SUS E SAÚDE COMPLEMENTAR: A EXPERIÊNCIA DA SAÚDE MENTAL EM VENÂNCIO AIRES/RS // SUS AND COMPLEMENTARY HEALTH: THE EXPERIENCE OF MENTAL HEALTH IN VENÂNCIO AIRES/RS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/10.36517/revpsiufc.13.2.2022.14

Palavras-chave:

Psicólogo; saúde complementar; psicologia; psicoterapia; saúde mental.

Resumo

Nas últimas décadas têm se observado o aumento da inserção dos profissionais de Psicologia nos campos articulados às políticas públicas no Brasil. O município de Venâncio Aires/RS tem uma política diferenciada em relação aos atendimentos de psicoterapia, que consiste no credenciamento de profissionais psicólogos para prestação de serviço de consulta de atenção especializada a pacientes do SUS em conformidade com a Lei nº 8.666 de 1993. Este estudo tem por objetivo refletir sobre a prestação de atendimento psicológico no campo da saúde complementar a partir da experiência deste município. Assim, apresentamos a análise de quatro entrevistas realizadas com profissionais que atendem nessa modalidade. A análise qualitativa dos dados foi realizada a partir do construcionismo social de Mary Jane Spink.  Esta foi organizada a partir de três eixos temáticos, os quais apontam especificidades em relação a essa prestação de serviço no município. Concluímos que a estratégia de credenciamento adotada pelo município estudado ao mesmo tempo que viabiliza a garantia do direito ao acesso à serviços de saúde mental, acaba igualmente por evidenciar especificidades e tensionamentos no modo como a rede de saúde mental articula-se.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Deise Frantz Nagel, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Psicóloga com Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica e Clínica Psicoterápica. Bolsista Mestranda do Mestrado Profissional em Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, Brasil.

Letícia Lorenzoni Lasta, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Psicóloga. Doutora em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Educação pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Professora Adjunta do Curso de Psicologia e do Mestrado Profissional em Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, Brasil. 

Silvia Virginia Coutinho Areosa, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Doutora com Pós-Doutorado em Serviço Social pela PUCRS. Atualmente é professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional e Coordenadora do Mestrado em Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, Brasil. Líder do "Grupo de Estudos e Pesquisas em Envelhecimento e Cidadania" e Vice-líder do grupo de pesquisa "Democracia e Políticas Públicas" e integrante do grupo de trabalho da ANPEPP em Representações Sociais

Referências

Referências
Alexandre, M. de L., Romagnoli, R. C. (2017). Prática do Psicólogo na Atenção Básica - SUS: conexões com a clínica no território. Contextos Clínicos, 10(2), 284-289. doi: http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2017.102.12
Amaral, C. E. M.; Bosi, M. L. M. (2017). O desafio da análise de redes de saúde no campo da saúde coletiva. Revista Saúde soc., 26 (2), 424-434. doi: 10.1590/S0104-12902017170846
Benevides, R. (2005). A Psicologia e o Sistema Único de Saúde: quais interfaces? Revista Psicologia e Sociedade, 17(2), 21-25. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-71822005000200004
Brasil, Ministério da Saúde (2013). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, nº 34: Saúde mental. Editora MS. Brasília – DF.
Brasil, Ministério da Saúde (2011). Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011.
Cintra, M. S.; Bernardo, M. H. (2017). Atuação do Psicólogo na Atenção Básica do SUS e a Psicologia Social. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(4), 883-896. doi: https://doi.org/10.1590/1982-3703000832017
Conselho Regional de Psicologia da 6ª Região (2007). Inserção da psicologia na saúde suplementar / Conselho Regional de Psicologia da 6ª Região: CRP 06, 60f.: 21cm. (Cadernos Temáticos 4).
Conselho Federal de Psicologia. (2010). Práticas profissionais de psicólogos e psicólogas a atenção básica à saúde, 76 p.
Cruz, K. D. F.; Guerrero, A. V. P; Scafuto, J.; Vieira, N. (2019). Atenção à crise em saúde mental: um desafio para a reforma psiquiátrica brasileira. Rev. NUFEN, 11(2). doi: 10.26823/RevistadoNUFEN.vol11.n02ensaio51
Dias, M. K.; Ferigato, S. H.; Fernandes, A. D. S. A. (2020). Atenção à Crise em saúde mental: centralização e descentralização das práticas. Ciência & Saúde Coletiva, 25(2), 595-602, doi: 10.1590/1413-81232020252.09182018
Dimenstein, M. D. B. (2000). A cultura profissional do psicólogo e o ideário individualista: implicações para a prática no campo da assistência pública à saúde. Estudos de Psicologia, 1(5), 95-121. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2000000100006
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estimativa 2021. Acesso em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/venancio-aires/panorama>.
Lara, L., Guareschi, N.; Bernardes, A. (2016). Reforma sanitária e a privatização da saúde em contexto biopolítico de garantia de direitos. Psicologia e Sociedade, 28(2), 360-368. doi: https://doi.org/10.1590/1807-03102016v28n2p360
Lavras, C. (2011). Atenção primária à saúde e a organização de redes regionais de atenção à saúde no Brasil. Saúde e Sociedade, 20(4), 867-874. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-12902011000400005
Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Recuperado de: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/banco-de-precos/legislacao/lei-no-8-666-de-21-de-junho-de-1993.pdf/view
Lima, D. K. R. R.; Guimarães, J. (2019). Articulação da Rede de Atenção Psicossocial e continuidade do cuidado em território: problematizando possíveis relações. Revista Physis, 29 (03). doi: https://doi.org/10.1590/S0103-73312019290310
Lima, D. K. R. R.; Guimarães, J. (2019). A Rede de Atenção Psicossocial sob o olhar da complexidade: quem cuida da saúde mental? Saúde debate, 43 (122). doi: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912218
Mendes, E. V. (2001). Os Grandes dilemas do SUS: tomo II. Salvador, Casa da Qualidade Editora.
Mendes, E. V. (2009). Agora mais que nunca. Uma revisão bibliográfica sobre a atenção.
Moreira, L. M. e Esteves, C. S. (2016). Revisando a teoria do setting terapêutico (p.1-8). Psicologia: o portal dos Psicólogos. Recuperado de: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0628.pdf.
Polejak, L., Totugui, M., Gomes, P., Conceição, M. (2015). Atuação do psicólogo nas políticas públicas de saúde: caminhos, desafios e possibilidades (1 ed, cap. 1, p – 29-49). In Polejack, L., et al. (org). Psicologia e Políticas Públicas na Saúde: Experiências, Reflexões, Interfaces e Desafios. Porto Alegre: Rede Unida.
Roquete, R. D. (2019). A atenção à crise em saúde mental: refletindo sobre as práticas, a organização do cuidado e os sentidos da crise. Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, p.01-102.
Sausen, J. F. C. L.; Cardoso, V. V.; Baggio, D. K.; Mueller, A. A. (2021). Controle social na saúde complementar em um município brasileiro do noroeste gaúcho: entre a gestão social e a gestão estratégica. Revista Interações, 22 (2). doi:https://doi.org/10.20435/inter.v22i2.2671
Silva, L. T. R., Silva, M. A. (2019). Parceria público-privada como instrumento de concretização do direto à saúde. Revista digital de Direito Administrativo, 6(1), 149-178. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2319-0558.v6i1p149-178
Silva, R. B.; Simcic, J. V. B. (2021). As políticas públicas e atuação para o suas na formação do psicólogo no paraná. Revista de Psicologia, 12 (2), 75-90. doi: 10.36517/revpsiufc.12.2.2021.5
Silva, V. L., Turci, S., Oliveira, A. P. N. e Richter, A. P. (2017). O risco de parcerias público-privadas em saúde pública pode ser classificado? Cadernos de Saúde Pública, 33(sup. 3), 51-59. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00086316
Solla, J.; Chioro, A. (2012). Atenção ambulatorial especializada (cap. 17, p. 547-557). In: Giovanella, Lígia et al. (Org.). Políticas e sistemas de saúde no Brasil, 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz.
Spink, M. J. (2001). Praticas Discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo: Cortez. Biblioteca Virtual de Ciências Humanas do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.
Spink, M. J. P. (2007). A psicologia em diálogo com o SUS: prática profissional e produção acadêmica. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Spink, M. J. (2010). Linguagem e produção de sentidos no cotidiano [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.
Viana, D. M.; Lima, A. F. (2016). Saúde mental e atenção primária: compreendendo articulações e práticas na saúde da família no Ceará. Revista de Psicologia, 7(2), 118-130. Recuperado de: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/19723/1/2016_dis_dmviana.pdf

Publicado

2022-06-30

Como Citar

Frantz Nagel, D., Lorenzoni Lasta, L. ., & Virginia Coutinho Areosa, S. (2022). SUS E SAÚDE COMPLEMENTAR: A EXPERIÊNCIA DA SAÚDE MENTAL EM VENÂNCIO AIRES/RS // SUS AND COMPLEMENTARY HEALTH: THE EXPERIENCE OF MENTAL HEALTH IN VENÂNCIO AIRES/RS. Revista De Psicologia, 13(2), 198–212. https://doi.org/10.36517/10.36517/revpsiufc.13.2.2022.14

Edição

Seção

Relatos de Pesquisa