ARRANJOS ALTERNATIVOS DE TRABALHO EM JORNALISMO NO CEARÁ: RELAÇÕES DE COMUNICAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO

Resumo

O objetivo desta comunicação é apresentar os resultados da pesquisa “Arranjos alternativos de jornalismo no Ceará: relações de comunicação e condições de trabalho”, realizada pelo grupo de pesquisa PráxisJor, da UFC, em parceria com o Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT), da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa foi iniciada em novembro de 2019 e se encontra em sua segunda fase. Na primeira etapa, encerrada em maio de 2020 e cujos resultados geraram um relatório de pesquisa, houve o mapeamento de 63 arranjos alternativos de trabalho em comunicação no Ceará, bem como a coleta e análise de autodeclarações presentes em sites institucionais dessas iniciativas. Buscamos entender como se configuram, quem são os sujeitos responsáveis por esses arranjos e que práticas jornalísticas são levadas a termo nessas iniciativas. Os resultados indicam que são majoritariamente sediadas nas macrorregiões de Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte, as maiores do Ceará. Frequentemente fazem referência a sua natureza regional/local e atuam, na totalidade dos casos, em plataformas digitais. Do ponto de vista dos marcadores jornalísticos buscados nas autodeclarações, o mais recorrente é a menção aos elementos discursivos típicos da prática jornalística (gêneros e formatos), enquanto são menos comuns as menções às rotinas e práticas jornalísticas e à ética ou deontologia da profissão. Finda essa etapa, a pesquisa busca, atualmente, traçar um perfil dos arranjos, aprofundar percepções e discutir dados revelados na análise anterior. Para isso, está realizando entrevistas com representantes de 21 dos arranjos mapeados na primeira fase. Os dados levantados nesta etapa, até aqui, permitem inferir que as iniciativas encontram-se em em estágios distintos no que toca à sustentabilidade financeira e organização das relações de trabalho, embora partilhem de valores jornalísticos que orientam suas produções.