas estruturadas e não estruturadas que residem em silos
desconectados.
A plataforma pretende organizar as informações disponíveis e apresentá
-
las de
maneira contextualmente relevante e orientada para a probabilidade, para auxiliar os
especialistas em diagnóstico, bem como tratar os médicos no consultório. Ape
nas em
2015 nos Estados Unidos, foram realizados cerca de 800 milhões de exames de
ressonância e tomografia, esses estudos geraram aproximadamente 60 bilhões de
imagens médicas. Nesse volume, cada um dos cerca de 31.000 radiologistas dos EUA
teria que visu
alizar uma imagem a cada dois segundos de cada dia útil durante um ano
inteiro, a fim de extrair informações potencialmente salvadoras de um punhado de
imagens escondidas em um mar de dados. O sistema procura analisar dados de imagem,
ler relatórios de dia
gnóstico e comparar informações clínicas com a lista de problemas
dos exames e o registro de faturamento para encontrar possíveis discrepâncias dignas
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de uma segunda olhada. Além disso, visa ajudar os administradores do hospital a
monitorar com eficiência
a qualidade dos cuidados sem treinamento especializado, e
projetar programas de qualidade orientados por dados para padronizar a consistência
dos cuidados em todos os locais e níveis dentro de uma empresa (
INTERNATIONAL
BUSINESS MACHINES
, 2016).
O Watson
f
or Oncology
é um dos primeiros sistemas de apoio à decisão clínica de
oncologia orientados pela inteligência artificial, que está sendo usado em todo o mundo
para ajudar os médicos a avançar no tratamento do câncer. Este sistema se integra aos
sistemas hos
pitalares e obtém centenas de atributos do registro de saúde eletrônico de
um paciente, incluindo notas de médicos e relatórios de laboratório, e analisando
-
os
com a tecnologia de processamento de linguagem natural (PNL). Em seguida, fornece
aos médicos op
ções de tratamento de confiança e evidências de apoio para ajudá
-
los a
tomar decisões de tratamento para seus pacientes. A ingestão de mais de 600 mil peças
de evidências médicas pelo Watson, mais de dois milhões de páginas de revistas médicas
e a capacida
de adicional de pesquisar até 1,5 milhão de registros de pacientes para obter
mais informações dão a ele uma amplitude de conhecimento que nenhum médico
humano pode igualar. A taxa de diagnóstico bem
-
sucedido para o câncer de pulmão é de
90%, comparado a 5
0% para os médicos humanos (
INTERNATIONAL BUSINESS
MACHINES
,
2017).
É humanamente impossível acompanhar a proliferação diária de dados de saúde.
É necessário criar um ecossistema conectado em todo o setor de saúde para aproveitar o
conhecimento dessas info
rmações e determinar o seu valor compartilhado. É estimada
uma explosão de 2.310
exabytes
de dados de saúde projetados até 2020, que em 1
semana de internação pode ser igual a centenas de páginas em registros eletrônicos de
saúde, $47 trilhões de dólares s
ão estimados
pelo
impacto econômico global das
doenças crônicas até 2030, em pesquisa e desenvolvimento, apenas 10% das drogas
atualmente em desenvolvimento chegam ao mercado, dessa forma, é demostrada que
existe uma demanda muito grande em formas de se an
alisar esse volume de dados que
cresce e já existem pesquisas e produtos em funcionamento nessa área
(
INTERNATIONAL BUSINESS MACHINES
, 2018).
Em continuidade com a pesquisa, para aquisição de dados para testes de
importação para a ferramenta de Mineração d
e Dados R, foi acessado o sitio do Portal
Brasileiro de Dados Abertos, mantido por Brasil (2018b), na Internet, que é um local
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mantido pelo Governo Federal para que todos os cidadãos possam encontrar e utilizar
dados e informações públicas, além disso, est
e portal segue princípios internacionais e
deve estar de acordo com a Lei de Acesso a Informação Pública (Lei 12.527/2011),
sancionada em 18 de novembro de 2011, e em seguida iniciar uma busca por dados de
saúde. Em sua tela inicial são mostradas algumas i
nformações, como por exemplo, um
campo de pesquisa
no qual
são adicionados os termos a serem buscados, algumas
publicações mais recentes e notícias ligadas ao tema.
Na data desta pesquisa, setembro de 2018, na tela inicial havia uma informação
na qual o si
stema mostra que é possível pesquisar em 5.972 conjuntos de dados com
30.576 recursos, porém estes números crescem diariamente, são os dados catalogados
do portal e formam as fontes de dados que são retornadas a partir das buscas.
Prosseguindo com o levantamento das informações
por meio
do sistema de busca
integrado, ao utilizar o termo “saúde” como palavra de busca, obtém
-
se um número de
262
conjuntos de dados encontrados.
Cada conjunto de dados resgatado a partir da
busca é mostra
do nas telas seguintes, cada um deles possui uma pequena descrição a
respeito do conteúdo e elementos visuais identificando os formatos de dados em que são
disponibilizados.
A metodologia usada neste trabalho para servir de métrica da capacidade de
aprovei
tamento dos dados disponibilizados a partir de informações oriundas d
e
estabelecimentos de saúde e prontuários de pacientes, e permitir uma grande interação
com a possibilidade de resultados promissores, a partir
da importação
dos dados
disponibilizados no
sítio, por meio da ferramenta R, utilizando o ambiente de
desenvolvimento chamado RStudio.
Para efetuar o procedimento de importação, foram escolhidos diversos recursos
resultantes da busca do termo “saúde”, neste momento foi possível ler uma pequena
desc
rição desta fonte de dados, e ao entrar nelas é possível obter mais informações a seu
respeito e escolher qual o formato a ser utilizado. Para estes exemplos, foi escolhido o
formato CSV para ser efetuado o
download
para o computador do usuário, e
posterio
r
mente a
importação pela ferramenta R, como mostrado na figura 3.
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Figura 3
–
Recursos disponibilizados e importados pelo R
.
Fonte:
Elaborado pelo autor
(2018)
.
Utilizando a ferramenta RStudio
para manipular os dados na linguagem R, foi
efetuada a importação com sucesso, e os dados ficaram disponíveis dentro da
ferramenta, pode
-
se analisar apenas uma fonte de dados ou, depois de importar outras
fontes, fazer um cruzamento entre diversas fontes,
ou formatos, e ter a possibilidade de
criar regras e extrair informações.
Milhões de registros contendo dados a respeito da área da saúde foram
importados com sucesso, vide quadro 1. Os dados disponibilizados neste portal são
provindos de estabelecimento de saúde que registram, em boa quantidade, os dados nos
prontuários do paci
ente, como dados da doença, origem do paciente, procedimentos
efetuados, causa da mortalidade, dados do nascimento, resultados de exames, entre
muitos outros. A escolha para a utilização destes dados para este
artigo
foi devido ao
fato que o acesso aos dad
os dos pacientes de qualquer estabelecimento de saúde
depende de muitas regras de autorização e acesso por autorização por meio de comissão
de ética, entre outros, e por isso, se fosse possível a utilização dos dados no final de sua
cadeia, na disponibiliz
ação pelo governo como dado aberto, a sua utilização na origem
também seria justificada e até melhor aproveitada,
pois
cont
êm
mais dados e mais
rapidez de acesso a todos os documentos. Neste caso, como proposta de trabalho futuro
é conseguir
o
acesso a dad
os médicos
,
aplica
ndo
as mesmas ferramentas e verifica
ndo
os
resultados dos dados resgatados e do conhecimento descoberto.
(Quadro 1).
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Aplicação de mineração de dados
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Quadro 1
–
Quantidade de registros importados para o R
Recurso
Quantidade
registros
Beneficiários Identificados SUS/ABI
5.341.053
Procedimentos Hospitalares por UF (São Paulo)
362.403
Exames Ambulatoriais e de Internação
174.870
Atendimentos e Consultas (07/2017)
172.324
Preços de Medicamentos
51.321
Aqui Tem Farmácia Popular
32.270
Taxa de câmbio
-
Livre
-
Dólar
americano (compra)
8.466
Agentes Comunitários de Saúde
5.570
Postos de trabalho médicos no setor privado por mil
habitantes
5.566
Projetos e Pesquisas
4.990
Cirurgias
4.862
Cobertura do SAMU
3.760
Fonte:
Elaborado pelo autor
(2018)
.
Não faz parte desse
artigo
uma análise do conteúdo importado nem mesmo como
fazer a mineração pela linguagem R, apenas se por meio da importação, de dados
provindos do portal de dados abertos a respeito de saúde poderiam ser utilizados para a
Mineração de
Dados. Foram efetuadas diversas importações com sucesso para a
ferramenta, e todos os seus dados ficaram disponíveis em diversas abas na parte
superior do programa, como mostrado n
a figura 3
, permitindo neste momento ser
em
manipulado
s
e interagirem entre s
i.
No quadro 2 apresenta
-
se a importação
dos dados.
Quadro 2
–
Dados aproveitados de forma nativa pela ferramenta R.
Formato
Todo o Portal
Termo "saúde"
TXT
64
6
CSV
5.076
175
XLS
222
8
JSON
4.157
74
XML
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HTML
3.976
140
Total aproveitado
13.893
429
Total de dados
19.747
822
Aproveitamento %
70,35%
52,18%
Fonte:
Elaborado pelo autor
(2018).
Uma informação importante sobre a possibilidade de importação dos dados, no
quadro 2, é que 52,18% dos conjuntos de dados fornecidos pelo portal dos
dados
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abertos foram retornados a partir da busca pelo termo “saúde” e 70,35% de todos os
conjuntos de dados do portal podem ser importados pela ferramenta R de maneira
nativa, sem a necessidade de outros aplicativos, de uma forma bem simples, permitindo
a
qualquer usuário com um pouco de conhecimento da metodologia da Mineração de
Dados pode começar suas pesquisas. Fato este positivo, devido ao fato de existirem
muitos formatos de distribuição pelo portal
,
pode
ndo
gerar dúvidas sobre a taxa de
aproveitamen
to dos dados.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão é que a Mineração de Dados funciona bem sobre dados estruturados,
neste caso, sobre dados provenientes do portal de dados abertos
cuja origem, em muitos
casos, foi
de prontuários de paciente no momento do atendimento.
A existência de ferramentas livres e gratuitas já estão à disposição para utilização ,
mas também existem muitos investimentos nessa área, inclusive pelas gigantes de
tecnologia, como exemplo o IBM Wat
son,
na qual
a maior parte dos esforços de
desenvolvimento se concentram no estudo da Oncologia e Imagens Médicas, e nos
próximos anos muitas outras ferramentas na área de inteligência artificial e aprendizado
de máquina estarão disponíveis para aplicações
na área da saúde e nos prontuários dos
pacientes.
A utilização da ferramenta R na importação dos dados foi bastante positiva, pois
segundo a pesquisa, quando os dados são importados para a ferramenta, um “mundo” de
possibilidades torna
-
se possível. De aco
rdo com informações levantadas e citadas
anteriormente, essa ferramenta como função de Mineração de Dados, está ganhando
mais espaço
entre
todas as áreas, como as da computação e da estatística, pois permite a
manipulação de grandes volumes de dados e a cr
iação de relatórios, dados visuais,
gráficos e dados estatísticos de forma automática, se os dados forem corret
amente
,
disponibilizados e atualizados.
Conclui
-
se que a Mineração de Dados como ferramenta de descoberta de
conhecimento oriundo de informações
provenientes de sistemas de saúde é possível, e
até mesmo já encontra
-
se sendo pesquisada e aplicada, tanto por pesquisadores, quanto
por grandes empresas de tecnologia que, dentre muitas áreas, já têm investimentos na
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saúde. A aplicação da ferramenta R co
mo plataforma de Mineração de Dados é uma
possibilidade devido a facilidade de encontrar o programa, ser gratuito e muito
poderoso, mas como descrito anteriormente, o processo da Mineração de Dados não
depende apenas do seu programa ou aplicativo, mas sim
de profundo conhecimento do
usuário a respeito dos dados e seu fluxo, tempo e conhecimento a respeito das
necessidades informacionais, do mais, se aplicado corretamente e com as devidas
permissões de acesso às informações a prontuários do paciente em estab
elecimentos de
saúde, pode trazer grandes avanços e permitir acesso aos médicos e gestores à um
conhecimento que sempre esteve presente nos documentos, porém faltava a tecnologia
que pudesse cruzar todos esses dados em tempo hábil e com a devida qualidade
e
segurança.
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NOTAS
i
A revisão ortográfica, gramatical e em Língua Portuguesa
é de responsabilidade do autor.
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Os originais submetidos à revista devem atender rigorosamente aos critérios abaixo. Colaborações em
desacordo serão recusadas.
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2)
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Os artigos aceitos comporão os números da revista obedecendo ao cronograma em que foram submetidos,
revisados e aceitos ou ainda a critério do corpo editorial.
Este periódico usa o
Double Blind Review,
que é a omissão das identidades de autores e avaliadores no parecer
de originais.
ÉTICA E POLÍTICA CONTRA PLÁGIO E MÁS-CONDUTAS EM PESQUISA
Informamos que os artigos publicados por este periódico devem estar em conformidade com as
Diretrizes sobre
o tema da Ética e Integridade na Prática Científica
definidas pela Comissão designada pelo Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio da Portaria PO-085, de 5 de maio de 2011,
assim como as recomendações apontadas nas diretrizes do
Committee on Publication Ethics
(
COPE
), as quais
visam incentivar a identificação de plágio, más práticas, fraudes, possíveis violações de ética e abertura de
processos, assim, indicamos:
1. Os autores devem visitar o website do COPE
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, que contém informações para
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Pesquisa da instituição à qual se vincula(m) o(s) autor(es).
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é pública, significando que o artigo não será removido ou ocultado de qualquer forma, portanto, estará
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Algumas circunstâncias podem exigir a remoção de um manuscrito. Isso ocorrerá quando o artigo for julgado
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bibliográficas sobre o trabalho serão mantidas online, contudo, o trabalho não estará mais disponível. Será
inserida uma nota indicando que o artigo foi removido por motivos legais.
POLÍTICA DE COMPARTILHAMENTO DE DADOS
A Revista Informação em Pauta encoraja os autores dos manuscritos submetidos para publicação a
disponibilizar os dados oriundos de pesquisa e que embasaram a construção do artigo. Para os propósitos desta
política, "dados"; são compreendidos amplamente e referem-se a resultados de pesquisa (quantitativos e
qualitativos) que abrangem: anotações, observações, análises de configurações sociais (números, textos,
imagens, multimídia ou outros conteúdos), números coletados através de instrumentos variados e outras
formas de coleta de dados brutos, análise quantitativa, mineração de dados, mineração de textos, análise de
citações e dados bibliométricos, protocolos, métodos e códigos usados para gerar qualquer achado específico
relatado no manuscrito, entre outros tipos. O Conselho Editorial da Revista Informação em Pauta indica que os
dados sejam submetidos na plataforma como arquivos suplementares no momento da submissão, e, além
disso, incentiva que os dados sejam arquivados em repositórios de dados que forneçam um identificador
persistente (por exemplo: DOI – Digital Object Identifier), assegurem o acesso a longo prazo e que forneçam
toda a documentação e metadados suficientes para suportar a reutilização desses dados por outros
pesquisadores, seguindo os princípios da Ciência Aberta, da transparência e de acesso à informação. Também
indicamos como soluções paralelas aceitáveis a inclusão dos dados em repositórios institucionais que dispõem
de autoarquivamento e que não possuam uma política rígida ou fechada de inclusão de dados, entretanto,
ainda assim recomendaremos preferencialmente que os dados sejam inseridos em repositórios específicos para
o armazenamento de datasets (conjuntos de dados). Reforçamos ainda para os autores que os dados incluídos
como arquivo suplementar no momento da submissão do manuscrito devem descrever como os dados estão
sendo curados e disponibilizados, e, em situações em que os dados não possam ser disponibilizados, deverá ser
explicitado o motivo por escrito. De qualquer forma, deverá ser feita a devida citação para o conjunto de dados
no próprio artigo, conforme os princípios de citação de dados da FORCE11, a Data Citation Synthesis Group:
Joint Declaration of Data Citation Principles, disponível em: https://www.force11.org/group/joint-declaration-
data-citation-principles-final.
Deverá ser incluído um ORCID para o(s) pesquisador(es) associado(s) aos dados. Recomendamos que os
autores atribuam uma licença Creative Commons ou Open Data Commons e definam explicitamente os termos
de reutilização de seus dados.
Sobre os Repositórios especificamente focados na criação e gestão de dados ou repositórios temáticos,
sugerimos as opções a seguir:
Repositórios de Dados Multidisciplinares:
Dataverse (Ibict):
https://repositoriopesquisas.ibict.br/
Dataverse (Harvard):
https://dataverse.harvard.edu/
Dryad:
http://datadryad.org/
image/svg+xml
Figshare:
https://figshare.com/
Zenodo:
https://zenodo.org/
Para saber mais ou pesquisar outros repositórios de dados, consulte o re3data:
Repositórios de Dados por Assunto: https://www.re3data.org/browse/by-subject/
Repositórios de Dados por País: https://www.re3data.org/browse/by-country/
Repositórios de Dados no Brasil:
https://www.re3data.org/search?query=&countries[]=BRA
CUSTOS DE PUBLICAÇÃO
Não haverá custos de publicação e não cobramos taxa de processamento de artigo.
PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS
Os artigos devem ser submetidos em formato doc ou docx e Open Office, página tamanho A4 (21 x 29,7 cm.),
entrelinhamento 1,5 cm (espaço simples nas citações), corpo 12, tipo Cambria e para citações longas com mais
de três linhas a fonte deve ter tamanho 10 e recuo de 4 cm da margem esquerda, de 15 a 25 páginas.
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no menu, ou, através do link:
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Contudo, a equipe da revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa,
ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará,
no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão
encaminhadas aos autores, quando necessário.
Idiomas
Os artigos podem ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. Quando traduzidos para a língua inglesa ou
espanhola, sugerimos que o texto seja revisado por alguém que seja fluente no idioma, preferencialmente, que
seja um cientista da área ou profissional habilitado para a tradução correta do manuscrito.
Tipos de manuscrito e formatação
Artigo Original: Deve relatar pesquisas originais que não tenham sido publicadas ou submetidas para publicação
em quaisquer outros periódicos científicos. Apresentar resultados de pesquisas de natureza empírica,
experimental ou conceitual. Deve conter de 15 a 25 páginas; resumo com até 200 palavras, que expressem os
tópicos de Introdução, Metodologia, Resultados e Conclusões. No mínimo três palavras-chaves devem ser
fornecidas e no máximo seis.
Artigo de Revisão: Deve ser uma análise crítica de avanços recentes e não apenas revisão da literatura. Deve
conter de 15 a 25 páginas; resumo com até 200 palavras, que expressem os tópicos de Introdução,
Metodologia, Resultados e Conclusões. No mínimo três palavras-chaves devem ser fornecidas e no máximo
seis.
Relato de Experiência: Deve relatar atividades e experiências vivenciadas pelo(s) pesquisador(es), trazendo
contribuições para a área em foco. Deve conter de 15 a 25 páginas; resumo com até 200 palavras, que
expressem os tópicos de Introdução, Metodologia, Resultados e Conclusões. No mínimo três palavras-chaves
devem ser fornecidas e no máximo seis.
Entrevista: As entrevistas devem ter até oito páginas; dispensam o resumo, abstract e palavras-chave para as
mesmas.
Resenha: Deve se limitar a três páginas. A condição exigida pela revista é de que os livros que são objeto de
resenha sejam atuais e com no máximo 2 anos de publicação.
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Ensaio: Deve ter até vinte páginas e deve conter resumo, abstract e palavras-chave.
Título: deve ser conciso, claro e o mais informativo possível. Não deve conter abreviações e não deve exceder a
200 caracteres, incluindo espaços. Deve ser apresentada a versão do título em inglês ou em espanhol.
Título Resumido / Short title: no máximo 70 caracteres, para fins de legenda nas páginas impressas.
Autores: Os autores não devem ser identificados no arquivo do texto enviado para a submissão. Os autores
somente incluirão seus nomes no ato do cadastro na plataforma da revista, em ordem direta e sem
abreviações, graduações mais elevadas possuídas, afiliações, assim como registros em Bases
como
ORCID
e
ResearchID
, caso tenham, acompanhadas do respectivo endereço com informação de contato
(telefone, endereço e e-mail para o autor correspondente) e todos os coautores;
A autoria tem implicações legais e científicas, e só devem ser designados como autores aqueles que
participaram efetivamente de todo o processo da pesquisa e escrita do trabalho científico. A ordem de autoria
dos manuscritos enviados para a Informação em Pauta deve seguir a ordem de contribuição prestada para a
produção do artigo e não de ordem alfabética. Os autores devem garantir que o manuscrito não foi
previamente publicado ou não está sendo considerado para publicação em outro periódico. Os autores podem
ser convidados a fornecer os nomes e contatos de três potenciais revisores imparciais.
Resumo: deve seguir a recomendação para o tipo de manuscrito (Artigo Original, Artigo de Revisão, Relato de
Experiência). O texto do resumo não deve conter citações, fórmulas e siglas. Deve ser apresentada também a
versão em inglês (Abstract), se o artigo estiver em português, ou em espanhol (Resumen), se o artigo for
escrito em inglês.
Palavras-chave: Deve aparecer imediatamente abaixo do resumo, de acordo com o tipo de artigo submetido.
Recomenda-se o uso de no mínimo três e no máximo seis palavras-chave, assim como a respectiva tradução
para os Keywords. Devem ser separados por ponto. Para a escolha das palavras-chave recomendamos a
consulta ao
Tesauro Brasileiro de Ciência da Informação
,
Catálogo de Autoridades da Biblioteca
Nacional
,
Tesauro de Ciencias de la Documentación
,
UN Bibliographic Information System Thesaurus: UNBIS
.
Ilustrações: Ilustrações como quadros, tabelas, fotografias e gráficos, devem ser incluídos no texto o mais
próximo possível do trecho a que se refere, com seu número de ordem. Devem preferencialmente ser
submetidas em resolução mínima de 300 dpi. Caso já tenham sido publicados, indicar a fonte e enviar a
permissão para reprodução. Esses elementos também podem ser enviados como documentos suplementares
durante a submissão do artigo.
Nomenclatura: O uso da nomenclatura padronizada em todos os campos da ciência é um passo essencial para a
integração e ligação de informação científica na literatura publicada. Recomendamos o uso de nomenclatura
correta e estabelecida sempre que possível.
Citação: A Informação em Pauta (IP) adota a NBR 10520 para citações, contudo, não segue o sistema numérico
de citação. Deve ser utilizado o sistema autor-data para as citações e a elaboração da lista de referências deve
seguir a ordem alfabética.
Citação direta com até 3 linhas:
Conforme a NBR 10520 (2002, p. 2) revela ser a “Transcrição literal da parte da obra do autor consultado”.
Nesse sentido, o recomendável é que todos os elementos textuais, tais como a ortografia, sinais gráficos,
pontuação, entre outros, sejam rigorosamente respeitados, funcionando como uma espécie de cópia fiel das
ideias reveladas pelo autor em questão. As citações curtas com até três linhas são inseridas no texto, entre
aspas duplas. Neste tipo de citação, é obrigatória a informação do intervalo de páginas.
Exemplos:
Le Coadic (2004, p. 26) refere-se metaforicamente à informação como a “seiva” da ciência, ou seja, “Fluido
precioso, continuamente produzido e renovado, a informação só interessa se circula, e, sobretudo, se circula
livremente”.
OU
“A ideia de que a mente funciona como um computador digital e que este último pode servir de modelo ou
metáfora para conceber a mente humana iniciou a partir da década de 40”. (TEIXEIRA, 1998, p. 35).
Citação direta longa:
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As citações diretas com mais de três linhas devem aparecer em um parágrafo distinto, com espacejamento
simples de entrelinhas, recuo de 4 cm da margem esquerda e descrito em fonte 10.
Exemplos:
Para Barros e Lehfeld (2000, p. 107):
As citações ou transcrições de documentos bibliográficos servem para fortalecer e apoiar a tese do pesquisador
ou para documentar sua interpretação. O que citar? Componentes relevantes para descrição, explicação ou
exposições temáticas. Para que citar? Para o investigador refutar ou aceitar o raciocínio e exposição de um
autor suporte [...].
OU
As citações ou transcrições de documentos bibliográficos servem para fortalecer e apoiar a tese do pesquisador
ou para documentar sua interpretação. O que citar? Componentes relevantes para descrição, explicação ou
exposições temáticas. Para que citar? Para o investigador refutar ou aceitar o raciocínio e exposição de um
autor suporte [...]. (BARROS; LEHFELD, 2000, p. 107).
Citação indireta
A citação indireta se caracteriza como uma espécie de paráfrase das ideias de um determinado autor, por meio
de suas próprias palavras, porém, mantendo o mesmo sentido. A informação do intervalo da página neste tipo
de citação é opcional.
Exemplos:
Independentemente do nosso reconhecimento, segundo Apple (1994 apud MOREIRA; SILVA, 2002), o currículo,
bem como as questões educacionais, vistas sob um ponto de vista mais generalizado, mantêm-se relacionados
a aspectos históricos relativos a conflitos de classe, raça, sexo e religião, não somente em se tratando dos
Estados Unidos, mas também a outros países.
OU
Independentemente do nosso reconhecimento, o currículo, bem como as questões educacionais, vistas sob um
ponto de vista mais generalizado, mantêm-se relacionados a aspectos históricos relativos a conflitos de classe,
raça, sexo e religião, não somente em se tratando dos Estados Unidos, mas também a outros países. (APPLE,
1994 apud MOREIRA; SILVA, 2002).
Citação de citação (
apud
):
Seguem as mesmas regras da citação direta e indireta.
Citação de citação (Citação direta):
Exemplos:
Para Apple (1994 apud MOREIRA; SILVA, 2002, p. 39), “Quer reconheçamos ou não, o currículo e as questões
educacionais mais genéricas sempre estiveram atrelados à história dos conflitos de classe, raça, sexo e religião,
tanto nos Estados Unidos quanto em outros países”.
OU
“Quer reconheçamos ou não, o currículo e as questões educacionais mais genéricas sempre estiveram atrelados
à história dos conflitos de classe, raça, sexo e religião, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países”.
(APPLE, 1994
apud
MOREIRA; SILVA, 2002, p. 39).
Citação de citação (Citação indireta):
No modelo serial de Gough (1972
apud
NARDI, 1993), o ato de ler envolve um processamento serial que
começa com uma fixação ocular sobre o texto, prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.
OU
O ato de ler envolve um processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto, prosseguindo
da esquerda para a direita de forma linear. (GOUGH, 1972
apud
NARDI, 1993).
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Referências: A lista de referências deve seguir a ordem alfabética.
Exemplos:
Livro no todo (Um autor):
LE COADIC, Yves-françois.
Ciência da Informação
. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2004. 124 p.
Livro no todo (Até três autores):
FRANÇA, Junia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina de.
Manual para normalização de publicações
técnico-científicas
. 7. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004.
Capítulo de livro:
MUELLER, Suzana Pinheiro Machado; PASSOS, Edilenice Jovelina Lima. Introdução: as questões da
comunicação científica e a Ciência da Informação. In: ______.
Comunicação Científica
. Brasília: DCI/UNB,
2000. p. 13-34.
Artigo de periódico em meio eletrônico:
SILVEIRA, Murilo Artur Araújo; BAZI, Rogério Eduardo Rodrigues. As referências nos estudos de citação:
algumas questões para discussão.
DataGramaZero
: Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v. 10,
n. 4, ago. 2009. Disponível em: <http://www.datagramazero.org.br/ago09/Art_04.htm>. Acesso em: 10 out.
2012.
Para mais exemplos, consultar as normas abaixo:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR 6022
: Informação e Documentação - Artigo em
publicação periódica científica impressa - Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p.
______.
NBR 6023
: Informação e Documentação – Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 2003. 24 p.
______.
NBR 6028
: Informação e Documentação – Resumo - Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 2 p.
______.
NBR 10520
: Informação e Documentação – Citações em documento - Apresentação. Rio de Janeiro,
2003. 7 p.
______.
NBR 6024
: Informação e Documentação – Numeração Progressiva das seções de um documento
escrito - Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 3 p.
IBGE.
Normas de apresentação tabular
. 3. ed. Rio de Janeiro, 1993.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE
Se o manuscrito for aprovado, os autores devem enviar uma declaração informando o título do artigo e
precisam declarar que o manuscrito é um trabalho original, que não foi publicado ou não está sendo
considerado para publicação em outra revista, seja no formato impresso ou no eletrônico.
Os autores do manuscrito também declaram que:
1. Participaram suficientemente do trabalho para tornar pública sua responsabilidade pelo conteúdo.
2. O uso de qualquer marca registrada ou direito autoral dentro do manuscrito foi creditado a seu proprietário
ou a permissão para usar o nome foi concedida, caso seja necessário.
3. A declaração deve ser assinada, datada e encaminhada para o e-mail: informacaoempauta@gmail.com.
Condições para submissão
Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a conformidade da submissão em
relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas serão
devolvidas aos autores.
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1.
A contribuição é original e inédita, e não está sendo avaliada para publicação por outra revista; caso
contrário, deve-se justificar em "Comentários ao editor".
2.
O arquivo da submissão está em formato Microsoft Word, OpenOffice ou RTF.
3.
URLs para as referências foram informadas quando possível.
4.
O texto está com entrelinhamento 1,5 cm; usa uma fonte de 12-pontos; emprega itálico em vez de
sublinhado (exceto em endereços URL); as figuras e tabelas estão inseridas no texto, não no final do
documento na forma de anexos.
5.
O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em Diretrizes para Autores, na
página Sobre a Revista.
6.
Em caso de submissão a uma seção com avaliação pelos pares (ex.: artigos), as instruções disponíveis
em
Assegurando a avaliação pelos pares cega
foram seguidas.
Declaração de Direito Autoral
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho
simultaneamente licenciado sob a
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que permitindo o compartilhamento do
trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva
da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de
livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
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