OS EQUÍVOCOS DO PRINCÍPIO ANTROPOLÓGICO DA ALTERIDADE EM FACE DO MULTICULTURALISMO
Resumo
A Antropologia, enquanto ciência, compreende seu embasamento teórico na relação entre o “eu” (sendo o self, o antropólogo) e o “outro” (o objeto de pesquisa do antropólogo), verificando-se, nessa dimensão, importante representação do princípio da alteridade. Para além da esfera antropológica, temos observado uma expansão da manifestação desse princípio na sociedade como um todo, o que, por sua vez, alerta para o surgimento de um fenômeno de falso progressismo e de mistificação cultural. Tal fenômeno evidencia-se nas narrativas universais que moldam o pensamento e os debates sociais em relação a temas complexos, como cultura e religião, e carecem de aprofundamento teórico e social, como tem sido constatado com mais ênfase nas discussões acerca da relação entre o Islamismo e governos extremistas. Isso posto, o presente trabalho busca analisar os equívocos do princípio da alteridade na formação de um imaginário social e político constituído de pré-conceitos e afastado de uma perspectiva multicultural. Para tal, utiliza-se da revisão bibliográfica de manuais de Antropologia Jurídica acerca dos conceitos de alteridade e de multiculturalismo, bem como a observação fenomenológica supracitada, mediante interpretação de artigos científicos e notícias sobre a matéria. Diante da pesquisa realizada até o presente momento, é possível inferir um notório aumento na generalização “empática” sob um disfarce de politização popular, provando que esse fenômeno recente tem se consolidado perante um cenário de maior acesso à informação em massa, onde o controle de conteúdo pela grande mídia tende a suprimir o verdadeiro enfoque de determinadas culturas e sociedades, criando um cenário de desinformação e de pré-conceitos, o qual se vale da essência humana em perceber-se no lugar do outro.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XXX Encontro de Iniciação à Docência
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