IMPLICAÇÕES SUBJETIVAS DO DIAGNÓSTICO NA VIVÊNCIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER: ARTICULAÇÕES ENTRE AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A PSICANÁLISE
Resumo
A partir de hipóteses da sociologia e da psicanálise sobre a relação entre memória, melancolia e esquecimento investigamos as implicações do diagnóstico de Alzheimer. Os dados obtidos provêm da pesquisa de PAIVA, A. Cristian S. (2020) “Pessoa, Experiência e Temporalidade na vivência da doença de Alzheimer”. Outros produtos desta são: o mapeamento de serviços de geriatria, ONGS e assistência jurídica às pessoas com DA, além de entrevistas que investigam as narrativas sociais sobre o diagnóstico. Neste trabalho, apresentamos as incidências psíquicas e sociais deste diagnóstico. Para isso, primeiro delineamos as diferenças entre aspectos da demência na Psicopatologia e na Metapsicologia Psicanalítica. Em seguida, a partir de Le Breton (2015) e de estudos de caso da literatura, identificamos que, a questão da memória e esquecimento na DA articula-se a dois fenômenos: 1. O surgimento da melancolia, a escolha inconsciente de desaparecer de si e as dificuldades psíquicas no cuidado da pessoa com Alzheimer; 2. O enfraquecimento da função do eu (perspectiva psicanalítica), a evolução do quadro demencial e seus efeitos nas práticas sociais. Obtivemos que o diagnóstico e a hipótese orgânica da demência estão impregnados pelo rótulo da impossibilidade de cura ou melhoria. Por outro lado, identificamos que esclarecer as implicações subjetivas da doença oferece entendimento e apoio à família e à rede de cuidados da pessoa com DA. Quanto à rede de saúde pública ou ONGs, nossos dados elucidam que a pessoa idosa necessita que ajudem-na a reconstruir seu narcisismo: como o cuidado estético, comunicação face a face, relações sociais, vivência em um ambiente animado com música e conversas. Embora ocorra uma “desaprendizagem” do sentimento de si e da interação, mantém-se um mundo íntimo e a pessoa se vincula à beleza da diversidade da vida. Em meio à angústia que a DA causa em familiares e cuidadores, a aposta no sujeito se coloca como recusa a objetificar o paciente em seu diagnóstico.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Como Citar
Fontes de Almeida, J., Bezerra da Silva, I., & Cristian Saraiva Paiva, A. (2021). IMPLICAÇÕES SUBJETIVAS DO DIAGNÓSTICO NA VIVÊNCIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER: ARTICULAÇÕES ENTRE AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A PSICANÁLISE. Encontros Universitários Da UFC, 6(2), 1380. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/74503
Edição
Seção
XL Encontro de Iniciação Científica
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