Concepções de fracasso escolar: um estudo com professores das cinco regiões brasileiras

Autores

  • Monica de Araújo Damasceno Universidade Federal do Piauí
  • Tatiane dos Santos Costa Universidade Federal do Piauí
  • Fauston Negreiros Universidade Federal do Piauí

Palavras-chave:

Fracasso escolar, concepções, professores

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo identificar as concepções de professores do ensino fundamental e médio da rede pública
de ensino acerca do fracasso escolar. Participaram da pesquisa 563 professores com idades que variaram de 19 a 66 anos (M=
34,2 DP= 9,23), de diferentes regiões brasileiras. Tratou-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, do tipo ex post facto que utilizou
dados transversais. Contou-se com entrevistas estruturadas e questionários sócios demográficos que foram analisados pelo software
Iramuteq, e apreendeu as concepções dos docentes em classe de proximidade lexical. Os resultados apresentaram quatro classes
no corpus textual, que seguem em ordem de maior representatividade dos discursos quanto à concepção sobre o fracasso escolar:
desrespeito às singularidades dos alunos na escola, 30,24%; incapacidade do aluno, 24,7%; desinteresse do professor e do aluno e
falta de acompanhamento familiar, 22,73%; e, produto de múltiplos fatores internos e externos à escola, 22,33%. Assim, salientase
que as concepções obtidas nesse estudo evidenciam os conceitos naturalizantes do fracasso escolar, com significativa tendência
culpabilizadora do aluno e de seus familiares, voltando-se às formas patologizantes de se compreender o aluno em experiência de
escolarização, desconsiderando os percalços pedagógicos e o contexto histórico-cultural como território de produção de fracasso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abreu, M. A. V. (2013). Analisando as razões

do fracasso escolar no ensino fundamental.

Educação. Recuperado em 17 de

setembro, 2016 de http://pedagogiaaopedaletra.

com/analisando-as-razoes-do-fracasso-

escolar-no-ensino-fundamental/

Alves-Mazzotti, A. J., & Wilson, T. C. (2016).

Relação entre representações sociais de“fracasso escolar” de professores do ensino

fundamental e sua prática docente. Revista

Educação e Cultura Contemporânea,

(1), 75-87.

Angelucci, C. B. Kalmus, J, Paparelli, R.,

& Patto, M. H. S. (2004). O estado da arte

da pesquisa sobre o fracasso escolar: um

estudo introdutório. Educação e Pesquisa.

São Paulo. 30, 51-72.

Aquino, J. G. (2016). “Alunos-problema”

versus alunos diferentes: avesso e direito

da escola democrática. Pro-Posições, 12(2-

, 91-108.

Bagarollo, M. F., & Oliveira, E. C. (2016).

Crianças que não aprendem: história não

contada. Journal of research in special

educational needs, 16(s1), 328-331.

Bonadiman, H. L. (2009). Representações

docentes sobre o processo ensino aprendizagem

de alunos do ensino médio. Revista

de Educação, n. 150, a. 38.

Caldas, R. F. L. (2005). Fracasso Escolar:

reflexões sobre uma história antiga, mas

atual. Psicologia: teoria e prática, São

Paulo.

Camargo, B. V. & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ:

Um software gratuito para análise

de dados textuais. Temas em Psicologia,

, 513-518. Recuperado em 22 de julho,

, de http://dx.doi.org/10.9788/

TP2013.2-16

Carmo, P. K. do. Almeida, V. C. de. & de

Barros F. S. (2016). Resiliência e fracasso

escolar: uma análise dos fatores de risco e

proteção presentes nas famílias e escolas

capazes de interferir no processo de aprendizagem.

E-hum, 8(2), 27-36.

Carvalho, J. S. F. de. (1997). As noções de

erro e fracasso no contexto escolar: algumas

considerações preliminares. In: AQUINO,

J. G. Erro e fracasso na escola: alternativas

teóricas e práticas. São Paulo, p

-24.

Carvalho, M. P. de., Loges, T. A., & Senkevics,

A. S. (2016). Famílias de setores populares

e escolarização: acompanhamento

escolar e planos de futuro para filhos e filhas.

Estudos Feministas, 24(1), 81-99.

Forgiarini, S. A. B. e Silva, J. C. da. (2008).

Fracasso escolar no contexto da escola pública:

entre mitos e realidades. Recuperado

em 12 de agosto, 2016, de http://www.

diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/

arquivos/369-4.pdf

Lahire, B. (1997). Sucesso escolar nos meios

populares: as razões do improvável. Átic.

São Paulo.

Madalóz, J. M. Scalabrin, I. S. & Jappe, M.

(2012). O fracasso escolar sob o olhar docente:

alguns apontamentos. São Paulo.

Marin, A. J. (2016). Desenvolvimento profissional

docente e transformações na escola.

Pro-posições, 11(1), 15-24.

Meira, M. E. M. (2012). Para uma crítica da

medicalização na educação. Revista Semestral

da Associação Brasileira de Psicologia

Escolar e Educacional. São Paulo.

Moysés, M. A. & Collares, C. A. (1997). A

transformação do espaço pedagógico em

espaço clínico. Série Idéias – FDE. São

Paulo.

Moysés, M. A., & Collares, C. A. L. (2015).

Controle e medicalização da infância. DESIDADES-

Revista Eletrônica de Divulgação

Científica da Infância e Juventude, (1).

Navarro, L., Gervai, S., Nakayama, A., &

Prad, A. D. S. (2016). A dificuldade de

aprendizagem e o fracasso escolar. Journal

of Research in Special Educational

Needs, 16(S1), 46-50.

Oliveira, I. B. D. Jr. Ferreira, D. R., & Coimbra,

R. M. (2016). A relação família e escola

na aprendizagem escolar: que escola,

qual família? Revista Educação, Cultura e

Sociedade, 6(1). Patto, M. H. S. (1984). Psicologia e

ideologia:(uma introdução crítica à psicologia

escolar). TA Queiroz.

Patto, M. H. S. (1997). Introdução à psicologia

escolar. Casa do Psicólogo.

Patto, M. H. S. (1999). A produção do fracasso

escolar: historias de submissão e rebeldia.

São Paulo: T. A. Queiroz.

Quadros, E. X. Quadros, M. M. X. & Santana,

E. E. C. (2015). Causas e consequências

do fracasso escolar: no início da escolaridade.

Educação. Recuperado em 19

de setembro, 2016, de http://www.webartigos.

com/artigos/causas-e-consequencias-

do-fracasso-escolar-no-inicio-da-escolaridade/

/#ixzz4LPwBiRhO

Reinert, M. (1990). Alceste: une methologie

d’analyse dês donnees textualles et une

application. Bulletin de Méthodologie Sociologique,

Paris, 28, 24-54.

Rocha, H. L. B. da. & Santos, J. O. dos.

(2016). Fracasso escolar: Limites à cidadania.

Revista Brasileira de Educação

e Saúde, 5(4).

Sampaio, M. das M. F. (2004). Um gosto

amargo de Escola: relações entre currículo,

ensino e fracasso escolar. Iglu, São Paulo.

Santo, L. do. E. (2014). Família e Fracasso

escolar: algumas aproximações. UEM.

Santos, D. Barros, R. P. de. Mendonça, R.

& Quintaes, G. (2000). Determinantes do

desempenho educacional do Brasil. Texto

apresentado no Encontro da Anpec.

Silva, G. C. R. Silva, I. R. & Mascarenhas,

S. A. N. (2011). Vivências de reprovação e

as atribuições causais de estudantes sobre

o rendimento escolar em Manaus. Maringá-

PR.

Souza, D. T. de. Entendendo um pouco mais

sobre sucesso (e fracasso) escolar: ou sobre

os acordos de trabalho entre professores

e alunos. In: Aquino, J. G. (org.).

(1999). Autoridade e Autonomia na escola:

alternativas teóricas e práticas. São Paulo,

-129.

Viegas, L. S. (2016). O atendimento à queixa

escolar na educação pública baiana. Revista

entreideias: educação, cultura e sociedade,

(1).

Zago, N. (2000). Quando os dados contrariam

as previsões estatísticas: os casos

de êxito escolar nas camadas socialmente

desfavorecidas. Paideia. Ribeirão Preto.

Downloads

Publicado

2017-05-30

Como Citar

Damasceno, M. de A., Costa, T. dos S., & Negreiros, F. (2017). Concepções de fracasso escolar: um estudo com professores das cinco regiões brasileiras. Revista De Psicologia, 7(2), 8–21. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/6238

Edição

Seção

Artigos