VOZ DO TRADUTOR: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA INVISIBILIDADE NA PRÁTICA DA TRADUÇÃO
Resumo
É comum na prática da tradução a discussão acerca da invisibilidade do tradutor em seu ofício. Como discutido por Venuti (1995), fatores econômicos, culturais e legais contribuem para o processo de apagamento da figura e identidade do tradutor. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho busca contribuir para essa discussão ao analisar diferentes traduções de um mesmo texto e identificar como a voz do tradutor se faz presente, voz essa que é compreendida como as tomadas de decisões do profissional da tradução, dentro de cada texto. Assim, serão analisadas as tomadas de decisões dos tradutores, observando de que forma eles utilizam ou não da sua voz para produzir uma tradução que seja fiel aos sentidos buscados pelo texto original. Para tanto, empregamos três (3) traduções distintas do conto The Cask of Amontillado (1846), de Edgar Allan Poe. A primeira foi publicada pela editora Companhia das Letras (2017), a segunda pela DarkSide Books (2017) e a terceira, não publicada, de autoria de Samuel Titan Jr, professor da USP. Assim, partindo do texto original, as três traduções são analisadas, e os trechos em que são observadas divergências são destacados e comentados, seguindo dois critérios: escolha lexical e organização sintática. Tendo em vista os critérios analisados, foi observado que as traduções apresentam razoáveis divergências entre si, demonstrando até que ponto a voz de cada tradutor se faz perceptível nos diferentes textos. Percebe-se então que a voz do tradutor é inerente ao seu ofício e a sua presença, seja ela de maior ou menor predominância, contradiz a invisibilidade utópica buscada no universo da tradução, pois cada tradutor, ainda que tenha o objetivo em comum de traduzir o texto mantendo-o o mais fiel possível ao sentido do original, possui sua maneira própria de reescrever a obra.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XL Encontro de Iniciação Científica
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