Reflexões sobre a contemporaneidade
Palavras-chave:
Psicanálise, cultura, sujeito, contemporaneidade.Resumo
Partindo da análise que Freud faz das consequências da inserção cultural do Homem e das consequências por sobre ele do processo civilizatório e de Lacan sobre o lugar ocupado pela função simbólica do pai na citada inserção, a autora se debruça criticamente sobre problemas cruciais à subjetividade dos sujeitos de nosso tempo. Argumenta que os discursos que dão forma ao eu do homem contemporâneo têm como ponto de convergência privilegiar o gozo e não o desejo. Isto se articula, diretamente, com o enfraquecimento da função simbólica do pai (Nome-do-pai), produzindo como efeito, ao nível do imaginário, a figura de um pai impotente. Conclui que, na contemporaneidade, o sujeito, colocado no lugar de objeto, é reduzido a uma imagem pelos discursos da publicidade, da política, da universidade e da ciência. Segundo ela, estariámos, ainda, vivendo a ditadura das práticas médicas, o imperialismo das técnicas e dos números. Diante disso, o corpo, apartado do sujeito, é abordado como uma máquina de funcionamento automático que enguiça e precisa ser consertada. A estratégia fetichista visa não só o exílio dos homens, mas também o fechamento de suas bocas e seus ouvidos. Nessa direção, parafraseando Fernando Pessoa, a autora assim sintetiza a ideologia – subjetividade – de nosso tempo: Dizer não é preciso. Desejar não é preciso. Gozar é preciso.Downloads
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Como Citar
Ferreira, N. P. (2013). Reflexões sobre a contemporaneidade. Revista De Psicologia, 3(2), 70–75. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/123
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Seção
Artigos