A PARTICIPAÇÃO DA VÍTIMA NO CONTROLE DA CIFRA OCULTA DA CRIMINALIDADE

Autores

  • Renan Posella Mandarino Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Franca
  • Ana Gabriela Mendes Braga Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Franca
  • Larissa Rosa Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Franca

Palavras-chave:

Vítima, Controle Social, Delinquência oculta.

Resumo

É sabido que uma ínfima parcela dos crimes chega a conhecimento da autoridade policial ou ministerial. A maioria dos delitos permanece oculta, especialmente em razão da inércia do ofendido em delatar os fatos para início da persecução penal. O artigo aborda a participação da vítima no controle da delinquência oculta. Primeiramente, o presente estudo analisa as formas de controle social do delito, com a finalidade de repensar o papel da vítima no sistema de justiça criminal vigente. Em seguida, aborda os conceitos e técnicas inerentes à cifra oculta da criminalidade. Por derradeiro, através de recentes dados estatísticos, o trabalho examina a participação da vítima no controle da delinquência ocultada aos órgãos de controle formal.

Biografia do Autor

Renan Posella Mandarino, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Franca

Mestrando e Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) – Campus de Franca. Pós-graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Bolsista CAPES/PROPG.

Ana Gabriela Mendes Braga, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Franca

Doutora e mestre em Direito Penal e Criminologia pela USP. Professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP. Coordenadora-adjunta do Núcleo de Pesquisas do IBCCRIM e pesquisadora do NADIR - Núcleo de Antropologia do Direito (FFLCH- USP).

Larissa Rosa, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Franca

Mestranda e Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) – Campus de Franca. Pós-graduada em Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera Uniderp.

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Publicado

2017-09-26

Edição

Seção

Doutrina Nacional