IMPACTO POPULACIONAL DE UMA ESPÉCIE DE LIANA INVASORA SOBRE UMA ESPÉCIE DE PALMEIRA NATIVA: ESTRUTURA POPULACIONAL, INCIDÊNCIA DE INFESTAÇÃO E MORTALIDADE EM FASES DE DESENVOLVIMENTO

Resumo

Plantas invasoras têm sido reconhecidas como um grave problema ambiental e econômico, causando extinções de espécies nativas devido a sua eficácia competitiva nos habitats invadidos. O objetivo deste estudo foi compreender como a invasora Cryptostegia madagascariensis afeta populações da palmeira nativa Copernicia prunifera (Carnaúba), respondendo as perguntas: 1. Qual a incidência das invasoras em diferentes estádios de desenvolvimento nas populações de carnaúbas? 2. Quais os impactos de uma espécie de liana invasora sobre a estrutura populacional de carnaúbas? Os dados foram coletados em 2019 e 2021 em parcelas (5x5 m) alocadas em sítios de monitoramento nos municípios de Jaguaruana, Caucaia e Granja, Ceará. As carnaúbas encontradas nas parcelas foram classificadas em estádios de desenvolvimento: plântula, infante, juvenil, imaturo e adulto e registrada a presença ou ausência de infestação por C. madagascariensis para calcular a incidência de infestação por estádio. Também foi calculada a taxa de mortalidade das carnaúbas infestadas ou não, por estádio de desenvolvimento. Encontramos que a incidência de infestação aumentou ao longo do tempo, com indivíduos em estádios imaturo e adulto sendo os mais afetados pela infestação. Quanto à mortalidade, a taxa é mais alta em estádios iniciais, mesmo sem infestação, o que pode ser atribuído à competição por recursos, enquanto em estádios mais tardios do ciclo de vida, houve morte apenas de indivíduos infestados. Conclui-se que C. madagascariensis desempenha um papel significativo na taxa de mortalidade das carnaúbas nos estádios de desenvolvimento mais avançados, podendo contribuir para a redução da abundância de indivíduos reprodutivos e, consequentemente, na regeneração de populações de Carnaúba.