RELAÇÃO ENTRE A FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA E OS ASPECTOS EMOCIONAIS E FUNCIONAIS DE PACIENTES COM DOENÇAS ONCO-HEMATOLÓGICAS

Resumo

Introdução: No Brasil a estimativa de cânceres hematológicos no ano de 2020 foi de 25,4 mil novos casos¹. Comumente o câncer tem sido associado a sinais de ansiedade e depressão, bem como com a redução da capacidade funcional, muitas vezes relacionada à sarcopenia 2,3. Objetivos: Verificar a relação entre a força muscular periférica e os aspectos emocionais e funcionais de pacientes com doenças onco-hematológicas. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e analítico, com abordagem quantitativa em indivíduos portadores de doenças onco-hematológicas internados na enfermaria do Universitário Walter Cantídio no período de maio de 2020 a julho de 2021. Foi aplicado uma ficha para coletar dados demográficos, antropométricos, tipo de patologia e de tratamento realizado até o momento. A força muscular periférica (FMP) foi avaliada por meio da força de preensão palmar utilizando um dinamômetro analógico. Foi aplicada a escala de funcionalidade de Karnofsky (EFK), a inventário de depressão de Beck (BDI) e a escala de resiliência (ER). O nível de significância adotado foi de 5% (p < 0,05). Resultados: Foram avaliados 75 indivíduos, onde 58,7% eram homens, com idade de 40±15 anos e tempo de diagnóstico de 460 ± 827 dias. Foi observada redução da FMP do membro dominante de 19% quando comparado ao predito (p=0,010) e de 9% no membro não dominante (p=0,351). A pontuação do BDI foi de 11,4±7,1, a da ER de 133,4 ± 38,6 e da EFK de 82,9 ± 16,5. Não houve correlação entre a FMP e a escala de funcionalidade, e entre a FMP e as escalas de depressão e resiliência. Conclusão: Não foi observada relação entre a FMP e os aspectos emocionais e funcionais de pacientes com doenças onco-hematológicas. Faz-se necessária a produção de estudos em outros ambientes e populações que possam apoiar esses achados.