AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA DEGRADAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POR MICRORGANISMOS ISOLADOS DE AMOSTRAS DE ÓLEO DO DERRAMAMENTO OCORRIDO NA COSTA DO NORDESTE BRASILEIRO

Resumo

O derramamento de petróleo ocorrido na costa do Nordeste brasileiro em 2019 foi um dos mais sérios dos últimos 30 anos, causando impactos socioeconômicos e ambientais. A biorremediação é um processo muito promissor, que emprega organismos vivos capazes de reduzir ou remediar contaminações ambientais, como os hidrocarbonetos do petróleo encontrado nas praias nordestinas após o derramamento. O uso de microrganismos capazes de degradar esses poluentes torna-se fundamental nas pesquisas para validação de tecnologias de biorremediação de áreas contaminadas por petróleo. O objetivo deste estudo foi realizar a triagem de microrganismos potencialmente degradadores do óleo bruto coletado das praias nordestinas. Para isso, foi realizado o enriquecimento das amostras coletadas nas praias cearenses (Praia do Futuro, Fortim, Flexeiras e Icaraí de Amontada) e o isolamento dos microrganismos cultiváveis. Para avaliação qualitativa da degradação do óleo, foi realizado crescimento dos microrganismos em diferentes hidrocarbonetos (Naftaleno, Hexadecano, Querosene, Pireno, Diesel e Gasolina), em placas de 24 poços, contendo 0,66% do hidrocarboneto, 1,5 mL de meio BH (Bushnell Haas) e corante 2,6-diclorofenol indofenol (DCPIP 0,1 g/L). Foram isolados 24 morfotipos bacterianos e 4 fúngicos das amostras do óleo. No ensaio de degradação, 8 isolados bacterianos demonstraram melhor performance, sendo que dois isolados do enriquecimento de 15 dias de Amontada, dois isolados do enriquecimento de 17 dias de Fortim e dois isolados fúngicos apresentaram atividade de degradação na presença dos 6 hidrocarbonetos testados. Os outros 4 isolados bacterianos e o terceiro isolado fúngico apresentaram atividade de degradação para apenas alguns hidrocarbonetos. Esses resultados fornecem informações valiosas para o enfrentamento ao derramamento de óleo, destacando o papel dos microrganismos na resposta ambiental ao estresse e o potencial de degradação dos componentes do óleo. Agradecimento: CNPq.