"O Que é Psicologia?": Dilemas Epistemológicos e Repercussões Contemporâneas / “What is Psychology?”: Epistemological Impasses and Contemporary Repercussions

Autores

Resumo

Resumo: O tema da Epistemologia da Psicologia tem sido relegado a segundo plano ou mesmo esquecido no contexto da formação acadêmica e das pesquisas na área, sendo historicamente confundido com História dos Sistemas Psicológicos e não assumindo seu papel de reflexão sobre os fundamentos das ciências. Neste sentido, o presente trabalho se propõe a tecer alguns apontamentos sobre o processo de construção da Psicologia como disciplina, buscando buscaremos refletir sobre o “lugar” e a “condição” da Psicologia como disciplina independente; e sobre seu estatuto como profissão e como ciência, no contexto contemporâneo brasileiro, apontando alguns impasses epistêmicos em suas reflexões e repercussões na pragmática do campo profissional. Para tal, apresentaremos uma breve contextualização acerca do que é epistemologia, passando pelo seu esquecimento no contexto da Psicologia brasileira para, posteriormente, apontar algumas fragilidades e desafios a serem enfrentados; e concluindo pela necessidade de se retomar a discussão do tema, como forma de dar solidez à disciplina.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida, T. S. (2016). História da medicina e história das ideias: de Sigerist a Canguilhem. Intelligere, Revista de História Intelectual (USP), 2 (1), 68-83.

Amaral, F.B. & Muhl, C. (2017). Fundamentos das Ciências Sociais. Curitiba: InterSaberes.

Ávila, F.B. (1981). Introdução à Sociologia. São Paulo: Agir.

Bachelard, G. (2002). Epistemologia. Lisboa: Edições 70 (Original publicado em 1971).

Bastos, A. V. B., & Gomes, W. B. (2012). Polaridades conceituais e tensões teóricas no campo da Psicologia: o falso paradoxo indivíduo/coletividade. Psicologia: Ciência e Profissão, 32 (3), 662-673.

Bastos, A.V.B., Gondim, S.M.G. & Borges, J.E. (2010). O psicólogo brasileiro: sua atuação e formação profissional. O que mudou nestas últimas décadas? In: Oswaldo H. Yamamoto & Ana Ludmila F. Costa (Orgs). Escritos sobre a profissão de psicólogo no Brasil (pp. 255-270). Natal: EDUFRN.

Bastos, A.V.B. & Gondim, S.M.G. (2010) (Orgs). O Trabalho do Psicólogo no Brasil. Porto Alegre: Artmed.

Canguilhem, G. (1952). La connaissance de la vie. Paris: J. Vrin.

Canguilhem, G. (2000). O Normal e o Patológico, Rio de Janeiro: Forense-Universitária (Original publicado em 1966).

Canguilhem, G. (2006). O cérebro e o pensamento. Natureza humana, 8(1), 183-210 (Original de 1980).

Canguilhem, G. (2012). O Que é a Psicologia? In Georges Canguilhem, Estudos de História e de Filosofia das Ciências (pp. 401-418). Rio de Janeiro: GEn/Forense-Universitária (Original de 1956).

Carone, I. (2003). A Psicologia tem Paradigmas?. São Paulo: Casa do Psicólogo/Fapesp.

Carvalho, B.P. (2012). A Apropriação do Conceito de Paradigma em Psicologia. Psicologia Revista (São Paulo), 21 (1), 11-31.

Cassepp-Borges, V. (2013). Desafios para o futuro da Psicologia: contribuições da Psicologia na construção do conhecimento no século XXI. Psicologia: Ciência e Profissão, 33 (Esp.), 14-23.

Castañon, G. (2007). Introdução à Epistemologia. São Paulo: E.P.U.

Castañon, G. A. (2009). Psicologia como Ciência Moderna: vetos históricos e status atual. Temas em Psicologia, 17 (1), 21-36.

Chinoy, E. (1991). Sociedade. Uma introdução à Sociologia. São Pauo: Cultrix.

Czeresnia, D. (2010). Canguilhem e o caráter filosófico das ciências da vida. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 20(3), 709-727. https://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312010000300002

Dilthey, W. (2010). Introdução às ciências humanas. Rio de Janeiro: Editora Forense (Original de 1883).

Dilthey, W. (2011). Ideias sobre uma psicologia descritiva e analítica. Lisboa: Lusofia (Original de 1894).

Dimenstein, M. (2000). A cultura profissional do psicólogo e o ideário individualista: implicações para a prática no campo da assistência pública à saúde. Estudos de Psicologia (Natal), 5(1), 95-121.

Ferrarini, N.L. & Camargo, D. (2012). O sentido da psicologia e a formação do psicólogo: um estudo de caso. Psicologia & Sociedade, 24(3), 710-719.

Ferrarini, N.L.; Camargo, D.; Albanese, L.; Pan, M.A.G.S. & Bulgacov, Y.L.M. (2016). Formação do Psicólogo Brasileiro: Impasses e Desafios. INFAD Revista de Psicología, 1 (2), pp. 271-280.

Figueiredo, L. C. (1996). Revisitando as psicologias: da epistemologia à ética das práticas e discursos psicológicos. São Paulo: Educ /Petrópolis: Vozes.

Figueiredo, L.C. & Santi, P.L. (2008). Psicologia, uma (nova) introdução. São Paulo: EDUC.

Foucault, M. (2006). A Psicologia de 1850 a 1950. In Michel Foucault, Ditos e Escritos I (pp. 133-151). Rio de Janeiro: Forense-Universitária (Original de 1957).

Gadamer, H-G. (2006). O Caráter Oculto da Saúde. Petrópolis: Vozes (Original de 1986).

Garcia Pascual, J.; Costa, A. J. A. & Clarindo, J. M. (2017). Filiações epistemológicas em projetos de Mestrado em Psicologia: Estudo sobre os autores que os fundamentam. Psicologia Argumento, 31(72), 165-173.

Günther, H. (2006). Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 22(2), 201-209.

Holanda, A. (2008). Questões sobre Pesquisa Qualitativa e Pesquisa Fenomenológica, Análise Fenomenológica (Lisboa), 24 (3), 363-372.

Husserl, E. (1965). A Filosofia como Ciência de Rigor. Coimbra: Atlântida (Original em alemão de 1910).

Husserl, E. (1985). Idées Directrices pour une Phénoménologie et une Philosophie Phénoménologie Pures. Paris: Gallimard (Original publicado em 1913).

Janet, P. (1924). Les sentiments simples qui accompagnent l'action, la tristesse et la joie. Annuaire du Collège de France, 24, 58-59.

Japiassu, H (1992). Introdução a epistemologia da psicologia. Rio de Janeiro: Imago.

Japiassu, H. (1978). Nascimento e Morte das Ciências Humanas. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Japiassu, H. (1981). Questões Epistemológicas. Rio de Janeiro: Imago.

Japiassu, H. (1983). A Psicologia dos Psicólogos. Rio de Janeiro: Imago.

Jaspers, K. (1987). Psicopatologia Geral. São Paulo: Livraria Atheneu (Original publicado em 1913).

Jonsson, M.F. (2011). Formação em Psicologia no Brasil: uma breve análise dos cursos de Psicologia da cidade de Curitiba. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

Leão, E.C. (1991). Introdução. Os Pensadores Originários. Anaximandro, Parmênides, Heráclito (pp. 7-33). Petrópolis: Vozes.

Mäder, B. J. & Holanda, A, F. (2017). Atenção à Saúde Mental e Atenção Psicossocial: Aproximações e distinções na conceituação e na oferta assistencial. In Nilton Julio de Faria & Adriano F. Holanda (Orgs). Saúde Mental, Sofrimento e Cuidado. Fenomenologia do Adoecer e do Cuidar (p. 31-62). Curitiba: Juruá.

Magalhães, M.; Straliotto, M.; Keller, M. & Gomes, W.B. (2001). Eu quero ajudar as pessoas: a escolha vocacional da psicologia. Psicologia, Ciência e Profissão. 21 (2), p.10-27.

Mariguela, M. (1995). Epistemologia da Psicologia. Piracicaba: Ed.Unimep.

Mendonça, D.N. (2018). A Ciência Psicológica e seus Fundamentos: Um estudo da Vida e Obra de Nilton Campos. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

Mondoni, D. & Rosa, A. C. (2010) Reforma psiquiátrica e transição paradigmática no interior do estado de São Paulo. Psicologia Teoria e Pesquisa, 26 (1), 39-47.

Morujão, A.F. (1990). Epistemologia. Logos – Enciclopédia Luso Brasileira de Filosofia (p. 123-127). Lisboa: Verbo.

Muhl, C. & Holanda, A.F. (2017). Psicologia, Saúde Mental e Atuação Profissional na Rede de Atenção Psicossocial: Um aporte fenomenológico. In Nilton Julio de Faria & Adriano F. Holanda (Orgs). Saúde Mental, Sofrimento e Cuidado. Fenomenologia do Adoecer e do Cuidar (p. 93-115). Curitiba: Juruá.

Nagel, T. (2013). Como é ser um morcego?. Phenomenological Studies – Revista da Abordagem Gestáltica, 19 (1), 109-115 (Original de 1974).

Neubern, M. (2012). Ensaio sobre a Cegueira de Édipo: Sobre psicoterapia, política e conhecimento. In A.F.Holanda (Org.). O Campo das Psicoterapias. Reflexões Atuais (pp. 13-46). Curitiba: Juruá Editora.

Penna, A.G. (1997). Repensando a Psicologia. Rio de Janeiro: Imago.

Sacrini, M. (2009). O projeto fenomenológico de fundação das ciências. Scientiae Studia, 7(4), 577-593.

Silva, G. B. (2014). A Legislação em Saúde Mental no Brasil (1841-2001) – Trajeto da Consolidação de um Modelo de Atenção. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Paraná.

Silveira, L. (2018). A Psicologia é sua própria crise: Sobre o sentido epistemológico da presença da filosofia no cerne da psicologia moderna. Fractal: Revista de Psicologia, 30 (1), 12-21.

Teixeira, J.F. (2000). Mente, Cérebro e Cognição. Petrópolis: Vozes.

Velho, G. (1977). O Estudo do Comportamento Desviante: A Contribuição da Antropologia Social. In Gilberto Velho (Org.). Desvio e Divergência. Uma crítica da patologia social (pp. 11-28). Rio de Janeiro: Zahar Editores.

Xavier, C. R. (2012). A Psicologia e o Problema Mente-Corpo. Curitiba: Juruá.

Publicado

2019-01-01

Como Citar

Holanda, A. F. (2019). "O Que é Psicologia?": Dilemas Epistemológicos e Repercussões Contemporâneas / “What is Psychology?”: Epistemological Impasses and Contemporary Repercussions. Revista De Psicologia, 10(1), 8–24. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/33638