A CORRIDA ESPACIAL: UMA ANÁLISE SOBRE AS DIFERENÇAS E SIMILARIDADES NO ÂMBITO POLÍTICO E SOCIOECONÔMICO INTERNACIONAL E COMO O BRASIL SE INSERE NA ERA DO NEW SPACE

Resumo

O Espaço, ao longo das décadas, tem servido como um campo de competição geopolítica e tecnológica propiciando períodos de grandes avanços para a humanidade, desde os tempos da Guerra Fria entre EUA e URSS até os nossos dias, com o advento do que chamamos de “New Space”, com novas missões e tecnologias sendo propostas e estruturadas por instituições como NASA, ESA, Roscosmos, CNSA, AEB e privadas como SpaceX, Blue Origin, Rocket Lab, Firefly space system entre outras. Assim, os projetos espaciais estão sendo transferidos, em parte, para o setor privado, com o surgimento de várias empresas focadas no desenvolvimento de tecnologias de baixo custo para acesso ao espaço. Portanto, este trabalho tem por objetivo analisar e comparar a evolução da corrida espacial desde o período da guerra fria até os dias atuais mostrando as diferenças e similaridades observadas, buscando entender as novas dinâmicas originárias do aumento de participantes e da diversificação de atividades no setor espacial. Além disso, foi analisado como a Agência Espacial Brasileira (AEB) está se adequando ao New Space e ao novo cenário de exploração e legislação espacial nacionais e internacionais. O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa em jornais, livros e artigos científicos, onde foram analisadas questões como: diminuição do espaço para colocar objetos em órbita; lixo espacial e lucro e apropriação de recursos espaciais, através dos tratados de direito espacial em vigor, expondo as lacunas crescentes decorrentes do avanço do setor. Como resultado do estudo, ficou evidenciado: a) a importância do setor espacial para a geopolítica mundial, dado que o prestígio internacional de uma nação é amplificado pelas ações espaciais organizadas, e para o avanço tecnológico, com os produtos derivados da área espacial; b) como o crescimento do setor privado modificou o setor espacial e c) que as legislações internacionais se mostram falhas, incentivando a criação de legislações nacionais específicas.