O INCONSCIENTE ÓPTICO: APROXIMAÇÕES ENTRE FREUD E WALTER BENJAMIN

Autores

  • Filipe Ramalheiro Venancio de Souza
  • Heric Carvalho Vieira
  • Rachel Martins Lemos
  • David Fontenelle Sampaio
  • Ruth Arielle Nascimento Viana
  • Caciana Linhares Pereira

Resumo

O objetivo geral desta pesquisa se voltou para a investigação dos pontos de aproximação entre a metapsicologia freudiana e as proposições de Walter Benjamin relativas ao tempo e à noção de inconsciente óptico. Para tanto, nos debruçamos sobre textos dos autores e também de comentadores, buscando esclarecer as noções de inconsciente óptico e de só-depois (Nachträglichkeit), onde observamos como ambas as categorias apareciam nas obras dos dois autores. É interessante observarmos que o debate que ora propomos abrange o problema da forma e, de modo preciso, a proximidade de Freud e Benjamin no que diz respeito ao fato de que a problemática da forma, nesses autores, pode ser encontrada na maneira como apreendem ou apresentam o que nomeiam como aparelho, tanto no que diz respeito à conceituação freudiana de aparelho psíquico, numa bela analogia que faz com o “bloco mágico” em sua relação com a memória, quanto na teorização de Walter Benjamin sobre a câmera fotográfica que, em sua técnica, captura um espaço de tempo durante o processo. Com essas teorizações, há uma subversão na concepção de temporalidade para os autores: não é no futuro que o passado é modificado, mas sim a irrupção de algo que está, ao mesmo tempo, no presente e no passado, que faz o sujeito questionar a lógica narrativa do passado de um acontecimento pelo efeito do presente que se coloca. O ponto de aproximação entre os autores se dá em torno do problema daquilo que se apresenta nas lacunas, que apontam para uma concepção de temporalidade que vai para além do desencadeamento cronológico de acontecimentos, na medida em que, tanto no que diz respeito ao tratamento dado por Freud à fala do sujeito em associação livre e o dado a Benjamin à concepção de história, podemos compreender que o analista para Freud assume um lugar análogo ao do historiador para Benjamin: na medida em que uma narrativa histórica demanda para ambos uma escuta estritamente singular daquilo que se apresenta como vazio da experiência.

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Publicado

2019-01-01

Como Citar

Ramalheiro Venancio de Souza, F., Carvalho Vieira, H., Martins Lemos, R., Fontenelle Sampaio, D., Arielle Nascimento Viana, R., & Linhares Pereira, C. (2019). O INCONSCIENTE ÓPTICO: APROXIMAÇÕES ENTRE FREUD E WALTER BENJAMIN. Encontros Universitários Da UFC, 4(2), 1742. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/59501

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica