PEPTÍDEOS DERIVADOS DA PROTEÍNA ALBUMINA 2S DE RICINUS COMMUNIS MOSTRAM ATIVIDADE CONTRA TRICOPHYTON MENTAGROPHYTES E T. RUBRUM

Resumo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20-25% das pessoas ao redor do mundo sofrem de infecções na pele causadas por fungos dermatófitos, como por exemplo os fungos do gênero Tricophyton. Além disso, diversos fungos desse gênero desenvolveram resistência a certos antifúngicos como griseofulvina e itraconazol. Este estudo teve como objetivo testar a atividade antifúngica de peptídeos derivados da proteína albumina 2S de Ricinus communis L. contra T. mentagrophytes e T. rubrum. Além dos ensaios in vitro, foram feitos ensaios de detecção de poros na membrana, detecção de superprodução de espécies reativas de oxigênio (EROs), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia de fluorescência (MF) para elucidar melhor o mecanismo de ação dos peptídeos estudados. Todos os peptídeos testados (50 µg mL-1) reduziram o crescimento micelial de T. mentagrophytes e T. rubrum em até 95%. Por outro lado, usando uma concentração 20 vezes maior, a griseofulvina foi capaz de inibir apenas 35% o crescimento de T. mentagrophytes, enquanto que o itraconazol não teve atividade contra nenhum dos dois fungos. Análises de MEV e MF mostraram que todos os seis peptídeos analisados causaram alto dano a morfologia das hifas, observado pela indução da ruptura da parede celular e extravazamento do conteúdo celular. Os peptídeos também induziram formação de poros na membrana e estresse oxidativo pela superprodução de EROs. Baseando-se na atividade dos peptídeos em relação às drogas disponíveis atualmente, e no mecanismo de ação dos mesmos, todos os seis peptídeos tem potencial para serem tanto utilizados como modelos para o desenvolvimento de novos medicamentos antidermatofíticos ou como adjuvantes para os medicamentos já existentes.