O AUTO DA BARCA DO INFERNO COMO REFLEXO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DO SÉCULO XVI.

Autores

  • Erick Colares Alves
  • Geraldo Augusto Fernandes

Resumo

Durante a Idade Média, penetrou em Portugal, pelas mãos de Gil Vicente, um tipo de teatro que, desenvolvido no ambiente da Corte, tinha seu roteiro limitado pelo bom senso e pelas naturais coerções do meio palaciano. Entretanto, o teatro vicentino, resguardado por meio do emprego de disfarces, truques, símbolos e alegorias, impunha críticas a comportamentos ditos imorais da sociedade portuguesa; por conseguinte, tece um fiel retrato da época. Este trabalho, portanto, visa investigar, analisar e expor elementos característicos do medievo e do humanismo frente às múltiplas sátiras, à sociedade portuguesa medieval contidas no Auto da Barca do Inferno ou Auto da Moralidade, de Gil Vicente. Deste modo, pretende-se levar em consideração o período de transição entre o Trovadorismo e o Classicismo português, e, principalmente, estruturas cotidianas, como o tempo, a morte, o lazer, o sexo, e estruturas mentais do homem medieval, como a visão hierofânica do mundo, a cosmologia simbólica, o belicismo e sua derivação, o contratualismo. Apoiado na leitura de trabalhos como os de Hilário Franco Júnior (2006) e de Massaud Moisés (1994), o trabalho viabiliza, de forma criteriosa, a exposição de que durante a Idade Média o teatro vicentino foi instrumentalizado a fim de propagar o discurso crítico ante o totalitarismo monárquico-clerical, além de toda a sociedade portuguesa medieval do século XVI.

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Publicado

2021-01-01

Como Citar

Colares Alves, E., & Augusto Fernandes, G. (2021). O AUTO DA BARCA DO INFERNO COMO REFLEXO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DO SÉCULO XVI. Encontros Universitários Da UFC, 6(2), 1491. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/74614

Edição

Seção

XL Encontro de Iniciação Científica