Brasil, além do ressentimento
Resumo
Os modos de subjetivação brasileira são aqui analisados, tendo como foco os velhos motes depreciativos acerca do país e de seus habitantes, queixas em plena atividade ainda hoje. Nesta cartografia, destacamos colonizador e colono como marcas, que não devem ser essencializadas, mas pesquisadas em suas atualizações. De um lado, elas se atualizam num circuito niilista comandado por forças reativas, que redundam num modo dramático de subjetivação, de onde emerge a produção de enunciados queixosos acerca dos brasileiros e do país. Por outro lado, encontramos a atualização de tais marcas num modo trágico de subjetivação, que aparece como uma capacidade de criar e recriar a si e ao mundo. O estudo não propõe um par antitético, o bom e o mau Brasil, mas acentua a necessidade de desinflar o niilismo como resistência à máquina capitalística no país, em tempos de globalização.
Palavras-chave: Subjetivação brasileira. Marcas. Capitalismo. Niilismo.