ANÁLISE COMPARATIVA DOS INDICADORES GEOBIOFÍSICOS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA SUB-BACIA DO RIACHO SANTA ROSA NO CEARÁ/BRASIL E NA BACIA DE RIBEIRA SECA EM SANTIAGO/CABO-VERDE

Resumo

Estudos sobre degradação ambiental nas regiões semiáridas vêm sendo cada vez mais imprescindíveis, tanto para compreender os processos inerentes a essa questão como para subsidiar ações de mitigação de seus efeitos em diferentes partes do mundo. O presente estudo objetiva analisar através de indicadores geobiofísicos o índice de degradação ambiental em duas bacias hidrográficas, a saber: a sub-bacia do Riacho Santa Rosa, localizada no núcleo de desertificação do médio Jaguaribe, Estado do Ceará, Brasil, e a bacia de Ribeira Seca na ilha de Santiago, Cabo-Verde. A metodologia partiu dos preceitos das análises sistêmicas tendo por base os autores Oliveira (2011, 2012), Costa (2014) e Sousa (2016) que trabalharam com a temática em ambos os países. Foram selecionados 6 parâmetros de análise (geologia, geomorfologia, clima, solo, erosão e vegetação) pressupondo que os maiores valores correspondem em melhores potencialidades ambientais. Como recorte espacial de aplicação e análise dos indicadores, foram considerados os sistemas ambientais de cada área. A pesquisa teve quatro etapas: i) levantamentos bibliográficos; ii) interpretação de mapas temáticos; iii) aplicação dos indicadores; iv) análise e discussão dos dados. Os indicadores revelaram que a bacia de Ribeira Seca está mais degradada. Dos 5 sistemas ambientais, 4 apresentam alto índice de degradação. Já na sub-bacia cearense apenas 2 dos seus 5 sistemas ambientais estão altamente degradados. As planícies fluviais foram o sistema em ambas as áreas que demonstram melhor qualidade ambiental, dada as características de resiliência dos recursos naturais: litologias sedimentares, relevo plano, solos profundos e baixo potencial de erosão. Os parâmetros mais recorrentes nos sistemas ambientais degradados foram a semiaridez associada à litologias cristalinas, concluindo que, ambientes com essas características estão mais susceptíveis aos processos de degradação/desertificação. Agradecimento ao CNPq por financiar a pesquisa.