O QUE FREUD NOS ENSINA SOBRE A PESQUISA EM PSICANÁLISE?

Resumo

Por intermédio do estudo sistemático dos textos freudianos, foi realizada a leitura e a análise de textos que, apesar de não terem se originado na clínica, de algum modo colaboraram para as reflexões psicanalíticas. Objetiva, assim, contribuir para a reflexão acerca da realização dessa modalidade de pesquisa no âmbito da Universidade, contexto no qual não se encontram as condições da autêntica pesquisa psicanalítica que, para Freud, é o próprio tratamento e que subverte a relação clássica que a Ciência estabelece entre a indução e a dedução e da qual temos como modelos seus clássicos estudos de casos. No primeiro ano de pesquisa, foram selecionados textos compreendidos na primeira tópica freudiana (1900-1913), foram eles: A interpretação dos sonhos (1900), O chiste e sua relação com o inconsciente (1905), O delírio e os sonhos na Gradiva de W. Jensen (1906) e, por fim, O Caso Schreber (1913). A metodologia consistiu em descrever e analisar como se deu seu diálogo de Freud com os preceitos científicos; como os estudos científicos que confluem com os seus foram trabalhados; a motivação das pesquisas; a problematização dos temas e o seu recorte; como se deu o emprego do método psicanalítico e, por fim, como os resultados obtidos foram expostos. Resulta-se que, por meio desses textos, observou-se e procurou-se demonstrar a maneira como Freud se conduziu como pesquisador e o que isso pode ensinar sobre as versões com as quais se dá a utilização do método psicanalítico em pesquisas em extensão. Dessarte, é indeclinável registrar o reconhecimento de estar grata à Universidade Federal do Ceará, por ter sido o órgão financiador desta pesquisa.