SARTRE E O ATEÍSMO: DEBATE SOBRE O CONCEITO DE ASSEIDADE
DOI:
https://doi.org/10.36517/2025n36id95732Palavras-chave:
Sartre, Gabriel Marcel, Ateísmo, AsseidadeResumo
Embora o ateísmo de Jean-Paul Sartre seja declarado sem reservas, convém justificá-lo de forma a compreender seus argumentos. Sobre o que ele se funda? De que tipo de ateísmo se trata? O que ele quer nos transmitir? Para responder a estas perguntas, tomaremos como baliza o debate entre Sartre e Gabriel Marcel. A questão de fundo tematiza o conceito de “asseidade”. Proveniente do latim escolástico, “aseitas” é a composição subjetivada de “ens a se”, “ser para si”. Para Sartre, o homem representa o ser para si, pois, dotado de consciência, deve assumir a nadificação e criar valores essenciais à existência. Para Gabriel Marcel, no entanto, assim como para a tradição escolástica, só Deus é ser para si, e não convém ao homem tomar para si o que é d´Ele. A partir da diferença de compreensão deste conceito encontramos a defesa do ateísmo, por parte de Sartre, e a defesa da fé e da religião como forma de conexão com o absoluto, por parte de Gabriel Marcel. Depois de bem estabelecer os pontos do debate, fica claro o partido de Sartre, pois não se trata da existência ou não de Deus, mas do homem em sua indeterminação e drama constitutivo.
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