Perfil de resistência aos antimicrobianos e prevalência da produção de beta-lactamases de espectro estendido em cepas de Escherichia coli em um hospital terciário do Ceará, Brasil (2010 – 2013)<br>doi: 10.20513/2447-6595.2016v56n1p8-13

Autores

  • Kathiane Lustosa Augusto Universidade Federal do Ceará
  • Andrea Goiana Martins Universidade Estadual do Ceará
  • Leonardo Robson Pinheiro Sobreira Bezerra Universidade Federal do Ceará
  • Jose Ananias Vasconcelos Neto Universidade Federal do Ceará
  • Camila Teixeira Moreira Vasconcelos Universidade Federal do Ceará
  • Sara Arcanjo Lino Karbage Universidade de Fortaleza
  • Thales Wellington Menezes Ferreira Universidade Estadual do Ceará
  • Nathália Cabó Façanha Universidade Estadual do Ceará
  • Erika Perdigão Ogawa Universidade Federal do Ceará
  • Andreisa Paiva Monteiro Bilhar Universidade Federal do Ceará
  • Evelyne Santana Girão Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.20513/2447-6595.2016v56n1p8-13

Palavras-chave:

Infecções urinárias. Saúde da mulher. Coleta de urina. Testes de sensibilidade microbiana. Farmacorresistência bacteriana.

Resumo

OBJETIVOS: A resistência bacteriana aos antimicrobianos comumente utilizados na prática médica para tratamento das infecções do trato urinário (ITU) vem crescendo nos últimos anos, acarretando maiores gastos com a saúde da mulher. Os objetivos deste estudo são traçar o perfil epidemiológico dos uropatógenos e o perfil de susceptibilidade antimicrobiana desses microorganismos nas urinoculturas positivas de mulheres, acima de 18 anos, atendidas ambulatorialmente em um hospital terciário de Fortaleza entre os anos de 2010 a 2013, além de prover um perfil da produção da enzima beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) nas cepas de E. coli isoladas nos anos de 2010 a 2012. METODOLOGIA: Realizado estudo retrospectivo transversal no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), coletando-se um total de 2.852 urinoculturas e obtendo-se dados acerca da prevalência de uropatógenos e o perfil de susceptibilidade antimicrobiana destes microorganismos. A identificação das espécies bacterianas e testes de antibiograma foram realizados utilizando-se a metodologia automatizada Vitek 2 ( bioMérieux). A produção de betalactamases de espectro estendido também foi detectada pelo Vitek 2, seguindo os critérios do CLSI (Clinical Laboratory Standards Institute).  RESULTADOS: Do total 2.852 urinoculturas positivas, 1.193 (41,8%) eram de mulheres com idade superior a 18 anos de demanda ambulatorial. Dessas amostras, Escherichia coli foi o agente mais prevalente (59,8%). Observa-se incidência crescente isolamento de E. coli durante o período estudado (p<0.001).  As cepas de E. coli encontradas  apresentaram  taxas elevadas de resistência para ampicilina (de 52 a 67%) , sulfametoxazol-trimetropim ( 43 a50%) , ciprofloxacino ( 26 a 35%) e cefalotina ( 22 a 30%) no período estudado. Do total de 713 cepas de E. coli isoladas, 71 (9,9%) foram produtoras ESBL. Observou-se importante  tendência  de crescimento  no período avaliado, variando de 10,7% em 2010 a 18,6% em 2012. CONCLUSÕES: E. coli foi o principal agente de infecção urinária em mulheres adultas na comunidade, com elevadas taxas de resistência aos antimicrobianos mais utilizados.As taxas crescentes de produção de ESBL por esse patógena são alarmantes, dificultando o tratamento dessas infecções.

Biografia do Autor

Kathiane Lustosa Augusto, Universidade Federal do Ceará

Mestre em Ciências Clínico-cirúrgicas da Universidade Federal do Ceará

Andrea Goiana Martins, Universidade Estadual do Ceará

Estudante de Medicina da Universidade Estadual do Ceará

Leonardo Robson Pinheiro Sobreira Bezerra, Universidade Federal do Ceará

Professor do Magistério Superior, Adjunto-A da Universidade Federal do Ceará,40h, Departamento de Saúde Materno-infanti (2014)l. Professor da Pós Graduação em Cirurgia da Universidade Federal do Ceará. Atualmente é Supervisor da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia da Maternidade Escola Assis Chateubriand da UFC. Ocupa o cargo junto à Gerência de Atenção à Saúde, do Hospital, Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará, filial da Ebserh. Foi membro da Comissão de Ensino e Avaliação da FEBRASGO-AMB. Possui Doutorado em Ciências da saúde (Ginecologia) (2006) e Mestrado em Ciências da saúde (2002) ambos pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo com área de concentração em Uroginecologia e Cirurgia Vaginal. Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (1995) e Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal do Ceará (1999). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO (1999) e Certificado de Atuação em Urodinâmica e Uretrocistoscopia (2001). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Ginecologia e Obstetrícia, atuando em Uroginecologia e disfunção do assoalho pélvico, Laparoscopia Ginecológica, Cirurgia Vaginal, Endometriose, Prolapso geital, incontinência urinária feminina, urodinâmica feminina.

Jose Ananias Vasconcelos Neto, Universidade Federal do Ceará

Mestre em Tocoginecologia pela Universidade Federal do Ceará

Camila Teixeira Moreira Vasconcelos, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Estadual do Ceará (2002), Mestrado (2009) e Doutorado em Enfermagem (2012) pela Universidade Federal do Ceará. Atualmente é Professor Adjunto A2 da Universidade Federal do Ceará. Possui 24 artigos publicados em periódicos especializados. É vice-coordenadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva (NEPPSS), grupo certificado pelo CNPq. Atualmente, tem um projetos financiados pelo CNPq. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Saúde da Mulher, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde sexual e reprodutiva, prevenção de câncer cérvico-uterino e disfunções do assoalho pélvico.

Sara Arcanjo Lino Karbage, Universidade de Fortaleza

Mestre em Saúde Pública pela Universidade de Fortaleza

Thales Wellington Menezes Ferreira, Universidade Estadual do Ceará

Estudante de Medicina da Universidade Estadual do Ceará

Nathália Cabó Façanha, Universidade Estadual do Ceará

Médica pela Universidade Estadual do Ceará

Erika Perdigão Ogawa, Universidade Federal do Ceará

Médica pela Universidade Federal do Ceará

Andreisa Paiva Monteiro Bilhar, Universidade Federal do Ceará

Ginecologista especialista em Uroginecologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

Evelyne Santana Girão, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (1997), Residência em Clínica Médica no Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará (2000), Residência em Infectologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo- FMUSP (2003), Especialização em Infecção Hospitalar pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2004) e Mestrado em Ciências Médicas pelo programa de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Unversidade de São Paulo- FMUSP (2006). Atualmente é preceptora do Programa de Residencia Médica de Infectologia do Hospital São José de Doenças Infecciosas do Estado do Ceará. É médica infectologista do Hospital Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará desde 2003 e Presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Regional da UNIMED-Fortaleza desde 2006.Tem experiência na área de infectologia, com ênfase em Infecção Hospitalar e infecção em pacientes imunossuprimidos, especialmente em pacientes transplantados de órgãos sólidos.

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Publicado

2016-06-30

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS