PERCEPÇÕES SOBRE A ATUAÇÃO E POSTURA DO ESTADO BRASILEIRO NO COMBATE À VIOLÊNCIA EM BAIRROS POBRES.

Resumen

Levando em consideração o argumento de que caso o Estado adote medidas mais duras com ações e leis mais repressivas e punitivas a violência policial, já existente, sobre indivíduos pertencentes a grupos historicamente marginalizados ou que sofrem preconceito tende a aumentar, o presente trabalho busca identificar e analisar se há semelhança nos perfis socioeconômicos e raciais entre aqueles que discordam de tal argumento e apoiam um Estado mais repressivo e punitivo no combate à violência e entre aqueles que concordam com o argumento e não apoiam um Estado mais repressivo e punitivo no combate à violência. As hipóteses levantadas neste trabalho foram testadas por meio de análise das respostas contidas no questionário online aplicado pelo Programa de Educação Tutorial do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará durante o mês de agosto de 2020 e respondido por 394 pessoas. Foi elaborada uma tipologia para testar as hipóteses desse trabalho que nomeou três grupos de análise de perfil: os “humanistas” que são aqueles que não apoiam uma postura mais dura do Estado no combate à violência; os “punitivistas” que são aqueles que apoiam uma postura mais dura do Estado no combate à violência e não consideram verdadeira a afirmação de que a violência policial é maior nos bairros pobres; e os “violentos” que são aqueles que apoiam uma postura mais dura do Estado e concordam com a afirmação. A hipótese era que o percentual de "punitivistas" e "violentos" seria maior entre aqueles que tem a renda familiar maior e que não pertencem a grupos marginalizados ou que sofrem preconceito do que entre aqueles com renda menor e pertencentes aos grupos citados. A análise feita até então demonstrou que de fato entre brancos o percentual de "punitivistas" e "violentos" é maior do que entre pretos, mas que entre as pessoas com renda mais alta há um percentual menor de "violentos" em comparação com as de renda mais baixa.