SAÚDE MENTAL NA PANDEMIA DE COVID-19: ATRAVESSAMENTOS DA CRISE SANITÁRIA NOS ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ.

Resumo

Em 16 de Março de 2020 se iniciaram nas instituições de ensino superior do Estado do Ceará uma medida de isolamento social rígido devido a pandemia de COVID-19. A doença se alastrou globalmente, causando mortes, internações e agravamentos na saúde mental de muitas pessoas. Fatores como o isolamento social imposto, a nova rotina estabelecida, o medo de perder pessoas próximas, dentre outros, influenciaram diretamente na qualidade de vida de diversos sujeitos. Diante deste cenário, a extensão “Abrindo a Caixa” atuou junto a estudantes de graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC) como uma ferramenta de promoção de saúde mental. O objetivo do atual trabalho visa relatar essas experiências vividas na extensão ao longo do ano de 2020. Promovida pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Psicologia da UFC, a extensão tem como metodologia a execução de dois encontros por curso de graduação, com duração média de uma hora e meia cada. Em ambos os momentos são colocadas em diálogo as questões expostas pelos próprios estudantes acerca de seus questionamentos, dúvidas e sofrimentos, que os acompanham ao longo de sua formação. Assim, diante da crise sanitária da COVID-19, o projeto se adaptou e transformou esse espaço também em uma ferramenta de acolhimento para os impactos da pandemia na vida dos estudantes. Foram realizados no total 10 encontros e 3 lives no Instagram como veículo de alcance ao público-alvo na modalidade remota. Os resultados foram muito satisfatórios, com feedbacks positivos dos participantes e dos extensionistas. Os encontros funcionaram como suporte grupal e promotor de práticas em saúde mental. Concluiu-se que as práticas acadêmicas em si já podem ser fator de sofrimento psíquico, e o contexto de uma crise sanitária pode funcionar como agravador desses problemas, logo, propostas que visam um cuidado ético e de saúde mental mostram-se essenciais para que a universidade não seja um ambiente iatrogênico, mas sim de promotor de saúde.