Revista de Ciências Sociais — Fortaleza, v. 51, n. 1, mar./jun. 2020
DOI: 10.36517/rcs.2020.1.a05
Quando o assunto é Sociologia Escolar:
estado da arte nos periódicos de estratos superiores nas áreas de Ciências Sociais, Educação e Ensino
Cristiano das Neves Bodart
Universidade Federal de Alagoas, Brasil
cristianobodart@hotmail.com
Caio dos Santos Tavares
Universidade Federal de Alagoas, Brasil
caiotavares_@hotmail.com
Após 10 anos da Lei 11.864, que tornou a Sociologia componente curricular obrigatório no Ensino Médio do país, nos importa compreender o estado da arte das pesquisas sobre a Sociologia Escolar. Diversos trabalhos realizaram esforços nessa direção, seja avaliando a produção de dissertações e teses sobre o ensino de sociologia (HANDFAS, 2011; CAREGNATO; CORDEIRO, 2014; HANDFAS; MAÇAIRA, 2015; BODART; CIGALES, 2017), de livros coletâneas sobre essa temática (ERAS; 2014; ERAS; OLIVEIRA, 2015), de Grupos de Pesquisas registrados no CNPq voltados ao ensino de Sociologia (NEUHOLD, 2015), ou seja, observando a produção no interior de Grupos de Trabalhos (GTs) no Congresso Brasileiro de Sociologia (RÖWER, 2016), todos buscaram compreender de que forma vem se constituindo um subcampo de pesquisa “ensino de Sociologia”.1
Na presente pesquisa propomos realizar uma análise consideravelmente ampla de parte do campo científico brasileiro, mais precisamente os periódicos brasileiros de acesso aberto que publicaram artigos sobre a Sociologia Escolar e que foram avaliados nas áreas de Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Educação e Ensino pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Comitê (CAPES) como pertencentes aos estratos superiores e, consequentemente, dotados de prestígios social no interior das respectivas áreas.
A escolha das áreas de avaliação Qualis deu-se a partir dos seguintes fatores: i) o que é ensinado na escola básica, ainda que sob o título de Sociologia, na verdade, é Ciência Política, Antropologia e Sociologia, o que justifica observar a produção nas três áreas e; ii) as pesquisas realizadas por Handfas (2011), Handfas e Maçaira (2015) e Bodart e Cigales (2017) indicam que os programas de pós-graduação em Educação possuem uma participação significativa no volume de dissertações e teses defendidas no Brasil, o que nos leva a observar se esse comportamento se repete na publicação de artigos em revistas de estratos superiores avaliadas nas áreas de Educação e Ensino.
A presente empreitada se justifica por colaborar para a compreensão das seguintes questões: o que vem sendo produzido sobre a Sociologia Escolar? Quais periódicos de estrato superior tem publicado artigos sobre a Sociologia Escolar? Quem são os principais autores? Quais são as referências que vem se consagrando no campo da Sociologia Escolar (ou ensino de Sociologia)? Quais são os temas mais abordados? Como se apresenta a evolução da produção de artigos em periódicos de estratos superior ao longo do tempo?
Organizamos este artigo em duas partes, além desta introdução e das considerações finais. Na primeira parte apresentamos os procedimentos metodológicos e na segunda expomos e analisamos os dados coletados.
Dividimos os procedimentos metodológicos da presente pesquisa em cinco partes ou etapas. A primeira voltada para a identificação dos periódicos; a segunda para a identificação dos artigos; a terceira para a coleta de informações contidas nos artigos; a quarta, voltada para o perfil dos autores; e, por fim, na última parte, elaboramos o presente artigo apresentando e analisamos as informações encontradas. Toda a base de dados foi organizada em planilhas do tipo Excel.
Na primeira etapa acessamos o site Sucupira2 a fim de identificar quais eram os periódicos brasileiros de acesso aberto qualificados nos estratos superiores pelo sistema Qualis-Periódicos, no caso periódicos classificados como A1, A2, B1 e B2 em Antropologia, Ciência Política, Educação e Ensino e como A1, A2 e B1 em Sociologia3.
Na segunda etapa nos direcionamos para cada um dos sites dos periódicos identificados na etapa anterior, a fim de observar quais deles publicaram um ou mais artigos sobre a Sociologia Escolar. Para essa averiguação usamos o campo de “busca” disponibilizado nesses sites, sendo utilizados os seguintes descritores: “ensino de Sociologia”, “livro didático Sociologia”, “formação Sociologia”, “aula Sociologia”, “professor Sociologia”, “ensino Ciências Sociais”, “aula Ciências Sociais” e “Sociologia Escolar”.
Na terceira etapa coletamos diversas informações dos artigos publicados, como demonstrado no quadro 1.
Quadro 1: Informações extraídas nos periódicos, artigos e autores para a composição da base de dados
Periódico | Artigo | Autor(s) |
---|---|---|
Nome | Título(s) | Nome(s) |
Vínculo institucional | Autor | Vínculo institucional |
Local | Tema | Titulação quando publicou o art. |
Nº de edições | Metodologia | Experiência com a docência no Ensino Básido |
Estrato Qualis | Referências | Licenciatura |
Fonte: Elaboração própria. |
Na quarta etapa, com acesso aos autores dos artigos, nos voltamos a observar os seus perfis acadêmicos, sendo para isso acessado os seus respectivos currículos por meio da Plataforma Lattes4 e construído uma base de dados.
Por fim, na última parte da pesquisa, elaboramos o presente artigo a fim de apresentar os dados coletados por meio de tabelas, quadros e gráficos, procurando analisá-los na busca de desvelar o estado da arte sobre a Sociologia Escolar presente nos periódicos de estratos superiores das áreas da Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Educação e Ensino.
As análises dos dados tiveram por objetivo compreender a configuração do estado da arte em tono da Sociologia Escolar. Nesse sentido buscamos observar o lugar, no interior do conjunto de periódicos classificados como pertencentes aos estratos superiores, onde estão sendo publicados os artigos, quem vem publicando, o que se publica e quais são as referências bibliográficas especializadas na temática Sociologia Escolar (ou ensino de Sociologia).
O recorte temporal adotado está delimitado da data do primeiro artigo publicado no conjunto de periódicos aqui selecionados, o que se deu em 1996, até a data da coleta dos dados, fevereiro de 2018.
Na presente seção buscamos apresentar e discutir os dados coletados, sendo 52 periódicos e 124 artigos. Organizamos a presente seção em três partes. Na primeira nos detivemos aos periódicos brasileiros de acesso aberto qualificados como pertencente aos estratos superiores que publicaram um ou mais artigos sobre a Sociologia Escolar. Na segunda parte nosso olhar se voltou para os autores desses artigos e, por fim, na terceira parte, nos direcionamos para os 124 artigos.
Iniciamos a exposição dos dados, por meio da Tabela 1, destacando os periódicos brasileiros de acesso aberto qualificados como pertencente aos estratos superiores (das áreas Ciências Sociais,5 Educação e Ensino) na avaliação do quadriênio 2013-2016 e que publicaram um ou mais artigos sobre a Sociologia Escolar, as instituições às quais estão ligados, os Qualis lhes atribuídos (por área) e o número de artigos sobre Sociologia Escolar publicado.
Tabela 1: Periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia e Ciência Política), Educação e Ensino que publicaram um ou mais artigos sobre a Sociologia Escolar, 1996-2017
Periódico | Instituição | Qualis, quadriênio 2013-2016 | Nº de | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Soc. | Edu. | Ens. | Ant. | C. P. | artigos | ||
Mediações | UEL | B1 | B1 | B5 | B1 | B2 | 13 |
Ciências Sociais UNISINOS | UNISINOS | A2 | B5 | B3 | B3 | 9 | |
Revista Brasileira de Sociologia | SBS | A2 | B4 | B3 | B3 | C | 9 |
Revista Espaço Acadêmico | UEM | C | B5 | B2 | B4 | C | 7 |
Cadernos Cedes | UNICAMP | A2 | A1 | A1 | 6 | ||
Percursos | UDESC | B3 | B4 | B1 | 6 | ||
Política & Sociedade | UFSC | B1 | B4 | B4 | B1 | B2 | 5 |
Revista Espaço do Currículo | UFPB | B4 | B2 | B1 | C | 5 | |
Perspectiva | UFSC | B2 | A2 | B1 | 4 | ||
Revista de Ciências Sociais | UFC | B1 | C | B2 | B3 | 4 | |
Educação e Realidade | UFRGS | A2 | A1 | A1 | 3 | ||
Estudos de Sociologia | UFPE | B1 | B5 | B3 | 3 | ||
Revista Eletrônica de Educação | UFSCAR | B4 | B4 | A2 | B4 | B3 | 3 |
R. Brasileira de História & Ciências Sociais | UNISINOS | B3 | B1 | B1 | B3 | B2 | 2 |
R. Bras. de História da Educação | UEM | B2 | A1 | B1 | 2 | ||
R. Cadernos da Educação Básica | Col. Pedro II | B2 | B2 | B4 | 2 | ||
R. de Educação, Ciência e Tecnologia | IFRS | B5 | B1 | B4 | 2 | ||
R. de Ensino, Educação e Ciências Humanas | UNOPAR | B5 | B2 | 2 | |||
R. Eletrônica Científica Ensino Interdisciplinar | UERN | B3 | B3 | B1 | B3 | 2 | |
Revista de Educação | PUC-Campinas | B1 | B1 | 2 | |||
Revista Dialogo | UNINOVE | B2 | B1 | 2 | |||
Revista TOMO | UFS | B1 | B3 | B3 | 2 | ||
Caderno Eletrônico de Ciências Sociais | UFES | B5 | B2 | B4 | B4 | 1 | |
Cadernos de Pesquisa | UFMA | B5 | A2 | B1 | 1 | ||
Civitas – Revista de Ciências Sociais | UFRGS | A1 | A2 | B1 | B2 | 1 | |
Contemporânea | UFSCAR | A2 | C | B3 | B2 | 1 | |
Educação & Sociedade | UNICAMP | A1 | A1 | A1 | A1 | A2 | 1 |
Educação Unisinos | UNISINOS | B2 | A1 | A2 | B4 | 1 | |
Educação, Ciência e Cultura | UNILASALLE | B4 | B1 | B2 | 1 | ||
Educação: Teoria e Prática | UNESP | B3 | B1 | B1 | 1 | ||
Educar em Revista | UFPR | B2 | A1 | A1 | B1 | 1 | |
Espaço Pedagógico | UPF | B1 | B1 | B4 | C | 1 | |
Ilha Revista de Antropologia | UFSC | B4 | B2 | B1 | 1 | ||
Imagens da Educação | UEM | B5 | A2 | A2 | 1 | ||
Inter-ação | UFG | B3 | B1 | B1 | B3 | B5 | 1 |
Interseções: revista de estudos interdisciplinares | UERJ | B1 | B3 | B3 | B2 | 1 | |
Momento – Diálogos em Educação | FURG | B2 | 1 | ||||
Novos cadernos NAEA | UFPA | B1 | C | A1 | B2 | 1 | |
Plures Humanidades | C. Univ. M. L. | B2 | B4 | 1 | |||
Práxis Educacional | UESB | B4 | B1 | B1 | B5 | 1 | |
R. Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia | UTFPR | B2 | A2 | B5 | 1 | ||
R. Brasileira de Ensino Superior | IMED | B4 | B2 | 1 | |||
Reflexão e Ação | UNISC | B4 | B1 | A2 | 1 | ||
Revista Brasileira de Educação | Anped | A2 | A1 | A1 | 1 | ||
Revista Conexão | UEPG | B4 | B1 | B2 | 1 | ||
Revista de Educação Popular | UFU | B2 | B1 | 1 | |||
Revista Instrumento | UFJF | B5 | B2 | B3 | 1 | ||
Revista Nupem | UEPR | B2 | B2 | B5 | 1 | ||
Revista Pós Ciências Sociais | UFMA | B1 | B1 | B2 | 1 | ||
Sociedade e Estado | UNB | A1 | B1 | B1 | B1 | 1 | |
Tempo Social | USP | A1 | A2 | B2 | B1 | 1 | |
52 periódicos | 124 |
Observa-se que 52 periódicos publicaram um ou mais artigos sobre a Sociologia Escolar, contudo, apenas 13 publicaram mais de dois artigos. Os periódicos que mais vezes publicaram esses artigos foram, respectivamente, a revista Mediações (13 artigos), vinculada a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a revista Ciências Sociais Unisinos (9 artigos), vinculada a Universidade do Rio dos Sinos (Unisinos), a Revista Brasileira de Sociologia (9 artigos), vinculada a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), a Revista Espaço Acadêmico (7 artigos), ligada a Universidade Estadual de Maringá (UEM), os Cadernos CEDES (6 artigos), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e a revista Percursos (6), da Universidade Estadual de Santa Catarina (UESC). A UEL aparece na pesquisa de Bodart e Cigales (2017) com a segunda instituição que mais teve dissertações sobre o ensino de Sociologia defendidas (8)6; o que reforça a importância dessa instituição para o desenvolvimento de pesquisas em torno do “ensino de Sociologia”. A UEL ficou atrás apenas da Fundação Joaquim Nabuco que oferta mestrado profissional de ensino de Sociologia, com 10 trabalhos defendidos.
Dos 52 periódicos, 10 (19,2%) estão vinculados a 7 instituições privadas, o que demonstra uma relativa importância no conjunto do volume de periódicos, tendo eles publicado 22 artigos (17,7%) dos 124 aqui identificados.
Buscando compreender a concentração de artigos em poucos periódicos, examinamos se eles publicaram dossiês sobre a Sociologia Escolar, o que explicaria essa configuração. Os dados são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2: Dossiês sobre Sociologia Escolar publicados em periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino e volume total de artigos publicados sobre essa temática, Brasil, 1996-2017
Nº | Artigos | |||
---|---|---|---|---|
total de | Revista | Dossiês | Ano | no |
artigos | dossiê | |||
13 | Mediações – Revista de C. S. | Ensino de Sociologia | 2007 | 9 |
9 | Revista Brasileira de Sociologia | Ciências Sociais e o ensino da Sociologia | 2014 | 8 |
9 | Ciências Sociais UNISINOS | Ensino de sociologia na educação básica | 2015 | 8 |
7 | Revista Espaço Acadêmico | Ensino de Sociologia | 2017 | 5 |
7 | Cedes | Sociologia docente: permanência e novos desafios | 2011 | 6 |
6 | Percursos | Ensino das Ciências Sociais em debate | 2012 | 6 |
5 | Política & Sociedade | Sociologia e Educação | 2015 | 5 |
4 | Revista de Ciências Sociais | Sociologia no Ensino Médio | 2015 | 4 |
4 | Perspectiva | Formação de professores de Ciências Sociais | 2017 | 4 |
3 | Educação e Realidade | Ensino de Sociologia | 2014 | 3 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites das referidos periódicos. |
A Tabela 2 evidencia a importância dos dossiês na divulgação do tema Sociologia Escolar, uma vez que 46,7% dos artigos (58) são originários dessa modalidade de organização e publicização de trabalhos científicos. Há casos em que os dossiês foram os únicos espaços de publicação de artigos sobre a Sociologia Escolar, tais como aqueles presentes na revista Percursos, Política & Sociedade, Revista de Ciências Sociais, Perspectiva e na revista Educação e Realidade. Assim, podemos inferir que os dossiês vem sendo um espaço importante para a publicização da temática Sociologia Escolar e que por meio deles o tema vem marcando presença em periódicos de estratos superiores.
Selecionamos os periódicos qualificados no estrado A1 em ao menos uma das áreas aqui consideradas a fim de observarmos em qual área a temática Sociologia Escolar ocupou mais espaço nesse estrato. A Tabela 3 apresenta esses dados.
Tabela 3: Periódicos brasileiros de acesso aberto classificados no estrato A1 nas áreas das Ciências Sociais, Educação ou Ensino e volume total de artigos publicados sobre essa temática, 1996-2017
Periódico | Qualis, quadriênio 2013-2016 | Nº de | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Soc. | Edu. | Ens. | Ant. | C. P. | artigos | |
Cadernos Cedes | A2 | A1 | A1 | 6 | ||
Educação e Realidade | A2 | A1 | A1 | 3 | ||
R. Bras. de História da Educação | B2 | A1 | B1 | 2 | ||
Educar em Revista | B2 | A1 | A1 | B1 | 1 | |
Civitas – Revista de Ciências Sociais | A1 | A2 | B1 | B2 | 1 | |
Educação & Sociedade | A1 | A1 | A1 | A1 | A2 | 1 |
Educação Unisinos | B2 | A1 | A2 | B4 | 1 | |
Revista Brasileira de Educação | A2 | A1 | A1 | 1 | ||
Sociedade e Estado | A1 | B1 | B1 | B1 | 1 | |
Tempo Social | A1 | A2 | B2 | B1 | 1 | |
Novos cadernos NAEA | B1 | C | A1 | B2 | 1 | |
Nº de periódicos A1 | 4 | 7 | 5 | 2 | 0 | |
Nº de artigos nos periódicos A1 | 4 | 16 | 13 | 2 | 0 | |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites dos | ||||||
referidos periódicos. |
Nota-se, por meio da Tabela 3, que: i) 11 periódicos do estrato A1 das áreas aqui analisadas publicaram um ou mais artigos sobre a Sociologia Escolar, sendo apenas 15,3% do total dos artigos publicados no conjunto de periódicos classificados nos estratos superiores; ii) é notório que o tema teve mais espaço nos periódicos A1 das áreas de Educação e Ensino [tanto em número de periódicos, quanto em número de artigos publicados] e; iii) periódicos A1 na área de Ciência Política não tiveram nenhuma participação no volume de artigos publicados.
Por meio do Gráfico 1 apresentamos a regionalização dos periódicos.
Gráfico 1: Regionalização dos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação ou Ensino, Brasil, 1996-2017 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites das referidos periódicos. |
O Gráfico 1 nos possibilita inferir, em se tratando da espacialização regional dos periódicos, que: i) o percentual de revistas de estratos superiores nas áreas de Ciências Sociais, Educação e Ensino que publicaram artigos sobre a Sociologia Escolar concentram-se nas Regiões Sul e Sudeste (75%) e; ii) a menor participação é das revistas sediadas na Região Norte (1%). Bodart e Cigales (2017) também observaram a importância da Região Sul e Sudeste na produção de teses e dissertações sobre a Sociologia Escolar.
A partir dos dados destacados nessa subseção, observamos que o número de periódicos dos estratos superiores que publicam artigos sobre Sociologia Escolar ainda é reduzido e que os dossiês foram importantes para que esse número não fosse ainda menor. Esse reduzido volume é ainda mais notório se observarmos os artigos publicados em periódicos classificados como A1. Evidenciou-se que o tema Sociologia Escolar esteve mais presente em periódicos avaliados nas áreas de Educação e Ensino como A1, se comparado com os periódicos avaliados nas áreas de Sociologia, Antropologia e Ciência Política. No caso das revistas avaliadas na área de Ciência Política, não há nenhum periódico A1 que tenha publicado artigo sobre Sociologia Escolar.
Passamos, nessa subseção, apresentar alguns dos elementos relacionados ao perfil dos autores que publicaram um ou mais artigos sobre a Sociologia Escolar em periódicos brasileiros de acesso aberto qualificados pelo sistema Qualis-Periódicos como pertencentes aos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino.
A produção dos 124 artigos envolveu 148 autores, tendo sido 68 artigos de autoria individual, 49 artigos produzidos por dois autores, 5 artigos por 3 autores e 2 por 4 autores. Assim, 45,1% dos artigos foram produzidos a partir de colaborações entre autores/pesquisadores.
Observamos, no presente levantamento, que 55% dos autores são do sexo feminino e 45% masculino, corroborando com os apontamentos da pesquisa realizada por Bodart e Cigales (2017) na qual evidenciaram a maior participação de mulheres (62,8% das autorias das dissertações e 84,7% das teses) no envolvimento com a temática Sociologia Escolar na produção de teses e dissertações.
A aproximação cotidiana com o objeto da pesquisa é, em muitos casos, determinante para fomentar o interesse em pesquisá-lo. Por isso, observamos o percentual de autores que cursaram Ciências Sociais; identificamos que 73,8% deles se formam nesse curso. Investigamos também o percentual de autores que fizeram licenciatura. Encontramos 42,2% licenciados em Ciências Sociais e 22,1% licenciados em outras áreas. Apenas 10,7% não cursaram licenciatura7. Eras (2014) ao observar o perfil dos autores dos livros coletâneas sobre o ensino de Sociologia destacou que seus perfis estão fortemente relacionados à educação. Buscamos, ainda, observar se os autores que se dedicam ao tema Sociologia Escolar já atuaram no ensino básico.
Gráfico 2: Experiência dos autores que publicaram artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino com a docência no Ensino Básico, Brasil, 1996-2017 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos sobre Sociologia Escolar e Plataforma Lattes. |
O Gráfico 2 evidencia que, dentre os currículos encontrados, 41% dos autores aturam no Ensino Básico. O fato de não encontrarmos informações de 12% dos autores nos impossibilita uma compreensão mais precisa da relação entre autoria e atuação como professor no Ensino Básico.
Por meio da Tabela 4 apresentamos a titulação dos autores no ano de publicação de seus artigos sobre Sociologia Escolar.
Tabela 4: Titulação dos autores que publicaram artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados no estrato superior nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Titulação/Área | Nº autores | |
---|---|---|
Doutorado em Sociologia | 29 | |
Doutorado em Educação | 26 | |
Doutorado em Ciências Sociais | 8 | |
Doutorado em Ciência Política | 3 | |
Doutorado em Antropologia Social | 2 | |
Doutorado outros | 9 | |
Total de Doutores | 77 | |
Mestrado em Educação | 16 | |
Mestrado em Sociologia | 11 | |
Mestrado em Ciências Sociais | 8 | |
Mestrado em Ciência Política | 3 | |
Mestrado outros | 7 | |
Total de Mestres | 45 | |
Graduados | 19 | |
Graduando | 1 | |
Não identificados | 6 | |
Total | 148 | |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar e Plataforma Lattes. |
A Tabela 4 nos mostra que maior parte dos autores (52%) eram doutores quando publicaram seus artigos sobre Sociologia Escolar em periódicos de estratos superiores avaliados nas áreas de Ciências Sociais, Educação e Ensino.
Observamos, ainda a partir dos dados da Tabela 4, que dentre os doutores, há predominância de doutores nas áreas de Sociologia (37,6%) e Educação (33,7%). Os autores que tinham, na data da publicação de seus respectivos artigos, titulação de mestre correspondem a 30,4% do total de autores, predominando mestres em Educação (16), seguido de mestres em Sociologia (11). Embora haja uma reduzida participação de autores que tinham apenas graduação, o percentual de mestres é elevado, indicando o interesse pela temática dos jovens pesquisadores.
Buscamos identificar o papel dos programas de pós-graduação para a produção de artigos sobre a Sociologia Escolar. O Gráfico 3 apresenta a vinculação dos autores aos programas, sejam como professores ou alunos.
Gráfico 3: Autores que publicaram artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, por a vinculação a Programas de Pós-Graduação, Brasil, 1996-2017 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos sobre Sociologia Escolar e Plataforma Lattes. |
Ainda que maior parte dos autores não estavam vinculados a programas de pós-graduação stricto sensu quando publicaram seus artigos aqui analisados, identificamos uma participação bastante significativa (45%).
Observando a participação dos 148 autores envolvidos na produção dos 124 artigos sobre a Sociologia Escolar publicados em periódicos de estratos superiores avaliados pelo sistema Qualis-Periódicos nas áreas das Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Educação e Ensino, notamos que 23 autores publicaram mais de um artigo, individualmente ou em coautoria. A Tabela 5 destaca os autores com maior número de publicação no conjunto desses artigos.
Tabela 5: Autores que publicaram três ou mais artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Autores que mais publicaram artigos | Quantitativo | |
---|---|---|
Amurabi Pereira Oliveira | 14 | |
Amaury Cesar Moraes | 5 | |
Simone Meucci | 4 | |
Cristiano das Neves Bodart | 3 | |
Daniel Gustavo Mocelin | 3 | |
Luiza Helena Pereira | 3 | |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
O fato de 21 autores (14,1%) terem publicado mais de um artigo evidencia que a Sociologia Escolar começa a ser tomada como agenda de pesquisa e não apenas como um objeto momentâneo analisado pelos pesquisadores, ainda que sejam poucos (6) os pesquisadores que tenham publicado três ou mais artigos, como demonstrado na tabela 5. Acreditamos que a recente ampliação do volume de artigos publicados por essa temática (o que destacaremos na próxima subseção) seja um dos fatores que colaboram para compreendermos essa configuração, assim como a proximidade dos autores com a Educação, seja por meio do processo formativo ou na atuação profissional.
Passamos nesta subseção observar os 124 artigos publicados nos periódicos de estratos superiores das áreas de Sociologia, Antropologia, Ciência Política, Educação e Ensino. Por meio do Gráfico 4 apresentamos a evolução do volume de publicação desses artigos.
Gráfico 4: Evolução do volume de artigos sobre Sociologia Escolar publicados em periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas de Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Educação e Ensino, Brasil, 1996-2017 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites das referidos periódicos. |
O Gráfico 4 demonstra uma ampliação recente no volume de artigos publicados em periódicos de estratos superiores nas áreas em questão, comportamento também observado por Bodart e Cigales (2017) ao mapearem a produção de teses e dissertações sobre o ensino de sociologia defendidas no Brasil, e por Röwer (2016) ao analisar o volume de trabalhos aceitos nos GTs do Congresso Brasileiro de Sociologia no período de 2005 a 2015. Todos esses dados apontam para uma crescente produtividade de pesquisas sobre a Sociologia Escolar. Dividindo o período observado, a ampliação de volume de publicações fica ainda mais visível. Observamos que o primeiro artigo encontrado foi publicado em 1996. De 1996 a 2006 observamos a publicação de apenas 8 artigos. No período de 2007 a 2017 encontramos a publicação de 116 artigos. Desta forma, podemos inferir que a ampliação do volume de artigos se deu, ainda que com irregularidades, a partir de 2007 quando a Sociologia já figurava no currículo de maior parte dos Estados brasileiros e após 2008 quando se tornou nacionalmente obrigatória.
Buscamos observar a regionalização do conjunto de artigos publicados nos periódicos aqui analisados. A Tabela 6 apresenta os dados.
Tabela 6: Distribuição dos artigos sobre Sociologia Escolar publicados em periódicos brasileiros de acesso aberto classificados no estrato superior nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, por região e estados brasileiros, 1996-2017
Nº. de | Total | % Univ. pú- | Participação | Variação Propor- | ||
---|---|---|---|---|---|---|
Regiões | Estados | artigos | por | blicas da Região | do | cional ao % de univ. |
publi- | região | em relação | total | públicas no | ||
cados | ao Brasil | Brasil | ||||
PR | 29 | |||||
SUL | RS | 23 | 68 | 22 | 54,4 | > 32,4 |
SC | 16 | |||||
CENTRO-OESTE | DF | 10 | 11 | 8,2 | 8,8 | > 0,6 |
GO | 1 | |||||
NORTE | PA | 1 | 1 | 13,7 | 0.8 | < 12,9 |
SP | 18 | |||||
SUDESTE | RJ | 4 | 25 | 32,1 | 20,1 | < 11,9 |
MG | 2 | |||||
ES | 1 | |||||
PB | 5 | |||||
CE | 4 | |||||
PE | 3 | |||||
NORDESTE | RN | 3 | 19 | 27,5 | 15,2 | < 12,3 |
MA | 2 | |||||
SE | 2 | |||||
BA | 1 | |||||
BRASIL | 124 | 124 | 100 | 100 | 100 | |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites dos periódicos em análise. |
Observando os dados da Tabela 6, é possível inferir que: i) o maior volume de artigos foi publicado a partir de periódicos sediados na Região Sul, enquanto que o menor volume foi na Região Norte; ii) se considerarmos a proporcionalidade das universidades públicas existentes em cada Região, vamos observar que apenas as Regiões Sul e Centro-Oeste apresentam maior produção proporcional e; iii) os estados brasileiros que mais publicaram artigos foram, respectivamente, o Paraná e o Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul foi apontado por Röwer (2016) como o estado que mais trabalhos teve aprovado nos Congressos Brasileiros de Sociologia. Para essa autora a existência de laboratórios de ensino de Ciências Sociais explicariam a maior participação. O Sul também apareceu na pesquisa de Bodart e Cigales (2017) com a Região brasileira que mais produziu teses e dissertações sobre a Sociologia Escolar.
Caregnato e Cordeiro (2014) ao observar um conjunto de 19 dissertações e teses defendidas entre 1998 a 2008 identificaram "três grandes tópicos". Seriam eles: i) a formação e atuação do profissional egresso das Ciências Sociais; ii) a relação entre a disciplina acadêmica e a disciplina Escolar e; as percepções que os atores possuem sobre Sociologia Escolar.
Handfas e Maçaira (2014) identificaram nas teses e dissertações defendidas até 2012 seis eixos: currículo, prática pedagógica, metodologia de ensino, concepções sobre a Sociologia Escolar, institucionalização e trabalho docente. Em estudo mais recente, Bodart e Cigales (2017) ao analisar as dissertações e teses produzidas entre 1996 a 2017 identificaram a significativa presença de duas outras temáticas: “formação docente” e “livros didáticos e manuais escolares”. Na mesma direção, no esforço de compreender as configurações das pesquisas sobre a Sociologia Escolar, buscamos observar quais os temas centrais dos artigos foram mais recorrentes. A Tabela 7 apresenta a classificação dos artigos por temas.
Tabela 7: Temas dos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Temas | N | % |
---|---|---|
Formação docente | 38 | 30,6 |
Prática docente | 29 | 23,3 |
Currículo/legislação | 16 | 12,9 |
História e institucionalização da Sociologia Escolar | 10 | 8,0 |
Percepção da prática docente da Sociologia | 13 | 10,4 |
Livros didáticos e manuais | 9 | 7,2 |
Estado da arte | 6 | 4,8 |
As condições do trabalho docente | 3 | 2,4 |
Total | 124 | 100 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
Os temas mais recorrentes, como se vê na Tabela 7, foram, respectivamente “formação docente” (30,6%), “prática docente” (23,3%) e “currículo/legislação” (12,9%). Poucos foram os artigos que se dedicaram a compreender o estado da arte e as condições do trabalho docente do professor de Sociologia. Nossa hipótese quanto a pouca presença de levantamentos do estado da arte está relacionada à recente ampliação de pesquisas sobre o tema. Quanto aos poucos artigos sobre as condições do trabalho docente, acreditamos que esteja relacionado a dificuldade em separar o que seria as condições do trabalho do professor de Sociologia das condições mais gerais que envolvem os demais professores e o sistema educacional.
Röwer (2016) ao observar as temáticas dos artigos apresentados nos Grupos de Trabalhos (GTs) do Congresso Nacional de Sociologia (2005-2015) identificou uma maior presença de pesquisas sobre “práticas docentes” (31%), “formação docente” (23%) e “institucionalização da Sociologia” (23%). Esses três tópicos estão entre os quatro temas que aqui identificamos como predominantes no conjunto dos 124 artigos analisados.
Quanto aos artigos que tratam da “formação docente”, identificamos que todos abordam a formação em nível de graduação, não sendo explorado outros níveis de formação, tais como a pós-graduação e a formação continuada.
Buscamos identificar que tipo de pesquisa predomina no conjunto dos 124 artigos. A Tabela 8 apresenta esses dados.
Tabela 8: Temas dos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, por tipo de pesquisa, 1996-2017
Tipo de pesquisa | N | % |
---|---|---|
Empírica | 39 | 31,4 |
Predominantemente Documental | 32 | 25,8 |
Revisão de literatura | 27 | 21,7 |
Relato de experiência | 26 | 20,9 |
Total | 124 | 100 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
Notamos, como se mostra na Tabela 8, a predominância de pesquisas marcadamente de caráter empírico (31,4%) e documental (25,8%). Os tipos de pesquisas menos recorrentes foram, respectivamente, a “revisão de literatura”, o que é explicado, em parte, por se tratar de uma temática recente, com bibliografia ainda reduzida e pouco consolidada, e o “relato de experiência”, tipo de produção que poucos periódicos científicos destinam espaços para publicação. Há duas situações que podem estar relacionadas ao tipo de pesquisa que vem sendo mais desenvolvida (empírica) em torno da Sociologia Escolar: i) a provável aproximação com o objeto de estudo, já que o percentual de autores licenciados é de 63,2% e de graduados em Ciências Sociais (bacharel e licenciado) é de 73,8% e; ii) a escassez de biografias especializadas consagradas para a realização de pesquisas bibliográficas.
Dos 124 artigos, 97 se apropriaram de algum tipo de coleta de dados. Apresentamos na Tabela 9 o tipo de coleta de dados utilizada por esses artigos.
Tabela 9: Temas dos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, por métodos de coleta de dados predominantes, 1996-2017
Método de coleta de dados | N | % |
---|---|---|
Levantamento Documental | 33 | 34,0 |
Observação Participante /Relato de Experiência | 26 | 26,8 |
Questionários | 14 | 14,4 |
Dados Disponíveis na *Internet* | 09 | 9,2 |
Entrevista | 12 | 12,3 |
Caderno de Campo/Etnografia | 2 | 2,0 |
Censo Escolar | 1 | 1,0 |
Total | 97 | 100 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
Em se tratando de coleta de dados, os autores se voltaram, predominantemente, para documentos (34%) e se utilizaram da observação participante/relatos de experiência (26,8%). Nota-se que o Censo Escolar vem sendo uma fonte pouco utilizada (1%), ainda que o Censo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) seja abrangente (nacional) e anualmente realizado8.
Observamos que dos 124 artigos, 33 deles tomaram algum sujeito como objeto de análise, estando ele relacionado à Sociologia Escolar. Na Tabela 10 destacamos a distribuições desses artigos por sujeitos objetos de análise.
Tabela 10: Distribuição dos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, por sujeitos principais tomados por objeto de estudo, 1996-2017
Sujeitos | N | % |
---|---|---|
Professores do Ensino Básico | 21 | 60,0 |
Alunos Secundaristas | 6 | 17,1 |
Graduando em Ciências Sociais | 6 | 17,1 |
Demais Universitários | 1 | 2,8 |
Pesquisadores do Ensino de Sociologia | 1 | 2,8 |
Total | 35 | 100 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
Quanto aos sujeitos pesquisados, em sua grande maioria (60%) foram professores do Ensino Básico. Os graduandos em Ciências Sociais representam apenas 17,1% desses artigos, o que nos chamou atenção, uma vez que “formação docente” é o tema mais recorrente dentre os 124 artigos (ver Tabela 7). Esses dois dados observados em conjunto evidenciam que a formação do professor de Sociologia vem sendo pensada sem dar devida relevância aos sujeitos em formação (graduandos).
A presença dos professores do Ensino Médio como sujeitos principais de 60% das pesquisas se explica pelo grande número de artigos voltados à “prática docente” (ver Tabela 7), demandando como estratégia de pesquisa voltar-se para esses professores.
Nos detivemos aos 16 artigos cujo tema principal foi o currículo e/ou a legislação, como se vê os dados na Tabela 11.
Tabela 11: Documentos/legislações abordadas pelos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Currículo/Legislação (documentos oficiais) | N | % |
---|---|---|
Documentos Estaduais | 6 | 37,5 |
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) | 3 | 18,7 |
Lei 11.684 (Lei de reintrodução da sociologia no EM) | 2 | 12,5 |
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) | 2 | 12,5 |
Orientações Curriculares de Ciências Humanas | 2 | 12,5 |
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio | 1 | 6,2 |
Total | 16 | 100 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
Os estudos focados no currículo e na legislação em torno do ensino de Sociologia se voltam para análises de 5 documentos, além das legislações estaduais relacionadas ao ensino de Sociologia; estas sendo as mais abordadas pelos artigos em análise (37,5%).
Quanto aos artigos que tiveram o livro didático e/ou os manuais escolares como foco principal de abordagem, a maioria deles se volta para os livros didáticos mais recentes, como se vê na Tabela 12.
Tabela 12: Livros didáticos abordadas pelos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Foco de Abordagem | N | % |
---|---|---|
Livros didáticos de 2012-atual | 6 | 66,6 |
Livros didáticos de 2004-2015 | 1 | 11,1 |
Manuais do período de 1930-1945 | 1 | 11,1 |
Cartilha Brasileira do Aprendiz de Sociólogo 1954 | 1 | 11,1 |
Total | 9 | 100 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
Os dados até o momento apresentados nos possibilitam ter maior clareza do que vem sendo publicados em periódicos de estratos superiores avaliados nas áreas de Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Educação e Ensino. Nos importa agora, na subseção posterior, observar quais são as referências desses artigos.
Julgamos importante compreender as bases bibliográficas que fundamentaram os 124 artigos, bem como identificar os tipos de fontes utilizadas. Ao todo, considerando repetições, foram 2709 referências, distribuídas em diversos tipos de fontes, como demonstra a Tabela 13:
Tabela 13: Referências/fontes dos 124 artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Tipo de obra referenciada | N | % |
---|---|---|
Livros | 828 | 30,56 |
Artigos científicos | 697 | 25,73 |
Livros coletânea | 429 | 15,84 |
Documentos oficiais | 406 | 14,99 |
Dissertações de mestrado | 150 | 5,54 |
Trabalhos em anais e grupos de trabalhos de eventos | 69 | 2,55 |
Tese de doutoramento | 30 | 1,11 |
Material de site | 22 | 0,81 |
Material impresso/texto mimeo | 19 | 0,70 |
Trabalho apresentado em evento | 16 | 0,59 |
Grupo de pesquisa | 7 | 0,26 |
Monografia de graduação | 5 | 0,18 |
Entrevista | 5 | 0,18 |
Matéria apresentada na TV | 4 | 0,15 |
Palestra e conferência | 3 | 0,11 |
Comunicação para os alunos | 1 | 0,04 |
Caderno de resumo | 1 | 0,04 |
Boletim do sindicato | 1 | 0,04 |
Relatório de pesquisa | 1 | 0,04 |
Roteiro | 1 | 0,04 |
Questionário | 1 | 0,04 |
Vídeo disponíveis na internet | 1 | 0,04 |
Filme | 1 | 0,04 |
Não identificado | 11 | 0,41 |
Total | 2709 | 100 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) | ||
e sites dos periódicos que publicaram artigos sobre Sociologia Escolar | ||
e os 124 artigos sobre Sociologia Escolar publicados nesses periódicos. |
Os três principais tipos de referências são livros (30,5%), artigos publicados em periódicos acadêmicos (25,7%) livros coletânea (15,8%) e dissertações de mestrado (14,9%). Nos chamou a atenção a significativa participação dos livros coletânea, isso por conta do número ainda reduzido desse tipo de publicação. Em 2014, Eras (2014) afirmava que apenas 29 livros haviam sido publicados até então e esse número hoje não é muito maior do que isso.
Buscamos observar quais livros, artigos, livros coletâneas e dissertações foram mais vezes utilizadas como referência. Na Tabela 14 destacamos os livros, os artigos, os livros coletânea e as dissertações e teses mais referenciados pelos 124 artigos em análise.
Tabela 14: Os livros, livros coletâneas, dissertações/teses e artigos, referenciados 10 ou mais vezes nos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Obras | Autor(es) ou orhanizador(es) | N |
---|---|---|
Livros | ||
A imaginação sociológica (1969) | Charles Wright Mills | 13 |
Sociologia (2005) | Anthony Giddens | 10 |
Livros coletâneas | ||
Sociologia e ensino em debate: experiências e discussão de sociologia no ensino médio (2004) | Lejeune Mato Grosso de Carvalho (UMP-SP) | 46 |
A sociologia vai à escola: história, ensino e docência (2009) | Anita Handfas (UFRJ) e Luiz Fernandes de Oliveira (UFRRJ) | 31 |
História das ciências sociais no Brasil (1989) | Sérgio Miceli (USP) | 17 |
Coleção Explorando o ensino de Sociologia (2010) | Amaury César Moraes (USP) | 16 |
Sociologia e juventude no ensino Médio: formatação, PIBID e outras experiências (2013) | Danyelle Nilin Gonçalves (UFC) | 11 |
Dilemas e Perspectivas da Sociologia na Educação Básica (2012) | Anita Handfas (UFRJ) e Julia Polessa Maçaira (UFRJ) | 10 |
Obras | Autor(es) ou orhanizador(es) | N |
Teses / dissertações | ||
A Sociologia no Ensino Médio: o que pensam os professores da rede pública do Distrito Federal. Brasília (dissertação, 2002). | Mário Bispo dos Santos (SEEDF) | 22 |
A institucionalização da Sociologia no Brasil: os primeiros manuais e cursos (dissertação, 2000). | Simone Meucci (UFPR) | 15 |
A sociologia volta à escola: um estudo dos manuais de sociologia para o ensino médio no Brasil (dissertação, 2004). | Flávio Marcos Silva Sarandy (UFF) | 11 |
Artigos (publicados em periódicos científicos) | ||
Licenciatura em ciências sociais e ensino de sociologia: entre o balanço e o relato (2003) | Amaury Moraes (USP) | 30 |
Ensino de sociologia: periodização e campanha pela obrigatoriedade (2011) | Amaury Moraes (USP) | 15 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites dos periódicos que | ||
publicaram artigos sobre Sociologia Escolar. |
Dentre as obras que apareceram 10 ou mais vezes no conjunto das referências dos 124 artigos notamos que: i) é um volume reduzido, principalmente de livros e artigos publicados em periódicos científicos, o que evidencia que a produção é originária de grande variedade de obras, reforçando o fato de ter sido mobilizado ao todo 2709 referências; ii) maior parte dos autores referências são da Região Sudeste e; iii) as obras, em cada umas das tipologias, mais citadas são pioneiras nos estudos da Sociologia Escolar (livro coletânea, de 2004, dissertação de 2002 e artigo de 2003).
Dentre os artigos mais referenciados que constituem livros coletânea, a maior presença é do artigo de Silva (2010), como se observa na Tabela 15.
Tabela 15: Os artigos dos livros coletâneas mais referenciados nos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, Brasil, 1996-2017
Titulo do Artigo | Autor do artigo | Livro Coletânea | N |
---|---|---|---|
O ensino das Ciências Sociais/Sociologia no Brasil: histórico e perspectivas (2010) | Ileizi L. Fiorelli Silva | Coleção Explorando o ensino de Sociologia | 12 |
Formação dos professores de Sociologia: um debate em aberto (2012) | Anita Handfas | Dilemas e Perspectivas da Sociologia na Educação Básica | 7 |
Viver e interpretar o mundo social: para que serve o ensino da Sociologia? (2013) | Bernard Lahire | Sociologia e juventude no Ensino Médio: formação, PIBID e outras experiências | 5 |
Desafios para a Implantação do Ensino da Sociologia na Escola Média Brasileira (2009) | Amaury Moraes | A Sociologia Vai à Escola: história, ensino e docência | 4 |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio 2013-2016) e sites dos periódicos que | |||
publicaram artigos sobre Sociologia Escolar. |
O artigo O ensino das Ciências Sociais/Sociologia no Brasil: histórico e perspectivas, de Ileizi L. Fiorelli Silva (2010), compõe uma obra coletânea financiada pelo Ministério da Educação destinada aos professores do Ensino Médio, tendo sido amplamente divulgado e distribuído nas escolas públicas do país, apresentando uma das exposições pioneiras da história do ensino da Sociologia Escolar, o que, em parte, explica ter sido o artigo de livro coletânea mais referenciado.
Por fim, na Tabela 16, destacamos os 10 autores mais citados dentre as referências dos 124 artigos aqui analisados.
Tabela 16: Os autores mais referenciados nos artigos sobre Sociologia Escolar publicados nos periódicos brasileiros de acesso aberto classificados nos estratos superiores nas áreas das Ciências Sociais, Educação e Ensino, 1996-2017
Autores mais citados | N | |
---|---|---|
Amaury Moraes | 93 | |
Pierre Bourdieu | 64 | |
Amurabi Oliveira | 56 | |
Anita Handfas | 46 | |
Simone Meucci | 42 | |
Mário Bispo dos Santos | 38 | |
Flávio Sarandy | 36 | |
Ileizi Luciana Fiorelli Silva | 30 | |
Florestan Fernandes | 29 | |
Nelson Tomazi | 24 | |
Fonte: Site Sucupira, avaliação Qualis-Periódicos (quadriênio | ||
2013-2016) e sites dos periódicos que publicaram artigos | ||
sobre Sociologia Escolar. |
A partir dos dados expostos na Tabela 16, podemos inferir que: i) predomínio de referência a autores que estiveram envolvidos com a temática do ensino de Sociologia antes de sua reintrodução, em 2008, e envolvidos nos principais eventos acadêmicos sobre o ensino de Sociologia; ii) dentre os teóricos, o destaque é para Pierre Bourdieu, sociólogo que dedicou parte considerável de sua carreira a estudar os mecanismos de reprodução social do sistema educacional francês, assim como a constituição do campo científico.
A proposta do presente artigo foi compreender de que forma o tema Sociologia Escolar marca presença nos periódicos de estratos superiores avaliados pela Capes nas áreas de Sociologia, Ciência Política e Antropologia. Observamos que 124 artigos foram publicados em 52 revistas e que os dossiês foram espaços importantes para a publicização da temática.
Dentre os autores, notamos a maior presença de doutores nas Sociologia e Educação e mestres em Educação e que os possuíram vínculos, ou de formação ou de experiência profissional, com a Educação básica. Para a produção dos artigos foram mobilizados 148 autores, dos quais 55% são do sexo feminino e 45% masculino. Quase metade da produção foi realizada a partir de coautorias, o que julgamos colaborar para o fortalecimento dessa área de pesquisa.
Evidenciamos que há uma ampliação do volume de artigos, ainda que com irregularidades, a partir de 2007 quando a Sociologia já figurava no currículo de maior parte dos Estados brasileiros.
Maior parte dos artigos publicados nos periódicos qualificados como A1 (o mais alto estrato do sistema Qualis-Periódicos) o foram em revistas assim qualificadas nas áreas de Educação e Ensino. Os periódicos A1 na área de Ciência Política não tiveram nenhuma participação no volume dos artigos publicados. Os periódicos que mais publicaram artigos sobre a Sociologia Escolar estão concentrados nas Regiões Sul e Sudeste, e as principais referências desses artigos são obras de autores residentes na Região Sudeste.
Quanto aos temas, identificamos ser os mais recorrentes, respectivamente, “formação docente”, “prática docente” e “currículo/legislação”. Essas temáticas são reflexos da recém reintrodução da disciplina. Maior parte das pesquisas são predominantemente de caráter empírico e documental. Os tipos menos recorrentes são, respectivamente, a “revisão de literatura”; reflexo de uma temática recente e pouco consolidada e do pouco espaços para a publicação de relatos de experiência docente nos periódicos de estratos superiores. Observamos, ainda, que o principal sujeito das pesquisas não os professores do Ensino Básico.
Quanto aos tipos de obras referenciadas pelos 124 artigos, a maioria são livros e artigos publicados em periódicos acadêmicos, sendo maior parte dos autores referenciados da Região Sudeste e as obras mais usadas são os trabalhos pioneiros.
Os dados que aqui apresentamos corroboram para a compreensão de um subcampo de pesquisa que parece, ainda que de forma inicial, a se consolidar e ocupar espaço nos principais meios de divulgação científica das áreas das Ciências Sociais e da Educação. A presente pesquisa não esgota as faces dos estudos em torno da Sociologia Escolar e suas nuanças, sendo necessário estudos complementares, sobretudo para trazer elementos que venham a explicar as formas (ou configurações) que a presente pesquisa evidenciou.
CAREGNATO, Célia Elizabete; CORDEIRO, Victoria Carvalho. Campo Científico-Acadêmico e a Disciplina de Sociologia na Escola. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 1, p. 39-57, jan./mar. 2014. Disponível em: www.scielo.br. Acesso em: fev. 2018.
BODART, Cristiano das Neves; CIGALES, Marcelo Pinheiro. Ensino de Sociologia no Brasil (1993-2015): um Estado da Arte na Pós-Graduação. Revista de Ciências Sociais. Fortaleza, v. 48, n. 2, p. 256-281, jul./dez., 2017. Disponível em: www.periodicos.ufc.br. Acesso em: jan. 2018.
BODART, Cristiano das Neves; SILVA, Roniel Sampaio da. Um “Raio-X” do professor de Sociologia brasileiro: condições e percepções. Estudos de Sociologia. v. 2, n. 22, 2016. Disponível em: www.revista.ufpe.br. Acesso em: jan. 2018.
ERAS, Lígia Wilhelms. Trajetórias, travessias e produtores: sociologias, conhecimentos e os autores dos livros coletâneas sobre o ensino de Sociologia na Educação Básica. Revista Brasileira de Sociologia, vol. 02, nº. 03, jan./jun., 2014. Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso em: jan. 2018.
ERAS, Wilhelms; OLIVEIRA, Ricardo Costa de. Uma Sociologia dos Livros Coletâneas sobre o ensino de Sociologia na Educação Básica (2008-2013). In: OLIVEIRA, Evelina Antunes F. de; OLIVEIRA, Amurabi. (Orgs.). Ciências Sociais e Educação: um reencontro marcado. Edufal: Maceió, 2015.
HANDFAS, Anita. O estado da arte do ensino de Sociologia na Educação Básica: um levantamento preliminar da produção acadêmica. Revista Inter-legere. n. 9, 2011. Dispinível em: periodicos.ufrn.br Acesso em: jan. 2018.
HANDFAS, Anita; MAÇAIRA, Julia Polesssa. O Estado da arte da produção científica sobre o ensino de Sociologia na educação básica. In: HANDFAS, Anita; MAÇAIRA, Julia Polesssa; FRAGA, Alexandre Barbosa (Orgs.). Conhecimento escolar e ensino de Sociologia: instituições, práticas e percepções. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2015.
NEUHOLD, Roberta. A produção científica sobre o ensino de Sociologia: grupos e linhas de pesquisa no Brasil (2000-2013). In: OLIVEIRA, Evelina Antunes F. de; OLIVEIRA, Amurabi (org.). Ciências Sociais e educação: um reencontro marcado. Maceió: Edufal, 2015. p. 103- 123.
OLIVEIRA, Amurabi. Um balanço sobre o campo do ensino de sociologia no Brasil. Em Tese. v. 12, n. 2, 2015. Disponível em: periodicos.ufsc.br. Acesso em: jan. 2018.
RÖWER, Joana Elisa. Estado da arte: Dez anos de Grupos de Trabalho (GTs) sobre ensino de Sociologia no Congresso Brasileiro de Sociologia (2005-2015). Civitas, Porto Alegre, v. 16, n. 3, 126-147, jul./set., 2016. Disponível em: revistaseletronicas.pucrs.br. Acesso em: jan. 2018.
Sites eletrônicos consultados
Plataforma Lattes. Disponível em: http://lattes.cnpq.br. Acessado em: fev. 2018.
Sucupira: Disponível em: sucupira.capes.gov.br. Acessado em: fev. 2018.
É mais recorrente o uso da expressão ensino de Sociologia para referir-se aos estudos que tratam de questões relacionadas a essa disciplina. Contudo, “artigos sobre ensino de Sociologia” pode induzir a compreensão de que as abordagens se voltam apenas para a ação, para a prática, para o ensino. Por isso, optamos por utilizar a expressão “Sociologia escolar” por julgar ser mais abrangente. Assim, ao afirmarmos que são “artigos sobre a Sociologia escolar”, estamos nos referindo às abordagens que não se limitam à ação da prática docente, mas também, diversas questões relacionadas ao objeto “Sociologia escolar”, tais como os conteúdos, os recursos didáticos, a formação docente, as pesquisas históricas etc.↩
Site público mantido pela CAPES para consulta do Qualis dos periódicos. Disponível em: sucupira.capes.gov.br. Acesso em: fev. 2018.↩
Como cada área possui regras próprias, na área de Sociologia considera-se estratos superiores apenas A1, A2 e B1. Nas demais áreas analisadas A1, A2, B1 e B2.↩
A Plataforma Lattes é uma plataforma virtual criada e mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela qual integra as bases de dados de currículos dos pesquisadores. Disponível em: buscatextual.cnpq.br. Acesso em: fev. 2018.↩
As avaliações realizadas pelo sistema Qualis-Periódicos separam, como esperado, as grandes áreas das Ciências Sociais. Contudo, embora tenhamos buscado as avaliações em separado da Sociologia, da Antropologia e da Ciência Política, usaremos o termo Ciências Sociais para designar essas três áreas a fim de tornar a leitura mais fluida.↩
Mesmo ofertando apenas o mestrado, no qual há uma linha de pesquisa voltada ao ensino de Sociologia.↩
Informamos que 21,4% dos autores não possuíam currículo lattes durante o período da coleta dos dados, o que impossibilitou a identificação do curso.↩
O artigo de Bodart e Silva (2016) é um exemplo da potencialidade de usos do Censo Escolar realizado pelo INEP, sobretudo conjugado com outras fontes de pesquisas.↩
Resumo:
Pretende-se mapear o estado da arte da produção científica em torno do tema “Sociologia Escolar” presente nos periódicos avaliados nas áreas de Sociologia, Antropologia, Ciência Política, Educação e Ensino pelo sistema Qualis como integrantes dos estratos superiores. Dentre os resultados, nota-se crescente produção, cujos autores são em maioria do sexo feminino, doutores em Sociologia e Educação. Em se tratando de periódicos A1, àqueles avaliados na área de Educação se destacam. Os temas mais recorrentes são “formação docente”, “prática docente” e “currículo/legislação”. A Sociologia Escolar, enquanto objeto de pesquisa, começa a ocupar espaço nos principais meios de divulgação científica das áreas das Ciências Sociais e da Educação.
Palavras-chave:
Sociologia Escolar; Produção Científica; Estado da Arte; Qualis.
Abstract:
We intend to map the state of the art of scientific production around the theme “School Sociology” present in the journals evaluated in the areas of Sociology, Anthropology, Political Science, Education and Teaching by the Qualis system as members of the upper levels. Among the results it is noticed an increasing production, whose authors are mostly females, with doctorates in Sociology and Education. In the case of A1 journals, those evaluated in the area of Education have a prominent role. The most recurrent themes are “teacher training”, “teaching practice” and “curriculum / legislation”. The school sociology, as an object of research, has begun to occupy space in the principal means of scientific dissemination in the areas of Social Sciences and Education.
Keywords:
School Sociology; Scientific production; State of art; Qualis.
Recebido para publicação em 24/02/2018
Aceito em 23/10/2019