HISTOLOGIA DA LAGOSTA VERDE PANULIRUS LAEVICAUDA

Resumo

As lagostas do gênero Panulirus estão entre as espécies pesqueiras com maior importância social e econômica da costa brasileira. A pesca da lagosta no Brasil abrange grande parte da costa, ocorrendo nas regiões Norte e Nordeste, podendo chegar até o estado do Espírito Santo. Os sinais de sobre-exploração das lagostas, sejam elas das espécies lagosta vermelha (P. argus) ou lagosta verde (P. laevicauda), já são observados, visto que são as mais exploradas comercialmente. É importante salientar, que apesar desses fortes indícios de sobrepesca, o esforço pesqueiro continua a crescer, com poucas ações mitigatórias como o defeso, considerado pouco eficiente. Além disso, o conhecimento sobre estes organismos ainda apresenta lacunas significativas. Por exemplo, há poucas informações a respeito das populações cearenses em relação à ocorrência de enfermidades. Porém, para o desenvolvimento destes estudos seria necessário, como ferramenta essencial para o monitoramento de enfermidades, um catálogo da histologia saudável da espécie alvo. Para P. laevicauda não há descrição sistemática da histologia normal até o momento, o que limita o alcance das iniciativas de estudos histopatológicos. Sendo assim, a proposta do presente trabalho foi utilizar métodos de histologia clássica para descrever e caracterizar brânquias, hepatopâncreas, glândula antenal, coração, gônadas, estômago e tecido muscular da lagosta-verde saudáveis. Para atingir tal objetivo, foram realizadas amostragens junto à indústria pesqueira e os principais portos de desembarque pesqueiro do estado. Os animais foram dissecados e os tecidos fixados em solução de Davidson. A seguir as amostras foram desidratadas, diafanizadas e emblocadas em parafina. Os cortes histológicos foram corados por H&E, visualizados por microscopia óptica e fotografados. Espera-se que o material produzido contribua para estabelecer um padrão que possa ser utilizado para análises histopatológicas da espécie P. laevicauda.