AS MULHERES DE ARISTÓFANES E O HELENÃO

Resumo

O teatro grego apresentava uma função eminentemente política e pedagógica. Suas tragédias, comédias, que eram apresentadas em diversos festivais que ocorriam durante o ano em Atenas, não visavam apenas à diversão da plateia, mas também pôr em discussão certos temas que dividiam a opinião pública naquele momento de transformação da sociedade grega. Essa apresentação é resultado das traduções do grego para o português da comédia Assembleia de Mulheres (Ekklesiazousai, produzida em torno de 392 a.C. pelo comediografo grego Aristófanes (447 a.C.-385 a.C.), realizada pelo Grupo de Estudos de Comédia Aristofânica (GECA, coordenado pela Professora Dra. Ana Maria César Pompeu, pretende apresentar uma comparação entre a revolução das mulheres que foram lideradas por Praxágora, e o Movimento Helenão. Aristófanes foi um autor bastante engajado com a política e usava o riso, a comédia, para fazer critica aos governantes e costumes da sua época. Das onze comédias dele que nos chegaram, três delas especificamente tratam sobre a temática feminina: Lisístrata (411 a. C.), Tesmoforiantes (411 a. C.) e Assembleia de Mulheres (392 a. C.). Em Assembleia de Mulheres o dramaturgo destaca a participação das mulheres de forma ativa na política da cidade, a protagonista Praxágora lidera várias mulheres que, unidas na insatisfação com a política resolvem se disfarçar como homens para tomar o poder das mãos do sexo oposto. Dessa forma se dirigem à Assembleia e se infiltram em meio ao público. Durante o discurso, propõem que todas as decisões políticas sejam entregues às mulheres. Sem perceberem que foram enganados, os homens acabam entregando o poder nas mãos do grupo feminino. As mulheres instauram mudanças quanto à forma de governar, propondo extinguir todas as desigualdades entre os cidadãos, promovendo assim uma verdadeira comunhão de bens entre todos os cidadãos de Atenas.