Psicanálise: uma ética do desejo
Palavras-chave:
Psicanálise, inconsciente, desejo, ética.Resumo
O artigo explora e analisa a tese de Lacan, segundo a qual a única coisa da qual se pode ser culpado, pelo menos da perspectiva analítica, é de ter cedido de seu desejo. Indaga de que desejo falava Lacan. Seria o desejo sexual de que também falava Freud? Afirma que o desejo sexual, como Freud e Lacan nos mostraram, é sempre conflituoso, na medida em que seus primeiros objetos são proibidos. O desejo pode provocar angústia, todo desejo na sua origem comporta algo de recusado pelo sujeito. A partir disso continua a indagar por que Lacan nos diz que podemos ser culpados por ceder de nosso desejo se nós próprios recusamos em alguma medida esse desejo? Responde que somos responsáveis por ele, mesmo que ele seja inconsciente. Isso significa dizer que o inconsciente faz parte de nós e que, talvez, ele seja mesmo a nossa própria essência. Chama, ainda, a atenção para o fato de que desde a invenção da Psicanálise, Freud nos colocou diante de uma realidade que altera definitivamente a concepção que temos do homem e de sua dimensão ética. Conclui que, a partir de Freud, o homem se vê diante do fato de que não é soberano dentro de sua própria casa, que não é dono de seus motivos mais profundos e de que pode se enganar quanto ao sentido de suas ações e que, segundo Lacan, o juízo que o homem faz de suas ações não pode mais deixar de considerar a questão do desejo, mesmo que ele seja inconsciente.Downloads
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Como Citar
Scotti, S. (2013). Psicanálise: uma ética do desejo. Revista De Psicologia, 3(2), 56–60. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/121
Edição
Seção
Artigos