A vitamina D em pacientes críticos: uma revisão da literatura

Autores

  • Valdevino Pedro Messias Neto Universidade Federal de Campina Grande
  • Lucian Batista de Oliveira Universidade Federal de Campina Grande
  • José Olivandro Duarte de Oliveira Universidade Federal de Campina Grande

DOI:

https://doi.org/10.20513/2447-6595.2019v59n3p48-52

Palavras-chave:

Vitamina D, Cuidados Críticos, Deficiências Nutricionais

Resumo

A vitamina D é lipossolúvel e tem suas ações influenciadas por numerosos moduladores, sendo indispensável para saúde esquelética, neurológica, imunológica e cardiovascular, havendo cada vez mais apontamentos de que a hipovitaminose D aumenta o risco de morbimortalidade hospitalar. Este trabalho objetivou realizar uma revisão da literatura recente, com estudos publicados entre 2009 e 2018 em importantes bancos de dados de saúde, sobre a deficiência da vitamina D em pacientes críticos e as suas possíveis consequências. Utilizou-se os descritores “cuidados críticos” and “vitamina D”. Foram selecionados 8 trabalhos. Constatou-se maiores índices da deficiência nutricional nos pacientes em terapia intensiva do que em pacientes hígidos, em diferentes faixas etárias, havendo sugestão de que a hipovitaminose estaria associada a maiores taxas de mortalidade. A suplementação da vitamina D nessas condições ainda não foi amplamente estudada, mas observa-se uma tendência a ser benéfica, não trazendo eventos adversos. Conclui-se que a hipovitaminose D provavelmente está associada a piores desfechos clínicos em pacientes graves, mostrando a necessidade de grandes estudos multicêntricos randomizados para comprovação da necessidade da sua investigação e da sua correção.

Biografia do Autor

Valdevino Pedro Messias Neto, Universidade Federal de Campina Grande

Título de especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Docente da Universidade Federal de Campina Grande.

Lucian Batista de Oliveira, Universidade Federal de Campina Grande

Graduando em Medicina pela Universidade Federal de Campina Grande.

José Olivandro Duarte de Oliveira, Universidade Federal de Campina Grande

Graduando em Medicina pela Universidade Federal de Campina Grande.

Referências

Guimarães HP, Assunção MSC, Carvalho FB, Japiassú AM, Veras KN, Nácul FE, et al. Manual de Medicina Intensiva AMIB. São Paulo: Atheneu, 2014.

Fontoura CSM, Cruz DO, Londero LG, Vieira RM. Avaliação nutricional de paciente crítico. Rev. bras. ter. intensiva [Internet]. 2006. [citado 2018 Maio 21]; 18(3):298-306. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2006000300013.

Manzanares W, Dhaliwal R, Jiang X, Murch L, Heyland DK. Antioxidant micronutrients in the critically ill: a systematic review and meta-analysis. Crit Care. 2012;16(2):R66.

Jensen GL, Wheeler D. A new approach to defining and diagnosing malnutrition in adult critical illness. Curr Opin Crit Care. 2012;18:206-11.

Marino PL. Compêndio de UTI. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2015.

Amrein K, Oudemans HMO, Berger MM.Vitamin therapy in critically ill patients: focus on thiamine, vitamin C, and vitamin D. Intensive Care Med. 2018 Mar 8 [Epub ahead of print]. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00134-018-5107-y.

De Pascale G, Antonelli M, Quraishi SA. Vitamin D, Hospital-Acquired Infections and Mortality in Critically Ill Patients: Emerging Evidence. In: Vincent JL, editor. Annual Update in Intensive Care and Emergency Medicine 2017. Cham: Springer International Publishing; 2017. p. 169-183.

Harvey RA, Ferrier DR. Bioquímica Ilustrada. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2012.

Borba VZA, M NCP, Moreira CA. Deficiência de Vitamina D | Por que, Quando e Como Tratar?. In: Vilar L, editor. Endocrinologia Clínica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016. p. 1029-1036.

Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (São Paulo); 2010. 8 (1):102-6.

De Pascale G, Vallecoccia MS, Schiattarella A, Di Gravio V, Cutuli SL, Bello G, et al. Clinical and microbiological outcome in septic patients with extremely low 25-hydroxyvitamin D levels at initiation of critical care. Clin Microbiol Infect. 2016;22(5)456e7–456e13.

Cecchi A, Bonizzoli M, Douar S, Mangini M, Paladini S, Gazzini B, et al. Vitamin D deficiency in septic patients at ICU admission is not a mortality predictor. Minerva Anestesiol. 2011;77(12);1184-9.

Arnson Y, Gringauz I, Itzhaky D, Amital H. Vitamin D deficiency is associated with poor outcomes and increased mortality in severely ill patients. QJM. 2012;105(7):633-639.

Braun AB, Gibbons FK, Litonjua AA, Giovannucci E, Christopher KB. Low serum 25-hydroxyvitamin D at critical care initiation is associated with increased mortality. Crit Care Med. 2012;40(1):63-72.

Rey C, Sánchez-Arango D, López-Herce J, Martínez-Camblor P, García-Hernández I, Prieto B, et al. Vitamin D deficiency at pediatric intensive care admission. J. Pediatr. (Rio J.). 2014;90(2):135-42.

Hélard L, Mateus-Hamdan L, Beauchet O, Annweiler C. Hypovitaminosis D in Geriatric Acute Care Unit: A Biomarker of Longer Length of Stay. Dis Markers. 2013;35(5):525-9.

Mata-Granados JM, Vargas-Vasserot J, Ferreiro-Vera C, de Castro MDL, Pavón RG, Gomez JMQ. Evaluation of vitamin D endocrine system (VDES) status and response to treatment of patients in intensive care units (ICUs) using an on-line SPE-LC-MS/MS method. J Steroid Biochem Mol Biol. 2010;121(1-2)452-5.

Putzu A, Belletti A, Cassina T, Clivio S, Monti G, Zangrillo A, et al. Vitamin D and outcomes in adult critically ill patients. A systematic review and meta-analysis of randomized trials. J Crit Care. 2017;38:109-14.

Downloads

Publicado

2019-09-13

Edição

Seção

ARTIGOS DE REVISÃO