Liderança e personalidade: reflexões sobre o sofrimento psíquico no trabalho
Palavras-chave:
Liderança, personalidade, sofrimento psíquico, organização do trabalhoResumo
Resumo:
O presente artigo é um estudo teórico sobre liderança e o sofrimento psíquico no trabalho baseado na obra de Chisthophe Dejours. O cenário atual do mundo do trabalho e as exigências idealizadas para a ocupação de cargos de liderança juntamente com a estruturação psíquica do sujeito são facilitadores para o surgimento do sofrimento psíquico no trabalho. As mudanças no trabalho causadas pela rapidez da tecnologia, velocidade de informações, globalização da economia e desemprego são presentes na vida dos líderes nas organizações. O líder é exigido a estar preparado lidar com estas mudanças e conviver com incertezas que são favoráveis ao surgimento de ansiedade e diminuição da autoestima. O perfil profissional exigido pelas organizações para os lideres contém elevadas exigências de habilidades e competências profissionais além de pressões sobre resultados, capacidade de decidir e de conviver com constantes ameaças de desemprego. Estas exigências da organização do trabalho são fatores desencadeantes para o sofrimento psíquico. Outro fator que contribui para a instauração do sofrimento psíquico diz respeito à história de vida do sujeito e suas características de personalidade. Exercer cargos de liderança pode de acordo com a organização do trabalho e a personalidade do líder causar sofrimento psíquico sendo necessários estudos mais aprofundados sobre esta temática.
Palavras Chaves: Liderança; sofrimento psíquico; personalidade; organização do trabalho
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Referências
Vários aspectos da administração ou do gerenciamento impõem poderosas forças regressivas ao funcionamento psicológico do administrador. Dentre estes se encontram a solidão de seu posto, a perda do feedback espontâneo e descompromissado de seus pares e a incerteza que acompanha a tomada de decisões importantes {...} O líder organizacional situa-se no centro de poder de forças agressivas que interferem em sua capacidade funcionar. Essas forças incluem os próprios anseios agressivos internos, a capacidade de sublimar à própria agressão nas tarefas de liderança, os esforços no sentido de resistir à agressão nele projetada e sua capacidade de tomar decisões sob condições de incerteza (p.67-149).
Kernerberg (2000)