ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DA INTERSECCIONALIDADE EM ESTUDOS POPULACIONAIS

Autores

  • Francisco Emanuel Lima e Silva
  • Brígida Lima Carvalho
  • Soraia Pinheiro Machado Arruda
  • Larissa Fortunato Araujo

Resumo

Introdução: O movimento feminista negro deu início ao conceito de interseccionalidade. Isto é, entender que cada indivíduo tem características e vivências que interagem produzindo diferentes desfechos, inclusive na saúde. Porém, até hoje, não há um padrão para a realização de pesquisas interseccionais quantitativas. Objetivo: Discutir os principais resultados encontrados em estudos quantitativos sobre a teoria interseccional e desfechos em saúde. Metodologia: Buscou-se nas bases PubMed, Scielo, Scopus e Web of Science os termos (intersectional OR intersectionality) AND (health OR health inequality OR health inequalities) em título e resumo. Encontrou-se 1642 artigos e, após análise, obteve-se a amostra final de 74 trabalhos. Tabulou-se os dados: amostras, tipos de estudos, variáveis de interseccionalidade, desfechos em saúde, resumo das análises estatísticas e principais achados. Resultados: Grande parte dos estudos eram transversais (82%). Identificou-se distintas abordagens, incluindo a estratificação pelas variáveis de interesse, criando variáveis compostas ou fazendo a inclusão nos modelos multivariados de termos de interação. As variáveis interseccionais de múltiplas características estudadas foram sexualidade e gênero (10%), sexualidade e raça/etnia (27%), gênero e raça/etnia (44%), dentre outras combinações (19%). Os desfechos em saúde mais buscados foram saúde autorreferida (25%), doenças e fatores de risco cardiovasculares (34%) e distúrbios psiquiátricos (42%). Cerca de 71% dos estudos evidenciaram uma potencialização de piores desfechos em saúde quando havia duas ou mais características sociais minoritárias. Conclusão: Os estudos quantitativos em interseccionalidade têm sua importância pautada no objetivo de identificar a presença de desigualdades em saúde e fatores que, quando associados, potencializam essas desigualdades, a fim de buscar meios para melhorar os padrões de saúde da população. Agradecemos ao CNPq pelo financiamento do estudo.

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Publicado

2021-01-01

Como Citar

Emanuel Lima e Silva, F., Lima Carvalho, B., Pinheiro Machado Arruda, S., & Fortunato Araujo, L. (2021). ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DA INTERSECCIONALIDADE EM ESTUDOS POPULACIONAIS. Encontros Universitários Da UFC, 6(2), 1221. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/74344

Edição

Seção

XL Encontro de Iniciação Científica