A RECEPÇÃO DO CIDADÃO COMUM AO PROJETO PETISTA: UMA ANÁLISE DO ANTIPETISMO

Resumo

Muitos autores, delimitaram, investigaram e escreveram sobre o antipetismo, fenômeno que se consolidou no Golpe de 2016 e prossegue até a conjuntura atual, marcando a sua ascensão na eleição de 2018 com a figura do deputado federal Jair Bolsonaro eleito à presidência do Brasil. No entanto, minha intenção não é apenas esboçar uma caracterização geral do fenômeno. Neste trabalho, analiso como o sentimento antipetista penetra as consciências dos cidadãos comuns, particularmente dos indivíduos pertencentes às classes minoritárias, e torna-se um ideal condutor de escolhas e de determinadas atuações daquele ser social, por exemplo, na aceitação de um projeto de governo, exposto em disputas eleitorais. Para além disso, de forma simultânea também investigo as estratégias de rompimento do discurso antipetista, tanto pelo Partido dos Trabalhadores (PT) como dos outros setores da esquerda e de aliados da democracia. A fim de investigar a atuação do sentimento antipetista como importante impulsionador de escolhas do cidadão comum, foi pensado metodologicamente a realização da pesquisa através de grupos focais com dois segmentos de profissionais, em quatro encontros respectivamente, em que seria investigada a aceitação de políticas públicas pensadas e desenvolvidas por governos petistas. Dois dos grupos não teriam conhecimento da origem petista das políticas trabalhadas; os outros dois, sim. Entretanto devido à pandemia, a pesquisa restringiu-se a revisão bibliográfica e pesquisa documental, com a consolidação de hipóteses. Por fim, vejo que o sentimento antipetista é notoriamente utilizado para a ascensão do projeto conservador que teve como consequência a ruptura do consenso em torno da democracia, claramente anunciado nos discursos dos parlamentares durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff, com declarações em nome de Deus e da família tradicional brasileira.