Efeitos da pandemia: percepção de estresse e apoio em famílias com filhos com desenvolvimento atípico // Pandemic’ effects: perception of stress and support in families with children with atypical development
DOI:
https://doi.org/10.36517/revpsiufc.14.2023.e023007Palavras-chave:
COVID-19, Desenvolvimento atípico, Estresse parental, Suporte socialResumo
A pandemia da COVID-19 exigiu medidas de proteção que repercutiram no modo de vida das famílias. Os impactos podem ter sido mais intensos em famílias com crianças com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) que necessitam de cuidados e estímulos específicos. O objetivo deste estudo foi analisar o impacto do isolamento social na percepção de estresse, estresse parental e apoio social percebido por mães e pais de crianças com deficiência/TGD. Trata-se de um estudo transversal com 37 participantes, em duas fases independentes de coleta de dados (F1; F2). Utilizou-se instrumentos autoaplicáveis disponibilizados em um Formulário Google: Questionário Sociodemográfico; Questionário sobre percepção da influência do isolamento social na dinâmica familiar; Escala de Estresse Percebido; Escala de Estresse Parental e Escala de Apoio Social. Observou-se que a percepção de estresse em F2 foi significativamente maior que em F1 e em famílias com mais de um filho (p<0,05). A maioria das participantes referiu ter apoio familiar, profissional e institucional. Conclui-se que a sobrecarga com os cuidados dos filhos em pandemia possa ter favorecido elevada percepção de estresse entre as mães ao longo do tempo. Porém, apesar das dificuldades, o apoio social positivo parece ter favorecido a adaptação das famílias.
Downloads
Não há dados estatísticos.
Referências
Almeida, B. R. (2014). Interações fraternais em famílias de crianças e adolescentes com síndrome de Down. (Dissertação de Mestrado). Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG.
Almeida, B. R. (2018). Famílias com filhos com síndrome de Down: uma análise sistêmica dos subsistemas conjugal e fraternal. (Tese de Doutorado). Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG.
Benassule, S. C., Cavalcante, M. C. V., & Lamy-Filho, F. (2020). Saúde mental de mães de crianças entre 15 e 36 meses da coorte BRISA–São Luís, Maranhão. Medicina, 53(4), 415-423.
Braccialli, L. M. P., Bagagi, P. D. S., Sankako, A. N., & Araújo, R. D. C. T. (2012). Qualidade de vida de cuidadores de pessoas com necessidades especiais. Revista Brasileira de Educação Especial, 18, 113-126.
Brito, A., & Faro, A. (2016). Estresse parental: revisão sistemática de estudos empíricos. Psicologia e Pesquisa, 10(1), 64-75.
Brito, A. R., Almeida, R. S., Crenzel, G., Alves, A. S. M. A., Lima, R. C., Abranches, C. D. (2020). Autismo e os novos desafios impostos pela pandemia de COVID-19. Rev Ped SOPERJ, 1-6.
Campos, E. P. (2004). Suporte social e família. In J. Mello Filho (Ed.), Doença e família (pp. 141-161). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Cherubini, Z. A., Bosa, C. A., & Bandeira, D. R. (2008). Estresse e autoconceito em pais e mães de crianças com a síndrome do X-frágil. Psicologia: Reflexão Crítica, 21(3), 409-417.
Croda, J. H. R., & Garcia, L. P. (2020). Resposta imediata da vigilância em saúde à epidemia da COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 29(1), 1-3.
Cunha, C., Santos, R. G. H., & Carlos, M. D. (2016). O filho com transtorno global do desenvolvimento: percepções de mães acerca de cuidados cotidianos. Revista Família: Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, 4(2), 98-106.
Dantas, K. O., Neves, R. D. F., Ribeiro, K. S. Q. S., Brito, G. E. G. D., & Batista, M. D. C. (2019). Repercussões do nascimento e do cuidado de crianças com deficiência múltipla na família: uma metassíntese qualitativa. Cadernos de Saúde Pública, 35, e00157918.
Dessen, M. A., & Braz, M. P. (2000). Rede social de apoio durante transições familiares decorrentes do nascimento de filhos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16(3), 221-231.
Dias, J. C. R., Silva, W. R., Maroco, J., & Campos, J. A. D. B. (2015). Escala de estresse percebido aplicada a estudantes universitárias: estudo de validação. Psychology, Community & Health, 4(1), 1-13.
Estanieski, I. I., & Guarany, N. R. (2015). Qualidade de vida, estresse e desempenho ocupacional de mães cuidadoras de crianças e adolescentes autistas. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 26(2), 194-200.
Gomes, F. V., & Bosa, C. (2004). Estresse e relações familiares na perspectiva de irmãos de indivíduos com transtornos globais do desenvolvimento. Estudos de Psicologia, 9(3), 553-561.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE). (2020). Trabalho – PNAD COVID19: desocupação, renda, afastamentos, trabalho remoto e outros efeitos da pandemia no trabalho. Recuperado de https://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/trabalho.php.
Juliano, M. C. C., & Yunes, M. Â. M. (2014). Reflexões sobre apoio social como mecanismo de proteção e promoção de resiliência. Ambiente & Sociedade, 17(3), 135-154.
Lima, R. C. (2020). Distanciamento e isolamento sociais pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 30(2), 1-10.
Londero, A. D., Souza, A. P. R., Rechia, I. C., van Hoogstraten, A. M. R. J., & Franco, V. D. (2021). Adaptação parental ao filho com deficiência: revisão sistemática da literatura. Interação em Psicologia, 25(2), 253-268.
Losekann, R. G. C. B., & Mourão, H. C. (2020). Desafios do teletrabalho na pandemia COVID-19: quando o home vira office. Caderno de Administração, 28, 71-75.
Ministério da Saúde, Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública COE-COVID-19 (2020a). Plano de contingência nacional para infecção humana pelo novo coronavírus COVID-19. Recuperado de http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/plano-contingencia-coronavirus-COVID19.pdf
Ministério da Saúde, Biblioteca Virtual em Saúde. (2020b). Saúde mental e a pandemia de Covid-19. Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/saude-mental-e-a-pandemia-de-covid-19.
Nunes, C.C. (2006) Interação entre irmãos de indivíduos com deficiência mental: o papel da idade e do apoio social da família (Dissertação de mestrado). Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade de São Carlos, São Carlos, SP.
Oliveira, I. G., & Poletto, M. (2015). Vivências emocionais de mães e pais de filhos com deficiência. Revista SPAGESP, 16(2), 102-119.
Organização Mundial da Saúde, (OMS). (2020). Mental health and psychosocial considerations during the COVID-19 outbreak. Recuperado de https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/331490/WHO-2019-nCoV-MentalHealth-2020.1-eng.pdf.
Pereira-Silva, N. L. (2015). Estresse e ajustamento conjugal de casais com filho (a) com síndrome de Down. Interação em Psicologia, 19(2), 225-234.
Rocha, D. S. P., & Souza, P. B. M. (2018). Levantamento sistemático dos focos de estresse parental em cuidadores de crianças com síndrome de Down. Revista Brasileira de Educação Especial, 24(3), 455-464.
Shimitd, C., & Bosa, C. (2007). Estresse e auto-eficácia em mães de pessoas com autismo. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 59(2), 170-191.
Sociedade Brasileira de Pediatria. (2020). Pais e filhos em confinamento durante a pandemia de COVID 19. Recuperado de https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22420c-NAlerta_Pais_e_Filhos_em_confinamento_COVID-19.pdf.
Zanatta, E. A., Menegazzo, E., Guimarães, A. N., Ferraz, L., & Motta, M. D. G. C. (2014). Cotidiano de famílias que convivem com o autismo infantil. Revista Baiana de Enfermagem, 28(3), 271-282.
Almeida, B. R. (2018). Famílias com filhos com síndrome de Down: uma análise sistêmica dos subsistemas conjugal e fraternal. (Tese de Doutorado). Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG.
Benassule, S. C., Cavalcante, M. C. V., & Lamy-Filho, F. (2020). Saúde mental de mães de crianças entre 15 e 36 meses da coorte BRISA–São Luís, Maranhão. Medicina, 53(4), 415-423.
Braccialli, L. M. P., Bagagi, P. D. S., Sankako, A. N., & Araújo, R. D. C. T. (2012). Qualidade de vida de cuidadores de pessoas com necessidades especiais. Revista Brasileira de Educação Especial, 18, 113-126.
Brito, A., & Faro, A. (2016). Estresse parental: revisão sistemática de estudos empíricos. Psicologia e Pesquisa, 10(1), 64-75.
Brito, A. R., Almeida, R. S., Crenzel, G., Alves, A. S. M. A., Lima, R. C., Abranches, C. D. (2020). Autismo e os novos desafios impostos pela pandemia de COVID-19. Rev Ped SOPERJ, 1-6.
Campos, E. P. (2004). Suporte social e família. In J. Mello Filho (Ed.), Doença e família (pp. 141-161). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Cherubini, Z. A., Bosa, C. A., & Bandeira, D. R. (2008). Estresse e autoconceito em pais e mães de crianças com a síndrome do X-frágil. Psicologia: Reflexão Crítica, 21(3), 409-417.
Croda, J. H. R., & Garcia, L. P. (2020). Resposta imediata da vigilância em saúde à epidemia da COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 29(1), 1-3.
Cunha, C., Santos, R. G. H., & Carlos, M. D. (2016). O filho com transtorno global do desenvolvimento: percepções de mães acerca de cuidados cotidianos. Revista Família: Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, 4(2), 98-106.
Dantas, K. O., Neves, R. D. F., Ribeiro, K. S. Q. S., Brito, G. E. G. D., & Batista, M. D. C. (2019). Repercussões do nascimento e do cuidado de crianças com deficiência múltipla na família: uma metassíntese qualitativa. Cadernos de Saúde Pública, 35, e00157918.
Dessen, M. A., & Braz, M. P. (2000). Rede social de apoio durante transições familiares decorrentes do nascimento de filhos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16(3), 221-231.
Dias, J. C. R., Silva, W. R., Maroco, J., & Campos, J. A. D. B. (2015). Escala de estresse percebido aplicada a estudantes universitárias: estudo de validação. Psychology, Community & Health, 4(1), 1-13.
Estanieski, I. I., & Guarany, N. R. (2015). Qualidade de vida, estresse e desempenho ocupacional de mães cuidadoras de crianças e adolescentes autistas. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 26(2), 194-200.
Gomes, F. V., & Bosa, C. (2004). Estresse e relações familiares na perspectiva de irmãos de indivíduos com transtornos globais do desenvolvimento. Estudos de Psicologia, 9(3), 553-561.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE). (2020). Trabalho – PNAD COVID19: desocupação, renda, afastamentos, trabalho remoto e outros efeitos da pandemia no trabalho. Recuperado de https://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/trabalho.php.
Juliano, M. C. C., & Yunes, M. Â. M. (2014). Reflexões sobre apoio social como mecanismo de proteção e promoção de resiliência. Ambiente & Sociedade, 17(3), 135-154.
Lima, R. C. (2020). Distanciamento e isolamento sociais pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 30(2), 1-10.
Londero, A. D., Souza, A. P. R., Rechia, I. C., van Hoogstraten, A. M. R. J., & Franco, V. D. (2021). Adaptação parental ao filho com deficiência: revisão sistemática da literatura. Interação em Psicologia, 25(2), 253-268.
Losekann, R. G. C. B., & Mourão, H. C. (2020). Desafios do teletrabalho na pandemia COVID-19: quando o home vira office. Caderno de Administração, 28, 71-75.
Ministério da Saúde, Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública COE-COVID-19 (2020a). Plano de contingência nacional para infecção humana pelo novo coronavírus COVID-19. Recuperado de http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/plano-contingencia-coronavirus-COVID19.pdf
Ministério da Saúde, Biblioteca Virtual em Saúde. (2020b). Saúde mental e a pandemia de Covid-19. Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/saude-mental-e-a-pandemia-de-covid-19.
Nunes, C.C. (2006) Interação entre irmãos de indivíduos com deficiência mental: o papel da idade e do apoio social da família (Dissertação de mestrado). Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade de São Carlos, São Carlos, SP.
Oliveira, I. G., & Poletto, M. (2015). Vivências emocionais de mães e pais de filhos com deficiência. Revista SPAGESP, 16(2), 102-119.
Organização Mundial da Saúde, (OMS). (2020). Mental health and psychosocial considerations during the COVID-19 outbreak. Recuperado de https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/331490/WHO-2019-nCoV-MentalHealth-2020.1-eng.pdf.
Pereira-Silva, N. L. (2015). Estresse e ajustamento conjugal de casais com filho (a) com síndrome de Down. Interação em Psicologia, 19(2), 225-234.
Rocha, D. S. P., & Souza, P. B. M. (2018). Levantamento sistemático dos focos de estresse parental em cuidadores de crianças com síndrome de Down. Revista Brasileira de Educação Especial, 24(3), 455-464.
Shimitd, C., & Bosa, C. (2007). Estresse e auto-eficácia em mães de pessoas com autismo. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 59(2), 170-191.
Sociedade Brasileira de Pediatria. (2020). Pais e filhos em confinamento durante a pandemia de COVID 19. Recuperado de https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22420c-NAlerta_Pais_e_Filhos_em_confinamento_COVID-19.pdf.
Zanatta, E. A., Menegazzo, E., Guimarães, A. N., Ferraz, L., & Motta, M. D. G. C. (2014). Cotidiano de famílias que convivem com o autismo infantil. Revista Baiana de Enfermagem, 28(3), 271-282.
Publicado
2023-03-01
Como Citar
Soares de Oliveira Souza , B. ., Rocha de Almeida, B., & Mendes Graner, K. . (2023). Efeitos da pandemia: percepção de estresse e apoio em famílias com filhos com desenvolvimento atípico // Pandemic’ effects: perception of stress and support in families with children with atypical development. Revista De Psicologia, 14, e023007. https://doi.org/10.36517/revpsiufc.14.2023.e023007
Edição
Seção
Artigos
Licença
Copyright (c) 2023 Beatriz Soares de Oliveira Souza , Bruna Rocha de Almeida, Karen Mendes Graner
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
